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Grande Rogerinho “Espero que o pessoal tire de cabeça que só jogo no saibro”

Rogerinho foi grande hoje no US Open. O “Little Roger,” marcou mais uma vitória para ficar na história da carreira, vencendo o canadense Vasek Pospisil, salvando sete match points, por 4-6 3-6 7-6(9) 6-2 7-6(10). De presente, vai enfrantar Nadal na próxima rodada e o objetivo principal é “desfrutar”do momento.

us open new york

Quem desfrutou da vitória do Rogerinho fui eu. Finalmente consegui assistir um jogo neste US Open, ou melhor meio jogo. Quase não acreditei quando cheguei na quadra 14 e não havia um lugar para sentar e praticamente tive que ficar nas pontas dos pés para conseguir assistir o jogo.  (A partida começou ontem, mas foi interrompida pela chuva – Rogerinho perdia por 2 sets a 0 quando iniciou uma reação no terceiro set, com o canadense com um break acima. Venceu o 3º no tie-break por 11/9 e ganhava de 4/0 no quarto set, com Pospisil sentindo cãibras no corpo inteiro.  Mais um game e o canadense provavelmente teria desistido. Mas, veio a chuva e o jogo foi interrompido para continuar hoje.)

Com o sol queimando, bem diferente do vento e da temperatura mais amena que fazia ontem, o público sentava e levantava das arquibancadas de metal e alternava entre aplausos e gritos para Rogerinho – os brasileiros continuam comparecendo em peso ao US Open – e gritos e de Go Vasek.

Rogerinho e Pospisil alternavam boas jogadas, algumas incríveis do brasileiros, com erros fáceis, provavelmente devido ao desgaste mental de uma partida com duração de dois dias e que esteve perto do fim na segunda-feira, antes de ser interrompida, para os dois tenistas.

Mas, Rogerinho foi um pouco mais forte mentalmente. Aguentou até o fim. Ficou lá, no jogo, concentrado, tentando a vitória até o último momento. Viu o canadense, 40º do ranking mundial e semifinalista do Masters 1000 canadense, ter mais cinco match points – teve dois ontem – e não se entregar. O resultado foi a vitória, uma ovação em quadra, o público de pé para o brasileiro lutador de 29 anos que veio do qualifying. E pelo terceiro ano seguido a passagem à terceira rodada do US Open.

Pouco depois da partida encontrei o Rogerinho no “Media Center”e batemos um bom papo sobre o jogo, a quadra rápida e o Nadal!

O jogo

O jogo mexeu muito com o mental. Foi um jogo totalmente atípico. Tinha salvado 2 match points no 3º set. No 4º ele sentiu o físico. A hora que ele ia desistir do jogo começou a chover, mas o cara lá de cima sabe o que faz. Fui dormir tranquilo. Venho trabalhando duro e se fosse para ganhar – salvei mais cinco match points depois – e passar para 2ª rodada e enfrentar o Nadal ia acontecer. Acordei hoje disposto a trabalhar de novo e fui gratificado com a vitória.”

us open flushing meadows dutra silva

O ambiente na quadra 14

“ Acho muito legal isso. Grand Slam é outra energia. Tinha muito brasileiro me dando força, até uma galera querendo ser técnica e gritando: faz isso, faz aquilo e foi muito bacana. Peguei essa energia. Eu gosto muito disso, gosto dessa gritaria, que nem Copa Davis.  É uma energia muito boa. Sou um cara que jogo bem com isso. Estou muito feliz.”

Melhor Grand Slam da carreira US Open e não Roland Garros

“Espero que o pessoal tire um pouco isso da cabeça que o Rogerio Dutra Silva só joga no saibro. Já ganhei torneio na quadra dura, é o 3º ano na segunda rodada do US Open. Espero que o pessoal lembre um pouco que eu mudei um pouco o meu estilo de jogar e hoje estou conseguindo jogar em alguns tipos de piso diferente. Venho trabalhando para isso. O pessoal vem me ajudando – ele está aqui com João Zwetsch e Paulo Santos – com isso também, na parte física e mental, para poder jogar em todos os tipo de quadra.”

Nadal

“O principal vai ser o foco, respeitando ele desde o começo, desde agora na verdade, mas tentanto fazer o meu melhor, tentando ficar focado. Não tenho nem o que falar. O cara já ganhou não sei quantos Grand Slams.Estou animado, feliz. A responsabilidade de vitória é dele. Vou tentar fazer o meu melhor.”

Sorte ou azar?

“Acho que vai coroar a minha carreira. Jogar contra esses caras, vai ficar marcado. Vou tentar desfrutar de enfrentar o Nadal desde agora até depois do jogo.”

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Direto de NY – as emoções da conquista de Bruno Soares no US Open e um pouco de história

Sou uma privilegiada. Assisti hoje, pela quarta vez, um brasileiro ganhar um Grand Slam. Foi a minha primeira final com um jogador do Brasil no US Open. As outras três foram em Paris, em Roland Garros, com o Guga. Há algo especial nestes dias, nestes momentos e ver Bruno Soares se tornar o quarto brasileiro campeão de Grand Slam, com a russa Ekaterina Makarova, nas duplas mistas, foi tão emocionante quanto o jogo. 

 

Acordei cedo hoje, olhei pela janela, o céu estava cinza e havia muito vento. Saí do quarto um pouco antes das 10h. Queria chegar cedo a Flushing Meadows e às vezes tem um trânsito horrível nessas horas de Manhattan para cá. 10h30 já estava no complexo. Fui comer um bagel com cream cheese no restaurante da imprensa, mas já estavam recolhendo o café-da-manhã e fui ver se o Bruno estava aquecendo no Arthur Ashe Stadium.

Ele já estava de saída. Cruzei com o técnico do mineiro, Marcio Torres e ele me disse que os dois, Soares e Makarova haviam aquecido muito bem.

 

Dei uma volta pela sala dos jogadores para ver quem estava por lá. Encontrei a esposa do Bruno, a Bruna e voltei para a sala de imprensa, para pedir o ingresso para sentar no Court Side seat – aqueles lugares bem pertos da quadra. Temos acesso livre no nível abaixo do da arquibancada, mas para sentar a poucas cadeiras da quadra, precisamos de um ticket especial.

 

Peguei o ingresso e fui para a quadra. Quando entrei, Bruno e Makarova já estavam dando entrevista no túnel que leva à quadra. Bruno entrou primeiro e em seguida, Makarova entrou com flores na mão e uma menina andava atrás segurando sua raqueteira. Era o clima da final.

 

Os quatro jogadores foram apresentados e começou o jogo. O resultado todo mundo viu. Bruno e Makarova precisaram salvar dois match points para vencer Kveta Petschke  e Marcin Matkowski por 6/7(8) 6/1 12/10.

 

Estar no estádio neste momento, ver a cerimônia de premiação sendo preparada, Mary Joe Fernandez entrevistando o brasileiro, o discurso dele sendo aplaudido, os fotógrafos e muitos, entrando para registrar a entrada do brasileiro para o seletíssimo grupo de brasileiros campeões de Grand Slam, ao lado de Maria Esther Bueno, Thomaz Koch e Gustavo Kuerten, foi emocionante.

 

Pensava em como sou privilegiada, depois dos três títulos do Guga em Roland Garros, poder acompanhar o próximo que foi este, 11 anos depois, ouvir na sala de imprensa no alto falante anunciarem os campeões de duplas mistas Soares e Makarova, na coletiva; Chegar na sala de coletiva principal e ver o troféu de duplas mistas na mesa, entre os nomes de um brasileiro e uma russa; ver o Bruno dando entrevista em inglês e depois ser trasladado para uma sala de entrevistas menor para falar com os brasileiros, com o rapaz do anti-doping atrás e surgindo pergunta atrás de pergunta e depois ele sendo levado para entrevistas exclusivas, uma rotina de campeão, o troféu sendo levado embora pelo guardião do mesmo, é o que há de mais interessante e especial num Grand Slam. Afinal, desde que comecei minha carreira profissional, há pouco menos de 20 anos, isso só aconteceu quatro vezes.

 

 O fato se torna mais especial, pois o Bruno é um daqueles garotos gente boa e que eu tive a oportunidade de acompanhar desde o início da carreira de juvenil, com a Tennis View (encontrei a primeira vez que ele apareceu em uma foto na revista, foi na edição 16, em 1999, há 13 anos) e com ele sendo junior na Copa Davis, na época em que o Guga liderava a equipe. Fizemos materias com ele desde que jogava o Banana Bowl, sentimos a ausência por dois anos quando ele se lesionou e quando ele chegou à semifinal de Roland Garros, nas duplas, em 2008, depois de ter começado a temporada praticamente sem ranking, eu também estava lá.

 

Perguntei para o Bruno então o que isso tudo significava para ele e a resposta foi a de que “é muito especial e muito assustador.”

 

Ele lembrou novamente de Thomaz Koch, a primeira pessoa que o fez sonhar, do Guga e falou que “se tornar o quarto jogador do Brasil a ganhar um Grand Slam é muito, muito especial. Estou muito feliz e esse título agora vai ficar marcado na minha carreira para sempre.”

 

Continuei com a pergunta, tentando saber se como muitos falam, passou o filme da carreira dele na cabeça, quando beijou o trofeu. “Passou muito coisa, o juvenil, os dois anos de lesão que foi uma fase indefinida, a minha decisão acertada de decidir focar nas duplas, mas o que mais pensei foi no meu pai – falecido em junho. Queria muito que ele estivesse aqui. Ele está fazendo falta, mas tenho certeza que ele está assistindo. Ele e a minha mãe fizeram todos os sacrifícios para eu poder jogar.”

 

Quis saber também do campeão do US Open, o que ele achava que esse título representava para o Brasil e Bruno foi rápido na resposta, esperando que traga “mais investimento, mais projetos e mais patrocinadores para o tênis brasileiro. Temos um ciclo olímpico de exatos quatro anos para trazer coisas boas para 2016.”

 

Ao lado de Marcelo Melo e André Sá, com Thomaz Bellucci também, Bruno forma o quarteto de jogadores brasileiros que representam o Brasil o ano todo no circuito. São eles, só eles, que levam o nome do País às finais de ATPs, a enfrentar os jogadores tops, a fazer o Brasil sonhar com uma medalha olímpica e agora ele foi recompensado com o trofeu do US Open de duplas mistas.

 

Parabéns, Bruno. É um prazer, um privilégio e uma honra acompanhar a sua carreira tão de perto, fazer parte da história do tênis do Brasil.

 

 

 

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Direto de NY – Um bate papo com o finalista do US Open, Bruno Soares… e com Makarova

Amanhã vou assistar a minha quarta final de Grand Slam com um brasileiro em quadra. Já assisti muitas outras, mas nada se compara a ver alguém do seu país, alguém que você conhece há muitos anos, em quadra, jogando por um dos mais cobiçados trofeus do mundo. A partir das 13h (Brasília), Bruno Soares, com a russa Ekaterina Makarova, jogam a final de duplas mistas, no Arthur Ashe Stadium, contra a checa Kveta Peschke e o polonês Marcin Matkowski.

 

Claro que não dá para comparar as três finais de Roland Garros do Guga, até porque trabalhava com ele, com a final de duplas mistas do Bruno Soares do US Open, mas não deixa de ser uma final de Grand Slam. E para o Brasil, uma muito importante. Depois do Guga erguendo os três trofeus em Paris, só Marcelo Melo jogo uma decisão de Grand Slam, em Roland Garros também, com a americana Vania King, em 2009. Eles perderam para Liezel Huber e Bob Bryan.

Antes, Jaime Oncins, em 2001, o ano do tricampeonato de Guga, foi vice de mistas, com Paola Suarez. Perderam para os espanhóis Tomas Carbonell e Virginia Ruano Pascuall. Essa eu assisti antes da final do Guga. A do Marcelo eu já tinha ido embora de Roland Garros.

 

Nem sempre nos Grand Slams, com tanta coisa acontecendo, especialmente nas primeiras rodadas, consigo ver jogos de duplas mistas. Mas, por acaso, do Bruno, assisti todos e todos os dias bati um papo com ele após as partidas.

 

O de hoje foi com a Makarova junto. Ela joga a segunda final de Grand Slam da carreira. Foi vice de duplas mistas com Levinski, no Australian Open, há dois anos.

 

Claro que perguntei se ela estava falando alguma coisa de português. Respondeu que apenas obrigado e o Bruno, de russo, teve que fazer um esforço para lembrar como se falava spaseeba, o obrigado deles. Mas, lembrou que vamos é Davaj.

 

Mas, o que eu queria saber mesmo era o motivo do sucesso da dupla. Bruno, no primeiro jogo, me contou que acabou jogando com Makarova por acaso, depois de não ter entrado na chave com a parceira de sempre, a australiana Jarmila Gajdosova.

 

Foi Makarova quem respondeu: “Às vezes acontece isso, de você se sentir bem com o parceiro e me sinto muito à vontade com o Bruno.”

 

Para Bruno, o diferencial de Makarova em relação a outras parceiras que ele jogou é a devolução de saque. “Normalmente as mulheres que jogam bem simples, devolve bem saque e ela devolve muito bem – é a 41ª em simples – , o que faz com que a gente consiga quebrar o saque do homem também. Ela tem um timing muito bom, então não dependemos somente da quebra de saque da mulher, que é o normal na dupla mista. Hoje, por exemplo, quebramos três vezes o saque do Cermak. Às vezes ela até devolve melhor o saque do homem do que da mulher.”

 

O mineiro revelou que inclusive hoje, no jogo contra os checos Cermak e Hradecka, a russa foi fundamental no quarto game do segundo set. “A gente estava ganhando meio que no piloto automático. Estava 6/3 1/0 40/0. Comecei a ver lá na frente, a sentir um pouco que estávamos perto da final, perdi o saque, eles mantiveram o deles e no ½ foi um game duro. Ela segurou o game e fomos para cima. Foi o game mais importante do jogo.”

 

Avaliações técnicas a parte, queria saber do Bruno da sensação de estar na final de um Grand Slam. “É a realização de um sonho. Desde que comecei a jogar e a conhecer um pouco mais do esporte, a entender a importância do Grand Slam sempre quis jogar uma final. Quando eu falo que estar na final é o sonho, é porque fico visualizando esse momento, da quadra, de uma decisão e sempre tive isso na cabeça, que queria jogar a final de um Grand Slam. Mas, claro que quero ganhar. Hoje dei o primeiro passo do sonho. Agora falta o segundo.”

 

Makarova, mais experiente, disse que vai conversar com Bruno antes do jogo. “Jogar duplas mistas é divertido. Estou acostumada a jogar com todas essas meninas na simples e amanhã, na final, queremos vencer.”

Volto no ponto da emoção e da história de uma final de Grand Slam e quando pergunto quem é que vem à cabeça de Bruno quando ele pensa numa final de Grand Slam, ele me surpreende e responde Thomaz Koch. “Quando eu tinha uns 11, 12 anos treinei com o Thomaz e o Domingos Venâncio, no Rio, então lembro muito dele. Foi nessa época que comecei a entender da história do esporte e quem tinha sido o jogador Thomaz Koch. Ele é um gênio. Claro que depois vem o Guga e o Jaime também. Estava em Roland Garros quando ele fez a final com a Paola Suarez. Mas, o cara que mais me marcou foi o Thomaz.”

 

E Thomaz Koch está em NY. “Converso com ele todos os dias.”

 

Thomaz é o único brasileiro a ter um título de Grand Slam de duplas mistas. Foi em 1975, com a uruguaia Fiorela Bonicelli, em Roland Garros. Eles ganharam do chileno Jaime Fillol e da americana Pam Teeguarden, por 6/4 7/6.

 

A final, claro é no Arthur Ashe Stadium e Bruno pisará na quadra central do US Open, pela primeira vez, para jogar a final que tanto sonhou e que é tão importante para o tênis do Brasil.

 

 

 

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Rogerinho: “Quero ter cada vez mais experiências como esta”

Para quem pensou em parar de jogar tênis há três anos, Rogério Dutra Silva até que fez bonito. Enfrentou nesta sexta, em NY, no Arthur Ashe Stadium, o sérvio atual campeão do US Open, Novak Djokovic e apesar do placar de 6/2 6/1 6/2 para o número dois do mundo, o paulista, 112º da ATP, gostou da experiência e quer mais.

 

Durante todo o tempo em que esteve na maior quadra de tênis do mundo, com capacidade para 23.000 pessoas, Rogerinho ouviu seu nome diversas vezes, com o público incentivando e aplaudindo as diferentes jogadas que ele tentou fazer diante de Djokovic. O brasileiro também foi ovacionado ao sair da quadra e até elogiado pelo campeão sérvio. “O placar não refletiu o que foi o jogo.”

 

Depois da partida, sorridente e feliz com a experiência, Rogerinho foi até entrevistado por jornalistas estrangeiros, que perguntaram da sensação de jogar um game de 15 minutos (o segundo do segundo set). “Eu estava cansado. Estava tentando fazer alguma coisa para machucá-lo- no jogo –  e não conseguia.”

 

Mesmo assim, Rogerinho continuou tentando até o final. “Tentei jogar de fundo, jogar mais rápido, variar, trocar bastante bola, mas o nível deles – Djokovic, Nadal, Federer e Murray – é muito, muito alto.”

 

Apesar do placar, Rogerinho disse ter gostado da experiência e ter tirado uma lição da partida. “Gostei muito. Nunca tinha enfrentado um campeão de US Open, número dois do mundo e nem chegado perto da quadra central. Fiquei lisonjeado de poder enfrentá-lo e agora é ir para a quadra amanhã e continuar trabalhando para cada vez enfrentar esses caras.”

 

Enquanto dava entrevista após o jogo, o paulista lembrou dos momentos difíceis em que esteve perto de abandonar o esporte, há três anos. “Eu ia parar mesmo. Até que o Larri me convidou para treinar na academia dele e foi uma reviravolta total. Não estou mais tão novinho – 28 anos – mas para mim foi um super aprendizado essa partida.”

 

Rogerinho, um dos tenistas mais guerreiros dessa geração de brasileiros, volta para casa e espera poder representar o Brasil no confronto da Copa Davis contra a Rússia, em São José do Rio Preto.

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Rogerinho Dutra Silva sobe um importante degrau na carreira com vitória no US Open

Já estava querendo escrever um post sobre o Rogerinho desde que ele foi campeão em Campos, na MasterCard Tennis Cup, há pouco menos de um mês. Mas, emendando um evento no outro, nem sempre conseguimos fazer tudo e hoje, mesmo querendo que o meu dia tivesse 48 horas, Rogerinho merece essa dedicação.

A vitória dele hoje na chave principal do US Open – d. o qualifier Louk Sorensen (IRL) por 6/0 3/6 6/4 1/0 des. na quadra Grand Stand, a primeira vitória em um Grand Slam, na primeira participação que fez, entrando de lucky loser, foi especial. Mostrou, que independentemente do adversário ter um ranking bem inferior ao seu (o irlandês é o 618º e Dutra Silva o 114º), ele soube aproveitar a oportunidade e está na segunda rodada em New York. Dos 128 jogadores que começaram a disputa do torneio na 2ª feira, só 64 continuam vivos em Flushing Meadows e Rogerinho está entre eles e subindo um degrau bem importante na carreira. Resultado do trabalho que ele se dispôs a fazer, como ele mesmo contou quando estava em Campos, há dois anos. É fruto da mudança dele de São Paulo para Camboriú para treinar no Instituto Larri Passos e mudar de atitude, contar com uma estrutura mais profissional e também de ter alguém acreditando nele como o Larri. O próprio Larri chegou a me dizer “quando ninguém acreditava nele, eu acreditei.”

Rogerinho conta que passou por momentos difíceis, mesmo depois de já estar na academia do técnico Larri Passos, em que ele treinava, treinava e treinava e os resultados não vinham. Perdia em qualifyings de Challengers, ou em rodadas iniciais.

Faltava algo para ele subir alguns degraus e hoje ele subiu o maior deles, depois dos que ele vinha subindo nos últimos meses. Ganhou vaga e marcou vitória para o Brasil na Copa Davis. Foi avançando em torneios Challengers. Ganhou o maior torneio da carreira, em Campos, vencendo jogos duros, tendo que salvar match point e devolvendo o título ao Brasil depois de cinco temporadas com gringos no topo do pódio.

Agora foi oficialmente convocado para disputar o Pan de Guadalajara e depois de perder na última rodada do qualifying em Flushing Meadows, entrou na chave com a desistência de Robin Soderling, está na segunda rodada do maior torneio do mundo, bem próximo de entrar para o top 100. Ah e o próximo adversário é Alex Bogomolov Jr., 44º colocado no ranking mundial. Um russo naturalizado Americano, de 28 anos, que assim como Rogerinho, 27, está no melhor momento da carreira.

Tudo isso comprova que como sempre dizia o meu mestre Larri Passos, “não está morto quem peleia,” lembrando um ditado gaúcho. E que com trabalho, trabalho, trabalho e trabalho, você chega lá.

PS – fotos do João Pires

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