Já não sei quantas vezes escrevi da admiração pela Serena e pelas irmãs Williams. Já mencionei que elas podem ter todos os defeitos possíveis, que há quem goste ou não goste, mas que indiscutivelmente são campeãs e as melhores que vimos na última década. Neste sábado, Serena Williams ergueu pela 14ª vez um trofeu da categoria. Foi o 5º de Wimbledon, igualando a irmã Venus. Papai Richard fez, de fato, um belo trabalho.
Foi o pai, Richard Williams, que iniciou as meninas no esporte, como uma oportunidade de mudar de vida, quando elas ainda eram bem crianças. Colocava Venus, Serena e as outras irmãs no carro, no bairro de baixa classe, de Compton, na Califórnia e as levava para jogar numa quadra pública da região.
Richard, apoiado pela esposa na época, Oracene, dedicou todos os esforços para que as meninas se tornassem campeãs.
Colocou um objetivo em mente e foi atrás dele com as filhas.
Na sua auto-biografia, lançada em 1999, Serena relata detalhes destes primeiros anos de formação e da mesma maneira que falou na cerimônia de premiação que sempre quis copiar a Venus, querendo igualar o número de trofeus dela, na Inglaterra, conta em “Serena Williams, Queen of The Court,” como queria imitar a irmã mais velha.
Desde o ano 2000, ou seja, dos últimos 13 trofeus, uma das Williams ganhou o torneio. É impressionante para uma família sua.
Curiosamente, Agnieszka, a polonesa que quase chegou ao topo do ranking mundial neste sábado, se não se tivesse sido derrotada por Serena por 6/1 5/7 6/2, também tem uma irmã que joga, Urszula. Mas elas estão longe de terem a potência das Williams. Apesar de jogarem duplas juntas, enquanto Agnieszka, a mais nova, é a número 3 do mundo Urszula é a 54ª
Por isso, o que assistimos durante os últimos 15 anos, sim 15 anos, quando elas começaram a aparecer no circuito e nos últimos 13, quando começaram a vencer Grand Slams, é histórico.
Ah, e sem deixar de lado os problemas físicos e de saúde que ambas passaram, motivo pelo qual ela se emocionou ao agradecer a família que esteve com ela no hospital, no início do ano passado, quando teve uma embolia pulmonar e não sabia se voltaria a jogar. Como disse o pai Richard Williams, ao longo desta semana “estou feliz de vê-la jogar, porque realmente achei que ela fosse morrer.”
É dramático, mas é verdade. De uma cama de hospital, há um ano e meio, para o 14º trofeu de Grand Slam.