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US Open – Brasil vive momento único nas duplas

Não vamos nos acostumar mal e achar que é normal. Vamos aproveitar este momento único na história do esporte brasileiro, com os tenistas de duplas disputando finais de Grand Slam, como faz o mineiro Bruno Soares, ao lado do austríaco Alexander Peya, no US Open, neste domingo, contra Leander Paes e Radek Stepanek.

bruno soares us open

O tênis brasileiro está vivendo um momento mágico nas duplas. É o segundo Grand Slam seguido que temos um tenista do Brasil na final. A 2ª melhor parceria do mundo tem um brasileiro – Bruno Soares – e a 10ª – Marcelo Melo – também. Temos 6 jogadores entre os top 100: Soares (4º), Melo (14º), Sá (68º), Demoliner (76º) e Souza (93º). E Melo ainda deve subir de posição quando os novos rankings forem divulgados na segunda à noite. Temos enormes chances de contar com dois brasileiros no ATP Finals, em Londres.

Bruno Soares, 31 anos, está vivendo essa fase de resultados espetaculares desde que conquistou o primeiro Grand Slam da carreira, há um ano, neste mesmo US Open, nas duplas mistas.

De lá para cá foram quatro títulos no fim de 2012 e mais cinco este ano, incluindo o primeiro trofeu de Masters 1000 (Canadá) e outras três finais. Esses bons resultados incluem ainda a semifinal de Roland Garros nas duplas e o vice-campeonato nas duplas mistas.

Sim, esta será a terceira final de Grand Slam de Bruno Soares e a primeira nas duplas. A segunda final seguida no US Open.

Marcelo Melo, que perdeu a semifinal em New York, com Ivan Dodig, para Bruno Soares, já disputou duas finais de Grand Slam. Foi vice-campeão de duplas mistas, em 2009, em Roland Garros e vice de Wimbledon, neste ano.

É tão difícil chegar à uma final de Grand Slam, que o Brasil demorou 08 anos, entre o título de Gustavo Kuerten em 2001, em Roland Garros e o vice de Melo, nas mistas, em 2009.

É tão raro vencer um Grand Slam, que até hoje, entre os brasileiros, apenas Maria Esther Bueno, Thomaz Koch, Guga e Soares ergueram o tão cobiçado trofeu.

Por isso, não vamos nos acostumar mal, achando que é normal assistir jogo de duplas na televisão e ver brasileiro na cerimônia de premiação. É raríssimo e eles devem ser festejados e reverenciados.

Nos acostumamos tão mal com Guga como número um do mundo e beijando o Tropheé des Mousquetaires, em Paris, que hoje parecemos apreciar – inclusive ele – muito mais o que ele fez, do que na época. Parecia normal, mas não é.

O que essa turma de duplistas está jogando de tênis é que é fora do normal.

 

 

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ATP Heritage – uma noite histórica em New York

Quando temos uma lenda, um campeão, entre nós, já é algo especial. Quando 19 números um do mundo se reúnem, a atmosfera muda, fica eletrizante e nostálgica ao mesmo tempo. Mas, acima de tudo, especial e comemorativa. Foi o que aconteceu na noite de sexta-feira, no também histórico hotel Waldorf Astoria, em NY, com a homenagem da ATP aos tenistas que já foram número um do mundo.

De Ilie Nastase, o primeiro a ser número um, até Novak Djokovic, o atual, praticamente todos que chegaram ao lugar mais alto do ranking se vestiram de terno e gravata (só Connors não se engravatou) e foram a Nova York receber um trofeu inedito pelo feito. Borg, McEnroe, Newcombe, Wilander, Edberg, Courier, Lendl, até o recluso Rios, Roddick, Hewitt, Kafelnikov, Moyá, Ferrero, Nadal, Federer, todos estavam lá. E claro, o Guga praticamente o mais sorridente da festa!

A comemoração marcou os 40 anos da instituição do ranking e prentede ser a primeira de muitas para resgatar a história do esporte.

Assista aqui o vídeo.

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Guga: 43 semanas de história

A ATP veio até o Brasil nesta semana para lançar a campanha HERITAGE, que resgata a história do esporte e que neste primeiro momento está homenageando os 16 únicos tenistas que terminaram uma temporada como número um do mundo e entre eles está Gustavo Kuerten.

Já escrevi sobre a campanha e os feitos de Guga quando anunciaram a campanha, em fevereiro e há algumas semanas, quando o livro HERITAGE ficou pronto.

Acho que assim como o Guga, quanto mais passam os anos mais vou tendo a dimensão do que significava cada momento que vivemos. Muitas vezes quando estamos tão envolvidos com algo, é difícil fazer uma pausa e olhar de fora.

O evento hoje, na Sede dos Correios, em São Paulo, com a presença do brasileiro Chief Player Officer da ATP, Andre Silva e Guga, além de um representante da empresa de correios e telégrafos, serviu para isso. Não que nestes anos eu não tivesse parado para pensar e passar um filme na minha cabeça, afinal eu vivi bem de perto cada uma destas 43 semanas dele reinando no topo do ranking mundial.

Quando o André Silva começou a falar que um dos principais motivos da campanha Heritage era resgatar a história do esporte e quando o Guga começou a relatar os momentos marcantes das 43 semanas no topo, realmente veio um filme na cabeça.

Claro que o auge destas semanas foi a conquista em Lisboa, vitória sobre Sampras e Agassi, na sequência e ainda fazer o discurso em português. GugaAgassi

Depois Guga lembrou que logo no início de 2001 perdeu a liderança para o Safin, no Australian Open, o Grand Slam que ele tem o pior desempenho da carreira até hoje.

Poucas semanas depois ele viria recuperar a coroa, ganhando de um argentino – Jose Acasuso – na final do ATP de Buenos Aires e com todo o Buenos Aires Lawn Tennis Club aplaudindo de pé. Foi uma semana especial mesmo na capital argentina. Lembro que todos da equipe éramos parados para falar com fãs, jornalistas, organizadores, mostrando que o Guga havia ultrapassado qualquer barreira da rivalidade Brasil x Argentina. Lembro que o Raí apareceu pelo torneio também. Guga Buenos Aires

Para Guga outro momento marcante foi chegar em Roland Garros como número um do mundo, cabeça-de-chave 1 e defender o título do Grand Slam. “Foi um marco na minha carreira.”

Guga Roland Garros trophy

As semanas continuavam vitoriosas. O meu trabalho não parava, nem mesmo na temporada de quadra rápida.

Guga estava jogando o melhor tênis da carreira. Fez inúmeros jogos na América do Norte e como ele lembrou, fez o último grande jogo como número um no US Open, contra o Max Mirnyi, em uma partida que terminou de madrugada.

Ele ainda tentou se manter na liderança, mas o quadril já começava a incomodar bastante e em Sidney, na Masters Cup, jogando no indoor, na terra de Lleyton Hewitt, em vez de ser no saibro, no Brasil, como estava previsto e não aconteceu por falta de local, o número um foi para o australiano.

Veja abaixo as 43 semanas de história, com os resultados de Guga na temporada. É impressionante olhar para o calendário do ano todo e ver praticamente só número 1.

Só lamento não ter mais fotos minhas em mãos para postar. Estava conversando com um jornalista hoje no evento, que também estava em Lisboa, que acho que estávamos realmente tão envolvidos com o trabalho que nem foto direito tiramos! Até tenho algumas fotos impressas, mas está duro de saber onde estão.. Pelo menos tem esta da comemoração da vitória sobre o Mirnyi no US Open.

Guga US Open Max Mirnyi

 

19.11.2001       2 3 derrotas na Masters Cup Sydney

12.11.2001       1

05.11.2001       1 3ª rodada Paris

29.10.2001       1 Derrota estreia Basel

22.10.2001       1 Derrota 2ª rodada Stuttgart indoor

15.10.2001       1 Derrota estreia Lyon

08.10.2001       1

01.10.2001       1

01.10.2001       1

24.09.2001       1

17.09.2001       1 Derrota estreia Brasil Open

10.09.2001       1 Quadrifinalista US Open

27.08.2001       1

20.08.2001       1 Vice Indianápolis

13.08.2001       1 Campeão Cincinnati

06.08.2001       1 3ª rodada Montreal

30.07.2001       1 Semifinalista Los Angeles

23.07.2001       1 Campeão Stuttgart

16.07.2001       1

09.07.2001       1

25.06.2001       1

18.06.2001       1

11.06.2001       1 Campeão Roland Garros

28.05.2001       1

21.05.2001       1 Derrota estreia Hamburgo

14.05.2001       1 Vice-campeão Roma

07.05.2001       1

30.04.2001       1

23.04.2001       1 Campeão Monte Carlo

16.04.2001       2

09.04.2001       2 Copa Davis Brasil x Austrália

02.04.2001       2 3ª rodada Miami

19.03.2001       1 3ª rodada Indian Wells

12.03.2001       1

05.03.2001       1 Campeão Acapulco

26.02.2001       1 Campeão Buenos Aires

19.02.2001       2

12.02.2001       2 Copa Davis

05.02.2001       1

29.01.2001       2 Derrota 2ª rodada do Australian Open

15.01.2001       2

08.01.2001       2

18.12.2001       1

11.12.2001       1

04.12.2001       1 Campeão Masters Cup

27.11.2000       2

20.11.2000       3 semifinalista do Masters 1000 de Paris

Gustavo Kuerten Book Pages

 

Fotos de Cynthia Lum

 

 

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Guga e Djokovic: Foi lindo. Foi Espetacular. Foi Emocionante.

Foi lindo. Foi espetacular. Foi Emocionante. Superou qualquer expectativa. O tênis viveu uma noite mágica no Maracañazinho, com Guga e Djokovic.

Guga, de repente, parecia um jogador em atividade, claro que não em termos de nível de jogo, mas tamanha era a energia que havia em volta dele, do público; tantos eram os aplausos e “olê, olê, ola, Guga, Guga,” que ouvimos dos 10.000 torcedores que lotaram a arena esportiva.

Até o coração Guga desenhou em quadra de novo, em agradecimento à torcida, como fizera em Roland Garros 2001. E como há 11 anos, foi algo natural, não foi planejado com dias de antecedência, saiu da alma, da emoção do momento.

Djokovic fez tudo o que a gente vê ele fazer em diferentes jogos. Dançou e com Guga, imitou o tricampeão de Roland Garros, colocou uma peruca com cabelos enrolados, riu, se divertiu, deu a raquete para tenista mirim jogar, vestiu a camiseta da Semana Guga Kuerten – não sei o que o patrocinador dele achou disso, mas ele se entende com a Uniqlo – enfim, parecia o Djokovic na sua mais pura essência. Aquele Djokovic que vimos surgir no circuito e em plena final do US Open (2007) fazer imitações.

Claro que sabíamos que seria um evento bacana ver o atual número do mundo em ação e o ex-número um, mas nunca imaginaria que seria tão especial, que os dois se conectariam desta maneira e interagiriam com o público assim. Acho que nem eles imaginavam que seria tão legal. 

Foi daquelas noites em que tudo parecia estar conectado de alguma forma.

Foi, sem dúvida, o melhor espetáculo de tênis dos últimos tempos por aqui. E olha que eu assisti praticamente todos os outros.

Talvez tenha sido até melhor, em termos de emoção e espetáculo de esporte, do que algumas partidas de Guga pelo circuito (será que exagerei?).

Até o Hino Nacional, com o Maracanãzinho lotado, foi emocionante ouvir – e olha qu eu cheguei quando ele já estava sendo tocado.

Guga venceu o jogo. Mas o placar foi o que menos importou. O tênis saiu vitorioso do Maracanãzinho.

Parabéns ao Rio de Janeiro. Parabéns ao Guga. Parabéns ao Djokovic e parabéns ao Petkovic, o amigo do campeão do ATP Finals, idealizador e realizador do evento.

Fotos: Rosane Bekierman

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Guga é campeão do mundo

Série da Semana do Guga em Lisboa continua com a parte V, com o texto que escrevi no dia que ele derrotou Andre Agassi e chegou ao topo do ranking mundial.

GUGA É CAMPEÃO DO MUNDO

Brasileiro é o primeiro vencedor da Corrida dos Campeões

Guga acabou com a hegemonia dos norte-americanos, que desde 92, terminavam o ano como número um do mundo

Gustavo “Guga” Kuerten entrou para história mais uma vez, neste domingo, ao conquistar a Copa do Mundo de Tênis, a Masters Cup, em Lisboa, derrotando o norte-americano Andre Agassi, por 3 sets a 0, parciais de 6/4 6/4 6/4, em 2h06min de jogo. Com a vitória, Guga tornou-se o primeiro brasileiro a terminar o ano como número um do mundo, e além disso é agora o primeiro jogador da história e vencer a Corrida dos Campeões.

Tranquilo, como acordou neste domingo, Guga entrou na quadra central do Pavilhão Atlântico, sem parecer que o jogo valia o título de campeão do mundo e de número um também. Logo no primeiro game quebrou o saque de Andre Agassi, ex-número um do mundo, campeão do Grand Slam e campeão deste torneio em 1990. A vantagem foi suficiente para Guga fechar o primeiro set em 6/4, lutando muito a cada game e salvando break points inúmeras vezes, com aces e jogadas fantásticas. Na segunda série, Guga manteve a mesma calma, vibrando com seus familiares e com a torcida luso-brasileira, que lotava as arquibancadas do Pavilhão. A quebra desta vez veio no quinto game e com um ace, no 5/4 Guga fez 2 sets a 0.

No terceiro e que veio a ser o set decisivo, Guga quase perdeu seu serviço no segundo game, mas conseguiu outra vez se sair de uma situação difícil e no quinto game veio a quebra, que deixaria Guga com vantagem somente precisando controlar os nervos para vencer a partida. Na hora de sacar para o campeonato, Guga não titubeou e com uma bola fora de Agassi comemorou o seu primeiro título em quadra rápida coberta, o seu primeiro título de Campeão do Mundo e a chegada ao topo do ranking.

“Nem posso acreditar no que está acontecendo,” dizia Guga, logo após a vitória. “Se me dissessem, quando o torneio começou e depois ainda de passar aquele aperto no início, que para ser campeão eu teria que vencer o Kafelnikov, o Sampras e o Agassi, em três dias seguidos, não acreditaria. Mas fui indo aos pouquinhos, ganhando jogo por jogo, crescendo na confiança e hoje entrei com tudo na quadra,” contou Guga. “Estou realmente muito feliz. Fechei o meu ano com chave de ouro e terminei, este domingo, uma semana de sonhos.”

O técnico de Guga, Larri Passos, muito emocionado, contou que minutos antes do jogo começar, decidiu com Guga, ir para o ataque. “Optamos por ir para o ataque. Foi uma estratégia de risco, mas que felizmente deu certo. Estou muito contente e emocionado. O Guga realmente mereceu esta vitória, porque ele trabalhou muito para chegar onde chegou. Além disso, tirei um peso das minhas costas, porque fui muito cobrado no início. Agora posso desfrutar e aprendi a aproveitar os bons momentos.

Logo depois de deixar a quadra, ovacionado pela torcida, em que agradeceu a todos os fãs, familiares, técnico e dedicou o título à mãe Alice Kuerten, Guga se dirigiu ao vestiário, que em Lisboa é pessoal de cada jogador e foi recebido, por amigos mais próximos e familiares, com champagne, caipirinha e um bolo com formato de número 1. “É estranho, realmente não acreditava que poderia ser número um. Talvez isso tenha sido bom, porque não me pressionei e quando entrei em quadra, estava muito tranquilo, como se fosse um jogo estadual. Foi um ano de muito sucesso para mim, para a ATP, com todo mundo querendo ganhar e depois de vencer o Kafelnikov, o Sampras e o Agassi, acho que realmente mereci ganhar este título. Mas, também, se tivesse perdido e o Safin ficado com o número um, não teria me importado, sei que estaria em boas mãos. O Safin foi a grande estrela desta Corrida e “brigamos” até o último momento para isso acontecer.

É muito grande para mim, é uma sensação indescritível.”

Após comer o bolo, estourar champagne, abraçar os familiares, Guga passou horas na sala de entrevista, atendendo a imprensa do mundo todo, sempre sorridente e exibindo, com orgulho, os seus troféus de campeão do torneio e o de número um do mundo. “Sempre estive na frente, no jogo. Depois de conseguir o break, me soltei e fiquei super motivado. Todo mundo sabe que eu tive problemas físicos e que eu tinha que ganhar da maneira mais rápida possível. Minha cabeça estava funcionando perfeitamente hoje, tudo estava dando certo e eu fiz uma partida incrível. Acho que acordei hoje, realmente para fazer isso. Estou muito orgulhoso de mim mesmo e de ser brasileiro. Tenho certeza que fiz um domingo feliz para todos e para mim. É o dia mais feliz da minha vida,” disse Guga, na coletiva. O brasileiro continuou a entrevista, dizendo que admirava muito Pete Sampras e Andre Agassi, que eles realmente haviam dominado o tênis na última década e o jogador e que terminar o ano desta maneira é incrível, fantástico.

E o jogador, que no passado completou o Grand Slam, ao vencer Roland Garros e terminou 99 como número um do mundo, foi pessoalmente ao vestiário de Guga, cumprimentá-lo e felicitar o técnico Larri Passos, e a família do campeão. “Só queria dizer parabéns ao Guga, pelo excelente ano, pela conquista e nos vemos na Austrália,” despediu-se Agassi.

Guga (Banco do Brasi l/ Diadora/ Head/ Globo.com/ Motorola) agora entra de férias, volta a treinar dentro de duas ou três semanas e inicia a temporada 2001, no Australian Open. “Foi sem dúvida o melhor ano da minha vida. Quero agora comemorar muito com os meus amigos e a minha família. Foi muito importante ter os meus familiares comigo aqui, todos reunidos. Eles me deram muita força a semana toda.”

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