Tag Archives: grand slam campeoes

Uma atualizada nos Jogos Olímpicos de Londres. Depois de chorar, Murray já está treinando.

Enquanto uma série de torneios ATP e WTA estão sendo disputados mundo afora; Enquanto Thomaz Bellucci está aproveitando o intervalo entre Wimbledon e as Olimpíadas para marcar importantes pontos no ranking, chegando a mais uma semifinal, em Gstaad, já tem gente treinando no All England Club; Enquanto tem gente como Murray treinando na grama, tem outros na sala de reabilitação, como Rafael Nadal. Desde que a primeira lista com as vagas olímpicas foram divulgadas, há um mês, houve uma série de mudanças.

 

A mais significativa delas foi a desistência de Rafael Nadal, anuncianda ontem. Como já dizia o colega jornalista italiano Ubaldo Scanagatta, para ele ter desistido de jogar a exibição com Novak Djokovic, anunciada há muitos meses, no estádio do Real Madrid, deveria ser alguma coisa grave. Nadal foi substituído por Feliciano Lopez.

Hoje, foi a vez de Gael Monfils anunciar a desistência, também com uma lesão no joelho, que o deixou fora de Roland Garros e Wimbledon.

Andrea Petkovic já havia se retirado dos Jogos, no início da semana, assim como Kaia Kanepi.

A austríaca Tamira Paszek, com problemas de relacionamento com a Federação Austríaca de Tênis, havia ficado fora da primeira lista, mas foi incluída. Outros jogadores, de menor destaque, também desistiram da disputa londrina.

Os britânicos que viveram momentos de euforia com a chegada de Andy Murray à decisão de Wimbledon, há duas semanas, de uma certa maneira, comemoram a desistência de Nadal. Mais chance para Murray.

O tenista conversou com os jornalistas nesta sexta e contou que a derrota foi duríssima e que “durante a noite depois do jogo chorei muito. Foi duro. Fiquei muito mal durante uns dois dias. Mas, depois comecei a fazer umas outras coisas para desviar a minha atenção daquele jogo. Fui correr de kart, fui assistir um show de comédia, etc. Nada melhor do que rir para superar uma derrota dessas.”

Murray já está treinando na quadra central do All England Club desde terça-feira.

 

Apesar do favoritismo do finalista de Wimbledon ter aumentado, ao lado de Roger Federer e Novak Djokovic, o campeonato olímpico promete trazer surpresas. A disputa será em melhor de três e não de cinco sets para os homens. Somente a final será jogada em melhor de cinco. Segundo os próprios tenistas, isso pode trazer resultados inesperados, já que o jogo pode acabar muito rápido e os mais experientes não terem a vantagem de poder administrar um jogo em cinco sets, como fez por exemplo, Roger Federer, em Wimbledon neste ano, virando um jogo em que perdia por 2 sets a 0, contra Julien Benneteau.

Aparentemente a grama já foi substituída e depois de dois anos de preparação para receber a competição, tão perto do fim do Grand Slam, está pronta para receber novamente os tenistas.

Os backdrops do fundo da quadra também já foram trocados. Aliás, estes mudaram no dia seguinte da final de Wimbledon.

Agora só faltam os tenistas começarem a chegar e eles não vão de branco.  A regra não será aplicada nos Jogos Olímpicos e além do backdrop violeta com o logo das Olimpíadas de Londres, veremos tenistas jogando com as cores dos seus respectivos países nas quadras de tênis mais tradicionais do mundo.

 

A cerimônia de abertura em Londres é no dia 27 de julho, e a competição de tênis começa no dia 28.

O sorteio da chave será no dia 26.

 

Lista atualizada dos jogadores olímpicos

 


MEN’S SINGLES ENTRY LIST

Argentina Juan Martin del Potro, Juan Monaco, Carlos Berlocq, David Nalbandian

Australia Bernard Tomic, Lleyton Hewitt (*)

Austria Jurgen Melzer

Belgium Olivier Rochus, David Goffin, Steve Darcis

Brazil Thomaz Bellucci (*)

Bulgaria Grigor Dimitrov

Canada Milos Raonic, Vasek Pospisil (*)

Chinese Taipei Lu Yen-Hsun

Colombia Santiago Giraldo, Alejandro Falla

Croatia Marin Cilic, Ivo Karlovic, Ivan Dodig

Cyprus Marcos Baghdatis

Czech Republic Tomas Berdych, Radek Stepanek

Finland Jarkko Nieminen

France Jo-Wilfried Tsonga, Gilles Simon, Richard Gasquet, Julien Benneteau

Germany Philipp Kohlschreiber

Great Britain Andy Murray

India Somdev Devvarman (*)

Italy Andreas Seppi, Fabio Fognini

Japan Kei Nishikori, Go Soeda, Tatsuma Ito

Kazakhstan Mikhail Kukushkin

Luxembourg Gilles Muller

Netherlands Robin Haase

Poland Lukasz Kubot

Romania Adrian Ungur (*)

Russia Mikhail Youzhny, Alex Bogomolov Jr, Nikolay Davydenko, Dmitry Tursunov

Serbia Novak Djokovic, Janko Tipsarevic, Victor Troicki

Slovak Republic Lukas Lacko, Martin Klizan

Slovenia Blaz Kavcic (*)

Spain David Ferrer, Nicolas Almagro, Fernando Verdasco, Feliciano Lopez

Switzerland Roger Federer, Stanislas Wawrinka

Tunisia Malek Jaziri (*)

Ukraine Sergiy Stakhovsky (*)

USA John Isner, Andy Roddick, Donald Young, Ryan Harrison

Uzbekistan Denis Istomin

(*) ITF Place

 

 WOMEN’S SINGLES ENTRY LIST

Australia Samantha Stosur

Austria Tamira Paszek

Belarus Victoria Azarenka

Belgium Yanina Wickmayer, Kim Clijsters

Bulgaria Tsvetana Pironkova

Canada Aleksandra Wozniak

China, P.R. Li Na, Peng Shuai, Zheng Jie

Chinese Taipei Hsieh Su-Wei

Colombia Mariana Duque-Marino (*)

Croatia Petra Martic

Czech Republic Petra Kvitova, Lucie Safarova, Petra Cetkovska, Klara Zakopalova

Denmark Caroline Wozniacki

France Alize Cornet (*)

Georgia Anna Tatishvili (*)

Germany Angelique Kerber, Sabine Lisicki, Julia Goerges, Mona Barthel

Great Britain Anne Keothavong (*), Elena Baltacha (*)

Hungary Agnes Szavay, Timea Babos

Israel Shahar Peer

Italy Sara Errani, Flavia Pennetta, Roberta Vinci, Francesca Schiavone

(Continued…)

Kazakhstan Galina Voskoboeva, Yaroslava Shvedova

Liechtenstein Stephanie Vogt (#)

New Zealand Marina Erakovic

Paraguay Veronica Cepede Royg (#)

Poland Agnieszka Radwanska, Urszula Radwanska

Romania Simona Halep, Sorana Cirstea, Irina-Camelia Begu

Russia Maria Sharapova, Vera Zvonareva, Maria Kirilenko, Nadia Petrova

Serbia Ana Ivanovic, Jelena Jankovic

Slovak Republic Dominika Cibulkova, Daniela Hantuchova

Slovenia Polona Hercog

Spain Anabel Medina Garrigues, Carla Suarez Navarro, Maria Jose Martinez Sanchez,

Silvia Soler-Espinosa

Sweden Sofia Arvidsson

Tunisia Ons Jabeur (*)

Ukraine Alona Bondarenko, Kateryna Bondarenko

USA Serena Williams, Christina McHale, Venus Williams, Varvara Lepchenko

(*) ITF Place

(#) Tripartite Commission Invitation Place

 

 

 MEN’S DOUBLES ENTRY LIST

Argentina David Nalbandian/Eduardo Schwank (*)

Austria Jurgen Melzer/Alexander Peya

Belarus Alexander Bury/Max Mirnyi

Brazil Marcelo Melo/Bruno Soares, Thomaz Bellucci/Andre Sa (*)

Canada Daniel Nestor/Vasek Pospisil

Colombia Juan Sebastian Cabal/Santiago Giraldo (*)

Croatia Marin Cilic/Ivan Dodig

Czech Republic Tomas Berdych/Radek Stepanek

France Michael Llodra/Jo-Wilfried Tsonga, Julien Benneteau/Richard Gasquet

Germany Christopher Kas/Philipp Petzschner

Great Britain Andy Murray/Jamie Murray, Colin Fleming/Ross Hutchins

India Leander Paes/Vishnu Vardhan, Mahesh Bhupathi/Rohan Bopanna

Israel Jonathan Erlich/Andy Ram (*)

Italy Daniele Bracciali/Andreas Seppi

Japan Kei Nishikori/Go Soeda (*)

Netherlands Robin Haase/Jean-Julien Rojer

Poland Mariusz Fyrstenberg/Marcin Matkowski

Romania Horia Tecau/Adrian Ungur (*)

Russia Nikolay Davydenko/Mikhail Youzhny (*)

Serbia Janko Tipsarevic/Nenad Zimonjic, Novak Djokovic/Victor Troicki

Slovak Republic Martin Klizan/Lukas Lacko (*)

Spain Marcel Granollers/Marc Lopez, David Ferrer/Feliciano Lopez

Sweden Johan Brunstrom/Robert Lindstedt

Switzerland Roger Federer/Stanislas Wawrinka

USA Bob Bryan/Mike Bryan, John Isner/Andy Roddick

 

(*) ITF Place

 WOMEN’S DOUBLES ENTRY LIST

Argentina Gisela Dulko/Paola Suarez

Australia Jarmila Gajdosova/Anastasia Rodionova, Casey Dellacqua/Samantha Stosur

Canada Stephanie Dubois/Aleksandra Wozniak (*)

China, P.R. Peng Shuai/Zheng Jie, Li Na/Zhang Shuai

Chinese Taipei Chuang Chia-Jung/Hsieh Su-Wei (*)

Czech Republic Andrea Hlavackova/Lucie Hradecka, Petra Cetkovska/Lucie Safarova

France Alize Cornet/Kristina Mladenovic (*)

Georgia Margalita Chakhnashvili/Anna Tatishvili (*)

(Continued…)

Germany Angelique Kerber/Sabine Lisicki, Julia Goerges/Anna-Lena Groenefeld

Great Britain Laura Robson/Heather Watson (*), Elena Baltacha/Anne Keothavong (*)

Hungary Timea Babos/Agnes Szavay (*)

India Rushmi Chakravarthi/Sania Mirza (*)

Italy Sara Errani/Roberta Vinci, Flavia Pennetta/Francesca Schiavone

Kazakhstan Yaroslava Shvedova/Galina Voskoboeva

Poland Agnieszka Radwanska/Urszula Radwanska, Klaudia Jans-Ignacik/Alicja Rosolska

Romania Sorana Cirstea/Simona Halep

Russia Maria Kirilenko/Nadia Petrova, Ekaterina Makarova/Elena Vesnina

Slovak Republic Dominika Cibulkova/Daniela Hantuchova

Slovenia Andreja Klepac/Katarina Srebotnik

Spain Nuria Llagostera Vives/Maria Jose Martinez Sanchez,

Anabel Medina Garrigues/Arantxa Parra Santonja

Ukraine Alona Bondarenko/Kateryna Bondarenko

USA Liezel Huber/Lisa Raymond, Serena Williams/Venus Williams

(*) ITF Place

 

Leave a Comment

Filed under Uncategorized

“Murray ainda vai melhorar muito” – quem disse foi Emilio Sanchez, há oito meses

Esse post é a reprodução da coluna do Emilio Sanchez, publicada na edição 117 da Tennis View. Vale a pena ler as observações que Sanchez, que treinou Murray, faz sobre o finalista de Wimbledon, nessa véspera de final histórica contra Federer.  Emilio inclusive previu que Murray melhoraria muito e que disputaria as vagas nas finais e os títulos de Grand Slams com mais chances de vencer os tops neste ano.

 

“Estou aqui sentado na minha academia, a Sánchez-Casal, tentando me recordar dos momentos interessantes, que Andy Murray teve conosco. E a grande evolução dele foi em 2003.

Ele chegou um dia com a sua mãe na academia. Ela estava confiante e ele tinha muitas dúvidas. Eu me lembro daquele menino que quase nem me olhava, que estava assustado em chegar num país estranho, de iniciar uma nova aventura, mas como as fronteiras desaparecem dentro da quadra de tênis, pois são iguais em todos os locais do mundo, ele conseguiu se adaptar rapidamente ao lugar. Quando olhava para ele, achava que parecia qualquer coisa, menos um tenista, mas dentro da quadra, ele mostrava todo o seu talento.

Sua mãe Judy, ex-tenista, que treinava os jogadores juvenis de seu país e também trabalhava para a Federação de Tênis da Grã Bretanha, sabia que deveria fazer com que Andy mudasse do ambiente em que vivia na Inglaterra, tirá-lo da pressão da imprensa inglesa, querendo que Andy fosse um a mais no grupo, que não fosse diferente, que se misturasse com os outros jogadores de nível.  Além disso, devia conseguir que seu filho se movimentasse em quadra como os espanhóis, que fosse um gladiador na quadra e sabia que a Espanha era o melhor lugar para isso. Judy apostou na nossa academia, pois estava convencida que aqui daríamos tudo o que ele precisasse.

A primeira vez que joguei com ele, me apareceu na quadra um menino magro, alto, desengonçado, com as pernas juntas e que só olhava para o chão. Eu tentei fazer algum comentário para impressioná-lo, mas sua resposta me deixou pensativo; aqui tem alguma coisa, pensei, tem caráter. Então, começamos a bater bola, não havia nada de especial nele, golpes normais, que pena, pensei. Mas, como eu gosto de medir os jogadores numa partida, tentei novamente instigá-lo. Perguntei a ele se ele gostaria de jogar um set e ele respondeu “pensei que você não se atreveria a jogar contra mim!”.  Ele tem confiança, pensei e fiquei animado.

Começamos a jogar. Vou ganhar, com certeza, pensava. Mudava as alturas das bolas e ele respondia, o atacava e ele se defendia melhor, o trazia para a rede e ele voleava melhor, era difícil para ele correr nas deixadas, mas era explosivo e acabaria aprendendo, não sacava muito forte, mas a execução do movimento era quase perfeita, quando ficasse mais forte, sacaria muito bem. A verdade é que fiquei impressionado, ele tinha algo de especial, além do mais era ganhador e quando aprendesse a canalizar as energias, seria duríssimo de ser vencido. Melhor, vou dizer o que aconteceu…

Aquele dia, fui para casa com um sorriso no rosto, se conseguíssemos dar a este garoto os valores básicos de um tenista espanhol, seria espetacular. Além do mais, em poucos dias que estava treinando com a gente, mostrou seu companheirismo, sua humildade e se conseguíssemos que trabalhasse de forma contínua, melhoraria muito. Foi a parte mais difícil, que ele se acostumasse com as rotinas de treinos, algumas vezes precisamos buscá-lo no quarto para vir treinar, outras vezes precisávamos perseguí-lo para quase obrigá-lo a treinar, ele precisava se acostumar à vida dura. Mas, quando ia aos torneios, era quando dava o melhor de si, essa parte tão difícil de ensinar, já tinha naturalmente.

Se analisarmos Andy Murray hoje em dia, nos damos conta que depois desse anos, ele segue mantendo tudo de excepcional que tem em seu jogo, é muito agressivo com o serviço e domina seus adversários e quanto mais alguém o ataca, melhor se defende. Se nos Grand Slams conseguir manter a constância com a agressividade como fez nos últimos meses nos torneios ATP, teríamos quase que com certeza o primeiro inglês a ganhar um grande torneio deste porte, desde Fred Perry. Eu sou um daqueles que defendem que ele ainda irá melhorar. Além disso, precisamos levar em consideração que ele joga em uma era de grandes jogadores da história, Nadal, Federer e se em alguma ocasião eles não estiveram presentes, Andy ainda encontra com um Djokovic quase superior do que os melhores. De um lado, penso que é sorte triunfar no tênis em uma época tão maravilhosa como a atual, coincidindo com os melhores jogadores da história, que obrigam os demais a subir o nível, mas por outro lado, é falta de sorte, apesar do tênis de alto nível de Andy, é muito mais difícil para ele ganhar um Grand Slam.

No ano que vem, em 2012, estou certo que nos torneios grandes Andy vai enfrentar seus três maiores rivais com maiores chances de vencê-los; chegou seu momento e no Masters que é disputado em seu país, é o principal candidato para o título.

Gostaria de terminar ressaltando que, mesmo chegando no topo, Andy sempre ajudou seus amigos, ex-companheiros de colégio e de residência da academia. É muito ligado aos seus amigos, é fiel e boa pessoa, convidou quase todos seus amigos aos grandes torneios e segue mantendo contato com o resto. Além disso, viajou quase dois anos com Carlos Mier, seu companheiro de quarto na Sánchez-Casal e agora seu técnico é o Dani Vallverdú, outro grande amigo que fez aqui na academia. Essas são as pessoas que estão perto de Andy, que conheceu aqui e ele continua com eles, e isso diz muito sobre quem ele é.

Eu só posso agradecer pelo Andy ser dessa forma que é, porque ele, desde que decidiu seguir sozinho, sempre se lembrou de todos nós da Sánchez-Casal, então somos muito agradecidos a ele. Aqui na academia não poderíamos ter maior referência, maior modelo a seguir. Um campeão como Andy e o fato de ele se recordar do tempo em que passou aqui como um dos melhores de sua vida nos enche de orgulho e satisfação. Todos que compartilhamos do seu crescimento, o admiramos e sabemos que em breve realizará seu sonho.”

 

Abraços,

Emilio Sànchez

Leave a Comment

Filed under Uncategorized

Não achei que fosse ver Andy Murray em uma final de Wimbledon – É admirável, ele conseguiu!

Não achei que fosse ver Andy Murray disputando uma final de Wimbledon. Assim como os fãs que estavam na Center Court e na Henman Hill, demoraram alguns segundos para de fato acreditar no que estavam vendo diante de seus olhos, também fiquei boquiaberta com a vitória do britânico diante de Jo-Wilfried Tsonga e a conquista da vaga para a final, em que enfrentará Roger Federer em busca do trofeu que Fred Perry ergueu em 1936.

Há 76 anos os ingleses falam de Fred Perry, o último tenista do Reino, a vencer em Wimbledon. Há 74 anos, Bunny Austin marcava seu nome na história ao se tornar o último britânico a chegar à final no All England Lawn Tennis & Crocquet Club.

Vieram Roger Taylor, Tim Henman e Andy Murray.

De Roger Taylor, não posso falar. Apenas li sobre ele nos livros de história. As tentativas de Tim Henman, e a Henman Mania em Londres, eu acompanhei de perto por lá mas também, nunca achei que ele tivesse muitas chances entre Pete Sampras e Andre Agassi e admito que torci para o Ivanisevic naquele 2001 em que Sampras foi eliminado antes do tempo. O corpo meio mirradinho, embora possa parecer uma besteira, ainda mais levando em conta o eficiente jogo de saque e voleio dele, não me inspirava confiança.

E Murray também não me inspirava aquela confiança, mesmo já tendo disputado três finais de Grand Slam – duas na Austrália e uma em Nova York -, tendo vencido Masters 1000 e provado que não é afetado pela toda loucura que envolve ser um britânico jogando Wimbledon e com chances de avançar no torneio.

Achei interessantíssimo quando ele apareceu com Ivan Lendl de técnico. Como o próprio Lendl disse, Murray teve coragem de contatá-lo e de assumir a parceria, sabendo de toda a atenção que teriam.

Há duas semanas, antes de Wimbledon começar, já havia rumores do que aconteceria entre técnico e jogador caso Murray não tivesse um bom resultado em casa. O jogador acusava dores nas costas e havia perdido na primeira rodada do ATP de Queen’s.

Mas, foi só ele começar a jogar bem em Wimbledon que as dúvidas do resultado da contratação do campeão de 8 Grand Slams, pararam e surgiram, no lugar, notícias e informações sobre como Lendl tem contribuído para o jogo de Murray.

Ao que parece uma das maiores influências tem sido mental. Lendl perdeu quatro finais de Grand Slam antes de vencer a primeira. Murray já perdeu três. Lendl nunca ganhou Wimbledon, apesar de ter disputado duas finais. Tudo o que Murray está passando, Lendl já passou.

A calma e a frieza de Lendl podem servir para acalmar o britânico. Não importa o momento do jogo, a expressão do checo naturalizado norte-americano parece não mudar.

O próprio Murray disse que uma outra coisa que Lendl mudou na sua preparação durante o torneio é o fato de estar sacando menos nos treinos. “Ele me disse que o ombro precisa estar descansado e solto e que vou sacar bastante nos jogos. De fato estou sacando melhor quanto mais eu jogo.”

Mas, independentemente de Lendl, ou não, é Murray quem está em quadra jogando e sobrevivendo não só aos adversários mais à Murray Mania, aos tablóides britânicos e aguentando a pressão da possibilidade de se tornar o primeiro britânico campeão de Wimbledon, na Inglaterra.

Murray soube aproveitar muito bem a oportunidade de uma chave mais aberta e fez o que muita gente não esperava, chegou à final de Wimbledon.

O próprio Henman, que passou por essa situação há 11 anos, afirmou que Murray estava mais preparado do que ele para esse momento.

Como é interessante o nosso esporte.  

Há um mês, todas as atenções estavam voltadas para Rafael Nadal e Novak Djokovic e Maria Sharapova. Nadal foi elevado ao status de Rei de Paris, como o maior campeão de todos os tempos do torneio. Sharapova completava o Grand Slam e voltava ao topo do ranking mundial.

Neste fim-de-semana tudo muda. Federer pode erguer o seu 7º trofeu de Wimbledon; Murray pode vencer o seu primeiro Grand Slam e se tornar o primeiro britânico a triunfar no All England Club desde 1936; Nadal já foi para casa há 10 dias, eliminado por Lukas Rosol e Serena Williams, derrotada na primeira rodada em Roland Garros enfrentará uma polonesa na final, neste sábado, para conquistar o 14º trofeu de Grand Slam da carreira.

 

Leave a Comment

Filed under Uncategorized