Tag Archives: grand slam champions

Vai começar e o Australian Open está mais agitado do que nunca

Enquanto muita gente ainda está de férias, outros entrando lentamente no ritmo de trabalho, alguns ainda curtindo o alto verão no hemisfério sul e outros se protegendo do frio polar no hemisfério norte, começa nesta noite de domingo (Brasília), o primeiro Grand Slam da temporada, o Australian Open, em Melbourne.Djokovic australian open

Bem diferente do ritmo das férias, mas com a atmosfera mais relax dos Grand Slams – conhecido também por ser o “happy slam” – o torneio já está agitado antes mesmo do primeiro saque da chave principal ser dado.

O “buzz” começou algumas semanas atrás com a contratação de Boris Becker para o cargo de “Head Coach” de Novak Djokovic e da inclusão de Stefan Edberg na equipe de Roger Federer. Sem falar em outros treinadores campeões de Grand Slam que entraram para o time de alguns tenistas nas últimas semanas do ano, como Sergi Bruguera com Richard Gasquet e Michael Chang com Kei Nishikori. Todo mundo está querendo ver como essas parcerias se desenvolverão.

Fotos de Becker treinando Djokovic na Rod Laver Arena já estão por todo lado. E o alemão tem uma missão difícil. Djokovic é tetracampeão do Australian Open, venceu os últimos 3 seguidos e não perde uma partida desde meados de setembro.

Djkovic Becker Azarenka Melbourne

Victoria Azarenka, a atual campeã como Djokovic, também chegou a Melbourne com nova equipe. O técnico Sam Sumyk permanece, mas ela inicia o ano como nova preparadora física e fisioterapeuta. Será que já notaremos alguma diferença?

Rafael Nadal volta a Melbourne depois da sentida ausência no ano passado. Campeão do primeiro torneio da temporada, em Doha, todos já se perguntam, se ele vai manter o ritmo alucinante de vitórias de 2013. A estreia é daquelas que todo mundo ouviu o “oh oh oh”quando a chave foi sorteada. Encara o “menino terrível”da Austrália, Bernard Tomic.

Andy Murray voltando de uma cirurgia nas costas, em que ficou meses parado, é uma incógnita para este Grand Slam.

Roger Federer, em seu primeiro torneio ao lado de Edberg, quer fazer melhor do que em 2013. Não jogou exibições durante o time off e se dedicou 100% à sua preparação para 2014. A semifinal em Melbourne, no ano passado, foi o seu melhor resultado em um Grand Slam no ano inteiro.

46583_10152189125578615_2135293322_n b_federer_1101_01

David Ferrer joga o seu primeiro Grand Slam como cabeça-de-chave 3 e de técnico novo depois de toda uma carreira ao lado de Javier Piles.

Vai ser interessante observar como se sairão também Lleyton Hewitt, campeão do ATP de Brisbane há 1 semana e que resolveu jogar duplas ao lado de Patrick Rafter, sim ele mesmo; Juan Martin del Potro, que derrotou Tomic na final em Sidney; Tomas Berdych, sempre perigoso, mas que parece nunca conseguir chegar lá; assistir Jo-Wilfried Tsonga, uma vez vice-campeão na Austrália, com seu novo time formado por Nicolas Escude e Thierry Ascione.

Rafter Hewitt

Sem falar em diversos outros nomes que estão na chave, em um lugar onde muitas surpresas podem acontecer.

É lá na Austrália, especialmente pela época da temporada, que de repente surgem finalistas ou até mesmo campeões inesperados. Foi o caso de Arnaud Clement, Thomas Johansson, Marcos Baghdatis, Jo-Wilfried Tsonga, entre outros.

Vamos ver também como vai se sair Thomaz Bellucci, depois de ter vencido 3 jogos e passado o qualifying.  Depois de um 2013 dos mais complicados, Thomaz parece ter começado o ano com o pé direito – e também de técnico novo, Francisco Clavet.

Entre as mulheres, é animador ver uma brasileira na chave principal de um Grand Slam. Apesar da estreia de Teliana Pereira na ser fácil, a tenista só tem a crescer com a experiência  – enfrenta a russa Anastasia Pavlyuchenkova, 30ª na WTA – na primeira rodada.

O drama, ou melhor, o “buzz” parece ser um pouco menor na WTA do que na ATP.

Será que Serena Williams continuará dominando o circuito da mesma maneira que fez em 2013?

E Na Li, manterá as boas campanhas dos últimos anos no Melbourne Park?

1517642_10152188867688615_1984133444_n Na Li

O que esperar de Maria Sharapova ao lado de Sven Groeneveld, depois de meses longe das quadras. Ela jogou o WTA de Brisbane, mas não é muita medida.

A australiana Samantha Stosur, continua sendo a grande esperança de bons resultados do país, mas diante dos fiascos das últimas temporadas, ninguém mais ousa apostar suas fichas na campeã do US Open 2011. Quem sabe assim ela jogue menos pressionada por ela mesmo.

Como será que Ana Ivanovic vai se sair? Praticamente uma australiana adotiva, a sérvia começou o ano vencendo o WTA de Auckland e ganhando de Venus Williams na final. Nada comparável a uma chave de Grand Slam, mas será que suficiente para devolver a confiança à uma vez campeã de Roland Garros.

Venus por sua vez, tem uma estreia complicada contra a russa Ekaterina Makarova, que sempre costuma jogar bem na Austrália.

Vai ser interessante também observar Sloane Stephens, com o técnico Paul Annacone; as novatas americanas como Madison Keys & CIA; as britânicas Laura Robson e Heather Watson, ver como se sai Eugenie Bouchard, entre outras. E assistir ao duelo de quase 3 décadas de diferença entre Belinda Bencic, que no ano passado estava ganhando Grand Slam juvenil e Kimiko Date Krumm (27 anos as separam).

Eu especialmente estarei de olho nas tenistas e nos jogadores também, que daqui a pouco mais de um mês desembarcarão no Rio para jogar o Rio Open apresentado pela Claro hdtv.

Teremos também as duplas. Pena o sorteio que colocou Andre Sá e Feliciano Lopez diante de Bruno Soares e Alexander Peya, logo na primeira rodada. Melo jogará com Dodig.

Finalistas dos últimos 2 Grand Slams (Melo em Wimbledon e Soares em NY), os brasileiros buscarão uma primeira final em Melbourne.

Espero conseguir, em meio aos preparativos para o Rio Open, sim já estamos trabalhando a mais do que mil, conseguir manter o blog atualizado com frequência durante o Grand Slam e aproveitar as madrugadas de insônia para assistir muito tênis.

3 Comments

Filed under Uncategorized

Campeã de Wimbledon, Bartoli ousou sonhar

Marion tinha um sonho. Desde os seis anos de idade, ela e o pai Walter Bartoli trabalharam juntos com um objetivo em comum, ganhar um dia um Grand Slam. Longe de ser uma celebridade hollywoodiana, como Maria Sharapova, ou número um do mundo e super campeã como Serena Williams, ou namorar um DJ de renome mundial como Victoria Azarenka, a francesa Bartoli também não é top 10, não é exemplo de corpo de atleta e muito menos joga um tênis tradicional. Mas, nada disso a impediu de se tornar a campeã de Wimbledon, derrotando na final a alemã Sabine Lisicki por 6/1 6/4.BARTOLI WIMBLEDON CHAMPION

Não era a primeira vez que Bartoli alcançava a final do torneio mais importante de tênis do mundo. Foi vice-campeã em 2007, um ano depois da capitã da Fed Cup francesa, Amelie Mauresmo ter vencido no templo sagrado do esporte. Mas, diferente de seis anos atrás, hoje Bartoli parecia pronta.

Desde o início do campeonato, pela primeira vez sem o pai Walter ao seu lado, com o sparring Thomas Drouet (ex-sparring de Tomic, aquele que apanhou do pai de Bernard, no torneio de Madrid e ficou desempregado), a capitã da Fed Cup, Mauresmo e todo o staff técnico da Federação Francesa de Tênis, Bartoli parecia estar serena e feliz com a decisão que havia tomado.

Mais sorridente do que o comum e vibrando muito a cada vitória, parecia estar no caminho do seu sonho de menina, dpeois de um semestre dos mais conturbados.

Sem o pai, no início do ano, resolveu tentar o circuito com diversos técnicos. Não durou mais do que 2 semanas com nenhum. Mudou diversas vezes. Chamou o pai de volta. Até que resolveu seguir caminho solo em um Grand Slam pela primeira vez. Se lesionou, ficou doente, abandonou jogos, perdeu partidas para jogadoras com níveis inferiors. Nada parecia dar certo na temporada da francesa. Até que chegou Wimbledon e a história todo mundo já sabe.

Mesmo não tendo todas as atribuições de Serena, Sharapova e Azarenka, Bartoli com seus quilinhos a mais, sua esquerda e direita de duas mãos, o seu “shadow tennis – aquelas simulações de golpe que ela faz entre os pontos”, o seu saque estranho, os seus pulinhos antes do jogo começar, conseguiu cativar muita gente. Inclusive eu. Nunca fui muito sua fã. Mas, depois de acompanhar sua história e vê-la esses dias em Wimbledon, ver suas entrevistas e entender o que tudo isso significa para ela, fiquei feliz com o título nas mãos dela.

Não vamos discutir o nível da final. Das 128 jogadoras ela conseguiu terminar como a única sem perder um jogo e sem perder um set. Não virou zebra precoce e permaneceu em Londres, quando todas as outras tenistas mais bem ranqueadas do que ela voavam de volta para suas casas.

Para entender um pouco mais sobre esse sonho e a alegria de Bartoli, reproduzo aqui alguns trechos da entrevista coletiva da tenista de 28 anos.

WIMBLEDON CHAMPIONS

Q.  How do you not get past the quarters in any tournament this year and win Wimbledon?

MARION BARTOLI:  Well, that’s me.  I don’t know (laughter).   Honestly, I didn’t think that way.  I was just trying to play well every single matches, every time I was on the court.  I was just, you know, trying to enjoy myself when I was having some off days.  I was having some time off with my team.   Even this morning I think a lot of people could hear us laughing.  It was normally today where I was supposed to play the Wimbledon final, and really felt not like that.  I think it will also make it even more enjoyable because I had so much fun throughout this whole championship.  The whole two weeks have just been perfect.

Q.  Were you surprised how Sabine handled the occasion?

MARION BARTOLI:  Honestly, I didn’t think too much about how Sabine was doing.  I was just trying to focus on my own game and try to remain calm, even if I had this 5‑1 lead in the second set and 15‑40 and couldn’t close it out. Then Sabine start to play very well and come back at 5‑4.  I just really thought I had to hold my serve one more time.   But just to finish on an ace to win Wimbledon and you saw the chalk come out of the line.  Just, I mean, I could have seen it in slow motion.  I could see the ball landing, the chalk come out, it’s an ace, and I just win Wimbledon.      You can’t describe that kind of feeling.  You cannot put any words what I feel in this moment.  I can’t believe I won Wimbledon this year.  We’ll have to see the pictures, to see the match again on DVD to kind of starting to realize it.

Q.  Everyone in the future when they talk about you are going to say, Wimbledon champion, Marion Bartoli.  How much do you think it will change your life?

MARION BARTOLI:  It will not change me as a person because I will always remain the same:  very humble, very low‑key and easygoing, down‑to‑earth.     But just hearing ‘Wimbledon champion,’ that kind of sounds good to me (smiling).  You know, has been my dream.  I wanted that so badly.  I felt the achievement of my career was to win a Grand Slam.  Every time I was just saying my goal was to win a Grand Slam.  It was like, yeah, dare to dream.  I kept dreaming.  I kept my head up.  I kept working hard, and it just happened.

Q.  How many times you thought that your tactic, your strategy, all what you were doing, could look crazy, even if they weren’t at the end?  Your father was pushing you to do many different things than anybody else we have seen.

MARION BARTOLI:  Well, yeah, it’s always been a part of my personality to be different.  I think being just like the other one is kind of boring.  I really embrace the fact of being a bit different and doing something that not everyone is absolutely doing.            I actually love that part of my game, you know, being able to have something different.  At the end of the day, when the spectators were looking at 10 matches they will remember this girl that was doing something different, playing inside the court or whatever. Even though today I was I think pretty smart to kind of back up a little bit to give me an extra maybe half a second or something to react to Sabine’s serve.  Sometimes you have to adapt also, as well.  But I never felt like I wanted to be like all the other kid and do exactly the same everyone was doing.

BARTOLI LISICKI WIMBLEDON

  Q.  Could you tell us about your father’s influence on your tennis and maybe even outside the court, what it meant for you to climb up there and hug him today.

MARION BARTOLI:  Yeah, honestly it was an amazing feeling.  I mean, I can’t still realize I just won Wimbledon.  I can’t realize I’m a Wimbledon champion.  It’s just so overwhelming. You know, I don’t know if you can really realize, but for a tennis player, you start to play like at five or six years old.  When you decide to turn pro, your dream is to win a Grand Slam.  You dream about it every single day.  You think about it every single day. So when it happen, when it actually happen, you felt like, you know, you achieve something that you dream about for maybe million of hours.  You went through pain, you went through tears, you went through low moments, and actually it happened, once it happened. Those five, ten seconds before you shake the hands of your opponent, you felt like you’re almost not walking any more on earth.  You’re really flying.  It’s really hard to describe how it felt. So to share this moment with my dad, I was looking at him in the players’ box.  He was really cheering me on.  He was on his phone for almost the whole match.  I don’t know what was happening, but he was really relaxed.  That was the perfect day.  It was sunny.  It was beautiful.  Centre Court Wimbledon, it was packed.  I won in two sets.  I didn’t drop a set for the whole championship.  Even in my perfect dream I couldn’t have dreamed a perfect moment like that.  That is beyond perfection.

Q.  You’ve been around for many, many years.  The circuit is so challenging.  So many setbacks, yet you’ve prevailed.  Talk more about doing things your way.  Is there a certain strength in that?  Is it a challenge?

MARION BARTOLI:  Yeah, I’m a very tough person.  I mean, I played the whole second set with probably a 25 cents blister under my big toe.  I didn’t call for the trainer, and when I took my sock off the sock was red of blood. I didn’t call for the trainer the whole second set, even if I felt like I could barely walk at the end of the match.  But I haven’t shown anything.  I’m this kind of person.  I can focus and be really as strong as wood, you know.  You cannot see what I’m going through.  I think it’s coming from my childhood, from where I practice when I was younger, from those very tough situation.  I needed to handle going to school, normally practicing at 10:00 p.m., finishing at midnight, going back to school the next day.  Those kind of hard moments makes me extremely strong when I’m on the tennis court. I’m not the same kind of person outside, but every time I’m stepping on a tennis court I remember those very hard moments.  I could remember it today when I was playing on the court, and That carried me on a long way.

   Q.  You said the other day about hitting rock bottom, and that’s going back to last summer when you missed the Olympics.  Do those things make this even better?

MARION BARTOLI:  It’s not about missing the Olympics.  It was more about what happened off the court for me.  This year it was extremely hard to take. And, yes, to have now this kind of moment, I mean, I really didn’t expect it to happen so early, so quickly. But, it’s funny.  I was with the physio before the match, and they saw me when I was really hitting rock bottom.  They saw me before the match.  I was smiling and listening to music, singing through the locker room. That was not supposed to be the perfect routine before going to play the Wimbledon final.  I was so happy, why not showing it? They tell me, I remember you in Miami, how you felt after the match when you got injured with Andrea Petkovic.  It’s so nice to see you like that no matter what happens in the final. But going through those hard moments makes this one even better.

Q.  What does the Bartoli sequence look like?  How much further do you think you can go for the rest of your career?

MARION BARTOLI:  I have absolutely no idea, but one is pretty good for me.  Wimbledon champ, even if I don’t get another one, I will still be very proud of it.

But of course I’m going to try my hardest to get some more.  Now that I get one, I definitely believe I can get more of them.     I just want to enjoy this one because I haven’t still realized I’m really the Wimbledon champion 2013.  So it will take me some few days to realize it.  Actually when I will do, I will maybe think about the US Open and getting a shot over there.

Q.  Do you feel, having had this long journey, maybe not fitting the mold Federations look for in young players, you can be a support for young girls?

MARION BARTOLI:  I received a lot of support from my Federation.  Seeing my president in tears waiting at the end of the match means so much for me.  The vice president was here as well.  They both told me I was an inspiration for all the girls in the French Federation. I actually received a lot of texts from them telling me how proud they were of me, how much they want to look at me now and have the same kind of attitude. Even if I’m not maybe playing the same style of game, I think the attitude I’m carrying on the court, the mental strength and everything, it’s maybe something they can look at.

FOTOS DE Cynthia Lum

 

Leave a Comment

Filed under Uncategorized

Para o Brasil o final de semana em Wimbledon será diferente

André Sá abriu as portas para Melo e Soares nas duplas

Esse final de semana vai ser diferente. Vamos acordar para assistir as finais de simples feminina e masculina pensando nas decisões de duplas e duplas mistas. É diferente. O Brasil tem dois tenistas nestas finais. Marcelo Melo, com o croata Ivan Dodig, na de duplas masculinas e Bruno Soares, com Lisa Raymond, nas duplas mistas.melo wimbledon final

É diferente para o Brasil, é diferente para nós que vivemos do tênis, de repente, termos dois (BRA)s escritos nos placares de duas finais do torneio de tênis mais importante do mundo.

É diferente para Marcelo Melo jogar uma final de Grand Slam, a segunda da sua carreira, depois da final de Roland Garros em 2009.

É diferente para Bruno Soares jogar pelo segundo trofeu de Grand Slam, depois do título de duplas mistas no US Open do ano passado, no templo sagrado do tênis.

Há 12 anos assistimos dois brasileiros jogando uma decisão de Grand Slam, no mesmo fim de semana. Foi em Roland Garros 2001, quando ganhou o tricampeonato e Jaime Oncins ficou com o vice de duplas mistas, ao lado de Paola Suarez. Foi diferente.

Não é mais diferente torcermos para as duplas. Já nos acostumamos a torcer para 2 em vez de 1 e a ver 4 tenistas em ação, em vez de 2. Não é de hoje que são os duplistas que estão mantendo o nome do Brasil em alta no circuito mundial. Já escrevi diversas vezes, que além do Thomaz Bellucci, só Melo, Soares e Sá disputam finais de ATPs. Agora eles jogam finais de Grand Slam. É diferente.

É incrível para o tênis brasileiro e o mérito de estar lá é todo deles. Já imagino que comecem a dizer que dupla é mais fácil. Se é tão fácil, como ninguém ganhou antes? Porque são poucos os que vencem os Grand Slams?

Bruno Soares Wimbledon finalMérito do Bruno, mérito do Marcelo e muito mérito do André Sá. Foi ele o primeiro brasileiro dos tempos recentes a optar por seguir a carreira de duplista, depois de ter sido um jogador de sucesso de simples, tendo alcançado as quartas-de-final de Wimbledon. Em busca de uma longevidade nas quadras, foi ele que começou a ganhar ATPs por aí, jogou duplas tanto com Melo, tanto com Soares e abriu as portas para eles. André Sá ainda está aí disputando o circuito e sempre que há alguma oportunidade, chega perto de algum título.

Pode ser diferente. Pode ser que a gente tenha em 2 dias, mais 2 títulos de Grand Slam.

Pode ser ainda mais diferente ver outros dois nomes de campeões brasileiros associados a Wimbledon, que não seja o da eterna bailarina do tênis, Maria Esther Bueno, campeã

Melo e Dodig enfrentam a melhor dupla de todos os tempos, os irmãos Bryans, no sábado.

Soares e a super experiente Raymond, que já foi número um do mundo de duplas e ganhou o Grand Slam britânico em 2001, jogam contra o também veterano das duplas, Daniel Nestor e a francesinha Kristina Mladenovic, vice-campeões em Roland Garros, há um mês.

Não vai ser diferente. Como acontece nestes momentos de glória, vai aparecer um monte de gente querendo tomar para si os louros da vitória. Mas, se Melo e Soares estão aí é por conta deles próprios. Eles investiram na carreira quando ninguém acreditava, foram atrás de patrocínio sozinhos – não estamos falando de hoje em dia, em que já são estabelecidos no circuito – , viajam com técnico, tem preparador físico e fisioterapeuta quando precisam e se prepararam para grandes ocasiões como a deste fim de semana.

Vamos curtir as finais de Wimbledon de maneira diferente.

foto de Soares de Cynthia Lum

 

 

Leave a Comment

Filed under Uncategorized

A Era Djokovic e Murray? Ainda não.

Há algumas semanas, em Londres, abrindo um dos jornais britânicos vi uma manchete esportiva que dava fim a Era Federer x Nadal e afirmava que agora o momento é da Era Djokovic x Murray. Fiquei perplexa. O sérvio, número um do mundo e o escocês, número três, podem estar começando uma nova rivalidade no esporte, especialmente com a final do Australian Open, neste domingo, a segunda decisão seguida de Grand Slam. Mas, é muito cedo para dizer adeus a era Federer x Nadal.

Murray Australian Open Djokovic Australian Open

Enquanto acompanhava ao embate de 5 sets entre Murray e Federer, comecei a pensar. Se o Murray ganhar vão começar dizer que a Era do Federer e do Nadal já é passado. E de tanto pensar no assunto eu mesma, por alguns instantes, comecei a visualizar a Era Murray x Djokovic.  Mas, foi só por alguns segundos.

Foi um alívio navegar pela internet, ler jornais e sites especializados e ver que ninguém está dando destaque a este assunto.

Lembro quando o Guga estava no auge e durante alguns torneios seguidos enfrentou Safin e Norman com frequência que surgiram tentativas, da própria imprensa internacional, sofrendo com o fim da rivalidade Agassi x Sampras, de surgir com uma nova rivalidade. Saíram materias das novas rivalidades do ano 2000. Guga x Norman; Guga x Safin, mas de fato não pegou. Eles foram adversários, alguns dos mais importantes das respectivas carreiras, mas não se enfrentaram tantas vezes assim em grandes finais, apesar de algumas terem sido épicas.

Federer e Nadal se enfrentaram 28 vezes, sendo que 19 foram em finais e destas finais 8 foram em Grand Slam. (Nadal tem a vantagem de 18 vitórias).  Federer ficou um tempão à frente de Nadal no ranking, antes do espanhol começar conseguir a chegar às finais de Grand Slam. Foi só em 2006 que a rivalidade deles começou a dar sinais de que poderia ser grande. Tenho gravado na memória a decisão de colocar os dois na capa da Tennis View , antes de Roland Garros e eles acabarem fazendo a final do Grand Slam francês. A primeira das 8 que jogaram. Nadal x Federer rivalry

Agassi e Sampras duelaram 34 vezes, em 16 finais, sendo que 5 foram em Grand Slam e 1 em ATP Finals.

Murray e Djokovic estão se enfrentando apenas pela terceira vez em uma final de Grand Slam (na segunda, no US Open, no ano passado, Murray venceu o seu primeiro Grand Slam) e até agora jogaram somente 17 vezes.

Eles podem estar começando uma rivalidade, mas ainda estão longe de ter o impacto dos confrontos de Agassi e Sampras e Federer e Nadal. Ou até mesmo de Djokovic e Nadal que já se desafiaram 33 vezes, se enfrentando em 5 finais de Grand Slam.

Como disse Federer em uma de suas entrevistas em Melbourne, “no tênis tudo passa muito rápido e a gente segue em frente. Com certeza o tênis fica mais forte com ele do que sem ele e é nessa fase, de semifinal, que sentimos um pouquinho a falta dele.”

Isso, no entanto, não quer dizer que Rafael Nadal está acabado e que não haverá mais jogos eletrizantes entre ele e Djokovic e ele e Federer. “Tenho a sensação de que quando ele voltar, vai voltar forte e será difícil derrotá-lo. Especialmente no saibro, em que ele quase não perde jogos.”

Para quem pensa que Federer deve ter sentido o cansaço, que já não tem mais idade para rivalizar com Murray e Djokovic, se engana. O suíço, acredito eu, não se arriscaria a competir se não estivesse suficientemente bem preparado, não jogaria os torneios se não acreditasse que pudesse vencer, e não aceitou o físico ou a idade como desculpa para a derrota diante de Murray. “Ele simplesmente jogou melhor do que eu  ponto.”

Andre Agassi, em Melbourne para promover os vinhos Jacob’s Creek e entregar o trofeu ao campeão, o mesmo que ele ergueu quatro vezes, deu um bom panorama do tênis atual. “Estamos vivendo a Era de Ouro do Tênis.”

 

 

Leave a Comment

Filed under Uncategorized

US Open – Treze anos depois e Serena continua ganhando Grand Slams

Há treze anos Serena Williams erguia o seu primeiro trofeu de Grand Slam, na mesma quadra onde neste domingo derrotou a número um do mundo, Victoria Azarenka, por 6/2 2/6 7/5. Então, com 17 anos de idade, ela derrotava a número um da WTA, de 1999, Martina Hingis, por 6/3 7/6. Mesmo com a ambição do pai Richard Williams, e tudo o que se falou na época em que as irmãs Venus e Serena surgiram no circuito, de que seriam as melhores da história, dificilmente imaginaríamos ver a mais nova de cinco irmãs erguendo o 15º trofeu de Grand Slam da carreira, 13 anos depois do primeiro. Ninguém na história do US Open tem tanto tempo de diferença entre o primeiro e o último título conquistado em New York.

 

Lembro como se fosse hoje quando vi a Serena pela primeira vez no circuito, de miçangas, carinha de criança e dizendo que conquistaria o mundo. Lembro perfeitamente desse título de 1999. Foi um ano em que o Guga alcançou as quartas-de-final no US Open, por isso acabei ficando bastante em NY, quase até a final e consequentemente cruzando a Serena constantemente. Lembro da rivalidade que existia entre as irmãs e Hingis, e também Kournikova. Lembro da roupa amarela, ainda da Puma, com que Serena ganhou aquele primeiro Grand Slam da carreira. Na verdade, não sei se lembro ou se vi tantas vezes a capa da Tennis View com ela erguendo o trofeu do US Open 99 ou se ao passar no corredor entre a sala de imprensa e a sala dos jogadores, acabo olhando mais para essa foto do que a dos outros campeões e acho que tenho isso fresco na memória.

 

O que mais me impressiona é mesmo a longevidade da tenista. Que jogador ou jogadora fica ganhando Grand Slam por 13 anos? Antigamente víamos tenistas durarem tanto tempo no circuito, mas atualmente, não vemos jogadores e jogadoras com carreiras longas e vencedoras.

 

Serena está agora a 3 títulos de igualar o recorde de 18 trofeus de Grand Slam de  simples de Martina Navratilova e Chris Evert e incrivelmente tem 8 trofeus a mais do que a segunda colocada da Era Aberta, a sua irmã, Venus.

 

É muita diferença entre as outras campeãs da sua geração, o que a faz parecer uma gênia das quadras.

 

David Ferrer, na sua coletiva depois da derrota para Djokovic, comentou que um diferencial dos Fab Four do tênis, Murray, Djokovic, Nadal e Federer, é a força mental e foi isso que Serena mostrou hoje.

 

Quando penso na história dela, me impressiono mais ainda. Ela foi treinada por pais que aprenderam a jogar tênis pela televisão, quando viram quanto ganhava uma jogadora de tênis. Richard e Oracene tentaram ensinar as cinco filhas (só Serena e Venus são filhas dos dois), mas apenas as duas mais novas mostraram a habilidade necessária para vencer.

 

Todos os dias, antes e depois da escola, Richard colocava as cinco meninas em uma van, com um carrinho de supermercardo cheio de bolas de tênis e ia para as quadras públicas de Compton, um bairro humilde e de gangues da Califórnia, treinar.  

 

Cada uma da sua maneira, as irmãs foram chegando no circuito e nunca mais saíram. Tiveram problemas de saúde, se aventuraram por diferentes mundos entre campeonatos, como o da decoração e design, o mundo de Hollywood e com um calendário sem excesso de torneios, conseguem estar aí, principalmente Serena, representando o que é ser uma atleta campeã, ao pé da letra.

 

Campeã de Wimbledon, medalhista de ouro olímpica e campeã do US Open. Ah, aos 30 anos de idade.

 

Foto de Serena Williams – Cynthia Lum

Leave a Comment

Filed under Uncategorized

Direto de NY – as emoções da conquista de Bruno Soares no US Open e um pouco de história

Sou uma privilegiada. Assisti hoje, pela quarta vez, um brasileiro ganhar um Grand Slam. Foi a minha primeira final com um jogador do Brasil no US Open. As outras três foram em Paris, em Roland Garros, com o Guga. Há algo especial nestes dias, nestes momentos e ver Bruno Soares se tornar o quarto brasileiro campeão de Grand Slam, com a russa Ekaterina Makarova, nas duplas mistas, foi tão emocionante quanto o jogo. 

 

Acordei cedo hoje, olhei pela janela, o céu estava cinza e havia muito vento. Saí do quarto um pouco antes das 10h. Queria chegar cedo a Flushing Meadows e às vezes tem um trânsito horrível nessas horas de Manhattan para cá. 10h30 já estava no complexo. Fui comer um bagel com cream cheese no restaurante da imprensa, mas já estavam recolhendo o café-da-manhã e fui ver se o Bruno estava aquecendo no Arthur Ashe Stadium.

Ele já estava de saída. Cruzei com o técnico do mineiro, Marcio Torres e ele me disse que os dois, Soares e Makarova haviam aquecido muito bem.

 

Dei uma volta pela sala dos jogadores para ver quem estava por lá. Encontrei a esposa do Bruno, a Bruna e voltei para a sala de imprensa, para pedir o ingresso para sentar no Court Side seat – aqueles lugares bem pertos da quadra. Temos acesso livre no nível abaixo do da arquibancada, mas para sentar a poucas cadeiras da quadra, precisamos de um ticket especial.

 

Peguei o ingresso e fui para a quadra. Quando entrei, Bruno e Makarova já estavam dando entrevista no túnel que leva à quadra. Bruno entrou primeiro e em seguida, Makarova entrou com flores na mão e uma menina andava atrás segurando sua raqueteira. Era o clima da final.

 

Os quatro jogadores foram apresentados e começou o jogo. O resultado todo mundo viu. Bruno e Makarova precisaram salvar dois match points para vencer Kveta Petschke  e Marcin Matkowski por 6/7(8) 6/1 12/10.

 

Estar no estádio neste momento, ver a cerimônia de premiação sendo preparada, Mary Joe Fernandez entrevistando o brasileiro, o discurso dele sendo aplaudido, os fotógrafos e muitos, entrando para registrar a entrada do brasileiro para o seletíssimo grupo de brasileiros campeões de Grand Slam, ao lado de Maria Esther Bueno, Thomaz Koch e Gustavo Kuerten, foi emocionante.

 

Pensava em como sou privilegiada, depois dos três títulos do Guga em Roland Garros, poder acompanhar o próximo que foi este, 11 anos depois, ouvir na sala de imprensa no alto falante anunciarem os campeões de duplas mistas Soares e Makarova, na coletiva; Chegar na sala de coletiva principal e ver o troféu de duplas mistas na mesa, entre os nomes de um brasileiro e uma russa; ver o Bruno dando entrevista em inglês e depois ser trasladado para uma sala de entrevistas menor para falar com os brasileiros, com o rapaz do anti-doping atrás e surgindo pergunta atrás de pergunta e depois ele sendo levado para entrevistas exclusivas, uma rotina de campeão, o troféu sendo levado embora pelo guardião do mesmo, é o que há de mais interessante e especial num Grand Slam. Afinal, desde que comecei minha carreira profissional, há pouco menos de 20 anos, isso só aconteceu quatro vezes.

 

 O fato se torna mais especial, pois o Bruno é um daqueles garotos gente boa e que eu tive a oportunidade de acompanhar desde o início da carreira de juvenil, com a Tennis View (encontrei a primeira vez que ele apareceu em uma foto na revista, foi na edição 16, em 1999, há 13 anos) e com ele sendo junior na Copa Davis, na época em que o Guga liderava a equipe. Fizemos materias com ele desde que jogava o Banana Bowl, sentimos a ausência por dois anos quando ele se lesionou e quando ele chegou à semifinal de Roland Garros, nas duplas, em 2008, depois de ter começado a temporada praticamente sem ranking, eu também estava lá.

 

Perguntei para o Bruno então o que isso tudo significava para ele e a resposta foi a de que “é muito especial e muito assustador.”

 

Ele lembrou novamente de Thomaz Koch, a primeira pessoa que o fez sonhar, do Guga e falou que “se tornar o quarto jogador do Brasil a ganhar um Grand Slam é muito, muito especial. Estou muito feliz e esse título agora vai ficar marcado na minha carreira para sempre.”

 

Continuei com a pergunta, tentando saber se como muitos falam, passou o filme da carreira dele na cabeça, quando beijou o trofeu. “Passou muito coisa, o juvenil, os dois anos de lesão que foi uma fase indefinida, a minha decisão acertada de decidir focar nas duplas, mas o que mais pensei foi no meu pai – falecido em junho. Queria muito que ele estivesse aqui. Ele está fazendo falta, mas tenho certeza que ele está assistindo. Ele e a minha mãe fizeram todos os sacrifícios para eu poder jogar.”

 

Quis saber também do campeão do US Open, o que ele achava que esse título representava para o Brasil e Bruno foi rápido na resposta, esperando que traga “mais investimento, mais projetos e mais patrocinadores para o tênis brasileiro. Temos um ciclo olímpico de exatos quatro anos para trazer coisas boas para 2016.”

 

Ao lado de Marcelo Melo e André Sá, com Thomaz Bellucci também, Bruno forma o quarteto de jogadores brasileiros que representam o Brasil o ano todo no circuito. São eles, só eles, que levam o nome do País às finais de ATPs, a enfrentar os jogadores tops, a fazer o Brasil sonhar com uma medalha olímpica e agora ele foi recompensado com o trofeu do US Open de duplas mistas.

 

Parabéns, Bruno. É um prazer, um privilégio e uma honra acompanhar a sua carreira tão de perto, fazer parte da história do tênis do Brasil.

 

 

 

Leave a Comment

Filed under Uncategorized

Susan Sarandon, Donald Trump e Aretha Franklin estrelam campanha da WTA “Strong is Beautiful”

Menos de uma semana antes do US Open começar, a WTA revelou a nova fase da campanha “Strong is Beautiful,” lançada no ano passado, agora intitulidade de “Strong is Beautiful Celebrity Campaign.” A Associação das tenistas, escolheu nomes conhecidos mundialmente em diferentes áreas – entretenimento, música, negócios, esporte – para darem ainda mais reconhecimento global ao tênis feminio. Susan Sarandon, Aretha Franklin, Donald Trump, Bob Sinclar e Richard Branson são apenas alguns dos nomes que estrelam a campanha.

Cada celebridade gravou vídeos e posou para fotos segurando uma lousa, com os dizeres “Strong is Beautiful.” Do lado esquerdo da foto, uma frase define o que significa para eles ser forte.

Susan Sarandon definiu, por exemplo, ser forte como “a maneira de medir a profundidade da sua paixão pela vida.” Bob Sinclair usou a frase “manter a sua cabeça calma quando o seu coração estiver batendo como uma boate,” para definer o que é ser forte.

Aretha Franklin afirmou: “Ser forte é saber que a dor é inevitável, mas que sofrer é opcional.”

O magnata do mercado imobiliário, Donald Trump escreveu: “Ser forte é ter o coração para sonhar grande e a coragem para viver o seu sonho.”

Além dos expoentes nas áreas fora do tênis, as jogadoras também posaram para fotos e gravaram vídeos para a segunda fase da campanha.

Todas elas foram fotagrafada em um estúdio e o “Strong is Beautiful,” quando não está na lousa, aparece pintado de tinta colorida nas partes do corpo das tenistas e elas também definem o que é ser forte.

Serena Williams escreveu a frase “ser forte é mudar o que é possível, fazendo constantemente o impossível.”

Ana Ivanovic, que não anda nas melhores fases da carreira demonstrou a sua luta para voltar a ganhar os maiores trofeus do mundo ao definir ser forte como “nunca desistir de lutar para ser tão bom quanto você acha que pode ser.”

Os anúncios com as estrelas do tênis e as estrelas de Hollywood, dos negócios e da música, será veiculado mundialmente até o WTA Championships, em Istambul, no final de outubro.

 

 crédito das fotos: WTA

Leave a Comment

Filed under Uncategorized

Por dentro do Hall of Fame, antes do Guga chegar

Guga desembarca em Newport, no Estado de Rhode Island, nesta quinta-feira, para ser condecorado com a entrada no Hall da Fama do tênis. Antes dele chegar fiz uma grande pesquisa e uma matéria publicada na edição 119 da Tennis View em que relato a história do Hall da Fama, como é o dia-a-dia do antigo Cassino de Newport e o que mais tem para fazer por lá. Para quem estiver pela região, dá para alugar uma quadra de grama para bater uma bola, visitar o histórico museu e até alugar o espaço para fazer festa de casamento.

 

São mais de 300 mil fotos, 5 mil títulos de livros, 4 mil ítens de material áudio visual, mais de 16.000 objetos, incluindo roupas que datam do século 19, 13 quadras de grama, em uma localização histórica em Newport (Rhode Island/EUA), que data de 1880. Este é o International Tennis Hall of Fame.

Com a nomeação oficial de Gustavo Kuerten para entrar no Hall da Fama no dia 14 de julho deste ano, ao lado de nomes como o de Andre Agassi, Pete Sampras, Bjorn Borg, Yannick Noah, Jim Courier, Stefan Edberg, John McEnroe, Mats Wilander, Ivan Lendl, entre muitos outros, Tennis View fez uma imersão sobre o Hall da Fama. Juntamos fotos de uma visita feita ao Newport Casino, há dois anos com informações adquiridas diretamente de lá, para mostrar como é o lugar que eternizará o nome de Gustavo Kuerten na história do esporte.

 

HISTÓRIA

Fundado em 1880, o Newport Casino, construído para ser um clube familiar e não de jogatina, sediou já no ano seguinte, em 1881, o primeiro campeonato nacional dos Estados Unidos de tênis na grama, hoje o US Open. De um clube, o local se tornou o Tennis Hall of Fame em 1954 e em 1986 foi reconhecido pela ITF, passando a ser o “International Tennis Hall of Fame.”

O prédio original, construído há 122 anos e transformado em patrimônio nacional em 1987, está preservado e é dentro dele que se encontram as relíquias do esporte e um centro de pesquisas.

A entrada é claro, uma quadra de tênis de grama. 

 

MUSEU

O museu do Hall of Fame é dividido em diferentes áreas, com memorabilia, objetos relacionados a tênis em geral, roupas dos tenistas, algumas delas autografadas, raquetes das mais antigas já encontradas, inclusive com a caixa estilo-baú em que eram armazenadas, pôsters e fotos, muitas fotos.

Há as sessões dos campeões do mundo da ITF, de cada Grand Slam, com frases do tipo “Dominant Down Under, em referência ao Australian Open e “Suprême a Paris,” em alusão a Roland Garros.

Sobre cada grande torneio há objetos especiais que caracterizam a competição, como o chapeuzinho verde da Perrier distribuído todos os anos em Roland Garros e os cartazes da competição

Dentro destas partes do museu, Gustavo Kuerten já está presente. Mas, algumas semanas antes da entrada oficial no Hall da Fama terá uma exposição especial só sua, como Andre Agassi teve no ano passado.

Além de todos estes artigos, fotos, vídeos, pôsters, e tudo o mais que você possa imaginar relacionado a tênis, sendo um paraíso para qualquer apaixonado pelo esporte e por história, o Hall da Fama também tem um centro de pesquisa.

 

CENTRO DE PESQUISA

Profissionais especializados em museologia, pesquisam, restauram, conservam e armanezam, documentos, publicações, fotos, vídeos e materiais relacionados à história do tênis e a personalidades que fazem parte do esporte. São informações de mais de 150 anos, com publicações que datam de 1847 e imagens em vídeo desde 1920. Toda essa estrutura, inaugurada no ano 2000, fica no terceiro andar do edifício.

O mais interessante é que todo este material pode ser pesquisado e caso você queira adquirir uma fotografia específica, pode solicitar a reprodução por US$ 75 (aproximadamente R$ 130).

Pesquisadores e produtores de televisão e rádio também podem solicitar o serviço do Information Research Center para procurar imagens raras, com um custo de hora profissional de uma pessoa do staff.

Este mesmo serviço de pesquisa pode ser contratado à distância para qualquer tipo de assunto ligado a tênis.

 

JOGAR NA GRAMA

Mas, não é só uma visita ao museu ou ao centro de pesquisas que uma ida ao ITHF proporciona.

Entre os meses de maio e outubro é possível jogar nas quadras de grama históricas do Newport Casino. E você nem precisa levar a raquete. Pode alugar uma por US$ 10 (aproximadamente R$ 17,50), lá mesmo. A única exigência é pelo uso de roupas brancas.

O aluguel de uma hora de quadra de grama custa U$ 100 (R$ 175,00) – a de saibro sai por R$ 60 e a rápida, por R$ 52 – e  a hora de um professor, U$ 90 (R$ 160,00).

Há pacotes especiais para grupos ou para aluguel de mais horas de quadra.

Você ainda pode alugar uma daquelas “ball machines,” que raramente encontramos no Brasil. Mas, só para jogar nas quadras rápidas ou de saibro, para não deteriorar a grama.

 

ATÉ CASAMENTO

Durante o ano todo há diferentes eventos sendo realizados no International Tennis Hall of Fame, de tênis ou não. O Campbell’s Hall of Fame Tennis Championships é o ATP 250 que acontece durante a semana da cerimônia oficial de entrada do Hall da Fama. É o único ATP disputado na grama, nos Estados Unidos.

Além disso há torneios juvenis, de veteranos, cadeirantes, festivais de Jazz, congressos de arquitetura, festivais de cinema e até eventos privados, incluindo cerimônias de casamento, afinal o “love,” faz parte do jogo.

 Álbum de fotos completo aqui

Leave a Comment

Filed under Uncategorized

“Murray ainda vai melhorar muito” – quem disse foi Emilio Sanchez, há oito meses

Esse post é a reprodução da coluna do Emilio Sanchez, publicada na edição 117 da Tennis View. Vale a pena ler as observações que Sanchez, que treinou Murray, faz sobre o finalista de Wimbledon, nessa véspera de final histórica contra Federer.  Emilio inclusive previu que Murray melhoraria muito e que disputaria as vagas nas finais e os títulos de Grand Slams com mais chances de vencer os tops neste ano.

 

“Estou aqui sentado na minha academia, a Sánchez-Casal, tentando me recordar dos momentos interessantes, que Andy Murray teve conosco. E a grande evolução dele foi em 2003.

Ele chegou um dia com a sua mãe na academia. Ela estava confiante e ele tinha muitas dúvidas. Eu me lembro daquele menino que quase nem me olhava, que estava assustado em chegar num país estranho, de iniciar uma nova aventura, mas como as fronteiras desaparecem dentro da quadra de tênis, pois são iguais em todos os locais do mundo, ele conseguiu se adaptar rapidamente ao lugar. Quando olhava para ele, achava que parecia qualquer coisa, menos um tenista, mas dentro da quadra, ele mostrava todo o seu talento.

Sua mãe Judy, ex-tenista, que treinava os jogadores juvenis de seu país e também trabalhava para a Federação de Tênis da Grã Bretanha, sabia que deveria fazer com que Andy mudasse do ambiente em que vivia na Inglaterra, tirá-lo da pressão da imprensa inglesa, querendo que Andy fosse um a mais no grupo, que não fosse diferente, que se misturasse com os outros jogadores de nível.  Além disso, devia conseguir que seu filho se movimentasse em quadra como os espanhóis, que fosse um gladiador na quadra e sabia que a Espanha era o melhor lugar para isso. Judy apostou na nossa academia, pois estava convencida que aqui daríamos tudo o que ele precisasse.

A primeira vez que joguei com ele, me apareceu na quadra um menino magro, alto, desengonçado, com as pernas juntas e que só olhava para o chão. Eu tentei fazer algum comentário para impressioná-lo, mas sua resposta me deixou pensativo; aqui tem alguma coisa, pensei, tem caráter. Então, começamos a bater bola, não havia nada de especial nele, golpes normais, que pena, pensei. Mas, como eu gosto de medir os jogadores numa partida, tentei novamente instigá-lo. Perguntei a ele se ele gostaria de jogar um set e ele respondeu “pensei que você não se atreveria a jogar contra mim!”.  Ele tem confiança, pensei e fiquei animado.

Começamos a jogar. Vou ganhar, com certeza, pensava. Mudava as alturas das bolas e ele respondia, o atacava e ele se defendia melhor, o trazia para a rede e ele voleava melhor, era difícil para ele correr nas deixadas, mas era explosivo e acabaria aprendendo, não sacava muito forte, mas a execução do movimento era quase perfeita, quando ficasse mais forte, sacaria muito bem. A verdade é que fiquei impressionado, ele tinha algo de especial, além do mais era ganhador e quando aprendesse a canalizar as energias, seria duríssimo de ser vencido. Melhor, vou dizer o que aconteceu…

Aquele dia, fui para casa com um sorriso no rosto, se conseguíssemos dar a este garoto os valores básicos de um tenista espanhol, seria espetacular. Além do mais, em poucos dias que estava treinando com a gente, mostrou seu companheirismo, sua humildade e se conseguíssemos que trabalhasse de forma contínua, melhoraria muito. Foi a parte mais difícil, que ele se acostumasse com as rotinas de treinos, algumas vezes precisamos buscá-lo no quarto para vir treinar, outras vezes precisávamos perseguí-lo para quase obrigá-lo a treinar, ele precisava se acostumar à vida dura. Mas, quando ia aos torneios, era quando dava o melhor de si, essa parte tão difícil de ensinar, já tinha naturalmente.

Se analisarmos Andy Murray hoje em dia, nos damos conta que depois desse anos, ele segue mantendo tudo de excepcional que tem em seu jogo, é muito agressivo com o serviço e domina seus adversários e quanto mais alguém o ataca, melhor se defende. Se nos Grand Slams conseguir manter a constância com a agressividade como fez nos últimos meses nos torneios ATP, teríamos quase que com certeza o primeiro inglês a ganhar um grande torneio deste porte, desde Fred Perry. Eu sou um daqueles que defendem que ele ainda irá melhorar. Além disso, precisamos levar em consideração que ele joga em uma era de grandes jogadores da história, Nadal, Federer e se em alguma ocasião eles não estiveram presentes, Andy ainda encontra com um Djokovic quase superior do que os melhores. De um lado, penso que é sorte triunfar no tênis em uma época tão maravilhosa como a atual, coincidindo com os melhores jogadores da história, que obrigam os demais a subir o nível, mas por outro lado, é falta de sorte, apesar do tênis de alto nível de Andy, é muito mais difícil para ele ganhar um Grand Slam.

No ano que vem, em 2012, estou certo que nos torneios grandes Andy vai enfrentar seus três maiores rivais com maiores chances de vencê-los; chegou seu momento e no Masters que é disputado em seu país, é o principal candidato para o título.

Gostaria de terminar ressaltando que, mesmo chegando no topo, Andy sempre ajudou seus amigos, ex-companheiros de colégio e de residência da academia. É muito ligado aos seus amigos, é fiel e boa pessoa, convidou quase todos seus amigos aos grandes torneios e segue mantendo contato com o resto. Além disso, viajou quase dois anos com Carlos Mier, seu companheiro de quarto na Sánchez-Casal e agora seu técnico é o Dani Vallverdú, outro grande amigo que fez aqui na academia. Essas são as pessoas que estão perto de Andy, que conheceu aqui e ele continua com eles, e isso diz muito sobre quem ele é.

Eu só posso agradecer pelo Andy ser dessa forma que é, porque ele, desde que decidiu seguir sozinho, sempre se lembrou de todos nós da Sánchez-Casal, então somos muito agradecidos a ele. Aqui na academia não poderíamos ter maior referência, maior modelo a seguir. Um campeão como Andy e o fato de ele se recordar do tempo em que passou aqui como um dos melhores de sua vida nos enche de orgulho e satisfação. Todos que compartilhamos do seu crescimento, o admiramos e sabemos que em breve realizará seu sonho.”

 

Abraços,

Emilio Sànchez

Leave a Comment

Filed under Uncategorized

Não achei que fosse ver Andy Murray em uma final de Wimbledon – É admirável, ele conseguiu!

Não achei que fosse ver Andy Murray disputando uma final de Wimbledon. Assim como os fãs que estavam na Center Court e na Henman Hill, demoraram alguns segundos para de fato acreditar no que estavam vendo diante de seus olhos, também fiquei boquiaberta com a vitória do britânico diante de Jo-Wilfried Tsonga e a conquista da vaga para a final, em que enfrentará Roger Federer em busca do trofeu que Fred Perry ergueu em 1936.

Há 76 anos os ingleses falam de Fred Perry, o último tenista do Reino, a vencer em Wimbledon. Há 74 anos, Bunny Austin marcava seu nome na história ao se tornar o último britânico a chegar à final no All England Lawn Tennis & Crocquet Club.

Vieram Roger Taylor, Tim Henman e Andy Murray.

De Roger Taylor, não posso falar. Apenas li sobre ele nos livros de história. As tentativas de Tim Henman, e a Henman Mania em Londres, eu acompanhei de perto por lá mas também, nunca achei que ele tivesse muitas chances entre Pete Sampras e Andre Agassi e admito que torci para o Ivanisevic naquele 2001 em que Sampras foi eliminado antes do tempo. O corpo meio mirradinho, embora possa parecer uma besteira, ainda mais levando em conta o eficiente jogo de saque e voleio dele, não me inspirava confiança.

E Murray também não me inspirava aquela confiança, mesmo já tendo disputado três finais de Grand Slam – duas na Austrália e uma em Nova York -, tendo vencido Masters 1000 e provado que não é afetado pela toda loucura que envolve ser um britânico jogando Wimbledon e com chances de avançar no torneio.

Achei interessantíssimo quando ele apareceu com Ivan Lendl de técnico. Como o próprio Lendl disse, Murray teve coragem de contatá-lo e de assumir a parceria, sabendo de toda a atenção que teriam.

Há duas semanas, antes de Wimbledon começar, já havia rumores do que aconteceria entre técnico e jogador caso Murray não tivesse um bom resultado em casa. O jogador acusava dores nas costas e havia perdido na primeira rodada do ATP de Queen’s.

Mas, foi só ele começar a jogar bem em Wimbledon que as dúvidas do resultado da contratação do campeão de 8 Grand Slams, pararam e surgiram, no lugar, notícias e informações sobre como Lendl tem contribuído para o jogo de Murray.

Ao que parece uma das maiores influências tem sido mental. Lendl perdeu quatro finais de Grand Slam antes de vencer a primeira. Murray já perdeu três. Lendl nunca ganhou Wimbledon, apesar de ter disputado duas finais. Tudo o que Murray está passando, Lendl já passou.

A calma e a frieza de Lendl podem servir para acalmar o britânico. Não importa o momento do jogo, a expressão do checo naturalizado norte-americano parece não mudar.

O próprio Murray disse que uma outra coisa que Lendl mudou na sua preparação durante o torneio é o fato de estar sacando menos nos treinos. “Ele me disse que o ombro precisa estar descansado e solto e que vou sacar bastante nos jogos. De fato estou sacando melhor quanto mais eu jogo.”

Mas, independentemente de Lendl, ou não, é Murray quem está em quadra jogando e sobrevivendo não só aos adversários mais à Murray Mania, aos tablóides britânicos e aguentando a pressão da possibilidade de se tornar o primeiro britânico campeão de Wimbledon, na Inglaterra.

Murray soube aproveitar muito bem a oportunidade de uma chave mais aberta e fez o que muita gente não esperava, chegou à final de Wimbledon.

O próprio Henman, que passou por essa situação há 11 anos, afirmou que Murray estava mais preparado do que ele para esse momento.

Como é interessante o nosso esporte.  

Há um mês, todas as atenções estavam voltadas para Rafael Nadal e Novak Djokovic e Maria Sharapova. Nadal foi elevado ao status de Rei de Paris, como o maior campeão de todos os tempos do torneio. Sharapova completava o Grand Slam e voltava ao topo do ranking mundial.

Neste fim-de-semana tudo muda. Federer pode erguer o seu 7º trofeu de Wimbledon; Murray pode vencer o seu primeiro Grand Slam e se tornar o primeiro britânico a triunfar no All England Club desde 1936; Nadal já foi para casa há 10 dias, eliminado por Lukas Rosol e Serena Williams, derrotada na primeira rodada em Roland Garros enfrentará uma polonesa na final, neste sábado, para conquistar o 14º trofeu de Grand Slam da carreira.

 

Leave a Comment

Filed under Uncategorized