Tag Archives: Brasil Open

A tetralogia do tênis

Lembro, há mais de 10 anos, quando conheci o jornalista argentino Eduardo Puppo, dele me falar que estava escrevendo o livro com a história do tênis do seu país e que o trabalho era enorme. Claro, imaginei. Os argentinos tem muito mais tradição no tênis do que os brasileiros.

Sempre que o encontrava perguntava como andava o livro e ele falava que estava complicado, que parecia que nunca ia terminar e até achei que tivesse desistido de continuar a obra.

Até que nesta semana recebo fotos do lançamento da Tetralogia, da “História del Tenis en la Argentina”, de Puppo e do também jornalista Roberto Andersen.

Imediatamente mandei um email para parabenizar o colega e pedir mais informações sobre o longo trabalho realizado.

E que longo. Descubro que foram 54 anos de de trabalho para concluir mais de 600 páginas, em três volumes e mais um e-book. Mais de 5.700 fotos e momentos marcantes da história do tênis argentino lembrado por grandes nomes da história do tênis mundial e por diversos jornalistas e dirigentes.

O nosso mestre Thomaz Koch escreve um capítulo sobre Guillermo Vilas; Bud Collins, talvez o mais conhecido jornalista de tênis mundo afora, disserta sobre o esporte na Argentina; Martina Navratilova, John McEnroe, Maria Esther Bueno, Manoel Orantes, entre outros também escrevem no livro. Gabriela Sabatini, Martin Jaite, José Luis Clerc, são apenas alguns dos nomes que colaboraram com a obra.

E nada mais propício para lançar o livro, que conta a história desde 1877 até a final da Copa Davis contra a Espanha, no ano passado, do que a Copa Claro, o ATP 250 de Buenos Aires, que acontece nesta semana, depois do Brasil Open.

Mais bonito do que ver os livros prontos – por enquanto só por imagens – foi ver a presença dos grandes nomes da história do tênis no lançamento, incluindo a musa Sabatini.

Mais uma vez temos que parabenizar nossos “hermanos”argentinos que preservam a sua história e recentemente lançaram um “Hall da Fama do Tênis Argentino.”

Mais informações sobre a Tetralogia no www.tenniscom.com – ou na página do Facebook http://www.facebook.com/pages/Historia-del-Tenis-en-la-Argentina-Andersen-Puppo

Leave a Comment

Filed under Uncategorized

De Sauípe para São Paulo. Uma boa mudança.

Trocamos o desembarque no aeroporto de Salvador, aquela sensação de bafo do verão da Bahia, a viagem de uma hora de ônibus para o complexo hoteleiro da Costa do Sauípe, por uma ida de carro, na capital paulista, de casa até o Ginásio do Ibirapuera.

Trocamos a vista de praia, mar, coqueiros, por carros e a arquitetura de São Paulo, a caminhada a pé dos quartos para as quadras, por um transporte das proximidades da Avenida Paulista – para os jogadores – até o Ibirapuera.

Trocamos os jantares no Spadaccino, na vila do Sauípe, por jantares nos melhores restaurantes de São Paulo.

Mas, principalmente, trocamos o conforto do resort já nem tão cinco estrelas assim, pelo público, pelo clima de um verdadeiro ATP 250 que o Brasil merece.  Até mesmo os jogadores – conversei com alguns – , sem as facilidades e comodidades encontradas no Sauípe, estão gostando da mudança.

Já faz alguns anos que o Brasil Open, na Costa do Sauípe, não era o mesmo. Depois da aposentadoria do Guga, coincidindo com a decadência do complexo na região, havia alguma coisa muito importante faltando no torneio, o elemento humano.  Não vamos desdenhar de anos gloriosos no Sauípe. Foram jogos emocionantes e momentos que ficarão marcados para sempre na carreira de muitos jogadores – especialmente na do Guga – e na minha também.

Mas, não adianta. É o público que faz a diferença em qualquer torneio do mundo. Cada um com as suas características.

Qual é a graça jogar no lugar mais bonito do mundo, por exemplo, se não houver público para assistir.

Imagina jogar naquela quadra central de Monte Carlo, sem gente em volta?
E ainda, em São Paulo, temos o diferencial do público que está indo ao Ibirapuera gostar de tênis, conhecer os tenistas e vibrar com essa rara oportunidade de termos algumas das estrelas do circuito por aqui.

Claro que por ser o primeiro ano da competição oficial no Ibirapuera, ainda faltarem ajustes a serem feitos. Há informação desencontrada, problemas de estacionamento – a sugestão é que você vá de taxi ou metrô – e apenas uma lanchonete, entre outros por menores, mas que não atrapalham no olhar geral do evento.

Os stands de patrocinadores estão superbem montados e os que investiram um pouco mais estão tendo um retorno bacana. A loja da ASICS vive cheia. A marca trouxe para o Ibirapuera a sua linha completa de tênis, com bastante outfits para as mulheres e todos com o logo do Brasil Open e da ATP. Há também a linha de roupas com proteção UV e os últimos modelos de tênis da marca, sem falar nos acessórios.

Para completer, tudo o que torneio precisava era um grande jogo, como o de ontem, em que o Verdasco salvou quatro match points para avançar às quartas-de-final.

Com isso, encontrou todos os ingredientes para um bom torneio de tênis para o público.

 

(Fotos – Verdasco/Dalia Gabanyi – João Souza na loja da Asics no Brasil Open – João Pires)

2 Comments

Filed under Uncategorized

Dolgopolov, “The Dog,” é A atração deste Brasil Open

Ele não é o nome mais conhecido do Brasil Open, nem o mais bem ranqueado na ATP. É o 32º do ranking mundial e cabeça-de-chave 4  do do torneio, atrás de Nicolas Almagro, Albert Montañes e Thomaz Bellucci, mas Aleksander Dolgopolov é talvez a principal atração do ATP brasileiro.


Quadrifinalista surpresa do Australian Open, o Brasil Open é o primeiro torneio que Dolgopolov está jogando depois do sucesso em Melbourne.

Chegou a Bahia gripado, depois de ter passado pelos -10ºc da Ucrânia, seu país, no caminho para o Brasil, mas parece já estar quase recuperado.

Acompanhado do técnico australiano Jack Reader, o ucraniano está parecendo mais um conterrâneo do treinador, do que natural da gélida Ucrânia. À vontade em Sauípe, circula com tranquilidade pelas dependências do resort e com aparência sempre sossegada.

Ao cruzar com ele no caminho do hotel para as quadras, não se parece mesmo com um tenista top, estrela, que há duas semanas estava nas quartas-de-final do Australian Open. Mas hoje, em quadra, na sua estreia na segunda rodada – saiu de bye – derrotou Ruben Ramirez Hidalgo por 7/5 6/3, mostrando toda habilidade que o levou longe no Grand Slam, com golpes variados e a mesma tranquilidade com quem passeia entre os coqueiros da Costa do Sauípe.

Com um inglês fluente, sem qualquer sotaque do leste europeu, “The Dog,” como o chamam no circuito, disse que está feliz de voltar a jogar no saibro, “onde jogou 90% da vida, mas que ainda está se readaptando à superfície, depois de muitas semanas na quadra rápida.”

Além de torcer pelos brasileiros, assistir o filho do ex-treinador de Medvedev jogar, é uma das atrações desta 11ª edição do Brasil Open.

Para quem quiser saber mais sobre Dolgopolov e sua história fiz um post bem completo sobre ele, durante o Australian Open – http://gabanyis.com/?p=2295

Enhanced by Zemanta

1 Comment

Filed under Uncategorized

Dolgopolov, o filho do treinador de Medvedev está nas 4ªs do Australian Open, com técnico australiano

Alexandr Dolgopolov  depois de 19 anos no circuito mundial avançou nesta segunda-feira às quartas-de-final de um Grand Slam pela primeira vez na carreira, ao derrotar o sueco Robin Soderling por 1/6 6/3 6/1 4/6 6/2 e enfrentará Andy Murray em busca de uma vaga na semifinal do Australian Open.

Após vencer Jo-Wilfried Tsonga na Terceira rodada e com a vitória sobre Soderling, Dolgopolov se transformou na grande surpresa em Melbourne.

Aos 22 anos de idade, 19 no circuito, alcançou o melhor resultado da carreira e aparecerá, na semana que vem, na sua melhor posição no ranking mundial. Atualmente é o 46º. Há um ano não estava nem perto dos top 100.

Mas, vida de jogador top não é novidade para Dolgopolov. Desde os três anos de idade ele viaja o circuito mundial. Acompanhava o pai Oleksandr, técnico do ucraniano mais famoso do tênis, Andrei Medvedev, que chegou a ser o quarto colocado no ranking mundial e vice-campeão de Roland Garros, em 1999.

“Eu não lembro muito bem de todos os jogadores, mas muitos brincavam comigo. Sabe como é, quando tem uma criança no circuito, todo mundo brinca com ela,” contou Dolgopolov  em entrevista coletiva concorrida, após derrotar Soderling.

“Os que eu mais me lembro são o Muster e o Rosset. Eles passavam bastante tempo comigo.”

O tenista até tentou chegar longe ao lado do pai Oleksandr, mas o excesso de convivência estragou a relação pai treinador e quando o jovem atingiu 19 anos, resolveu seguir o caminho nas quadras sem o mentor de Medvedev.

Para alegria dos australianos, que agora encontraram alguém para torcer, depois das derrotas de todos os jogadores australianos na terceira rodada ou antes do Grand Slam, Dolgopolov escolheu um técnico da Austrália para guiá-lo. “Mais do que no meu tênis em si, o Jack Reader – treinador – me ajudou na parte mental e física.”

Técnico mais conhecido dos torneios menores, Reader contou aos jornais australianos que o mais difícil foi fazer o tenista reencontrar o prazer de jogar tênis. “O vi jogar a primeira vez há alguns anos, na Europa e dava para ver que el era muito talentoso. Mas, como ele estava no circuito desde muito criança, até ele mesmo esperava muito dele.”

Para treinar com Reader, Dolgopolov está na Austrália desde o fim de novembro e deve ser adotado como um local, neste Australian Open sem heróis  nacionais.

Ah, Dolgopolov está inscrito para disputar o Brasil Open, no mês que vem!

Enhanced by Zemanta

1 Comment

Filed under Uncategorized