O saibro azul foi embora e veio o de Roland Garros. Um ano depois de uma das maiores controvérsias da história do tênis, Madri e a sua “Caja Magica,”esperam que o assunto das rodas de conversa mundo afora sejam Nadal, Federer, Sharapova, Serena, Djokovic, Murray, Azarenka e não as más condições das quadras.

Para não deixar os jogadores apreensivos e para tentar apagar a imagem ruim de uma ideia inovadora de Ion Tiriac, que deu errado – um dos principais objetivos do saibro azul era melhorar a visibilidade do jogo na TV -, o torneio atrás das melhores quadras de saibro do mundo. Contratou a equipe qe cuida do saibro de Roland Garros, buscou saibro no Vale do Oise – 1800 toneladas – e começou tudo do zero.
As 17 quadras – 3 cobertas e 14 externas foram destruídas e reconstruídas. Elas foram escavadas mais profundamente, para melhorar o sistema de drenagem, evitar o acúmulo de água e consequentemente que as quadras continuassem escorregadias.
De setembro a abril as quadras ficaram sendo preparadas para receber os melhores tenistas do mundo, com o objetivo de ter as melhores quadras do mundo.

Para acalmar os ânimos dos tenistas – Nadal e Djokovic chegaram a dizer que não jogariam mais em Madri, no ano passado, caso as quadras não voltassem ao normal – e toda uma imagem desgastada, o Mutua Madri Open chamou o ex-tenista, vice-campeão de Roland Garros, Alberto Berasategui para ser um dos embaixadores ativos – relações com os jogadores – do que chamam na Espanha de quinto Grand Slam.
É Berasategui que está conversando com os tenistas e perguntando a opinião sobre as quadras. Todos respondem que está muito melhor, que são ótimas. 
A trajetória do Masters 1000 e do WTA Premier espanhol não tem sido fácil. Apesar de ser um sucesso de público na Espanha, desde que se mudou para a Caja Mágica, em 2009. Lembro de amigos que trabalharam na comunicação do torneio dizendo que foram criticados por muitíssima gente importante do mundo do tênis, reclamando da ‘frieza”do local, do excesso de concreto e da falta de ambiente humano.
A resposta deles é que as plantas e esse ambiente humano cresceriam com o tempo.
O Masters 1000 espanhol foi disputado pela primeira vez em 2002, quando Tiriac conseguiu comprar o evento de Stuttgart. Até 2009 foi disputado em quadra rápida indoor, no fim do ano e só com os homens.
O torneio só passou a ser “combined”quando mudou para a Caja Magica.
Inovador, foi Tiriac quem trouxe, há mais de uma década, modelos para serem pegadoras de bola. Elas, inclusive, vestem roupas da grife espanhola Mango para fazer esta função.
O romeno investe pesado nas ações de marketing, em Madri e está sempre pensando no que é melhor para o público.
Até serviço de manicure, para tenistas e para o público, estará disponível, gratuitamente, na Caja Mágica, através de uma parceria com Yo Dona Nail Bar.
Dentro da área de comunição, uma das inovações deste ano é a implantação de uma Zona Mista no torneio.
Comum em muitos esportes e grandes eventos, a Zona Mista é algo que não acontece no tênis. Foi realizada pela primeira vez nos Jogos Olímpicos, em Londres, com muita ressalvas da ITF e tentativas de que não se realizasse. Mas, no mais tradicional clube de tênis do mundo, o All England Club, a Zona Mista funcionou e agora está sendo testada em Madri.
Mesmo depois de todas as críticas com o saibro azul, Tiriac continua inovando e certamente, como fez desde o primeiro Masters 1000 espanhol, contará com a presença de esportistas famosos, principalmente os jogadores de futebol e muita gente famosa nas primeiras filas da Caja Magica, para mostrar que o tênis precisa, e muito, de todas as atrações extra-quadra.