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O Banana Bowl de ontem e de hoje, por Roberta Burzagli, a última brasileira a vencer nos 18 anos

A semana é de Banana Bowl no Brasil e mesmo estando um pouco distante, com os meus novos afazeres ligados ao “Lixo Extraordinário,”  não estou ausente.

Reproduzo aqui a matéria que fizemos na edição 111 da Tennis View com a Roberta Burzagli, hoje técnica da ITF e última brasileira a ganhar o Banana Bowl, nos 18 anos.

Vale a pena ler o material produzido pela Fabiana de Oliveira, em que a Roberta analisa o tênis feminino no Brasil e no mundo de hoje, com o olhar de quem participa do circuito e relembra a conquista.

 

 

Roberta Burzagli, hoje técnica de destaque na ITF e última brasileira a vencer o torneio, há 20 anos, analisa o tênis atual e relembra a conquista

No dia 14 de março começa no Brasil, mais precisamente na cidade catarinense de Blumenau, a disputa da 41ª edição do Banana Bowl, uma das principais competições juvenis do mundo. Com a proximidade do torneio, aumenta nos brasileiros a expectativa de quebrar o jejum de 19 anos sem uma representante no topo do pódio.

A última brasileira que triunfou no Banana Bowl foi a paulista Roberta Burzagli, em 1991, há exatos 20 anos, na sua última temporada como juvenil e mostrou toda sua garra ao saltar do pré-quali para a conquista do troféu de campeã. Isso, sem se deixar se abater por adversidades como falta de técnico e de verba, rodada dupla no último dia de torneio e disputa da final sem muito glamour, em uma quadra isolada do Tênis Clube de Santos.

Na semana seguinte à realização do Banana Bowl, o País sedia outra importante competição mundial, que se iguala a um Grand Slam juvenil, a 28ª edição da Copa Gerdau, em Porto Alegre (RS), que dá ainda mais pontos do que o Banana Bowl. Foi lá que, na temporada passada, o baiano Silas Cerqueira faturou o troféu de campeão dos 14 anos.

A seguir, Roberta Burzagli, que atualmente integra o quadro de técnicos da ITF e viaja com juvenis em ascensão de diversos países, faz uma ampla análise das dificuldades enfrentadas pelas meninas no circuito, do que ela imagina de ideal na relação entre imprensa e tenista juvenil e admite ser uma técnica rigorosa, sem deixar de estar atenta às necessidades das tenistas. Em um trecho, ela ainda lamenta que a competição tenha perdido seu formato original.

“Por muitos anos, [o Banana Bowl] foi jogado em clubes de grande porte, como o Pinheiros e o Paineiras, com todas as categorias juntas e os tenistas mais jovens podiam ver e até treinar com os mais velhos, o que era uma coisa muito boa para o desenvolvimento dos jogadores e do esporte. Naquela época, havia um grande comparecimento não só de pais, mas de um grande público, fã do esporte no Estado de São Paulo. Eu acho que, por tudo isso, antigamente os tenistas davam sim mais importância para o Banana”, ressaltou. Confira mais trechos da entrevista.

Tennis View – Quais são as diferenças que você vê no nível da chave do Banana Bowl, se compararmos a que você pegou há 20 anos e as que atualmente são formadas?

Roberta Burzagli – Eu acho que as chaves de antigamente eram mais fortes do que hoje. Além disso, na época em que eu ganhei o Banana Bowl, não havia tantos torneios ao redor do mundo como hoje, o que impede que todos os bons jogadores se reúnam num mesmo torneio.  Antes todo mundo vinha jogar o Banana Bowl, hoje há várias outras opções em outros lugares.

TV – Na sua opinião, porque o Brasil está há vinte anos sem uma campeã no Banana Bowl?

RB – Ah! Isso é complicado. Hoje, depois de já ter uma certa experiência como técnica no Circuito COSAT, com a Federation Cup  e depois com a ITF em torneios na Europa, na minha opinião essa é uma questão complexa que começa com problemas culturais e geográficos, que por sua vez geram dificuldades para que as meninas viagem para disputar torneios. O Brasil, ao contrário dos países da Europa, é um país de longas distâncias, sem ferrovias e com estradas precárias, deixando praticamente como única opção o transporte aéreo, que é caro. Já na Europa e nos Estados Unidos, se pode viajar de trem e de ônibus a um preço bem mais barato, isso para não falar na questão da segurança, o que para as meninas tem mais peso do que para os meninos. Elas têm que viajar sempre com mais alguém, fazendo com que o preço da viagem dobre. É um problema para os pais, que relutam em autorizá-las a viajar. Isso provoca uma diminuição do número de jogadoras, ou seja, você pode até ter um número grande de meninas jogando aos 10 ou 12 anos, que não exige muita viagem, mas quando elas começam a ter que viajar, aos 14 ou 15 anos, esse número começa a diminuir muito.  Essa situação acaba fazendo com que os torneios fiquem escassos de jogadoras, sendo que as melhores jogadoras acabam enfrentando jogos difíceis apenas nas semifinais ou na final. Assim sendo, o desenvolvimento da parte técnica e mental fica comprometido, pois é a competitividade e rivalidade entre os esportistas que faz com que o nível do jogo melhore. Infelizmente, nossas meninas quando se deparam com meninas vindas da Europa e dos Estados Unidos, apesar de muito talentosas, não tiveram as mesmas condições de desenvolvimento que as estrangeiras.  O bom seria se essas meninas pudessem viajar sempre juntas, com uma técnica e uma equipe de preparação física, com condições de segurança adequadas e com a questão financeira resolvida, como é na Austrália, nos Estados Unidos e na Europa.

TV – O que você fez de certo para ganhar o título do Banana Bowl, em 1991?

RB – Eu não sei se foi certo ou se foi errado. Mas era um momento na minha vida que por questões financeiras eu nem estava jogando o Circuito COSAT, tanto é que eu não tinha ponto nenhum no juvenil e tive que disputar o pré-quali do Banana Bowl, apesar de já ter um bom ranking no profissional. O único torneio que eu podia jogar era o Banana Bowl, pois foi realizado em Santos naquele ano. Então eu treinei sozinha no Paineiras e foquei minha atenção no torneio. Eu treinei super sério, mas eu estava sem pressão nenhuma. Acho que joguei para mim mesma e não para os outros. E isso é muito importante para qualquer coisa que você faça na vida. Eu me diverti no torneio e realmente estava curtindo aquele momento. Você tem que fazer as coisas por prazer e isso não significa que não tenha que treinar e se dedicar, mas apenas balancear as coisas, além de querer muito.

TV – Na final do Banana Bowl, você jogou na última quadra do Tênis Clube de Santos. Você acredita que a grande exposição dos juvenis, com imprensa, fotógrafos e etc, atrapalha o desenvolvimento do juvenil?

RB – Eu acho que quando existe um assédio exagerado da imprensa, isso atrapalha. Mas não ter cobertura nenhuma também não é bom. Muitas vezes, quando o assédio da imprensa, patrocinadores e empresários é muito grande, o jogador juvenil passa a se sentir como um profissional antes mesmo de ter chegado a esse nível. E quando ele deixa de ser juvenil ainda tem uma longa caminhada pela frente. O exagero pode prejudicá-lo tanto nos resultados, como nas partes emocional e mental. No meu caso, o fato de eu ter jogado na última quadra não me ajudou em nada. Eu gostava de jogar com público e me sentia bem. A imprensa, naquele torneio, tão pouco deu uma cobertura muito grande a minha participação e à vitória. Eu acho que isso me prejudicou um pouco, pois se eu tivesse tido chance de estar mais em evidência, talvez tivesse conseguido patrocínios para continuar. O ideal é o equilíbrio entre todas essas coisas.

TV – Devido a uma lesão, você foi forçada a interromper sua carreira aos 19 anos de idade, quando você jogava em alto nível. De que maneira você utiliza essa experiência no seu trabalho como técnica da ITF?

RB – Apesar de me considerar uma técnica muito rigorosa nos treinamentos, pois as jogadoras da equipe da ITF estão a beira do profissionalismo e o trabalho tem que ser muito minucioso, eu também tento aliviar a pressão das meninas entre os torneios. Como o tempo do circuito é longo, com até nove semanas seguidas, sempre que surge uma chance, tento tirá-las um pouco do ambiente do tênis para espairecer e também para que elas aprendam coisas diferentes.

TV – Para você, qual a importância do Banana Bowl?

RB – Para mim o Banana Bowl é e sempre vai ser importante, pois foi um momento muito especial na minha vida. Além disso, o Banana traz uma aura toda especial, pois grandes tenistas já jogaram o torneio (Sabatini, Lendl, McEnroe, Muster, Roddick, Baghdatis, Coria).  Lembro quando eu tinha 11 anos que a Silvana Campos ganhou e naquele tempo nós duas treinávamos com o mesmo técnico, o já falecido Sergio Ferreira. Eu estava com ela recebendo o troféu e ela me disse que eu seria a próxima a ganhar na categoria 18 anos. Isso ficou na minha memória de alguma maneira e quando eu ganhei liguei para ela pra dizer que sua previsão havia se concretizado.

Fabiana de Oliveira

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Muitas histórias do Brasil Open, desde o tempo em que 11 de setembro passou a ser mais do que uma data qualquer no calendário.

Não tem como não chegar a Salvador e pegar o transfer rumo a Costa do Sauípe e não passar um filme na cabeça. Afinal, o torneio existe desde 2001, estive em todas as edições do campeonato e mesmo antes dele acontecer, me lembro do Guga trabalhando nos bastidores da ATP para conseguir a data para o Brasil sediar um torneio desta categoria e do Carvalhinho, meu grande amigo e que foi empresário do Guga e que na época era o Diretor do ATP e montou o torneio inteirinho.

De todos estes anos vindo a Bahia não vou lembrar de tantos detalhes, mas alguns fatos são marcantes.

Lembro perfeitamente daquele 2001. Viemos direto de Nova York. Guga era o número um do mundo, era o primeiro ano do torneio. Nenhum de nós havia estado no Resort. Vínhamos de uma longa temporada nos Estados Unidos, que começara com uma semifinal no ATP de Los Angeles; terceira rodada em Toronto (naquela época não havia bye para os cabeças-de-chave nos Masters 1000); título em Cincinnati, com direito a dois jogos no mesmo dia da final; vice-campeonato em Indianápolis e quartas-de-final no US Open, em que mostrou os primeiros sinais de desgaste na derrota para Kafelnikov.

Chegou, como ele mesmo disse, “com as últimas forças” para jogar o ATP inaugural do Brasil na Costa do Sauípe, em quadra rápida, e foi jogar a primeira partida, no dia 11 de setembro, às 13h contra Flavio Saretta.

Pouco antes do jogo começar começamos a ouvir um burburinho de que estava havendo uma guerra nos Estados Unidos – havíamos saído de Nova York três dias antes -; minha mãe ligava para olhar a internet e ver as imagens do World Trade Center, cheio de cinzas em volta (muitos se perguntavam se era montagem). Começou um certo pânico entre os jogadores americanos.

Daqui da Bahia, no meio de um Resort, tudo que estava acontecendo em New York parecia surreal. Era tão distante que não parecia verdade.

Tentamos contato com nossos amigos em Nova York, mas as linhas para lá estavam congestionadas.

O torneio prosseguia normalmente. Guga foi para a quadra e não aguentou. Ganhou o primeiro set de Saretta, mas acabou perdendo por 4/6 6/2 6/4.

Em meio ao 11 de setembro, que então se tornaria uma data no calendário mundial que todos se lembram, a derrota de Guga passou praticamente despercebida. Nem destaque foi nos jornais.

Com compromissos para cumprir com patrocinadores, ficamos no torneio até o fim.

Meligeni surpreendeu, chegou à final, mas perdeu para o checo Jan Vacek. Havia também um torneio feminino, um WTA maior do que o ATP. Monica Seles erguia o trofeu de campeã, derrotando Jelena Dokic na final.

2002 –

Eliminado na primeira rodada em 2001, Guga queria triunfar no torneio brasileiro e cumpriu com seu objetivo. Conquistou o título, derrotando Guillermo Coria na final, por 6/7(4) 7/5 7/6(7), salvando match point, em um dos jogos mais emocionantes da história do torneio.

De quebra, ainda foi vice-campeão de duplas ao lado de André Sá.

2003 –

Muito se falou sobre a estreia de Guga contra Magnus Norman, que estreava em Sauípe. A vitória de Guga foi fácil por 6/3 6/2 e ele chegou tranquilo à semifinal. Mas, foi parado no terceiro set pelo alemão Rainer Schuettler, por 6/4 2/6 7/5. O título acabou ficando com o holandês Sjeng Schalken.

2004 –

Novo torneio. Depois de três anos disputado na quadra rápida o campeonato mudava para o saibro e passava a integrar a Gira Latino-Americana de torneios. Em vez de setembro, o ATP mudou para fevereiro e era carnaval.

O complexo estava lotado e todos os dias ouvíamos histórias de gente que havia ido a Salvador curtir a folia.

Outra vez chegamos cedo ao Resort. Guga havia sido vice-campeão em Santiago e gripado, perdido para o Ferrer na estreia em Buenos Aires.

De surpresa, raspou os cabelos e com novo visual chegou a Sauípe para jogar talvez uma das edições com mais nomes da história. Lembro que estavam o Moyá, Mantilla, Verdasco, Squillari, Gaudio já campeão de Roland Garros, Lapentti, Zabaleta, Gasquet, Acasuso, entre outros, todos no melhor das suas carreiras (fora o Verdasco, novato no circuito).

Depois da vitória na primeira rodada, duelo badalado com Gasquet. Vitória de Guga em dois sets e em poucos dias, mais uma final na Bahia. A chuva, no meio do carnaval, interrompeu a decisão com Calleri. Jogo só terminou no dia seguinte com triunfo de Guga, por 3/6 6/2 6/3, muita manifestação da torcida e chuva de confetti colorido em quadra.

A edição teve também encontro de Guga com Maria Esther Bueno e Ziraldo, que visitava o torneio.

2005 –

Guga não competiu, mas veio a Sauípe para cumprir compromissos com patrocinadores.

Chegamos nos últimos dias, a tempo de ver a partida entre Rafael Nadal e Ricardo Mello, em que Mello teve chances de ganhar do espanhol, que eventualmente se tornaria campeão ganhando de Alberto Martin na final.

2006 –

Não lembro muito desta edição do Brasil Open. Guga, ainda tentando se recuperar de sua lesão no quadril, perdeu para Andre Ghem na estreia. Nicolas Massu foi o campeão.

2007 –

Guga ainda tentava voltar a competir entre os grandes e estreou com vitória sobre Volandri, mas perdeu para Saretta, em três sets na rodada seguinte.

Como durante o tempo em que foi treinado por Hernan Gumy, Guga também treinava com Guillermo Cañas, ficamos por aqui para acompanhar o argentino que viria a se tornar campeão, ganhando de Ferrero na final. Cañas voltava de um longo período de inatividade e depois venceria, em duas semanas seguidas, Roger Federer, em Indian Wells e Miami.

2008 –

Quem não se lembra do início da emocionante turnê de despedida de Guga. O jogo foi contra Berlocq, mas o que ficou marcado foi a emoção de Guga em quadra após o jogo, as manifestações dos ídolos do esporte falando dele – inclusive Ronaldo -, a presença de amigos especiais como Moyá e Lapentti, as inúmeras entrevistas, enfim, uma semana de muitas homenagens.

Outra final espanhola na Bahia, com Almagro ganhando de Moyá.

2009 –

Bellucci surpreendeu chegando à final, mas foi superado por Tommy Robredo.

2010

Depois de alguns anos vindo jogar em Sauípe e proprietário de uma casa nas redondezas, Juan Carlos Ferrero enfim conquistou o troféu de campeão, ganhando de Kubot na final.

2011

O torneio está pronto para ver Thomaz Bellucci triunfar. Larri Passos é experiente nessas quadras e ao assistir o treino dele com o brasileiro no fim da tarde, hoje, na quadra atrás da central, o filme continuou passando pela minha cabeça.

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Nico Lapentti se despede e com ele uma era de sucesso do tênis na América do Sul

Nicolas Lapentti anunciou nesta segunda, em Guaiaquil, a sua despedida do tênis profissional, em um coletiva de imprensa que contou com a presença não só de jornalistas, mas do irmão e também jogador Giovanni, da noiva Maria, dos pais, de amigos como o ex-jogador Luis Adrian Morejon, do técnico Raul Viver, o maior ídolo do tênis do País, Andres Gomez, entre outros.

Aos 34 anos, o equatoriano não conseguiu se recuperar de lesões e se dedicará agora a projetos para desenvolver o tênis no seu país. Ainda jogará uma partida de despedida, mas sem data e adversário definidos.

Um dos “grandes” do circuito, não apenas como jogador, mas como pessoa, das mais educadas, gentis, elegantes e boas que convivi, Nico deixará saudades, especialmente para o tênis da América do Sul, que cada vez fica mais órfão de ídolos.

Nico chegou ao auge da carreira no fim da década de 90 e início da de 2000. Alcançou a semifinal do Australian Open, em 1999, ganhou 5 títulos de ATP em simples, 3 em duplas, disputou Master Cup, chegou ao 6º posto no ranking mundial, e quebrou inúmeros recordes na Copa Davis. É o tenista que mais jogos ganhou em cinco sets, em toda a história e na América do Sul, em números de partidas vencidas na competição, só perde para Thomaz Koch e Edison Mandarino.

Liderados primeiro pelo chileno Marcelo Rios e depois por Gustavo Kuerten, Lapentti fez parte de uma era de sucesso para o tênis da América Latina. Jogou com Rios e Guga, aliás um de seus melhores amigos no circuito, desde os tempos de juvenil até a despedida do brasileiro do circuito em que participou ativamente de todos os emocionantes momentos, com toda a geração argentina, de Squillari a Del Potro, com o peruano Horna, com o uruguaio Filippini, com os herdeiros de Rios, no Chile, Massu e Gonzalez, com o paraguiao Delgado, um pouco com os colombianos Giraldo e Falla, entre outros.

Lapentti integrou um top 10 histórico na ATP, o último de 1999, em que três jogadores latinos, de distintos países ocuparam lugares entre os 10 melhores do mundo. Guga era o 5º, ele o 8º e Rios, o 9º.  Depois só mesmo os argentinos juntos conseguiram ter presença marcante no top 10.

A aposentadoria de Nicolas Lapentti marca mais uma força latina fora das quadras, depois de Guga já ter parado, Rios há algum tempo, Delgado tendo se despedido há pouco, assim como Horna. Gonzalez se recupera de uma lesão, argentinos novatos no circuito são poucos e atualmente o mais bem ranqueado é Nalbandián, o 21º, seguido por Mônaco (28º) e Bellucci (30º). Parece o fim de uma era. São apenas oito latinos no top 10. Três brasileiros (Bellucci, Mello e Daniel), quatro argentinos (Nalbandián, Mônaco, Schwank e Chela) e um colombiano (Cabal).

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Uma homenagem mais do que especial ao Mestre Thomaz Koch

Koch emocionado entre Marcelino e Aerts

Ontem tive a oportunidade de acompanhar a homenagem para o Mestre Thomaz Koch, na Grande Final do Citigold Masters Tour, em Angra dos Reis e afirmar que foi emocionante ver o Mestre ser ovacionado de pé pelo público presente no Club Med.

Participei ativamente da produção da homenagem, agendando e gravando os depoimentos do Guga, Meligeni, Sá e de todos os tenistas que jogam o circuito com o Mestre e que estavam entre e Rio e São Paulo nas últimas semanas.

Ouvi inúmeras vezes os depoimentos, acompanhei a edição, o ensaio, a inserção de fotos cedidas pelo jornal  O Globo e ainda editei e vasculhei muita informação sobre Koch, para o texto da revista do Citigold Masters Tour, que faz um apanhado geral sobre a carreira do brasileiro.

Ao começar a fazer a pesquisa sobre os feitos de Koch eu mesma me surpreendi com tantas façanhas. Apesar de já conhecê-lo há anos, de ter lido sobre o que alcançou, por ter jogado parte da carreira em uma época em que o tênis não era profissional, muitos dos dados são difíceis de encontrar e pouco divulgados.

Claro que sabia que ele havia vencido o ATP de Washington, mas não me lembrava que a vitória foi sobre Arthur Ashe na final e que ele recebeu o prêmio das mãos da filha do Presidente Richard Nixon, Tricia.

Sabia que ele ainda é recordista da Copa Davis e que ganhou de Bjorn Borg, em Bastad, quando o sueco era número um do mundo? E que ele foi vice-campeão juvenil de Roland Garros duas vezes?

Muitas dessas informações foram me contagiando e aumentando ainda mais a minha admiração por Koch.

Às vezes por ele ser uma pessoa tão bacana, acessível, humilde, agradável, com aquela energia que contagia a todos, nos esquecemos tudo o que ele já fez e continua fazendo pelo esporte brasileiro. Até capitão de equipe brasileira Pan-Americana ele já foi, em Havana e ganhou medalha de ouro.

Talvez até ele se esqueça do que já conquistou ou não fique pensando nisso todos os dias. Leva uma vida como qualquer outro cidadão, com uma intensa paixão pelo esporte e carinho pelos próximos.

Por isso, ao subir ao palco e agradecer a homenagem da Try Sports, afirmou, com lágrimas nos olhos, que agora “vai começar a acreditar que realmente é tudo isso.”

Reproduzo aqui a materia escrita com Lia Benthien, sobre o mestre e o vídeo com os depoimentos da homenagem.

httpv://www.youtube.com/watch?v=rFLIXA1TLXM

O Mestre Thomaz Koch

Principal estrela do Citigold Masters Tour, desde a sua primeira edição, Thomaz Koch fez de 2010 uma de suas melhores temporadas no circuito.

Um dos maiores tenistas brasileiros de todos os tempos, viveu boa parte da sua carreira na era amadora do tênis, quando o ranking não era computado e não havia registros dos principais resultados. Mesmo assim, estima-se que esteve entre os 15 melhores do mundo. Oficialmente, depois da criação da lista, foi o 24º em 1974.

Koch venceu alguns dos maiores nomes do esporte, como Rod Laver, Arthur Ashe, Guillermo Vilas, Ion Tiriac, Andres Gimeno, Manuel Santana, Bjorn Borg, entre outros.

Começou a carreira cedo para os padrões da época. Foi à final do Orange Bowl  de 15 anos em 1960 e à semifinal de 18 por equipes. Três anos depois, além de vencer o Orange Bowl nos 18 anos, foi quadrifinalista, como profissional, do Nacional dos Estados Unidos, hoje US Open, que era jogado na grama. Koch conta que teve dois match points, mas acabou perdendo para o então campeão de Wimbledon, Chuck McKinley. Na época era proibido jogar com sapato de prego, mas McKinley reclamou que a grama estava escorregadia e trouxeram um par para ele. Koch também pediu um, mas disseram que não havia o seu número.

As histórias fazem parte da vida de Koch, um tenista que nunca teve técnico e planejou sozinho a carreira. Viajava meses pelos Estados Unidos e Caribe em troca de prêmios de US$ 25,00 por título. Na Europa não era diferente. Venceu Gstaad e ganhou um relógio como prêmio.

Em Grand Slams, além das quartas do US Open, Thomaz Koch colecionou bons resultados em Roland Garros- duas finais juvenis e como profissional , quartas de simples e duplas- além  do troféu de duplas mistas ao lado de Fiorella Bonicelli. Em Wimbledon foi quadrifinalista de simples e semifinalista de duplas. Na Austrália nunca jogou.

Ganhou torneios na Venezuela, Espanha, Estados Unidos, México, Suíça, Inglaterra e Alemanha. Em Barcelona derrotou Manoel Santana na final. Em Washington, venceu Arthur Ashe e recebeu o prêmio das mãos da filha do presidente Nixon. Para completar suas façanhas, ganhou de Bjorn Borg em pleno saibro de Bastad.

Seu estilo meio hippie, cabelos compridos e fita na cabeça rendeu alguns seguidores. Guillermo Vilas declarou em seu livro que os cabelos compridos, o jeito de andar e a bandana eram para imitar seu ídolo Thomaz Koch.

Recordes na Copa Davis que duram até hoje

Na Copa Davis, Koch é ainda o brasileiro que mais confrontos disputou (44 em 16 anos) e detém todos os recordes da competição no Brasil. É o que tem mais vitórias de simples (46), mais vitórias de duplas (28), mais anos representando o pais (16). É também o nono tenista que mais venceu em toda a história da competição entre nações (74 a 44), é o sétimo, também em toda a história, com maior número vitórias nas duplas e o quarto, ao lado de Mandarino, como melhor parceria no livro dos recordes. Com Koch, o Brasil chegou à semifinal, em 1966 e 1971.

Recordes no Pan-Americano

E também é recordista em medalhas em Pan –Americano –foi ouro em simples e duplas em 1967, em Winnipeg, prata no Brasil em 1963 na dupla mista com Maria Esther Bueno e  bronze em duplas masculino. Alem das medalhas como jogador, Koch foi campeão Pan-Americano como Capitão em Indianápolis (1987) e Havana (1991).

Destaques da Carreira

1960

Final Orange Bowl – 15 anos

1962/63

Duas vezes vice-campeão juvenil de Roland Garros. Perdeu as finais para John Newcombe e Nikola Kalogeropoulos.

Estreou na Copa Davis aos 16 anos.

1963

Campeão Orange Bowl 18 anos (juvenil)

Alcançou o topo do ranking mundial juvenil

Quartas-de-final Nacional dos EUA (atual US Open)

Vice-campeão do GP de Caracas

Vice-campeão do GP de Hilversum

Medalhista de prata nas duplas mistas (Maria Esther Bueno) e bronze nas duplas (Iarte Adams), no Pan-Americano de São Paulo

1964

Campeão do GP de Gstaad (d. Ronald Barnes)

1966

Campeão em Barcelona

Semifinalista da Copa Davis

1967

Quartas-de-final Wimbledon

Campeão Pan-Americano de Simples e Duplas (Edison Mandarino)

1968

Quartas-de-final de Roland Garros

1969

Campeão do GP de Washington com vitória sobre Arthur Ashe na final

Campeão do GP de Caracas – (d. Mark Cox)

1971

Campeão do GP de Caracas em simples (d. Manoel Orantes) e duplas, com Edison Mandarino

Campeão duplas em Macon, com Clark Graebner

Semifinalista da Copa Davis

1974

Semifinalista dos GPS de São Paulo, com vitória sobre Panatta e perdendo para Borg e dos de Teerã e New Jersey

Vice-campeão de duplas em Gstaad, com Roy Emerson

Alcançou a melhor posição no ranking de simples: 24ª

1975

Campeão de duplas mistas em Roland Garros

Campeão de duplas em Istambul com Colin Dibley

Semifinalista do GP de Bastad, com vitória sobre o no. 1 do mundo Bjorn Borg.

Semifinalista do GP de São Paulo, perdendo para Rod Laver.

1976

Vice-campeão em Nuremberg e Khartoum, no Sudão

Semifinalista dos GPS de Buenos Aires e duas vezes em São Paulo.

1979

Campeão da Copa Itaú aos 34 anos

1982

Vice-campeão de duplas do GP de Itaparica com Jose Schmidt

1981

Defendeu o Brasil pela última vez na Copa Davis, com 36 anos de idade.

1983

Vice-campeão de duplas do GP de Itaparica com Ricardo Cano

Alcançou a melhor posição no ranking mundial de duplas, a 60ª

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Depois da vitória de Clijsters, Good Bye Doha.

A vitória de Kim Clijsters sobre Caroline Wozniacki por 6/3 5/7 6/3 e logo depois a de Dulko e Pennetta sobre Srebotnik e Peschke, por 7/5 6/4 marcou o fim da grande temporada do tênis feminino, da WTA. Claro, ainda há a final da Fed Cup e a disputa em Bali, com as jogadores que se sobresaíram em 2010, mas não chegaram entre as top 8, mas para o grande público mundial, o ano chegou ao fim.

Chegou ao fim também a disputa do WTA Championships em Doha, no Qatar.

Durante três anos a capital árabe sediou o mais importante campeonato de tênis do calendário, depois dos Grand Slams.

Próximo destino: Istambul, na Turquia.

Estive em Doha no primeiro ano do evento. Trabalhei para o evento acontecer, fui Media Director internacional da competição e realmente o evento é comparável aos outros Masters que já estive. Não deixa a desejar. A estrutura é de primeiríssimo mundo e tudo para as jogadoras, imprensa, patrocinadores, público é do bom e do melhor.

Mas, mesmo tendo participado do evento e sabendo da importância que a competição tem para o País, que quer se posicionar como um polo esportivo e ganhar cada vez mais espaço no mapa mundi, me questiono quanto ao legado para o povo local e quanto a relevância do torneio na esfera internacional.

Doha já tem um grande campeonato de tênis masculino – ATP e um feminino. Ver estrelas do circuito pelas ruas e pelos luxuosos hotéis da região não é novidade para ninguém.

O país se empenha sim em desenvolver o esporte. É só notar quantos eventos esportivos tem sido dispuatdos por lá ultimamente, mas o quanto isso vai desenvolver o tênis entre os Qataris, não sei precisar e não consigo enxergar muito além. Se não houvesse torneio algum de tênis por lá, aí sim a história poderia ser diferente.

Compartilho da mesma opinião sobre a disputa em Istambul, no próximo ano.

Apesar da Turquia ser um país um pouco mais próximo culturalmente do ocidente do que o Qatar, que contribuição trará para o tênis jogar o Masters por lá.

Pode ser que não esteja pensando globalmente e que esteja sendo muito ocidentalizada. Mas, para mim, estes campeonatos tem que ser disputados em grandes arenas, com tradição no esporte.

Claro que há uma questão financeira importante ao levar os campeonatos para lugares distantes e países que estão tentando se posicionar, mas será que vale a pena?

Será que não teria muito mais valor de marca para a WTA, para os fãs e público, jogar no Madison Square Garden como era feito antigamente ou mesmo em Londres onde hoje competem os homens? Será que os jornalistas de diversas partes do mundo não teriam ido ao torneio, mesmo sem americanas competindo?

A WTA até tentou continuar nos Estados Unidos. Colocou a disputa do Masters em Los Angeles e foi um desastre de público e mídia. O local não tinha tradição no esporte.

Os anos em que o Masters da ATP foi disputado em Houston também foram criticados. Agora, em Londres, parece estar no lugar certo.

Não vou dizer que foi estranho ver o Masters em Lisboa. Parecia algo natural, numa arena coberta, na Europa, onde foi disputado por muitos anos – especialmente na Alemanha. Quando foi para Shanghai nós brasileiros sofremos com o fuso-horário para assistir e compreender o que se passava na Ásia.

Não combinou também. É, devo estar sendo super ocidentalizada, nada globalizada como costumo ser, nada a favor do esporte para todos, mas nestes locais, apesar do esforço dos organizadores, da ATP, WTA, das tenistas, falta aquele algo a mais.

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Depois das declarações de Bellucci, Copa Petrobras promete agitar ainda mais o tênis no Brasil

Bellucci teve contrato com a adidas oficializado nesta sexta (foto de Sarkar/AFP/Getty Images)

A Copa Petrobras ainda nem começou e já está criando polêmica no tênis nacional. Não é pela competição, que aliás é de fundamental importância para o tênis da América do Sul.

Lançada há mais de 10 anos como Copa Ericsson, viu grandes nomes do tênis sul-americano subindo no ranking jogando o Circuito Challenger da ATP do final da temporada.

Nesta sexta, no lançamento oficial da etapa de São Paulo, na Sociedade Harmonia de Tênis, o cabeça-de-chave 1 do torneio e campeão do ano passado, Thomaz Bellucci, ao explicar um dos problemas do tênis no Brasil, acabou exagerando em suas declarações, ao afirmar que não há técnicos competentes no País, além de Larri Passos, treinador que levou Guga ao topo do ranking mundial e o seu, João Zwetsch, atual capitão da Copa Davis.

Não estive no evento de lançamento, nem no almoço que seguiu a coletiva, por isso não gosto de criticar. Não sei qual teria sido o contexto da pergunta. Mas, de qualquer maneira, é sempre bom pensar antes de fazer uma afirmação destas ou estar pronto para aguentar as consequências.

Os repórteres da Tennis View, Edgar Lepri e Fabiana de Oliveira participaram da entrevista e reproduzo aqui a matéria publicada no nosso site, em que Bellucci também fala da derrota na Copa Davis e da semana dolorosa na Índia: “uma semana infeliz no calendário.”

São Paulo (SP) – A etapa paulista da Copa Petrobras foi lançada nesta sexta-feira, na Sociedade Harmonia de Tênis, com a participação dos tenistas Thomaz Bellucci, melhor brasileiro e número 27 do mundo, e Tiago Fernandes, ex-número 1 juvenil. Além de falar da importância de jogar em casa e defender o título de 2009, Bellucci aproveitou para se defender das críticas relacionadas à sua atual fase e à derrota da equipe na Copa Davis, na Índia, e defendeu a maior atuação de ex-profissionais como treinadores.

Para o atual melhor tenista do país, faltam técnicos competentes para alavancar a carreira de um jogador, principalmente depois que ele chega ao top 250. “Faltam técnicos que saibam tirar o potencial dos jogadores. O Larri (Passos, treinador de Fernandes) e João (Zwetsch, seu treinador), por exemplo, são exceções, porque poucos técnicos têm qualidade para treinar jogadores de alto nível”, afirmou.

Bellucci não descarta fazer parceria com um treinador estrangeiro no futuro e enaltece a escassez de treinadores no Brasil. “Às vezes, a solução é um técnico de fora, e isso seria normal no Brasil, pela falta de técnicos que temos”. O paulista de Tietê ainda defendeu uma maior participação de ex-profissionais no tênis atual. “O ex-tenista tem muito a acrescentar e poderia ajudar como técnico. Isso é mais comum no exterior”.

O brasileiro também analisou sua primeira temporada entre os melhores tenistas do mundo e rebateu as críticas à equipe que caiu diante da Índia na Copa Davis, em setembro. “Só joguei torneios grandes neste ano, e às vezes a gente é obrigado a pegar um top 5. É preciso saber lidar com as derrotas, mas acho que fiz um bom ano, principalmente no primeiro semestre, que é mais fácil para tenistas de saibro, e consegui me manter no top 30”.

O tenista reconhece que receberá mais críticas por ser o número 1 do Brasil e precisa saber como enfrentá-las. Sobre a derrota na Davis, ele afirmou que na semana seguinte, quando voltou ao Brasil, ficou três dias sem conseguir fazer nada, pelo desgaste físico e mental da competição e do calendário longo na temporada. “A semana da Davis machucou muito todo mundo que estava lá. Não atrapalhou muito meu calendário, mas não caiu muito bem, pelas viagens longas que fiz. Fico um pouco chateado pelas críticas porque nunca deixei de defender o Brasil”.

Mais informações no www.tennisview.com.br

PS: Em tempo. A adidas confirmou hoje a parceria com Bellucci. O tenista já vinha usando o uniforme da marca há algum tempo, mas o contrato ainda não havia sido oficializado. www.tennisview.com.br

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Guga e Luciano Huck, valeu a pena esperar!

O tênis ontem ganhou um presentão do Guga e do Luciano Huck.

Não contei os minutos de duração da matéria do Luciano com o garoto Rafael, residente da Rocinha e integrante do Projeto Tênis na Lagoa e o Guga, mas foram muitos, entre gravações na maior favela do Brasil, no Rio de Janeiro e em Florianópolis.  Deve ter chegado perto de uma hora.

Guga, Rafael e Luciano Huck (divulgação)

Durante todo esse tempo o assunto foi o tênis e na TV aberta, na TV Globo.

Não queria cair naquela história de novo do nosso Presidente Lula chamando o tênis de esporte de burguês, mas sou obrigada a repetir que exemplos como este do Projeto da Lagoa e do menino Rafael mostram o poder de transformação que esportes como o tênis tem.

Não fosse o tênis, Rafael não teria essa grande chance na vida (além de ter encontrado o ídolo Gustavo Kuerten, batido bola com ele, ganhou um prêmio de R$ 50 mil, sem falar no que o projeto vai se beneficiar com essa exposição).

Desde sempre me lembro do Luciano Huck, ou melhor, da produção do programa dele me ligando querendo agendar a participação do Guga no seu show. Desde a época em que ele ainda era apresentador do H, na Bandeirantes, recebia ligações da produção.

Guga não tinha tempo para atender o pedido apresentador. Incontáveis vezes tive que dizer não à equipe do Huck, já sem nem saber o que dizer. Mas, não era mentira. O Guga não tinha tempo para fazer uma boa participação no programa.

Como tenista profissional, número um do mundo, tricampeão de Roland Garros, campeão da Masters Cup, hoje ATP World Finals – aquele que ele ganhou do Andre Agassi na final, Guga não podia dedicar o tempo necessário para fazer uma matéria dessas, bem feita, com Luciano.

Poderia até ter feito uma participação especial, mas não teria tido o mesmo impacto do que o programa de ontem, onde Guga pôde receber o apresentador em Florianópolis, almoçar com ele, mostrar o escritório, os troféus, o Instituto, pegar um avião, ir ao Rio de Janeiro, bater bola com Rafael e se emocionar também com a história do “guri.”

Clique aqui para assistir  algumas partes da matéria – http://bit.ly/aMlhuP

Imagino que a produção do Huck deva ter me xingado muito nos mais de 10 anos que trabalhei com Guga. Mas o foco dele era na quadra e hoje, com tempo, Guga pode se doar para momentos como este que transformam para sempre a vida de uma pessoa e que fazem “milagres” para o tênis no Brasil.

Fico aqui imaginando quantos “guris” da Rocinha não vão querer começar a jogar tênis também. Quantas vidas agora pode ser que uma raquete e uma bolinha transformem?

O próprio Guga já tinha comentado, há poucas semanas, que tinha gravado o programa e que tinha sido muito bacana, mas eu não tinha ideia que seria tão especial, com tanto tempo e dedicação do Luciano também.

É, acho que valeu a pena todo esse tempo de espera!

PS – Parabéns ao Alexandre Borges pelo Projeto Tênis na Lagoa (é na Lagoa Rodrigo de Freitas no Rio) e pela iniciativa. Sem ele, Rafael não estaria jogando tênis.

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Um pouco de arte na Tennis View com ilustração exclusiva de Nadal

Ilustração de Cesar Paciornik

A ATP divulgou nesta semana dois trabalhos de arte que Rafael Nadal e Roger Federer fizeram, usando bolinhas de tênis com tinta e que serão expostas durante o Barclays ATP World Finals, em Londres, em novembro e depois serão leiloadas para caridade.

Aparentemente Nadal e Federer gostaram da experiência.

No fim do post reproduzo o que eles falaram sobre serem artistas por um dia.

Nesta semana, coincidentemente saiu a edição 108 da Tennis View, com uma página dedicada a arte. É uma ilustração do Rafael Nadal, feita exclusivamente para a revista, por Cesar Paciornik.

Amigo de longa data, Paciornik vem desenvolvendo seu trabalho de ilustrador cada vez mais e quando conversamos sobre fazer uma ilustração para a Tennis View, para mim só teria sentido se fosse de um grande momento, algo marcante.

Fiquei esperando esse momento chegar e com a conquista do Nadal em New York, não tive dúvidas.

Era agora a hora de retratar a vitória inédita de Nadal de uma outra maneira.

Sempre gostei muito do trabalho do César, mas não sabia o que esperar da ilustração. Afinal, nunca tinha visto nada dele relacionado a esporte e muito menos tênis – ele ilustra, entre outros trabalhos, as páginas de política da Folha de S.Paulo -. Fiquei tão encantada quando vi a ilustração que no dia do fechamento consegui mudar a paginação da revista para dar ainda mais destaque a obra do artista.

Normalmente os meus posts acabam entrando no site da Tennis View, mas desta vez sou eu que reproduzo aqui a entrevista que o repórter Edgar Lepri fez com César, em que ele explica como se inspirou para retratar a conquista do US Open, fechando o Grand Slam, do espanhol.

Tennis View – Como surgiu a ideia da ilustração do Nadal?

Cesar Paciornik – Começou com uma brincadeira, quis relacionar a ilustração com o início da matéria, que falava sobre a conquista de Nadal na América. Aí simulei a situação da estátua, com ele segurando a raquete, e no troféu representei os nove títulos de Grand Slam dele. As cores também são uma escolha. O vermelho da camiseta lembra a Espanha e, ao fundo, o azul e o vermelho remetem aos Estados Unidos. Na questão técnica, pensei em tons com pequenas variações e que ficassem bons na impressão.

TV – Você costuma assistir a partidas de tênis?

CP – Não tenho o hábito de parar ou me programar para ver um jogo, mas me interesso por esporte e notícia em geral. Se estiver passando na televisão, gosto de ver, principalmente os grandes jogos, quando a partida é difícil para os dois tenistas. Acho que o tênis ainda precisa de mais inserção e mais praticantes no Brasil.

TV – Como você criou o gosto pela ilustração?

CP – Desde criança, minha mãe estimulou meu irmão gêmeo, Ivan, e eu a desenhar. A gente brincava muito, até fazíamos história em quadrinhos e cada um desenhava uma página. Meu irmão também é ilustrador e estou procurando mais a ilustração editorial, tento criar uma identidade nos trabalhos.

TV – Como é o processo para a criação de uma arte?

CP – Recebo um tema e preciso criar uma imagem que representará um texto ou uma publicidade. Geralmente as ideias precisam ser muito bem trabalhadas, não é algo que surge instantaneamente. A ilustração demanda tempo para ser lapidada, para que cada pequeno elemento tenha significado. A ideia da cabeça precisa ser representada no papel sem perder nada pelo caminho, e acho que esse é o grande truque do artista.

TV – Qual o segredo para passar uma mensagem com a ilustração?

CP – A ilustração tem que deixar que os espectadores interpretem. É preciso saber dosar o subjetivo e o sutil com o explícito e o descarado.

Vida de Artista

Rafael Nadal

“Making the artwork was fun and something I’ve never done before. It’s a great way to celebrate the World Tour Finals coming back to London. It was a little bit of a challenge to put the balls on the silhouette! Of course this is the least we can do for charity and for those who need it the most. It’s very important that people in our position help those who really need help. I’d like to thank everyone for the support they give us.”

Roger Federer

“It was great fun being invited to create my self portrait and I’m excited to see how the finished piece looks. Raising money for charity is always a great thing so already I would like to thank people who will buy these pictures and it’s going to be for a good cause. I’m happy I can help a bit. I am very happy as it is the ninth consecutive year I have qualified for the year-end event. I have played in a lot of different venues during my career and I can say they staged a fantastic event at The O2 last year. I look forward to returning there in November and finishing the season strong.”

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Manhattan / US Open / Manhattan – de ônibus. Encontros com Pasarell, Rusedski, Bollettieri, Alami…

Todos os dias para vir e voltar do US Open pego um ônibus. Não é um ônibus municipal, ou estadual. É o US Open Shuttle. Um ônibus desses de turismo, com capacidade para 40 pessoas sentadas. Alguns com bancos de couro e um sofá em vez das últimas fileiras.

Os ônibus saem, a cada trinta minutos, a partir das 08h00min, de três endereços em mid town Manhattan: hotel Le Parker Meridien, hotel Waldorf Astoria e o Grand Hyatt, hotel, que fica do lado da famosa Grand Central Station e para voltar também saem de meia em meia hora ou 45 minutos após o último jogo.

São inúmeros ônibus diários que a USTA contrata, para nos locomovermos entre Manhattan e Flushing Meadows (estou aguardando números oficiais do US Open).

A viagem dura aproximadamente 30 minutos, dependendo do trânsito e é sempre interessante.

Afinal, com exceção dos jogadores tops que tem os carros Mercedes-Benz à disposição para fazerem esse trajeto – eles tem que ligar e solicitar o carro para o  horário que querem ser pegos no hotel – todos os envolvidos no torneio pegam o ônibus: jornalistas, jogadores, técnicos, familiares, comentaristas, ex-jogadores, empresários, convidados, juízes de cadeira, juízes de linha, o pessoal da ITF, da USTA, ATP, WTA.

O ônibus, muitas vezes, se converte em um lugar perfeito para uma reunião. Eu mesma já fiz algumas. É também um ótimo lugar para encontrar pessoas inesperadas, ou que num evento tão grande quanto o US Open, você não cruzaria.

Outro dia, por exemplo, vim no ônibus com Karim Alami, o ex-jogador marroquino com quem trabalhei em Doha, no Catar, no Sony Ericsson Championships.

Há três dias voltei para Manhattan ao lado de Nick Bollettieri, que foi ovacionado ao entrar no ônibus pela vitória de Ryan Harrisson, que treina na sua academia também. No banco da frente estava Greg Rusedski, sim ele mesmo. O canadense que virou britânico e foi vice-campeão do US Open em 1997, perdendo a final para Patrick Rafter.

Aqui em Nova York, como comentarista para as tvs britânicas, Rusedski também usa o ônibus para se locomover.

Ontem encontrei uma amiga que não austríaca que não via desde Roland Garros e foi ótimo para retomarmos contato e nos atualizarmos.

Hoje quem veio ao meu lado foi Charlie Pasarell, o ex-tenista profissional –  alcançou o 35º posto no ranking mundial / jogou boa parte da carreira quando ainda não havia ranking – que foi vice-presidente da ATP e é o CEO do BNP Paribas Open, o Masters 1000 de Indian Wells.

Durante a viagem, Pasarell falava sobre o sucesso financeiro do US Open. É o maior evento esportivo anual do mundo. Mais de 700 mil espectadores vem ao Billie Jean King National Tennis Center todos os anos.

Mais além, Pasarell explicava que depois de perder mais de US$ 10 milhões no torneio de Indian Wells, resolveram seguir caminho inverso e mudar a maneira de pensar o torneio financeiramente.

Investiram na divulgação para o público e a renda da bilheteria passou a ter valor fundamental na receita total do torneio.

Neste ano 340.000 espectadores foram a Indian Wells. Esses espectadores gastam, em média, segundo ele, US$ 7 com tournament merchandise e isso é garantia de grande retorno financeiro.

Assim, caso algum patrocinador grande dê para trás na última hora, temos como deixar o torneio “saudável.”

O ex-tenista contou também que estão aumentando as vendas de direitos internacionais de televisão, já que nos Estados Unidos não se ganha muito dinheiro com os TV rights e que após quatro anos difíceis, o torneio agora está indo bem e inclusive mais patrocinadores estão aparecendo.

Não é interessante pegar o ônibus para o US Open?

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US Open Tennis – The Heat is on

Aqui no US Open não se fala em outra coisa, “The Heat is On.”

Li hoje de manhã no New York Times que desde 1993 não fazia tanto calor nesta época de US Open.

Raras vezes, nestes anos que venho ao torneio fez frio. É sempre quente, mas um pouco mais fresco à noite e um casaquinho tem que estar à mão em todos os momentos para suportar o ar-condicionado da sala de imprensa, dos restaurantes, do carro.

Neste ano, meu casaquinho só está fazendo a viagem do quarto do hotel para o US Open todos os dias, intacto. E o ar-condicionado da sala de imprensa está ligado no máximo.

Ontem à noite também, preferimos sentar numa mesa outside para jantar no Sushi Samba e dez minutos depois já tinha me arrependido da escolha. O calor às 22h estava de mais.

Ontem já estava vendo algumas entrevistas em que perguntavam aos jogadores se eles gostariam que a ATP aderisse ao “Heat Policy”, como faz a WTA, que permite que as jogadoras façam um break de 10 minutos depois do segundo set, quando a temperatura atinge níveis extremos. (Dizem que a temperatura de manhã estava 36ºC hoje).

Todas as respostas que ouvi dos jogadores da ATP é que mesmo com esse calorão, não deveria haver essa regra para a ATP.

Mesmo Sam Querrey, que admitiu estar sentindo cãibras hoje na partida em que venceu Klhan por 6/3 4/6 7/5 6/4, disse que não e que também não é favor de se construir uma quadra com teto retrátil para que se feche o teto quando estiver muito quente.  “O tênis é um esporte físico. Você deveria ser recompensado pelo trabalho duro. Se você é um jogador que está em forma,  não deve ser prejudicado por isso.”

Baghdatis, eliminado ontem por Clement, disse que estava quente, mas que o calor não o afetou tanto. “Em Cincinnati também estava muito quente, mas já está assim há alguns dias. A gente tem treinado nesse calor. Não foi isso que me fez perder. Estava cansado mental e fisicamente.”

Clement, o vitorioso após mais de três horas de jogo, também afirmou que o calor estava forte, mas que é parte do jogo e que não é a favor de uma regra para altas temperaturas. “Alguns jogadores gostam de jogar quando está quente. Alguns gostam de jogar no inverno, na grama, indoor. Há tenistas que tem melhor físico e é bom enfrentar diferentes condições de temperatura. Sou contra ter uma regra.”

Tenista Americano que mais se destaco no Olympus US Open Series, Mardy Fish também falou sobre o calor. Dez quilos mais magro e ganhando jogo após jogo, Fish disse que está muito quente em NY, mas nada se compara ao que ele e o amigo John Isner enfrentaram na final em Atlanta, há pouco mais de um mês, vencida por ele. “Comparado a Atlanta, aqui está gostoso. Deve estar uns 20 graus a menos e nem tem a umidade. Claro que está calor, mas nem perto do que já passamos neste verão.”

Djokovic, que costuma sofrer com problemas respiratórios e com o físico também, disse ontem, após vencer Troicki em cinco sets, que o calor está aí para todos e que tem que enfrentá-lo, não há o que fazer. “Fui paciente e tentei não entrar em pânico. Estava esperando pela sombra. Passamos por situaçoes extremas muitas vezes.”

Gael Monfils, que venceu Robert Kendrick na segunda-feira, em cinco sets, disse que quando a sombra apareceu na quadra, ele ficou tão feliz que se sentiu num “encontro romântico com a namorada.”

Até mesmo o alemão jamaicano Dustin Brown confessou estar sentindo o efeito do calor. “Vivi na Jamaica durante uns sete oito anos da minha vida e estou acostumado ao calor. Mas hoje está muito quente. Lutei contra ele,” afirmou após a vitória sobre Ruben Ramirez Hidalgo.

Murray que não teve dificuldades para vencer Lukas Lacko, disse que na quadra central não se sente tanto o calor, mas que nas outras é pior. “Senti mais calor quando fui aquecer do que quando jogava.”

Eliminado pelo jovem Ryan Harrison, Ivan Ljubicic disse que o calor foi o seu pior inimigo hoje. “SEmpre tive dificuldade com o calor, durante toda a minha carreira. Já tentei diferentes táticas e nada funciona. Eu tenho muito suor, não me sinto bem, não me movimento bem e o Ryan estava jogando o melhor tênis dele. Acho que a regra que eles tem na Austrália de que quando se chega a uma certa temperatura ninguém joga, é a melhor. Esse break de 10 minutos, da WTA, não ajuda.”

Chela, que também venceu hoje (derrotou Yen HSun Lu(, afirmou ter a sensação de que o tênis pegava fogo.

Mas, ninguém foi mais assunto hoje do que Victoria Azarenka.

Ela caiu na quadra enquanto enfrentava Gisela Dulko, foi levada ao hospital e até sair o comunicado oficial muita gente achava que a queda estava relacionada ao calor.

Eis aqui o official statement:

“I was warming up in the gym prior to my match against Gisela Dulko when I fell while running a sprint.  I fell forward and hit my arm and head.  I was checked by the medical team before I went on court and they were courtside for monitoring. I felt worse as the match went on, having a headache and feeling dizzy.  I also started having trouble seeing and felt weak before I fell. I was taken to the hospital for some medical tests and have been diagnosed with a mild concussion.“

Mas, esse assunto de calor não deve durar muitos dias.

O Hurricane Earl está previsto para chegar na sexta-feira.

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