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Memórias do tricampeonato de Guga em Roland Garros

Normalmente agora eu deveria estar escrevendo sobre a conquista de Na Li em Roland Garros. A primeira chinesa a vencer um Grand Slam, depois de ter derrotado Francesca Schiavone por 64 76. Mas, amanhã dia da final masculina faz 10 anos do tricampeonato de Guga em Roland Garros e depois de responder inúmeras entrevistas sobre aquelas duas semanas do ano 2001 na capital francesa, dar informações para os jornalistas nos últimos meses, tendo feito parte dessa história, vou contar um pouquinho do que lembro.

Estava tentando, sem ajuda de computador e papéis a lembrar tudo o que havia se passado naquelas três semanas em Paris. Sim três semanas, porque o Guga chegava sempre uns 5, 6 dias antes do torneio começar para treinar.

Confesso que minha memória já foi melhor. Claro que lembro da estreia contra o Coria e de toda a expectativa gerada em torno desse jogo, dos jornalistas argentinos falando “cuidado com o Coria, ele pode ganhar do Guga.” Claro que Guga não deu muitas chances ao argentino…

Lembro muito bem do jogo contra o Michael Russell e da sensação que eu senti estando ao lado do Larri e do Rafael assistindo o jogo, quase perdido, num dia de muito frio em Paris e vendo tudo se transformar quando ele salvou o match point. Lembro do meu amigo jornalista Fernando Eichenberg me perguntando após a partida se eu tinha ideia de quantas trocas de bola aquele match point teve? Não tinha ideia na hora, mas nunca me esqueci. Foram 28.  É claro na minha mente a alegria do Guga depois daquela vitória e a emoção dele ao vencer o jogo. Ainda lembro da expressão do Larri olhando pra mim e dizendo, quando ele começou a desenhar o coração na quadra naquele dia: “O que ele está fazendo?” Estava demonstrando todo o seu amor ao torneio, ao público francês, à quadra central e agradecendo a sensação que havia passado naquele momento, algo que ele diz até hoje nunca ter sido superado.

Depois vieram as vitórias sobre o Kafelnikov e o Ferrero, bem mais tranquilas do que as do ano 2000. Havia muita especulação também em cima do Ferrero. Ele havia vencido o Guga na final de Roma e praticamente estava cantando vitória, fazendo aparições para a imprensa com passeio no Senna, photoshoots, etc… Falou, falou, falou, mas quem arrasou foi Guga que o derrotou em três sets.

A final, depois de um primeiro set complicado, foi uma curtição. Quando começou a disputar o terceiro set Guga já sentia que ia ganhar o tricampeonato e foi curtindo com a torcida, com todo mundo aquele momento e claro, todos nós também.

Depois de tentar lembrar de todos esses momentos – a festa depois no Terra Samba e as fotos no dia seguinte no Sacre Couer – fui procurar meus arquivos de press releases que eu havia escrito naquele Roland Garros e fiquei emocionada lendo o material e relembrando que foi naquele ano que Kafelnikov apelidou Guga de o Picasso das quadras; foi naquele ano também que Guga ganhou o trofeu da ITF de melhor do mundo e em vez de ficar na festa de Gala no Bois de Boulogne, fomos jantar churrasco brasileiro; Encontrei menções também às presenças de Leonardo e Rodrigo Pessoa torcendo por Guga e do vice-campeonato de Jaime Oncins nas duplas mistas em Paris.

Ah, não esqueço que de tanto trabalho nem tive tempo para me trocar antes de irmos pra festa… Fui das últimas a deixar Roland Garros naquele domingo de 2001, sempre contando com a companhia do amigo e que esteve ao meu lado durante quase toda a carreira do Guga, Paulo Carvalho. 

Vou reproduzir aqui alguns dos textos que achei mais bacanas que escrevi naquele Roland Garros 2001.

GUGA SALVA MATCH POINT E ESTÁ

NAS QUARTAS-DE-FINAL DE ROLAND GARROS

 

 

Brasileiro teve a vitória do coração.

 

Gustavo “Guga” Kuerten está nas quartas-de-final de Roland Garros. Com uma vitória emocionante, à base de muita luta, Guga virou um jogo praticamente perdido e venceu o norte-americano Michael Russell, por 3 sets a 2, parciais de 3/6 4/6 7/6 (3) 6/3 6/1, em um espetáculo de 3h25min de duração, na quadra central de Roland Garros, que terminou com o brasileiro ajoelhado no meio de um coração, que ele mesmo desenhou. Na terça-feira, em horário ainda indefinido, Guga enfrenta o russo Yevgeny Kafelnikov, em busca de uma vaga na semifinal do Grand Slam.

 

Atual campeão do torneio, Guga acordou cedo neste domingo para enfrentar o norte-americano. Quando a partida começou o termômetro marcava 11o.C na quadra Philippe Chatrier e o vento fazia a temperatura parecer ainda mais fria. Guga saiu sacando, mas perdeu o seu serviço no terceiro e no quinto game, deixando Russell fazer 5/1. No 5/2, Guga devolveu uma quebra, mas não foi suficiente para reverter a situação do set e no game seguinte, no saque de Guga, com uma direita paralela, Russell fez um set a zero.

 

No segundo set, a partida seguiu equilibrada até o 3/4, quando Guga perdeu o seu saque. No game seguinte, o catarinense devolveu a quebra, mas no 4/5 não conseguiu manter o seu serviço novamente e com outra bola paralela, desta vez de esquerda, Russell fez 2 sets a 0.

 

Na terceira série, o norte-americano que veio do qualifying, parecia estar ainda mais no jogo, continuando a jogar bolas na linha e a estragar qualquer tipo de jogada que Guga tentava fazer. No 2/3 ele quebrou o serviço do número um do mundo e fez 2/4. Em seguida, sacou e fez 2/5 e no 3/5 sacou para ganhar a partida e esteve bem perto disso. Guga teve dois break points, não converteu e Russell chegou ao match point. Depois de um ponto muito disputado, com uma bola na linha, Guga escapou de deixar a quadra e aí sim conseguiu quebrar o saque do norte-americano e levar a decisão do set para o tie-break. Confiante depois de haver vencido um set no tie-break no jogo contra Alami, Guga não deixou dúvidas de que não queria entrar no avião e voltar para o Brasil. Entrou firme na hora do desempate e com uma devolução de saque para fora de Russell, fechou a série, com 7/3 no tie-break.

 

Um pouco mais aliviado no quarto set e jogando mais solto, Guga ficou adiante no placar do jogo pela primeira vez ao quebrar o serviço de Russell no segundo game e só precisou manter o seu saque para empatar o jogo em dois sets. Com um ace Guga fechou a série e entrou no quinto set, em que conseguiu três quebras de saque para vencer a partida, no primeiro, quinto e último game. No 5/1, no segundo match point, Guga cravou um smash na quadra e celebrou uma das maiores vitórias de sua carreira.

 

Emocionado, Guga desenhou um coração na quadra de saibro com a sua raquete, ajoelhou no meio dele e agradeceu a torcida que o apoiou durante toda a partida.

 

“Eu sou muito emotivo e hoje tive uma das melhores sensações da minha vida em uma quadra de tênis. Foi muito especial e talvez um dos dias mais felizes que eu já tive,” disse Guga, que não planejava desenhar o coração na quadra. “Foi uma coisa do momento. Eu estava com uma sensação incrível que eu não tenho muitas vezes e foi a maneira que eu encontrei de agradecer ao público, que influenciou muito a minha vitória de hoje.”

 

Sem nunca ter enfrentado Russell antes na carreira, Guga contou que encontrou dificuldades com o jogo do norte-americano no início do jogo. “Ele jogou o melhor tênis dele numa situação muito difícil. Eu nunca tinha jogado com ele e estava mais defensivo do que agressivo. Ele estava me frustrando e bloqueando todo o tipo de jogada que eu tentava fazer, até que chegou um momento em que eu fiquei mais tranquilo e saí de uma zona de segurança para uma de risco e as bolas na linha, a esquerda paralela, o saque, tudo começou a funcionar. Saí do fundo do poço para o paraíso. Na hora que estava tudo praticamente perdido, terminado a bola pegou na linha, entrou e quando o jogo terminou me senti o homem mais feliz do mundo por alguns minutos. Ganhei uma recompensa por todo o trabalho que eu venho fazendo. Muita gente me viu treinando aqui às 20h durante alguns dias e essas coisas de repente fazem a diferença e me fizeram acreditar que eu poderia ganhar.”

 

Feliz com a vitória, antes de iniciar as entrevistas para as televisões internacionais, Guga brincou, querendo saber se ninguem havia tido um ataque do coração no Brasil, por causa do seu jogo. “Em poucos segundos me tiraram e me colocaram de novo no torneio e agora estou aqui, nas quartas-de-final, em vez de estar arrumando as malas para entrar no avião. Já não tenho mais nada a perder e provavelmente vou jogara bem mais solto daqui pra frente.”

 

Esta é a quarta vez que Guga alcança as quartas-de-final em Roland Garros e a segunda consecutiva, tendo sido campeão em 1997, 2000 e quadrifinalista há dois anos. Com 11 vitórias seguidas no Grand Slam francês, Guga (Banco do Brasil/Diadora/Head/Globo.com/Motorola) voltará a competir na terça-feira, enfrentando um velho rival, campeão do torneio em 96, o russo Yevgeny Kafelnikov (7o. colocado no ranking mundial e 8o. na corrida dos campeões), de quem ganhou nas duas vezes em que ergueu o troféu de campeão em Paris, também nas quartas-de-final. “Já vou entrar na quadra com essa vantagem,” brincou ele, que no total, já enfrentou Kafelnikov oito vezes, vencendo cinco, inclusive a última, no Masters Cup de Lisboa.

 

Tenista número um do mundo e terceiro colocado na Corrida dos Campeões, Guga já garantiu 250 pontos no ranking mundial e outros 50 na Corrida. Se passar por Kafelnikov fica com 450 e 90, respectivamente.

 

TORCIDA ESPECIAL

Além do apoio da torcida francesa, do irmão Rafael, do técnico Larri Passos, Guga contou com uma força a mais neste domingo em Roland Garros. O cavaleiro Rodrigo Pessoa e o jogador de futebol Leonardo estavam acompanhando a partida do número um do mundo na Tribuna Internacional, ao lado também do cantor e compositor Marcelo.

 

Conhecido de Guga, Pessoa veio esta manhã de Bruxelas para prestigiar o catarinense e antes do jogo começar conversou bastante com Rafael.

 

Já Leonardo, conseguiu um convite com amigos e encontrou Guga depois do jogo. Os dois almoçaram juntos no restaurante dos jogadores, que fica embaixo da quadra Philippe Chatrier.

 

GUGA X KAFELNIKOV – Confrontos Diretos

1996 ATP Tour de Stuttgart / saibro Kafelnikov d. Guga 6/1 6/4

1997 Roland Garros / saibro Guga d. Kafelnikov 6/2 5/7 2/6 6/0 6/4

1998 New Haven / rápida Kafelnikov d. Guga 6/4 6/4

1999 Masters Series Indian Wells / rápida Guga d. Kafelnikov 0/6 7/6 6/3

1999 Masters Series Roma / saibro Guga d. Kafelnikov 7/5 6/1

2000 Roland Garros / saibro Guga d. Kafelnikov 6/3 3/6 4/6 6/4 6/2

2000 Olimpíadas Sydney / rápida – Kafelnikov d. Guga 6/4 7/5

 

GUGA VENCE KAFELNIKOV E ESTÁ NA SEMIFINAL DE ROLAND GARROS

 

 

Gustavo “Guga” Kuerten está na semifinal do torneio de Roland Garros, um dos eventos mais importantes do circuito mundial. Nesta terça-feira, com uma atuação impecável, ele derrotou o russo Yevgeny Kafelnikov, por 3 sets a 1, parciais de 6/1 3/6 7/6 (3) 6/4, em 2h32min de jogo e decide, na sexta-feira, pela terceira vez na carreira, uma vaga na final do torneio. O adversário é o espanhol Juan Carlos Ferrero.

 

Depois de ter ganhado uma nova vida no torneio, ao salvar um match point na partida de oitavas-de-final contra Michael Russell, Guga entrou solto na quadra Philippe Chatrier e com o objetivo de surpreender Kafelnikov, campeão de Roland Garros em 1996. E foram necessários apenas 18 minutos para Guga mostrar isso ao russo, 7o. colocado no ranking mundial. Nesse tempo, Guga fechou o 1º set, com duas quebras de serviço no 2/1 e no 4/1 e só perdendo três pontos no seu saque no set inteiro.

 

No 2ºset, foi a vez de Kafelnikov tomar conta da partida e ele e Guga começaram a protagonizar um belíssimo espetáculo de tênis em Roland Garros. No 1/2 ele conseguiu uma quebra de saque e manteve o seu serviço para fechar o set em 6/3, com um ace. No 3º set, o russo chegou a estar bem perto de sacar para a série, quando no 4/4, Guga sacava com 0/40. Guga se salvou desses três break points e de outros dois no mesmo game e conseguiu levar a decisão para o tie-break, em que entrou concentrado, jogando ponto por ponto e venceu por 7/3.

 

No 4º set, Guga saiu na frente e abriu 3/0 com duas quebras de serviço do adversário. Mas, Kafelnikov não quis se entregar e ainda conseguiu quebrar o saque de Guga mais uma vez, no 3/0. Mas foi só o que Guga deixou o russo fazer, além dos aplausos que recebeu do próprio adversário, ao dar uma passada de esquerda paralela espetacular. No 4/3 salvou dois break points para sacar para a vitória no 5/4 e celebrar a passagem à semifinal com uma bola de Kafelnikov que ficou na rede.

 

“Quando a minha primeira bola entrou em jogo eu já estava sentindo-a bem melhor na minha raquete, do que no jogo contra o Russell. Eu sabia que tinha que começar bem no jogo, até para surpreendê-lo um pouco e mostrar que eu estava sólido. Ele esperava que eu jogasse mais cruzado e eu estava indo mais para a parelala e arrisacando mais do que o normal. No Masters, em Lisboa, joguei assim com ele e deu certo,” contou Guga, muito feliz por estar, pela terceira vez, na semifinal de um Grand Slam e especialmente em Roland Garros, seu torneio favorito.

 

“Tenho agora que desfrutar um pouco disso. Passei por uma maratona antes desses jogos e não é todo dia que você está na semifinal de um Grand Slam. Tive as melhores sensações da minha vida no tênis nesta quadra central de Roland Garros e vou lutar muito para estar pela terceira vez na final,” comemorou o número um do mundo, que em nove confrontos venceu Kafelnikov seis vezes, incluindo a vitória desta terça-feira e outras duas nas quartas-de-final deste mesmo torneio, nos anos em que foi campeão, 1997 e 2000.

 

“Já estão dizendo que o Kafelnikov é o meu amuleto e tomara que seja mesmo, mas não é isso que vai me fazer ganhar o torneio. Os jogos contra o Kafelnikov são sempre como jogos de xadrez, em que um ponto pode mudar tudo e você tem que estar focado, no jogo o tempo todo. Agora me vejo com boas chances de ganhar outra vez, mas vou ter que estar muito forte mentalmente”, concluiu Guga, que foi chamado por Kafelnikov de um Picasso das quadras, pelas mágicas que faz com sua esquerda. “Ele falou isso porque nunca me viu desenhando. Talvez eu possa fazer mágica na quadra, mas quando pego o papel sou como um jogador do qualifying.”

 

O técnico Larri Passos, que está com Guga há 11 anos, se emocionou tanto quanto o seu pupilo ao vê-lo alcançar a semifinal de Roland Garros pela terceira vez e, com lágrimas nos olhos, disse que uma das principais coisas que Guga continua fazendo é o trabalho duro. “Hoje, antes do jogo nós aquecemos por 45 minutos e isso é fundamental. O Guga é número um do mundo e continua dando duro. Ele jogou um 1ºset incrível contra o Kafelnikov e o principal nos próximos dois dias vai ser trabalhar duro e fazer a recuperação física também.” O técnico também aproveitou para explicar que não tem falado muito com a imprensa porque “aprendi com os chineses, que os sábios não falam e eu porque não sou sábio e tenho que aprender a cada dia, me calo.”

 

 

GUGA VENCE FERRERO E ESTÁ NA FINAL DE ROLAND GARROS

 

Brasileiro ganhou por 3 a 0 e lutará pelo terceiro título em Paris

 

Gustavo “Guga” Kuerten está na final do torneio de Roland Garros. Nesta sexta-feira em Paris, com uma atuação perfeita do começo ao fim, Guga não deu chances ao espanhol Juan Carlos Ferrero, 4o. colocado no ranking mundial, e venceu, sem perder um set, por 6/4 6/4 6/3, em 2h10min de um show de tênis na quadra Philippe Chatrier. No domingo, a partir das 09h15min (Brasília), ele luta pelo tricampeonato com o espanhol Alex Corretja.

 

Melhor jogador de saibro da temporada, Guga, como ele mesmo afirmou, “jogou perto da perfeição” seguindo um plano de jogo e estando forte mentalmente em todos os momentos da partida, inclusive naqueles em que a situação não lhe era tão favorável. Logo no primeiro game o brasileiro teve três break points contra e conseguiu reverter a situação. No 3/3, teve seu serviço quebrado, mas não deixou Ferrero tomar a dianteira no jogo, devolvendo a quebra em seguida, quebrando novamente o serviço do “Mosquito,” no 5/4 e fechando a série com um winner de esquerda cruzada.

 

No segundo set, Guga abriu 2/0, mas perdeu o seu saque no game seguinte. O jogo seguiu igual até o 5/4, quando novamente o brasileiro quebrou o saque de Ferrero, com uma esquerda do adversário na rede e fez 2 sets a 0. No terceiro set, mantendo o mesmo ritmo forte do início do jogo, Guga continuou sem dar chances ao espanhol, mesmo quando este tinha algum break point a favor. Guga se superava e, com jogadas fantásticas, não deixava o espanhol respirar por muitos segundos e no 4/3 a quebra apareceu, deixando o brasileiro tranquilo para sacar para vitória no game seguinte. No segundo match point, com uma bola para fora de Ferrero, Guga pulou, ergueu os braços para cima e comemorou a sua terceira passagem a uma final de Roland Garros, tendo sido campeão em 1997 e 2000.

 

“Joguei perto da perfeição, me movimentando bem e com as minhas táticas de jogo bem claras, do início ao fim da partida,” disse Guga. “Eu sabia que não podia deixá-lo controlar o jogo e nem mesmo respirar muito. Tentei surpreendê-lo com jogadas fundas e usando a experiência que adquiri nos últimos dois anos e de já ter sido campeão aqui duas vezes. Estava super à vontade na quadra e quando estou sentindo bem a bola na raquete e jogando o meu melhor tênis é difícil alguém ganhar de mim.”

 

De tão bem que Guga vem jogando ele foi comparado a Picasso pelo russo Yevgeny Kafelnikov, há três dias, e o número um do mundo contou que tentou acreditar no russo. “Eu tentei acreditar nas palavras dele, de que eu sou um Picasso na quadra. Agora quem sabe possa pegar alguma coisa do Van Gogh e tentar desenhar o meu jogo ainda melhor, porque eu não poderia querer jogar mais do que eu joguei hoje. Foi um dia muito feliz para mim e um prêmio pelo que eu passei aqui essa semana, nos jogos e nos treinos. Foram horas na quadra tentando dar um passo adiante e foi na parte mental, com a minha cabeça positiva que eu me superei,” comemorou Guga, sem esquecer do jogo contra o norte-americano Michael Russell, nas oitavas-de-final, em que salvou um match point. “O Guga que está hoje em quadra é um Guga diferente do que o de antes do match point contra o Russell. Como eu já disse, me tiraram do torneio e me colocaram de volta e agora não tenho mais nada a perder. Fui um abençoado naquele dia.”

 

E é assim, tranquilo e curtindo cada momento, que Guga pretende disputar a sua terceira final em Paris e a quinta da temporada, tendo conquistado três títulos, em Buenos Aires, Acapulco e Monte Carlo. “Nem nos meus sonhos mais mirabolantes eu poderia imaginar que eu estaria disputando a minha terceira final em Roland Garros. Vou entrar em quadra me sentindo um cara de muita sorte e disposto a lutar por todos os pontos.”

 

Nas duas outras finais que jogou em Roland Garros, Guga venceu, respectivamente, o espanhol Sergi Bruguera e o sueco Magnus Norman.

 

A partida final, será a 29a. em Roland Garros, sendo que destas 29 ele está invicto a 13. “Roland Garros para mim é um lugar muito especial. Toda vez que venho para cá, até mesmo para treinar, sinto uma coisa a mais, uma energia especial.”

 

Neste sábado, Guga (Banco do Brasil/ Diadora/ Head/ Globo.com/ Motorola) deve manter a mesma rotina com o técnico Larri Passos. Acordar por volta das 11h, fazer trabalho físico e, no final da tarde, uma hora de treinos na quadra. A esses treinos, Larri credita a passagem de Guga à final. “Foi a vitória do trabalho. Ontem à noite eu assisti uma reportagem sobre o Maurice Green e ele respondeu uma pergunta sobre qual era o segredo do sucesso dele e a resposta foi o trabalho que eu faço com o meu técnico. Eu e o Guga trabalhamos duro nesses últimos dias e eu mostrei o ombro pra ele no final do jogo, porque treinei forte com ele na quadra, fiz muita força e deu certo.”

 

Com 700 pontos já garantidos no ranking mundial e outros 140 na Corrida dos Campeões, Guga pode ficar com 1000 e 200, respectivamente, se passar pelo espanhol Alex Corretja, 13o. colocado no ranking mundial e 32o. na Corrida. Os dois já se enfrentaram seis vezes, todas elas no saibro, com quatro vitórias para Guga, incluindo a última, nas quartas-de-final do Masters Series de Roma.

GUGA FAZ FESTA BRASILEIRA EM PARIS

 

 

Depois de conquistar o tricampeonato de Roland Garros, no domingo à tarde, em Paris, derrotando o espanhol Alex Corretja, por 3 sets a 1, parciais de 6/7 (3) 7/5 6/2 6/0, em 3h12min de jogo, Guga comemorou como queria.

 

Curtiu o terceiro triunfo, se igualando a Mats Wilander, Ivan Lendl e Bjorn Borg, na quadra, festejando bastante com a torcida, desenhando um novo coração, deitando nele, vestindo uma camiseta com os dizeres Je táime Roland Garros e posando para fotos com a bandeira brasileira.

 

Depois de passar por uma maratona de entrevistas para jornalistas do mundo inteiro e de falar ao vivo com a France 2 /3, canal de televisão responsável pela transmissão do torneio na França, Guga voltou ao hotel onde está hospedado, próximo a Roland Garros, trocou de roupa e partiu para a região da Bastilha.

 

Lá, no restaurante brasileiro, Terra Samba, ele comemorou com a família, com o técnico Larri Passos, os membros de sua equipe e os amigos que o acompanharam na campanha rumo ao tri, o título que mais saboreou na quadra central de Roland Garros.

 

No restaurante, Guga comeu churrasco, arroz, feijão, cantou e dançou ao som do músico Marcelo.

 

Também estava presente no Terra Samba o vice-campeão de duplas mista, Jaime Oncins, que ficou em Paris para assistir ao companheiro de equipe de Copa Davis jogar a final do torneio mais charmoso de tênis do mundo.

 

Bem ao seu estilo, Guga estava completamente à vontade, entre a mãe Alice, o irmão Rafael, o técnico Larri, sua equipe e os amigos.

Fotos da nossa fotógrafa e grande amiga Cynthia Lum

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Quem diria… Bartoli é a França na semifinal de Roland Garros

 

Dois dias antes de Roland Garros começar a participação de Marion Bartoli chegou a ser colocada em dúvida, quando ele desistiu da final do WTA de Estrasburgo, com uma lesão na coxa esquerda, no meio do jogo contra Petkovic.

Ela resolveu jogar em Paris e arriscar e agora, com apenas dois jogos para alguém chegar ao título do Grand Slam, ela é a única francesa na competição entre homens e mulheres.

 

Com a atenção voltada para os homens, para os problemas de Aravane Rezai, Virginie Razzano entre outros e talvez pelo fato de estar lesionada, Bartoli conseguiu entrar para jogar o “seu Grand Slam,” sem se pressionar e parece que deu certo.

Nesta terça derrotou a campeã de 2009 Svetlana Kuznetsova por 7/6 6/4 para alcançar a semifinal em Paris pela primeira vez na carreira e se tornar a primeira francesa desde 2005 com Mary Pierce a chegar tão longe na competição.

A comemoração em quadra foi tanta que ela teve que se explicar depois. “Nem quando cheguei à final de Wimbledon em 2007 senti tanta emoção assim. Foram muitos sentimentos ao mesmo tempo. A torcida, todo mundo gritando meu nome, aplaudindo e quando ela errou aquela direita percebi que estava na semi do meu Grand Slam. Finalmente.”

E se Monfils não teve chances diante de Federer, perdendo por 3 sets a 0, foi Bartoli quem saiu com o dia de glória em Paris.

Aos 27 anos, a francesa treinada pelo pai, o médico Walter Bartoli, muitas vezes criticada pela sua postura, pelos métodos de treinamento do pai, enfim conquistou o público francês.

Leia alguns trechos da entrevista coletiva dela que enfrenta por uma vaga na final a atual campeã, Francesca Schiavone. A outra semi é entre Maria Sharapova e Andrea Petkovic:

 

Q.  You looked so excited.  The point before you won, it seemed like you were going to have a heart attack.  Can you just describe…

MARION BARTOLI:  You know what?  My heartbeat is extremely low, so for me to have a heart attack it really takes a lot.

But, you know, I think I was ‑‑ as I said after the match, even if I played the final of Wimbledon, I never felt that excited after a match, to be honest.  It was just so many feelings the same time.  The crowd.  The wave.  They were telling my name.  They were supporting me.

And when she missed that forehand, then I was just like, My God, I’m in the semifinal of my home Grand Slam.  Finally I can play well here.  (Laughter.)

It was a big relief.

 

Q.  It seems like just watching you over the years that at any tournament you’ve never been this happy, so excited, so involved in your tennis, so involved with the crowd.  Yeah?  Is that true?

MARION BARTOLI:  Yeah, I think it was definitely the key.  The past years I really felt the pressure here.  I’ve been in a bad way.  I was really going to the court without any confidence, to be honest.

I was feeling ‑‑ I was not feeling well on the court.  I was not feeling well outside the court.  I was scared about what the press would say when I’m gonna lose the match or whatever.

I really thought that this year I should try to take some pleasure, even though it’s difficult, because, of course, we are French and we want to do well.  I really tell myself, If you use that crowd, if you use that to put some pressure on the other one, maybe you can do well.

Even if the first three matches were extremely tough, I won them in three sets ‑ and some very tight contests.  I really felt like I was growing in confidence.  Really today it shows, because the match were extremely tight.

I don’t know how many points we finished, but I think it was not a big difference.

 

Q.  Over the years, there have been people who have said, Oh, Marion should not work with this person; Marion should not play this way; she will never make it if she does this, if she does that.  What does it mean for you to have this achievement and to make it to the semis in your national tournament?

MARION BARTOLI:  Do you mean before 2007 or after 2007?  Because do you really think like I shouldn’t practice with my dad when I made the final of Wimbledon or something?

 

Q.  That’s not what I’m saying.

MARION BARTOLI:  Okay.  What are you saying?

 

Q.  I’m saying you have had people very critical of how you’ve approached playing tennis and who you’ve trained with and so forth.  Does it give you…

MARION BARTOLI:  Honestly, if you start to take your decisions based off what the other one think about yourself, that’s not the way I’m thinking.  I mean, if you listen to everyone, you never take a decision.

Because obviously you’re gonna have hundred different opinions, and hundred people are going to say to you you should do this, should do this, this way, that way.  They’re not the one who are waking up every morning and walking out on the court.

So I’m just doing what I think is the best for me.  So far you can’t tell me that I haven’t achieved anything.

 

Q.  You have this strange routine between points, like swinging the racquet before returning, and also jumping around before serving.  Can you explain to us this routine?  What’s the reason for it?

MARION BARTOLI:  Well, the main reason for me, it’s really to stay focused on what I have to do.  It’s really important for me to relieve the pressure of only the score or the scoreboard or my opponent and really focus on myself and what I need to do.

Obviously because clay, it’s not my best surface, I really need to stay proactive between each point.  Maybe not be the same on hard court or grass court, because obviously I’m feeling a lot better on these kind of surface.

But here, especially in the French Open, it’s very important for me to stay focused on what I have to do and not thinking too much about the outside.

 

Q.  I don’t know if you like statistics or the history of tennis, but you’re only the fourth French female player to have reached the semifinals here at Roland Garros.  Do you feel something special, an achievement?

MARION BARTOLI:  Well, a lot of pride, of course.  I’m proud because I’m one of the four best female players.  But Mary reached the finals here and she won here.  I would like to play the finals, too.

But, you know, I started at Retournec, at the tennis club with 300 tennis players, and now I’m reaching the highest level in France.  So this is an achievement, yes.

 

Q.  What can you say about the people who support you, your family, the people who are close to you?  I have the impression that you really live ‑‑ you’ve talked about your dad on the court.  What can you tell us about them, how you and they have lived through these two weeks?

MARION BARTOLI:  Well, it’s immense happiness and great satisfaction, too, because we have put in a lot of work with my father on the courts, because he practices me, and this is fruitful.

But this is something we do jointly.  I’ll share my feelings with him, what I feel on the court.  We try and improve together.

It’s not like he’s going to give me orders, do this, that, and this, full stop.  No, it’s an exchange of ideas between him and me.

And then I have my family, as well:  my brother, my uncle, my mother, my grandparents.  We can share these moments of happiness.  You know, when you win these matches, it’s immense joy.  It’s incredible to be able to share this with your family, because they know how much it counts for me.

 

Q.  Marion, what about betting on yourself before the tournament?

MARION BARTOLI:  I’m not a gambler myself.  But, you know, when I played the finals at Wimbledon, the odds were 1000 against me.  So if someone had invested one pound, he would have won 1000.  Not bad, I think.

I don’t know about my rating at the beginning of the tournament this year, but it was probably the same:  1 to 1000.  I don’t know about my odds.  I can’t say anything about betting on myself.

Frankly, I think I would have hoped to do this, but this was pure hope, more than conviction.

 

PS – foto do Monfils de Cynthia Lum

 

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Chave principal só começa domingo, mas Paris já sente o clima de Roland Garros

Oficialmente Roland Garros só começa no domingo, com a disputa dos jogos da primeira rodada da chave principal. Mas, o evento em si já começou. A disputa do qualifying está em andamento – desde terça-feira -, as principais estrelas do circuito já estão em Paris e treinando para o segundo Grand Slam do ano e os patrocinadores estão fazendo inúmeras ações de marketing pela cidade.

Antes do sorteio da chave principal, que acontece nesta sexta-feira, em Paris, em Roland Garros mesmo, Ana Ivanovic, Jo-Wilfried Tsonga, Richard Gasquet e a vice-campeã do ano passado, Samantha Stosur, fizeram uma aparição no topo da famosa Galeria Lafayette. ELes bateram bola em uma quadra montada no topo do histórico edifício do Boulevard Haussmann e levaram também os trofeus dos campeões que ficaram em exibição enquanto eles treinavam com a vista para a Torre Eiffel e outros marcos históricos da capital parisiense. 

Sábado, um dia antes do início da chave principal, a maioria dos tenistas faz jogos amistosos em Roland Garros, com duração de um set profissional e a renda da venda dos ingressos revertida para diversas instituições de caridade da França.

Nesta quinta à noite também, Rafael Nadal fez uma aparição na loja da Nike, na Champs Elysee. Ainda não recebi imagens, mas já sei que foi uma loucura.

Ou seja, Roland Garros, para Paris, já começou.

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O poster de Roland Garros 2011 – para começar a entrar no clima de Paris

 

Nem dá para acreditar que Roland Garros começa daqui a pouco mais de duas semanas. Para começar a entrar no clima do Grand Slam francês, coloco aqui a imagem do “affiche” deste ano, feito pelo artista de Camarões, Barthelemy Toguo. Ele é o primeiro artista africano a fazer o poster do “French Open,” desde que o campeonato inaugurou esta tradição em 1980. Até Joan Miró já ilustrou o “affiche” de Roland Garros (1991).

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Roland Garros, em Paris, ficará 60% maior, terá 35 quadras e quadra Philippe Chatrier coberta

Presidente da FFT afirma que vai na contra-mão do gigantismo

Foi uma alegria acordar hoje e ler as notícias de que Roland Garros permanecerá em Paris, onde está, desde 1928.

Há alguns anos se fala de uma mudança para um lugar maior e uma estrutura mais moderna, mas ninguém nunca deu muita bola, até o ano passado, quando durante o Grand Slam, foi distribuído um dossiê à imprensa com outras regiões candidatas a sediar a competição: Gonesse, Marne-la-Vallée e Versailles e a mudança, antes só no imaginário começou a se tornar uma realidade.

As três regiões, mais Paris apresentaram propostas, projetos e hoje, em eleição na Federação Francesa de Tênis, com 70% dos votos, foi decidido que Roland Garros permanecerá onde está, em Paris e que os três principais problemas apontados – cobertura da quadra central para caso de chuva; mais conforto ao público e aos jogadores; modernização geral das instalações oferecendo mais entretenimento e serviço ao público – poderão ser solucionados.

Nós brasileiros não precisamos mais nos preocupar. Os momentos de glória que Guga trouxe para o esporte nacional, nas quadras do complexo, permanecerão por lá. 

Eu não conseguia imaginar Roland Garros em outro lugar. Talvez por ter sido o Grand Slam que mais vezes frequentei e por conhecer o estádio, cada detalhe do complexo, os funcionários, etc, tão bem, não me agradava a ideia de não ir mais àquele lugar tão especial.

Mas, é uma visão pessoal e sentimental. Parece que quando Forest Hills deixou de sediar o US Open e o Grand Slam americano se mudou para Flushing Meadows, os jogadores e o público também não gostaram muito. Mas hoje, dá para imaginar o US Open em outro lugar?

Muitos franceses – em especial os jornalistas – não gostaram da decisão da FFT de ficar em Paris, achando que desta maneira não há como o Grand Slam crescer e se equiparar aos outros três – Australian Open, Wimbledon e US Open – e que foram razões como estas, de se pensar na história, que fez a capital francesa perder as Olimpíadas de 2012 para Londres.

Mas, Roland Garros não permanecerá em Porte D’Auteil sem mudanças. Para que o campeonato permanecesse onde está, também foi feito um projeto e a Federação conseguiu apoio da cidade, do prefeito Bertrand Delanoe e até 2016 toda a reestruturação do complexo estará completa.

Neste domingo, o Presidente da FFT, Jean Gachassin, concedeu uma entrevista coletiva no Museu de Roland Garros e disse que foi uma escolha “contra a corrente do gigantismo que tanto está na moda. A FFT optou por um projeto único e que continuará a nos singularizar e que permanecerá fiel aos nossos valores. É uma escolha audaciosa, ousada e altamente qualitativa. Roland Garros tem uma imagem forte, única que irradia no mundo todo porque estamos em Paris. Não levar em conta esse posicionamento, ainda mais com o apoio da prefeitura de Paris, seria ceder à facilidade e faltar com a coragem diante de um desafio.”

O que será feito:

  • Novo centro nacional de treinamento será no estádio Georges Hebert (próximo a Roland Garros) – 2013
  • Novo Centro de Imprensa (2014)
  • Nova quadra com capacidade para 5000 pessoas nos jardins de Serres D’Auteil (2014)
  • Construção de uma outra “Show Court” com capacidade para 2000 pessoas (2015)
  • Quadra Philippe Chatrier reformada, com teto retrátil (2016).
  • Melhoria da estrutura em geral para os fãs e jogadores
  • 35 quadras no total no complexo para o torneio
  • Tamanho aumentará de 8,5 para 14 hectares

Motivos que levaram a FFT a decidir ficar em Paris

  • A localização excepcional do estádio atual, no coração de Paris
  • Um torneio urbano, em um ambiente de prestígio
  • Crescimento de 60% do tamanho atual
  • Uma dimensão histórica única, no mesmo local onde o torneio começou
  • Utilização da infra-estrutura já existente
  • 35 quadras de tênis dedicadas à organização do torneio
  • Quadra central coberta, modernizada e remodelada
  • Utilização parcial de um dos pulmões verdes de Paris, o parque de Serres d’Auteil, durante o torneio
  • Uma imagem forte: Paris
  • Um investimento que se possa cumprir
  • As receitas corporativas e de patrocinadores garantidas
  • Custo muito menor do que de uma mudança de local
  • Um contrato com a prefeitura de duração muito longa (99 anos – até 2110)
  • Um aluguel moderado e razoável
  • Uma escolha altamente qualitativa, estratégica e contra a corrente do gigantismo mundial
  • Empréstimo financeiro de 50% garantido pela prefeitura de Paris
  • Subvenção de 20 milhões de euros pela prefeitura de Paris
  • Possibilidade de organizar sessões noturnas
  • Fácil acesso regional, nacional e internacional
  • Estrutura hoteleira de Paris
  • 55000 pessoas por dia poderão ir ao torneio
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