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Fim de semana é de Copa Davis, mas quem ganha as honras é Andre Agassi no Hall da Fama

O fim de semana é de Copa Davis e as notícias, com a derrota dos Estados Unidos por 2 a 0, no primeiro dia de confrontos com a Espanha, no Texas, onde Andy Roddick reside, tomaram conta do noticiário Americano. Mas, neste sábado, o tênis vive outro momento histórico: Andre Agassi entrará para o Hall da Fama.


Faz poucos anos todos se emocionaram e se surpreenderam com o discurso apaixonado de Agassi para a esposa Steffi Graf, quando ela entrou para o Hall.

Neste sábado é o dia de Agassi. Marcelo Melo e André Sá que estão jogando o ATP de Newport, localizado no complexo do Hall da Fama, terão a oportunidade única de assistir este momento, antes de tentarem uma vaga na final da competição.

Sempre quis ir até Newport conhecer o tal Hall da Fama. Depois de ter visitado os museus de Wimbledon e de Roland Garros, sempre fica uma vontade de querer conhecer ainda mais a história do nosso esporte. Sempre digo que vou antes ou depois do US Open, mas acaba nunca acontecendo. Até minha irmã já esteve lá em uma viagem recente pela região.

Mas, voltando ao Agassi, para mim, o que sempre me marcou do americano foi a capacidade dele de mover multidões, de emocionar as pessoas, de ser o maior embaixador do tênis mundo afora.

Não vivi a época de John McEnroe, Jimmy Connors e Bjorn Borg para saber o quanto as atitudes, vitórias e derrotas ecoavam mundo afora, mas não me lembro de ter visto uma única pessoa trazer tanto para o esporte.

O livro, “Open,” no início tão contestado – fui das primeiras a ler e a contrariar todos que não haviam lido dizendo que era uma obra prima – virou best seller mundial e através dele, Agassi continua atraindo gente para o esporte. Tenho amigos que nunca jogaram tênis, assistiram campeonatos ou conhecem o esporte, leram o livro, se encantaram e acabaram virando fãs de tênis e de tudo o que esporte pode te trazer como pessoa.

Agassi sempre disse, em inúmeras entrevistas e encontros, que o seu objetivo principal era poder mudar a vida das pessoas, seja num jogo, seja num olhar, seja numa ação, na vitória ou na derrota.


Lembro, há mais de 10 anos, em um US Open, quando estávamos vendo um treino dele e minha irmã, a outra, não a mesma, foi pedir um autógrafo para ele na saída, em uma foto que ela mesma havia tirado. Agassi estava cercado de seguranças e de pessoas pedindo o mesmo autógrafo. Ao ver a foto, parou, olhou nos olhos da minha irmã e autografou a mesma.

Já tive outros breve encontros com Agassi e ele sempre faz questão de olhar nos olhos das pessoas. E isso faz uma diferença enorme.

Longe das quadras desde 2006, Agassi se dedica hoje a conseguir não apenas verba – ele já levantou mais de U$ 30 milhões para a Andre Agassi Foundation / Andre Agassi Preparatory School, que fornece educação para crianças desfavorecidas da região de Las Vegas e já teve até uma turma encaminhada para a Universidade. Ele quer mudar o sistema educacional. Já falou até no Congresso Americano.

Agassi está em Newport com as pessoas que fizeram parte da sua carreira, como Gil Reyes, Darren Cahill, o empresário e jogará uma partida exibição ao lado de Brad Gilbert. Para ele, o principal objetivo deste fim de semana, é chamar mais ainda a atenção dos Estados Unidos para o sistema educacional e conseguir que sejam feitas reformas. Mas, como ele mesmo disse ontem, “uso esses eventos muito para isso, mas não sei o que esperar da cerimônia. Já vi muita gente vir para cá achando que não seria nada de mais, que seria mais uma homenagem e acabar se emocionando muito.”

Escrevi, escrevi e escrevi e não mencionei quantos títulos de Grand Slam Andre Agassi tem e que foi número um do mundo. Foram oito trofeus, ele completou o ciclo, o Grand Slam, ao vencer Roland Garros em 1999, mas tudo que ele fez como pessoa e esportista vão muito além dos trofeus que ele tem na estante da casa em Las Vegas.

Ah, quem for a Newport, no Hall da Fama, poderá ver imagens de Agassi, na exposição, “From Changing the Game, to Chaning Lives”

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Bjorn Borg, 30 anos depois, faz sucesso vendendo cuecas e chama McEnroe para fazer design de underwear também

Hoje em dia o tênis vive em torno do quarteto mágico formado por Nadal, Djokovic, Murray e Federer, com alguns intrusos ocasionais, como foi o caso de Tsonga neste Wimbledon. Mas há 30 anos era de Bjorn Borg e John McEnroe que se falava. Há 30 anos exatamente eles faziam a final mais comentada de Wimbledon da história, até os recentes embates entre Nadal e Federer, mas mesmo assim, ainda se fala dela e muito.

Tanto se fala que a HBO, nos EUA, lançou um documentário chamado Fire & Ice sobre a rivalidade dos dois, livros estão sendo lançados novamente e a mítica continua.

Tão diferentes quanto eram em quadra, a vida dos dois pós tênis profissional tomou rumos diferentes.

McEnroe continuou 100% envolvido com o esporte. É comentarista na maioria dos Grand Slams para grandes redes de televisão, joga ativamente o Champions Tour e o Champions Series, tem uma academia em NY, a John McEnroe Tennis Academy, participa de eventos beneficentes, encontra os jogadores mais jovens do tour, enfim, está presente com frequência. Quando é chamado para grandes eventos que possam beneficar o tênis mundo afora, também participa.

Já Borg não costuma aparecer tanto assim. Esperavam que ele estivesse em Roland Garros para ver Nadal igualar seu recorde, mas ele não apareceu. Sem alardes, estava ontem no Royal Box, em Wimbledon, assistindo as semifinais.

Joga apenas um outro torneio do circuito senior, faz poucas aparições, não tem academia de tênis e faz sucesso mesmo hoje em dia, fora das quadras, vendendo cuecas.

Eu já estava pensando em escrever um post sobre o sucesso das cuecas Bjorn Borg de tanto andar, em diferentes cidades da Europa e ver a marca em lojas próprias ou em grandes magazines.

Entrei em algumas, vi que também há roupas de tênis, o que não tinha no começo, mas é com as cuecas, com a linha de underwear que ele ganhou o mundo, ou melhor, a Europa novamente. 

São coloridas, festivas e em diferentes modelos.

Uma cueca Bjorn Borg custa mais do que uma cueca Dolce Gabbana. Confirmei isso num grande magazine da Holanda ontem, o V&D – a de Borg estava sendo vendida a 19 Euros e a D&G, a 15.

Ontem, quando vi o Borg assistindo o jogo, tive o empurrão que faltava para escrever sobre as cuecas do ex-número um do mundo.

Ao receber hoje cedo o press release com a notícia de que ele chamou o ex-rival McEnroe para fazer uma série limitada desenhada por ambos, não acreditei.

Como parte das comemorações dos 30 anos do maior jogo da história, cada um fez dois modelos de cuecas e pela primeira vez uma cueca da marca Bjorn Borg sai com o nome de uma outra pessoa – John McEnroe -escrito no elástico.

A edição que deve ser lançada mundialmente no início de agosto será limitada e parte da renda será doada para a John and Patty McEnroe Foundation.

“Adorei a ideia assim que me falaram. É uma oportunidade maravilhosa de me juntar ao John e ganhar dele em novos territórios,” disse Borg – os dois já estão competindo para ver quem vai vender mais cuecas.


Lembro há alguns anos quando estive na Hungria e vi uma loja Bjorn Borg, de cuecas, achei a coisa mais estranha. Afinal, Borg já tinha se dado mal com uma linha de roupas décadas atrás e não combinava muito.

Mas, o negócio pegou, deu certo e qual não foi a surpresa, ao ver, numa foto do Rio Champions, no ano passado, do nosso fotógrafo João Pires, o Safin vestindo cuecas Bjorn Borg – não, não vimos o Marat só de cueca, apareceu um pouco acima do shorts.

A marca Bjorn Borg existia desde essa época – anos 80 – que não deu certo, mas a partir de meados dos anos 1990 um grupo de investidores resolveu ressurgir com o nome na moda, na Suécia, mas só ganhou força a partir de dezembro de 2006 quando a empresa, the GROUP, adquiriu os direitos mundias e iniciou a expansão.

Os maiores mercados da marca, entre os 23 países em que operam, são a própria Suécia e a Holanda. Não há nenhuma loja, nem venda na América do Sul  – o mais próximo são os Estados Unidos mesmo.

Ah, e para a minha surpresa, o primeiro objetivo da empresa para o próximo ano é aumentar em 10% o uso de material orgânico na confecção. Responsabilidade social está em todos os lugares, até mesmo nas cuecas.

E quem diria, que 30 anos depois, seria uma cueca que uniria Borg e McEnroe novamente. 

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Uma homenagem mais do que especial ao Mestre Thomaz Koch

Koch emocionado entre Marcelino e Aerts

Ontem tive a oportunidade de acompanhar a homenagem para o Mestre Thomaz Koch, na Grande Final do Citigold Masters Tour, em Angra dos Reis e afirmar que foi emocionante ver o Mestre ser ovacionado de pé pelo público presente no Club Med.

Participei ativamente da produção da homenagem, agendando e gravando os depoimentos do Guga, Meligeni, Sá e de todos os tenistas que jogam o circuito com o Mestre e que estavam entre e Rio e São Paulo nas últimas semanas.

Ouvi inúmeras vezes os depoimentos, acompanhei a edição, o ensaio, a inserção de fotos cedidas pelo jornal  O Globo e ainda editei e vasculhei muita informação sobre Koch, para o texto da revista do Citigold Masters Tour, que faz um apanhado geral sobre a carreira do brasileiro.

Ao começar a fazer a pesquisa sobre os feitos de Koch eu mesma me surpreendi com tantas façanhas. Apesar de já conhecê-lo há anos, de ter lido sobre o que alcançou, por ter jogado parte da carreira em uma época em que o tênis não era profissional, muitos dos dados são difíceis de encontrar e pouco divulgados.

Claro que sabia que ele havia vencido o ATP de Washington, mas não me lembrava que a vitória foi sobre Arthur Ashe na final e que ele recebeu o prêmio das mãos da filha do Presidente Richard Nixon, Tricia.

Sabia que ele ainda é recordista da Copa Davis e que ganhou de Bjorn Borg, em Bastad, quando o sueco era número um do mundo? E que ele foi vice-campeão juvenil de Roland Garros duas vezes?

Muitas dessas informações foram me contagiando e aumentando ainda mais a minha admiração por Koch.

Às vezes por ele ser uma pessoa tão bacana, acessível, humilde, agradável, com aquela energia que contagia a todos, nos esquecemos tudo o que ele já fez e continua fazendo pelo esporte brasileiro. Até capitão de equipe brasileira Pan-Americana ele já foi, em Havana e ganhou medalha de ouro.

Talvez até ele se esqueça do que já conquistou ou não fique pensando nisso todos os dias. Leva uma vida como qualquer outro cidadão, com uma intensa paixão pelo esporte e carinho pelos próximos.

Por isso, ao subir ao palco e agradecer a homenagem da Try Sports, afirmou, com lágrimas nos olhos, que agora “vai começar a acreditar que realmente é tudo isso.”

Reproduzo aqui a materia escrita com Lia Benthien, sobre o mestre e o vídeo com os depoimentos da homenagem.

httpv://www.youtube.com/watch?v=rFLIXA1TLXM

O Mestre Thomaz Koch

Principal estrela do Citigold Masters Tour, desde a sua primeira edição, Thomaz Koch fez de 2010 uma de suas melhores temporadas no circuito.

Um dos maiores tenistas brasileiros de todos os tempos, viveu boa parte da sua carreira na era amadora do tênis, quando o ranking não era computado e não havia registros dos principais resultados. Mesmo assim, estima-se que esteve entre os 15 melhores do mundo. Oficialmente, depois da criação da lista, foi o 24º em 1974.

Koch venceu alguns dos maiores nomes do esporte, como Rod Laver, Arthur Ashe, Guillermo Vilas, Ion Tiriac, Andres Gimeno, Manuel Santana, Bjorn Borg, entre outros.

Começou a carreira cedo para os padrões da época. Foi à final do Orange Bowl  de 15 anos em 1960 e à semifinal de 18 por equipes. Três anos depois, além de vencer o Orange Bowl nos 18 anos, foi quadrifinalista, como profissional, do Nacional dos Estados Unidos, hoje US Open, que era jogado na grama. Koch conta que teve dois match points, mas acabou perdendo para o então campeão de Wimbledon, Chuck McKinley. Na época era proibido jogar com sapato de prego, mas McKinley reclamou que a grama estava escorregadia e trouxeram um par para ele. Koch também pediu um, mas disseram que não havia o seu número.

As histórias fazem parte da vida de Koch, um tenista que nunca teve técnico e planejou sozinho a carreira. Viajava meses pelos Estados Unidos e Caribe em troca de prêmios de US$ 25,00 por título. Na Europa não era diferente. Venceu Gstaad e ganhou um relógio como prêmio.

Em Grand Slams, além das quartas do US Open, Thomaz Koch colecionou bons resultados em Roland Garros- duas finais juvenis e como profissional , quartas de simples e duplas- além  do troféu de duplas mistas ao lado de Fiorella Bonicelli. Em Wimbledon foi quadrifinalista de simples e semifinalista de duplas. Na Austrália nunca jogou.

Ganhou torneios na Venezuela, Espanha, Estados Unidos, México, Suíça, Inglaterra e Alemanha. Em Barcelona derrotou Manoel Santana na final. Em Washington, venceu Arthur Ashe e recebeu o prêmio das mãos da filha do presidente Nixon. Para completar suas façanhas, ganhou de Bjorn Borg em pleno saibro de Bastad.

Seu estilo meio hippie, cabelos compridos e fita na cabeça rendeu alguns seguidores. Guillermo Vilas declarou em seu livro que os cabelos compridos, o jeito de andar e a bandana eram para imitar seu ídolo Thomaz Koch.

Recordes na Copa Davis que duram até hoje

Na Copa Davis, Koch é ainda o brasileiro que mais confrontos disputou (44 em 16 anos) e detém todos os recordes da competição no Brasil. É o que tem mais vitórias de simples (46), mais vitórias de duplas (28), mais anos representando o pais (16). É também o nono tenista que mais venceu em toda a história da competição entre nações (74 a 44), é o sétimo, também em toda a história, com maior número vitórias nas duplas e o quarto, ao lado de Mandarino, como melhor parceria no livro dos recordes. Com Koch, o Brasil chegou à semifinal, em 1966 e 1971.

Recordes no Pan-Americano

E também é recordista em medalhas em Pan –Americano –foi ouro em simples e duplas em 1967, em Winnipeg, prata no Brasil em 1963 na dupla mista com Maria Esther Bueno e  bronze em duplas masculino. Alem das medalhas como jogador, Koch foi campeão Pan-Americano como Capitão em Indianápolis (1987) e Havana (1991).

Destaques da Carreira

1960

Final Orange Bowl – 15 anos

1962/63

Duas vezes vice-campeão juvenil de Roland Garros. Perdeu as finais para John Newcombe e Nikola Kalogeropoulos.

Estreou na Copa Davis aos 16 anos.

1963

Campeão Orange Bowl 18 anos (juvenil)

Alcançou o topo do ranking mundial juvenil

Quartas-de-final Nacional dos EUA (atual US Open)

Vice-campeão do GP de Caracas

Vice-campeão do GP de Hilversum

Medalhista de prata nas duplas mistas (Maria Esther Bueno) e bronze nas duplas (Iarte Adams), no Pan-Americano de São Paulo

1964

Campeão do GP de Gstaad (d. Ronald Barnes)

1966

Campeão em Barcelona

Semifinalista da Copa Davis

1967

Quartas-de-final Wimbledon

Campeão Pan-Americano de Simples e Duplas (Edison Mandarino)

1968

Quartas-de-final de Roland Garros

1969

Campeão do GP de Washington com vitória sobre Arthur Ashe na final

Campeão do GP de Caracas – (d. Mark Cox)

1971

Campeão do GP de Caracas em simples (d. Manoel Orantes) e duplas, com Edison Mandarino

Campeão duplas em Macon, com Clark Graebner

Semifinalista da Copa Davis

1974

Semifinalista dos GPS de São Paulo, com vitória sobre Panatta e perdendo para Borg e dos de Teerã e New Jersey

Vice-campeão de duplas em Gstaad, com Roy Emerson

Alcançou a melhor posição no ranking de simples: 24ª

1975

Campeão de duplas mistas em Roland Garros

Campeão de duplas em Istambul com Colin Dibley

Semifinalista do GP de Bastad, com vitória sobre o no. 1 do mundo Bjorn Borg.

Semifinalista do GP de São Paulo, perdendo para Rod Laver.

1976

Vice-campeão em Nuremberg e Khartoum, no Sudão

Semifinalista dos GPS de Buenos Aires e duas vezes em São Paulo.

1979

Campeão da Copa Itaú aos 34 anos

1982

Vice-campeão de duplas do GP de Itaparica com Jose Schmidt

1981

Defendeu o Brasil pela última vez na Copa Davis, com 36 anos de idade.

1983

Vice-campeão de duplas do GP de Itaparica com Ricardo Cano

Alcançou a melhor posição no ranking mundial de duplas, a 60ª

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