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Depois dos “Fab Four,” o tênis encontrou seu “Wonder Boy,” com Tomic em Wimbledon

Há algum tempo venho observando, mesmo que de longe, lendo uma coisa aqui outra ali, o Bernard Tomic.

Muito se falou dele, desde que tinha 15 anos de idade, como a esperança do tênis australiano, the next big thing, mas também do relacionamento tempestuoso entre o pai e técnico, John, a Tennis Australia  e até mesmo entre os jogadores mais veteranos.

Parece que só com a entrada de Patrick Rafter – que está em Wimbledon e vem assistindo os jogos no box de Tomic – como capitão da Copa Davis, que a relação melhorou. “Quero trabalhar com o Tomic nas bases do que o pai dele já fez,” disse o vice-campeão de 2001 ontem em Londres.

A ideia era ter escrito sobre o novo “wonder boy” do tênis ontem, mas com tantos jogos na “manic Monday” em Wimbledon foi impossível.

Vi a coletiva de imprensa de um relaxado Tomic e fui pesquisar mais sobre ele antes de escrever, até no meu próprio blog (escrevi sobre ele no começo do ano durante o Australian Open -)

Hoje fiquei surpresa ao ver o pouco espaço que dedicaram os jornais ingleses ao australiano. O foco ficou todo em cima da derrota das irmãs Williams, da lesão do Nadal e claro, de Andy Murray, além da presença do Prince William e da sua senhora, Kate – os Duques de Cambridge.

Eis o que pesquisei. Tomic nasceu em Stuttgart, na Alemanha e se mudou para a Austrália quando tinha dois anos e meio, três e começou a jogar tênis aos cinco. O nome Tomic não soa tipicamente alemão porque os pais tem origens croatas e é por isso que Tomic fala Sérvio e se dá bem com Djokovic.

Aliás, ele fala bem sérvio e não alemão.

Desde o início ele sempre foi treinado pelo pai que controla toda a sua carreira e o garoto prodígio sofreu pressões da Tennis Australia e da mídia pelos seus métodos de treinamento e opções de calendário e respostas mal dadas à Federação e a outros jogadores.

O comportamento sempre foi o maior problema da família Tomic, tanto que o próprio pai John já afirmou que não queria ser conhecido como o próximo Damir, se referindo ao pai de Jelena Dokic.

Com o passar do tempo, desde que começou a chamar a atenção, aos 15 anos de idade, três anos atrás, foi criticado pelos resultados demorarem a aparecer.

Se “salvou” ao avançar à terceira rodada do Australian Open e se tornar o único australiano ainda na competição.

E agora, em Wimbledon, quando todos já falavam do fim do tênis australiano, o que irritou Roger Federer, defendendo Lleyton Hewitt “Vocês falam disso como se o Hewitt não existisse mais. Ele merece respeito e poderia ter ganhado do Soderling. Se tivesse, todo o discurso seria diferente, não é?,”  Tomic surpreendeu.

A história dele remete à daquelas dos grandes campeões que surgem no fim da adolescência. “Boom boom Becker” foi relembrado ontem, afinal Tomic se tornou o jogador mais jovem desde Becker, em 1986 a alcançar as quartas-de-final em Wimbledon.

E ontem, na coletiva, Bernard explicou porque os resultados demoraram um pouco – mas nem tanto – a aparecer. Típica coisa da transição do juvenil para o profissional.

“Well, you know, I was so used to playing a lot of junior tennis, where I got into the habit of playing a lot of defense tennis.  That’s what made me win a few junior titles, where I was really good in juniors.

That’s where players missed, as opposed to here; they don’t miss as much.  I found out, look, if I really want to play against these guys, I have to relax like I do in practice.  That’s when I play my best tennis, in practice.

I know if I play like I do in practice, I’ll play much better in my game. “

Mas a explicação do ex-número três do mundo juvenil e campeão de Grand Slams na categoria não parou por aí:

“It’s got to happen sometime (smiling).

Yeah, I mean, look, I said to myself, you know, I’m going to have a tournament here.  Play well.

Ever since quallies, I tried to play a little bit more relaxed than I’m used to.  I’ve been doing that ever since I qualified.  Davydenko, I played relaxed.  Now I found my game, where I need it be, and that’s to have fun, relax out there, not play under pressure where as opposed to maybe six months ago I was playing a little bit more defensive, not playing my game.

I think now I really learnt the way I should play my game. “

E é isso mesmo que acha outro campeão australiano de Wimbledon, Pat Cash. “Ele é um garoto ótimo, que não tem medo de muito coisa não. Ele vai pra quadra e joga e com a vantagem de que nem muita gente sabe como jogar contra ele”

 

Tomic, que veio do qualifying – aliás ele é o primeiro qualifier a alcançar as quartas-de-final desde Vladimir Voltchkov que foi semifinalista no ano 2000 e que inclusive passa completamente desapercebido por Wimbledon e só tem o gostinho dos dias de glória quando vai pra quadra bater bola com Maria Sharapova. Sim, a russa o chamou para ser hitting partner na temporada de grama- e vem afirmando rodada após rodada que não esperava estar onde está, também explicou a sua relação com Djokovic, seu próximo adversário. “Treinamos algumas vezes juntos e nos damos bom porque a gente fala a mesma língua.”

Como dizem os especialistas que gostam de contar depois que estavam no lugar, no momento em que o fato aconteceu, estamos tendo a oportunidade de ver o Tomic “grow up in front of our eyes. A Star in the making”

 

 

 

 

 

 

 

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Canadense de 20 anos, nascido em Montenegro e comparado a Philippoussis é a surpresa do Australian Open

Comparado a Philippoussis, o canadense nascido em Montenegro, Milos Raonic, aos 20 anos, é a grande surpresa do Australian Open. Por enquanto.

Se o sábado foi de tristeza para os australianos, com a última esperança de sucesso no Grand Slam, Sam Stosur perdendo para Petra Kvitova, já que de Bernard Tomic, só esperavam mesmo por um milagre para que ele derrotasse Rafael Nadal, no Canadá e em Montenegro, o fim de semana é de festa.

Milos Raonic, de 20 anos, 1,96m, derrotou o cabeça-de-chave 10, Mikhail Youzhny, por 6/4 7/5 5/6 6/4 e está nas oitavas-de-final do Grand Slam, depois de ter vindo do qualifying.

Com um saque impressionante como uma de suas principais armas – deu 31 aces em Youzhny -, alto e moreno, já vem sendo comparado pela mídia australiana a Mark Philippoussis. “Era um dos caras que eu mais gostava de ver jogar quando era criança,” confessou o canadense.

Canadense, mas nem tanto. Nascido em Montenegro, Raonic se mudou para o Canadá com a família, em 1994 e apesar de se considerar canadense, mantém fortes laços com o país europeu. O tio é vice-presidente da nação e os dois irmãos residem por lá. “Vou constantamente para visitar.”

Mas, é pelo Canadá que ele joga e não pretende mudar de nacionalidade. Todo o seu tênis foi desenvolvido na América do Norte, mais especificamente em Toronto, onde treinou nos últimos três anos, com a equipe da federação canadense.

Há três meses se mudou para Barcelona, para treinar com um ex-companheiro de Guga, Galo Blanco, contratado pela Tennis Canada, ou seja, mesmo morando na Espanha, quem financia a carreira do jovem Raonic é a federação canadense. “Inclusive a minha programação de torneios e viagens é discutida com o pessoal da Tennis Canada,” explica o jovem com cara de criança ainda, próximo de entrar no top 100.

Atualmente colocado no 152º posto na ATP, deve garantir um lugar entre os top 100, independente do resultado da próxima rodada contra o espanhol David Ferrer.

A federação canadense já pode ao menos começar a celebrar o resultado do investimento que vem fazendo há algum tempo, contratando inclusive Bob Brett para gerenciar o programa de desenvolvimento, para ver o tênis brilhar além das duplas com Daniel Nestor.

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Tomic, o “garoto problema” da Austrália que pode enfim estar se tornando a solução. Aos 18 anos é o único australiano na 3ª rodada em Melbourne.

Por essa nem os australianos esperavam. O “garoto problema,” Bernard Tomic, fez valer o tão controverso wild card recebido para integrar a chave principal do Grand Slam, derrotou Feliciano Lopez e está na terceira rodada em Melbourne. Será o único do País a jogar no fim de semana e enfrentará o número um do mundo, Rafael Nadal.

A mídia australiana que já se preparava para escrever somente do tênis feminino, ganhou material de presente e com certeza, nos próximos dias é só dele que vai se falar daquele lado do mundo.

Aos 18 anos de idade, Tomic, com seu 1,95m de altura – e pode ser que ainda cresça mais -, e seus dois títulos de Grand Slam juvenil (ganhou o Australian Open em 2008 e o US Open em 2009), já conseguiu causar mais tumultos com a Tennis Australia do que muito jogador em toda a sua carreira.

Muito devido ao pai e técnico John Tomic.  Foi John que recusou um pedido de treinamento do clã Hewitt, em Wimbledon, há dois anos. Imagina, um juvenil recusando um convite de Hewitt para treinar o que causou de estranheza por parte dos australianos. Foi John também que brigou com juízes em um torneio Future há pouco tempo.

Há um ano, no Australian Open, com o seu segundo wild card seguido em mãos, reclamou do horário em que jogou – e perdeu em cinco sets – contra Cilic na segunda rodada. “Era muito tarde. Estou acostumado a dormir cedo.”

Foi John também que deixou o filho longe das quadras durante boa parte do segundo semestre do ano passado, colocando inúmeros pontos de interrogação na cabeça dos dirigentes do tênis australiano.

Há poucas semanas, o menino se viu envolvido em outra controvérsia quando decidiu não disputar o play-off pelo wild card no Australian Open. O pai enviou um comunicado com um comprovante medico alegando que o filho estava doente. Mas, qual não foi a surpresa dos dirigentes ao saberem que nos mesmos dias da competição “Bernie” estava treinando em casa, em Queensland. John saiu em defesa do filho e disse que o obrigou a treinar mesmo doente.

Diante destas situações só mesmo um bom resultado para provar que todo o trabalho que a Austrália, país que acolheu os Tomics – Bernard nasceu na Alemanha e a família se mudou da Croácia para a Austrália em 1996 – vem tendo, não está sendo em vão.

Sem garantia de um convite para a chave principal do Australian Open, Tomic foi jogar o qualifying do ATP de Sidney. Derrotou três top 100 na sequência – Kunitsyn, Berrer e Kubot – para perder na estreia para Dolgopolov e assim merecer enfim o convite para a chave principal em Melbourne, dado por Todd Woodbridge, chefe do tênis profissional e pelo capitão da Copa Davis, Patrick Rafter.

Bernard já entendeu que precisa melhorar a relação com os dirigentes do tênis australiano e com duas vitórias importantes no Grand Slam – derrotou Jeremy Chardy na estreia e passou por Feliciano Lopez, por 3 sets a 0 – começa a provar a que realmente veio.

Com patrocínio desde o início dos anos de juvenil, Tomic está sendo considerado um novo “Miloslav Mecir,” pelo seu jeito nada ortodoxo de jogar e a maneira de se posicionar em quadra.

Ele mesmo afirma que gosta de surpreender os adversários com suas jogadas estranhas e que um de seus pontos fortos é saber identificar rapidamente o ponto fraco do adversário.

Atualmente na 199ª posição no ranking mundial, é o adolescente mais bem colocado na ATP e se diz pronto para tentar surpreender Nadal. Diz que vai se preparar para não ficar com sono caso jogue à noite.

A Austrália agora se prepara para abraçar o novo herói que vem procurando há algum tempo para substituir Lleyton Hewitt e dar continuidade à tradição de Rosewall, Roche, Newcombe, Rafter, entre muitos outros ídolos surgidos daquele lado do mundo.

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