Tag Archives: Guga x Norman

A Era Djokovic e Murray? Ainda não.

Há algumas semanas, em Londres, abrindo um dos jornais britânicos vi uma manchete esportiva que dava fim a Era Federer x Nadal e afirmava que agora o momento é da Era Djokovic x Murray. Fiquei perplexa. O sérvio, número um do mundo e o escocês, número três, podem estar começando uma nova rivalidade no esporte, especialmente com a final do Australian Open, neste domingo, a segunda decisão seguida de Grand Slam. Mas, é muito cedo para dizer adeus a era Federer x Nadal.

Murray Australian Open Djokovic Australian Open

Enquanto acompanhava ao embate de 5 sets entre Murray e Federer, comecei a pensar. Se o Murray ganhar vão começar dizer que a Era do Federer e do Nadal já é passado. E de tanto pensar no assunto eu mesma, por alguns instantes, comecei a visualizar a Era Murray x Djokovic.  Mas, foi só por alguns segundos.

Foi um alívio navegar pela internet, ler jornais e sites especializados e ver que ninguém está dando destaque a este assunto.

Lembro quando o Guga estava no auge e durante alguns torneios seguidos enfrentou Safin e Norman com frequência que surgiram tentativas, da própria imprensa internacional, sofrendo com o fim da rivalidade Agassi x Sampras, de surgir com uma nova rivalidade. Saíram materias das novas rivalidades do ano 2000. Guga x Norman; Guga x Safin, mas de fato não pegou. Eles foram adversários, alguns dos mais importantes das respectivas carreiras, mas não se enfrentaram tantas vezes assim em grandes finais, apesar de algumas terem sido épicas.

Federer e Nadal se enfrentaram 28 vezes, sendo que 19 foram em finais e destas finais 8 foram em Grand Slam. (Nadal tem a vantagem de 18 vitórias).  Federer ficou um tempão à frente de Nadal no ranking, antes do espanhol começar conseguir a chegar às finais de Grand Slam. Foi só em 2006 que a rivalidade deles começou a dar sinais de que poderia ser grande. Tenho gravado na memória a decisão de colocar os dois na capa da Tennis View , antes de Roland Garros e eles acabarem fazendo a final do Grand Slam francês. A primeira das 8 que jogaram. Nadal x Federer rivalry

Agassi e Sampras duelaram 34 vezes, em 16 finais, sendo que 5 foram em Grand Slam e 1 em ATP Finals.

Murray e Djokovic estão se enfrentando apenas pela terceira vez em uma final de Grand Slam (na segunda, no US Open, no ano passado, Murray venceu o seu primeiro Grand Slam) e até agora jogaram somente 17 vezes.

Eles podem estar começando uma rivalidade, mas ainda estão longe de ter o impacto dos confrontos de Agassi e Sampras e Federer e Nadal. Ou até mesmo de Djokovic e Nadal que já se desafiaram 33 vezes, se enfrentando em 5 finais de Grand Slam.

Como disse Federer em uma de suas entrevistas em Melbourne, “no tênis tudo passa muito rápido e a gente segue em frente. Com certeza o tênis fica mais forte com ele do que sem ele e é nessa fase, de semifinal, que sentimos um pouquinho a falta dele.”

Isso, no entanto, não quer dizer que Rafael Nadal está acabado e que não haverá mais jogos eletrizantes entre ele e Djokovic e ele e Federer. “Tenho a sensação de que quando ele voltar, vai voltar forte e será difícil derrotá-lo. Especialmente no saibro, em que ele quase não perde jogos.”

Para quem pensa que Federer deve ter sentido o cansaço, que já não tem mais idade para rivalizar com Murray e Djokovic, se engana. O suíço, acredito eu, não se arriscaria a competir se não estivesse suficientemente bem preparado, não jogaria os torneios se não acreditasse que pudesse vencer, e não aceitou o físico ou a idade como desculpa para a derrota diante de Murray. “Ele simplesmente jogou melhor do que eu  ponto.”

Andre Agassi, em Melbourne para promover os vinhos Jacob’s Creek e entregar o trofeu ao campeão, o mesmo que ele ergueu quatro vezes, deu um bom panorama do tênis atual. “Estamos vivendo a Era de Ouro do Tênis.”

 

 

Leave a Comment

Filed under Uncategorized

Muitas histórias do Brasil Open, desde o tempo em que 11 de setembro passou a ser mais do que uma data qualquer no calendário.

Não tem como não chegar a Salvador e pegar o transfer rumo a Costa do Sauípe e não passar um filme na cabeça. Afinal, o torneio existe desde 2001, estive em todas as edições do campeonato e mesmo antes dele acontecer, me lembro do Guga trabalhando nos bastidores da ATP para conseguir a data para o Brasil sediar um torneio desta categoria e do Carvalhinho, meu grande amigo e que foi empresário do Guga e que na época era o Diretor do ATP e montou o torneio inteirinho.

De todos estes anos vindo a Bahia não vou lembrar de tantos detalhes, mas alguns fatos são marcantes.

Lembro perfeitamente daquele 2001. Viemos direto de Nova York. Guga era o número um do mundo, era o primeiro ano do torneio. Nenhum de nós havia estado no Resort. Vínhamos de uma longa temporada nos Estados Unidos, que começara com uma semifinal no ATP de Los Angeles; terceira rodada em Toronto (naquela época não havia bye para os cabeças-de-chave nos Masters 1000); título em Cincinnati, com direito a dois jogos no mesmo dia da final; vice-campeonato em Indianápolis e quartas-de-final no US Open, em que mostrou os primeiros sinais de desgaste na derrota para Kafelnikov.

Chegou, como ele mesmo disse, “com as últimas forças” para jogar o ATP inaugural do Brasil na Costa do Sauípe, em quadra rápida, e foi jogar a primeira partida, no dia 11 de setembro, às 13h contra Flavio Saretta.

Pouco antes do jogo começar começamos a ouvir um burburinho de que estava havendo uma guerra nos Estados Unidos – havíamos saído de Nova York três dias antes -; minha mãe ligava para olhar a internet e ver as imagens do World Trade Center, cheio de cinzas em volta (muitos se perguntavam se era montagem). Começou um certo pânico entre os jogadores americanos.

Daqui da Bahia, no meio de um Resort, tudo que estava acontecendo em New York parecia surreal. Era tão distante que não parecia verdade.

Tentamos contato com nossos amigos em Nova York, mas as linhas para lá estavam congestionadas.

O torneio prosseguia normalmente. Guga foi para a quadra e não aguentou. Ganhou o primeiro set de Saretta, mas acabou perdendo por 4/6 6/2 6/4.

Em meio ao 11 de setembro, que então se tornaria uma data no calendário mundial que todos se lembram, a derrota de Guga passou praticamente despercebida. Nem destaque foi nos jornais.

Com compromissos para cumprir com patrocinadores, ficamos no torneio até o fim.

Meligeni surpreendeu, chegou à final, mas perdeu para o checo Jan Vacek. Havia também um torneio feminino, um WTA maior do que o ATP. Monica Seles erguia o trofeu de campeã, derrotando Jelena Dokic na final.

2002 –

Eliminado na primeira rodada em 2001, Guga queria triunfar no torneio brasileiro e cumpriu com seu objetivo. Conquistou o título, derrotando Guillermo Coria na final, por 6/7(4) 7/5 7/6(7), salvando match point, em um dos jogos mais emocionantes da história do torneio.

De quebra, ainda foi vice-campeão de duplas ao lado de André Sá.

2003 –

Muito se falou sobre a estreia de Guga contra Magnus Norman, que estreava em Sauípe. A vitória de Guga foi fácil por 6/3 6/2 e ele chegou tranquilo à semifinal. Mas, foi parado no terceiro set pelo alemão Rainer Schuettler, por 6/4 2/6 7/5. O título acabou ficando com o holandês Sjeng Schalken.

2004 –

Novo torneio. Depois de três anos disputado na quadra rápida o campeonato mudava para o saibro e passava a integrar a Gira Latino-Americana de torneios. Em vez de setembro, o ATP mudou para fevereiro e era carnaval.

O complexo estava lotado e todos os dias ouvíamos histórias de gente que havia ido a Salvador curtir a folia.

Outra vez chegamos cedo ao Resort. Guga havia sido vice-campeão em Santiago e gripado, perdido para o Ferrer na estreia em Buenos Aires.

De surpresa, raspou os cabelos e com novo visual chegou a Sauípe para jogar talvez uma das edições com mais nomes da história. Lembro que estavam o Moyá, Mantilla, Verdasco, Squillari, Gaudio já campeão de Roland Garros, Lapentti, Zabaleta, Gasquet, Acasuso, entre outros, todos no melhor das suas carreiras (fora o Verdasco, novato no circuito).

Depois da vitória na primeira rodada, duelo badalado com Gasquet. Vitória de Guga em dois sets e em poucos dias, mais uma final na Bahia. A chuva, no meio do carnaval, interrompeu a decisão com Calleri. Jogo só terminou no dia seguinte com triunfo de Guga, por 3/6 6/2 6/3, muita manifestação da torcida e chuva de confetti colorido em quadra.

A edição teve também encontro de Guga com Maria Esther Bueno e Ziraldo, que visitava o torneio.

2005 –

Guga não competiu, mas veio a Sauípe para cumprir compromissos com patrocinadores.

Chegamos nos últimos dias, a tempo de ver a partida entre Rafael Nadal e Ricardo Mello, em que Mello teve chances de ganhar do espanhol, que eventualmente se tornaria campeão ganhando de Alberto Martin na final.

2006 –

Não lembro muito desta edição do Brasil Open. Guga, ainda tentando se recuperar de sua lesão no quadril, perdeu para Andre Ghem na estreia. Nicolas Massu foi o campeão.

2007 –

Guga ainda tentava voltar a competir entre os grandes e estreou com vitória sobre Volandri, mas perdeu para Saretta, em três sets na rodada seguinte.

Como durante o tempo em que foi treinado por Hernan Gumy, Guga também treinava com Guillermo Cañas, ficamos por aqui para acompanhar o argentino que viria a se tornar campeão, ganhando de Ferrero na final. Cañas voltava de um longo período de inatividade e depois venceria, em duas semanas seguidas, Roger Federer, em Indian Wells e Miami.

2008 –

Quem não se lembra do início da emocionante turnê de despedida de Guga. O jogo foi contra Berlocq, mas o que ficou marcado foi a emoção de Guga em quadra após o jogo, as manifestações dos ídolos do esporte falando dele – inclusive Ronaldo -, a presença de amigos especiais como Moyá e Lapentti, as inúmeras entrevistas, enfim, uma semana de muitas homenagens.

Outra final espanhola na Bahia, com Almagro ganhando de Moyá.

2009 –

Bellucci surpreendeu chegando à final, mas foi superado por Tommy Robredo.

2010

Depois de alguns anos vindo jogar em Sauípe e proprietário de uma casa nas redondezas, Juan Carlos Ferrero enfim conquistou o troféu de campeão, ganhando de Kubot na final.

2011

O torneio está pronto para ver Thomaz Bellucci triunfar. Larri Passos é experiente nessas quadras e ao assistir o treino dele com o brasileiro no fim da tarde, hoje, na quadra atrás da central, o filme continuou passando pela minha cabeça.

Enhanced by Zemanta

2 Comments

Filed under Uncategorized

Revivendo a semana do Guga em Lisboa parte II – Guga decide jogar e vence Norman

Depois da derrota para Agassi na estreia e as dores na coxa direita, lembro que foram quase dois dias de suspense, para todo mundo, até o Guga decidir continuar jogando no torneio.

Era uma infinidade de jornalistas me perguntando o que iria acontecer e eu não tinha resposta para dar, porque dependia do Guga saber como se sentia e até determinado momento nem ele tinha a resposta.

Foi um alívio poder escrever esse release que coloco aqui, dando praticamente como a certa a presença dele em quadra para enfrentar o Norman e melhor ainda escrever o seguinte, relatando a vitória sobre o sueco, em Lisboa

GUGA ENFRENTA NORMAN NESTA QUINTA-FEIRA À NOITE, NA MASTERS CUP DE LISBOA

O sueco Magnus Norman, 4o. colocado na Corrida dos Campeões e no ranking mundial, será o próximo adversário de Guga, na Masters Cup de Lisboa. A partida acontece nesta quinta, às 19h (Brasília), com transmissão ao vivo do Sportv.

O brasileiro, que ontem teve um espasmo na coxa, só decidirá se jogará horas antes do jogo. Mas, Guga e o técnico Larri Passos passaram a quarta-feira muito confiantes em uma recuperação. Enfrentar Magnus Norman não será novidade para Guga. Eles já se enfrentaram sete vezes, com o brasileiro vencendo quatro, inclusive as duas últimas, nas quartas-de-final do Masters Series de Hamburgo e na histórica final de Roland Garros.

O primeiro confronto entre os dois aconteceu no saibro, em um Challenger na Itália e o sueco venceu por 7/5 1/ 2 desistência. Na segunda vez que se enfrentaram, Guga também desistiu da partida, depois de estar perdendo o primeiro set por 5/2, no ATP Tour de Stuttgart 99, no saibro. O terceiro confronto aconteceu no ATP Tour de Indianápolis 99, na quadra rápida e Guga ganhou por 6/4 7/5. O quarto jogo entre os dois foi no US Open 99, também em quadra rápida, com vitória de Guga por 7/6 (4) e desistência. Os dois voltaram a se enfrentar na final do Masters Series de Roma, neste ano, no saibro e Norman levou a melhor, por 6/3 4/6 6/4 6/3. Nos dois últimos confrontos, respectivamente em Hamburgo e Roland Garros, Guga venceu por 6/4 6/2 e por 6/2 6/3 2/6 7/6.

GUGA SE SUPERA E VENCE NORMAN NA MASTERS CUP DE LISBOA

Brasileiro enfrenta Kafelnikov, nesta sexta, às 19h (Brasília)e precisa vencer para se classificar para a semifinal.

Há dois dias nem o próprio Gustavo “Guga” Kuerten imaginaria que entraria em quadra para jogar novamente, na Masters Cup de Lisboa, muito menos, que entraria e ganharia do sueco Magnus Norman, 4o. colocado no ranking mundial e na Corrida dos Campeões, por 2 sets a 0, parciais de 7/5 6/3.

Depois de ter sentido um espasmo na coxa, no primeiro jogo do torneio, na terça-feira, contra Andre Agassi, Guga teve dúvidas se teria condições de jogar. Passou a quarta e a quinta-feira toda fazendo tratamento e tentando se recuperar ao máximo para estar em forma para jogar.

Antes de entrar na quadra central do Pavilhão Atlântico, Guga ainda fez um teste para ter certeza que estava bem. Bateu bola durante 40 minutos com o técnico Larri Passos, na quadra de treino, se sentiu bem e foi jogar. Muito aplaudido ao entrar na quadra, Guga teve uma chance de quebrar o saque de Norman, logo no quarto game. Não conseguiu e a chance voltou a aparecer no 6/5, depois de uma passada cruzada incrível. O brasileiro aproveitou, fechando o set. Vibrando, Guga entrou com tudo no segundo set e no segundo game, quebrou o saque de Norman, ficando com vantagem suficiente para só precisar manter o seu serviço. E foi o que ele fez. Com um ace, no 5/3, marcou a sua primeira vitória na Masters Cup e a terceira consecutiva sobre Magnus Norman.

Durante o jogo, que teve duração de 1h14min, Guga (Banco do Brasil/Diadora/Head/Globo.com/Motorola) marcou 15 aces no sueco, fez duas duplas-faltas, teve 62% de aproveitamento do primeiro serviço, fez 25 winners e 20 erros não forçados.

Amanhã (sexta-feira), às 19h (Brasília), Guga voltará a quadra central do Pavilhão Atlântico, em busca de uma vaga na semifinal do Mundial do Tênis. Ele enfrenta o Campeão Olímpico, Yevgeny Kafelnikov, da Rússia, que ocupa a quinta posição na Corrida e no ranking de entradas e de acordo com a ATP, precisa vencer para garantir a vaga na semifinal.

Guga e Yevgeny Kafelnikov já se enfrentaram sete vezes e a maioria delas em situações inesquecíveis. No total, são quatro vitórias para Guga e três para Kafelnikov.

O primeiro jogo entre os dois foi no saibro, do ATP Tour de Stuttgart, em 1996 e Kafelnikov venceu por 6/1 6/4. O segundo confronto aconteceu no caminho para o primeiro título de Roland Garros, em 97, no saibro e Guga ganhou por 6/2 5/7 2/6 6/0 6/4. No terceiro jogo, Kafelnikov ganhou, no ATP Tour de New Haven 98, em quadra rápida por 6/4 6/4. O quarto confronto aconteceu também em quadra rápida, no Masters Series de Indian Wells, com vitória de Guga por 0/6 7/6 6/3. O quinto, foi no Masters Series de Roma 99, em que Guga foi campeão, no saibro, e o brasileiro ganhou por 7/5 6/1. Neste ano, Guga e Kafelnikov se enfrentaram duas vezes. A primeira em Roland Garros, em que Guga venceu dramaticamente, por 6/3 3/6 4/6 6/4 6/2 e a segunda, nos Jogos Olímpicos de Sydney, com vitória do russo, por 6/4 7/5.

Enhanced by Zemanta

3 Comments

Filed under Uncategorized