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Um post mais do que merecido sobre o André Sá

Independente do resultado da final em Delray Beach deste domingo (ele foi vice também em 2009), André Sá está mais do que merecendo um post.

Aos 34 anos, desde 1997 jogando full time no circuito profissional, parece estar com a mesma apetitite de competir de que quando começou. Nas últimas três semanas, ao lado do parceiro eslovaco Michael Mertinak, alcançou a final dos torneios que disputou: Brasil Open, Buenos Aires e Delray Beach.

Não sei se todos se lembram, mas o André também teve uma carreira de sucesso no circuito, jogando simples. Foi quadrifinalista de Wimbledon e chegou à 50ª posição na ATP.

Mas, desde o início da carreira sempre jogou duplas e encontrou nela a longevidade no circuito.

Lembro de quando conheci o André. Era 1997 e ele estava jogando um torneio Satélite – o antigo nome, apesar de ter um formato diferente, dos Futures atuais – em Sorocaba, com o então técnico e parceiro de duplas, Nelson Aerts.

Havíamos fundado a Tennis View poucos meses antes e o Neco me chamou para assistir o torneio. Foi lá que conheci o André e a namorada, Fernanda, que se tornou uma grande amiga. Depois veio o casamento e a filha Carolina, que hoje está com cinco anos.

Não esqueço do Neco, que ainda jogaria mais uns dois, três anos no circuito e que viajou mais de uma temporada com o André, falando da importância das duplas. E que gostoso foi acompanhar a ascensão deles e a disputa da primeira final do André em um ATP e a última do Neco, em San José, em 1998.

Depois deste foram mais 20 finais – em ATP – (sem contar com a de Delray Beach deste domingo), com sete títulos; medalha de ouro Pan-Americana; participações Olímpicas e em Copa Davis.

A carreira do André foi acompanhada de perto pela Tennis View. Já na quarta edição da revista ele era um dos tenistas da capa. Sempre atencioso, colaborou conosco inúmeras vezes, esteve em outras capas e chegou a ganhar uma foto só sua na capa da edição 67.

É de se admirar um tenista que está há 15 anos no circuito e jogando os grandes torneios há muitas temporadas.

Não fiz uma pesquisa profundíssima – e pode haver erros – mas são pouquíssimos os brasileiros que chegaram a disputar 21 finais de ATP – seja em simples e duplas, simples ou somente duplas. A lista inclui, claro, Gustavo Kuerten, Carlos Kirmayr, Cassio Motta e Luiz Mattar – de Thomaz Koch só há registros de 1971 em diante.  Fernando Meligeni, Jaime Oncins, Ricardo Mello, Flavio Saretta, Marcos Daniel, Thomaz Bellucci, Bruno Soares, Marcelo Melo, Fernando Roese, João Soares, entre muitos outros, não alcançaram esta marca, apesar de alguns terem obtido melhores resultados do que André em simples.

Isso é uma mostra de como não é fácil se manter no circuito sendo competitivo.

Apesar de ter um jogo a menos por semana do que os torneios de simples, do jogo ser mais rápido e do tenista dividir a quadra com um parceiro, é necessário estar em forma fisicamente, cuidar das lesões, e seguir a rotina de um tenista profissional. As viagens são igualmente longas e desgastantes.  Às vezes, a gira dos duplistas acaba sendo mais longa do que a dos tenistas de simples.

Por tudo isso temos que aplaudir André Sá, exemplo de longevidade, misturado com profissionalismo, competitividade e amizade. Além dos resultados, ele também é conhecido por ser um dos tenistas mais queridos de todo o tour há tempos. Troca ideias e tem amizade desde Roger Federer até os tenistas que jogam Futures.

Conheço também vários produtores, empresários e patrocinadores que já fizeram eventos com André Sá e são só elogios para o tenista.

Nascido em Belo Horizonte (1977), André começou a jogar tênis por influência do irmão Vinicius, e aos 13 anos foi treinar na academia de Nick Bollettieri, nos Estados Unidos, onde além de treinar, aperfeiçoou o inglês e desenvolveu o gosto pelo basquete.  Voltou ao Brasil em 1996/97 – quando iniciou de fato a carreira profissional.

E que ela continue por mais temporadas para inspirar e ainda servir de exemplo para muita gente.

 

Os títulos e finais de André Sá, em ATPs

1998 – Vice em San Jose  (com Aerts)

2001 – Campeão em Hong Kong (com Braasch) e vice em Newport (com Weiner) e Bogotá (com Rodriguez)

2002 – Vice do Brasil Open (com Guga) e em Amersfoort (com Simoni)

2003 – Vice em Amersfoort (com Haggard)

2007 – Campeão em Estoril (com Melo)

2008 – Campeão em New Haven (com Melo), Portschach (com Melo), Brasil Open (com Melo) e vice em Queen’s (com Melo)

2009 – Campeão em Kitzbuhel (com Melo) e Vice em Queen’s (com Melo) e Delray Beach (com Melo)

2011 – Campeão em Metz (com J Murray) e Vice em Kitzbuhel (com Ferreiro) e Buenos Aires (com Ferreiro)

2012 – Vice em Buenos Aires (com Mertinak) e do Brasil Open (com Mertinak).

 

PS – não podemos esquecer de mencionar a semifinal em Wimbledon, com Melo, em 2007

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Lembranças muito boas daquele Roland Garros 2001

Faz tempo, muito tempo que não escrevo neste blog que tanto adoro. Mas, como venho falando nos últimos meses, se o dia tivesse 48 horas, ainda faltaria hora para eu dar conta de fazer tudo, bem feito, em que estou envolvida.

Mas, como hoje é um dia especial, resolvi pelo menos postar aqui o texto que escrevi para a revista programa do Claro Rio Champions, sobre o jogo que comemora os 10 anos da conquista do tricampeonato do Guga em Roland Garros.

Foram duas semanas marcantes, cheias de emoção em Paris, em que quase voltamos para casa no meio do campeonato, naquele jogo com o Michael Russell. E depois, muita curtição no jogo com o Corretja e para mim, muito trabalho, depois da vitória, do desenho do coração na quadra Philippe Chatrier, da camiseta escrita “Je Aime Roland Garros”, das coletivas de Guga e do Larri…

Lembro de ter ido direto para a festa, com a roupa que estava no corpo naquele dia… e no dia seguinte sessão de fotos no Sacre Couer…

Há 10 anos Gustavo Kuerten era o número um do mundo. Havia começado a temporada no topo do ranking mundial depois de ter conquistado o título da Masters Cup, em Lisboa.

Chegava a Roland Garros como o cabeça-de-chave 1, detentor do título (campeão em 2000) e favorito a levanter pela terceira vez o “Trophee des Mousquetaires,” já tendo erguido no ano os trofeus dos ATPs de Buenos Aires e Acapulco, do Masters 1000 de Monte Carlo e ficado com o vice em Roma.

Derrotado na estreia do Masters 1000 de Hamburgo, aproveitou quase as duas semanas que separavam o campeonato alemão de Roland Garros para descansar e se preparar para o seu torneio favorito.

Já Corretja vinha de uma temporada sem grandes resultados. Havia alcançado as quartas-de-final em Barcelona e no Masters 1000 de Roma (perdeu para Guga) e com uma derrota na segunda rodada em Hamburgo, optou por jogar a World Team Cup, em Dusseldorf, onde marcou três vitórias.

Roland Garros começou e todos os olhos estavam voltados para o brasileiro e para o duelo de estreia contra Guillermo Coria. Muito se falou deste jogo, do jovem argentino que poderia complicar a vida do bicampeão. Mas, Guga não encontrou dificuldades para vencê-lo, por 6/1 7/5 6/4.

Na segunda rodada, vitória tranquila sobre outro argentino Agustin Calleri por triplo 6/4.

Veio a terceira rodada e o jogo contra o marroquino Karim Alami complicou um pouco, mas Guga se superou e estava nas oitavas-de-final do Grand Slam francês novamente.

Enfrentaria o desconhecido americano Michael Russell, vindo do qualifying e num dia sem muito sol e com muito vento em Paris, parecia que o caso de amor entre Guga e Roland Garros estava se acabando. Russell chegou a ter match point no terceiro set para eliminar o brasileiro, mas num ponto longo e com uma bola na linha Guga se salvou e começou a mudar a história do jogo e estreitar ainda mais a sua relação com o público francês.

Empurrado pela torcida e em busca do seu melhor tênis no meio da partida, Guga venceu o americano em um emocionante jogo de cinco sets e ao término da partida, em agradecimento ao público, desenhou um coração na quadra Philippe Chatrier.

Em seguida vieram as vitórias sobre Yevgeny Kafelnikov e Juan Carlos Ferrero, bem mais tranquilas do que em anos anteriores e lá estava o brasileiro em mais uma final de Roland Garros, contra um adversário não tão esperado quando o torneio começou. Outros favoritos como Safin e Agassi haviam sido eliminados em rodadas anteriores.

Corretja chegava na final só com um jogo complicado em Roland Garros naquele ano, o da estreia contra Mariano Zabaleta, em cinco set. Depois, passou por Knippschild, Larsson, Santoro, Federer e Grosjean sem perder um set.

Começava a final e o vento dominava a quadra central. Corretja jogava o seu melhor tênis e levava o primeiro set por 7/6(3) e continuava jogando melhor no segundo. Até que Guga conseguiu quebrá-lo no 5×5 do segundo set, vencer o a segunda parcial e passar a tomar controle do jogo.

Quando começou o terceiro set, o brasileiro já dominava o jogo e no quarto set passou os seis games com já curtindo a vitória. “Mesmo quando eu tentava errar uma bola ela entrava,” lembrou Guga, de tão bem que estava jogando no último set de Roland Garros. “Foi o meu ano mais emocionante em Paris, por causa daquele jogo com o Russell e foi o ano em que eu mais curti a vitória.”

 

Ao término do jogo, Guga desenhou novamente o coração para demonstrar todo o seu amor por Roland Garros, deitou dentro dele e na hora da premiação ainda vestiu uma camiseta desenhada por ele na noite anterior com os dizeres: “Eu amo Roland Garros.”

 

 

 

 

 

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Canadense de 20 anos, nascido em Montenegro e comparado a Philippoussis é a surpresa do Australian Open

Comparado a Philippoussis, o canadense nascido em Montenegro, Milos Raonic, aos 20 anos, é a grande surpresa do Australian Open. Por enquanto.

Se o sábado foi de tristeza para os australianos, com a última esperança de sucesso no Grand Slam, Sam Stosur perdendo para Petra Kvitova, já que de Bernard Tomic, só esperavam mesmo por um milagre para que ele derrotasse Rafael Nadal, no Canadá e em Montenegro, o fim de semana é de festa.

Milos Raonic, de 20 anos, 1,96m, derrotou o cabeça-de-chave 10, Mikhail Youzhny, por 6/4 7/5 5/6 6/4 e está nas oitavas-de-final do Grand Slam, depois de ter vindo do qualifying.

Com um saque impressionante como uma de suas principais armas – deu 31 aces em Youzhny -, alto e moreno, já vem sendo comparado pela mídia australiana a Mark Philippoussis. “Era um dos caras que eu mais gostava de ver jogar quando era criança,” confessou o canadense.

Canadense, mas nem tanto. Nascido em Montenegro, Raonic se mudou para o Canadá com a família, em 1994 e apesar de se considerar canadense, mantém fortes laços com o país europeu. O tio é vice-presidente da nação e os dois irmãos residem por lá. “Vou constantamente para visitar.”

Mas, é pelo Canadá que ele joga e não pretende mudar de nacionalidade. Todo o seu tênis foi desenvolvido na América do Norte, mais especificamente em Toronto, onde treinou nos últimos três anos, com a equipe da federação canadense.

Há três meses se mudou para Barcelona, para treinar com um ex-companheiro de Guga, Galo Blanco, contratado pela Tennis Canada, ou seja, mesmo morando na Espanha, quem financia a carreira do jovem Raonic é a federação canadense. “Inclusive a minha programação de torneios e viagens é discutida com o pessoal da Tennis Canada,” explica o jovem com cara de criança ainda, próximo de entrar no top 100.

Atualmente colocado no 152º posto na ATP, deve garantir um lugar entre os top 100, independente do resultado da próxima rodada contra o espanhol David Ferrer.

A federação canadense já pode ao menos começar a celebrar o resultado do investimento que vem fazendo há algum tempo, contratando inclusive Bob Brett para gerenciar o programa de desenvolvimento, para ver o tênis brilhar além das duplas com Daniel Nestor.

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Nico Lapentti se despede e com ele uma era de sucesso do tênis na América do Sul

Nicolas Lapentti anunciou nesta segunda, em Guaiaquil, a sua despedida do tênis profissional, em um coletiva de imprensa que contou com a presença não só de jornalistas, mas do irmão e também jogador Giovanni, da noiva Maria, dos pais, de amigos como o ex-jogador Luis Adrian Morejon, do técnico Raul Viver, o maior ídolo do tênis do País, Andres Gomez, entre outros.

Aos 34 anos, o equatoriano não conseguiu se recuperar de lesões e se dedicará agora a projetos para desenvolver o tênis no seu país. Ainda jogará uma partida de despedida, mas sem data e adversário definidos.

Um dos “grandes” do circuito, não apenas como jogador, mas como pessoa, das mais educadas, gentis, elegantes e boas que convivi, Nico deixará saudades, especialmente para o tênis da América do Sul, que cada vez fica mais órfão de ídolos.

Nico chegou ao auge da carreira no fim da década de 90 e início da de 2000. Alcançou a semifinal do Australian Open, em 1999, ganhou 5 títulos de ATP em simples, 3 em duplas, disputou Master Cup, chegou ao 6º posto no ranking mundial, e quebrou inúmeros recordes na Copa Davis. É o tenista que mais jogos ganhou em cinco sets, em toda a história e na América do Sul, em números de partidas vencidas na competição, só perde para Thomaz Koch e Edison Mandarino.

Liderados primeiro pelo chileno Marcelo Rios e depois por Gustavo Kuerten, Lapentti fez parte de uma era de sucesso para o tênis da América Latina. Jogou com Rios e Guga, aliás um de seus melhores amigos no circuito, desde os tempos de juvenil até a despedida do brasileiro do circuito em que participou ativamente de todos os emocionantes momentos, com toda a geração argentina, de Squillari a Del Potro, com o peruano Horna, com o uruguaio Filippini, com os herdeiros de Rios, no Chile, Massu e Gonzalez, com o paraguiao Delgado, um pouco com os colombianos Giraldo e Falla, entre outros.

Lapentti integrou um top 10 histórico na ATP, o último de 1999, em que três jogadores latinos, de distintos países ocuparam lugares entre os 10 melhores do mundo. Guga era o 5º, ele o 8º e Rios, o 9º.  Depois só mesmo os argentinos juntos conseguiram ter presença marcante no top 10.

A aposentadoria de Nicolas Lapentti marca mais uma força latina fora das quadras, depois de Guga já ter parado, Rios há algum tempo, Delgado tendo se despedido há pouco, assim como Horna. Gonzalez se recupera de uma lesão, argentinos novatos no circuito são poucos e atualmente o mais bem ranqueado é Nalbandián, o 21º, seguido por Mônaco (28º) e Bellucci (30º). Parece o fim de uma era. São apenas oito latinos no top 10. Três brasileiros (Bellucci, Mello e Daniel), quatro argentinos (Nalbandián, Mônaco, Schwank e Chela) e um colombiano (Cabal).

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Enchentes no Brasil; Enchentes na Austrália – quanta diferença. Tenistas se mobilizam.

Estive ausente do blog, mas não distante das notícias e dos acontecimentos.

Nesta época de temporada da Oceania, aliás, antes dela começar, já no início de dezembro costumo começar a ler os jornais australianos para ficar por dentro das novidades nas competições, ler matérias escritas por jornalistas que vivem lá, que cobrem o circuito do tênis e que sempre fazem notas interessantes com os principais tenistas do mundo.

Desde o fim do ano passado, cada vez que abro a página de um jornal australiano na internet vejo uma notícia sobre enchentes.

As águas foram se acumulando na região de Queensland. Chove há dias e dias.

Os campeonatos de tênis na região tem sido prejudicados, mas tanto em Hobart, quanto em Sidney, quanto em Melbourne estão acontecendo. Sim, o qualifying está atrasado, mas eles encontram maneiras de realizá-lo, já que estão preparados para situações extremas.


As enchentes causaram e estão causando prejuízos, deixando inúmeros desabrigados, famílias desoladas, cidades embaixo d’agua, mas o número de mortes, por enquanto, não passa dos 20.

Autoridades já tomaram medidas para aliviar a vida da população local, extendendo prazo para pagamentos de contas, eliminando taxas, oferecendo auxílio, um guia do que fazer, entre outros.

Além disso celebridades e claro, tenistas, já se mexeram, para de alguma forma ajudar.

Neste domingo, a exemplo do que foi feito nas tragédias dos terremotos do Haiti e do Chile, os tenistas farão uma exibição no Melbourne Park, com entradas no valor de 20 dólares australianos e toda renda revertida para ajudar as vítimas das enchentes.

O valor que será arrecadado nem de perto é suficiente para reconstruir o que a natureza destruiu, mas serve para chamar a atenção para a tragédia e fazer com que mais pessoas contribuam.


Entre os jogadores que oficialmente declararam seu apoio ao evento e confirmaram participação na Rod Laver Arena, um dia antes do Grand Slam começar, estão Roger Federer, Rafael Nadal, Kim Clijsters, Andy Murray, Novak Djokovic e os locais Lleyton Hewitt, Sam Stosur e Patrick Rafter.

Nascido em Brisbane, região de Queensland mais afetada pelas enchentes, o novo capitão da Copa Davis, deu o depoimento mais coerente de todos, ao comentar a realização do evento, que teve seus ingressos esgotados em pouquíssimas horas.

“Como um cara de Queensland, fico emocianado, do coração com a preocupação e a bondade do nosso esporte, de se envolver e fazer algo para aliviar o sofrimento. Sei que se colocarmos numa escala, a nossa contribuição é pequena, mas é bom poder fazer algo para ajudar.”

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Vale lembrar que as principais estrelas do Australian Open entrarão em quadra para participar do evento beneficente, um dia antes da competição, a mais importante do ano até maio, começar.

Aqui no Brasil as campanhas de ajuda às vítimas das enchentes, principalmente no Rio de Janeiro, começaram em sua maioria hoje, em diferentes canais de televisão e mídias sociais.

Sempre solidário, Gustavo Kuerten já anunciou, dos Estados Unidos, onde passa férias, que doará os US$ 25 mil que ganhou no início da semana, em uma competição de poker nas Bahamas, para as vítimas.

Foi a primeira manifestação de um esportista, enquanto dirigentes, autoridades, responsáveis, continuam culpando a chuva, que todos os anos causa enchentes nesta época no Brasil, especialmente na região serrana do Rio de Janeiro, pela morte de quase 400 pessoas.

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Guga e Agassi no Rio. O poder de dois ídolos.

Fazia tempo que o Brasil não assistia um espetáculo de tênis com 9.000 torcedores presentes.

Mérito das estrelas do Tênis Espetacular, Gustavo Kuerten e Andre Agassi, um o maior ídolo do esporte no Brasil e o outro, talvez o tenista mais popular mundialmente de todos os tempos.


As palavras de Larri Passos, depois da vitória de Guga por 7/5 7/6(5), resumiram o que a vinda de Agassi ao Brasil e o confronto signficaram.


“Agassi, vê-lo aqui no Brasil com essa motivação é uma honra. Quando nós começamos no circuito, eu e o Guga, você era o nosso ídolo e hoje você está aqui,” disse emocionado o mestre de Guga, corajosamente improvisando no inglês e ainda lembrando do trabalho que o Americano faz com as crianças, através da Andre Agassi Foundation, nos Estados Unidos. “O trabalho que você faz com as crianças é maravilhoso e serve de inspiração para nós.”


Agassi, que não vinha ao Brasil desde que conquistou o seu primeiro título na ATP, em 1987, elogiou o Brasil, falou da esquerda de Guga e principalmente da cidade do Rio de Janeiro. “Há alguns dias eu vi a população apoiando a lei (law enforcement) e isso diz tudo sobre o povo de um lugar.”


Guga, que não conseguiu conter as lágrimas ao ver a mãe Alice, o irmão Rafael, Larri, Agassi e o promotor da Masters Cup de LIsboa, João Lagos, reunidos, para homenageá-lo, diante de imagens marcantes de sua carreira, agradeceu a presença do público, das pessoas que estiveram com ele durante toda a carreira e disse que “Quando fui campeão em Lisboa o Agassi me falou para eu aproveitar aquele momento que era muito especial. Dez ano depois eu continuo aproveitando por causa de vocês.”

  • O evento que foi uma comemoração da conquista da Masters Cup de Lisboa, no ano 2000, em que Guga venceu Agassi por triplo 6/4, chegando assim ao topo do ranking da ATP, foi um presente para o público brasileiro.


  • Eu mesma não sabia muito o que esperar da partida. Afinal fui privilegiada e havia feito parte da carreira do Guga e assistido, de camarote, para o meu trabalho, praticamente todos os confrontos dele com Agassi, incluindo este histórico de Lisboa.

Mas foi maravilhoso ver os dois ex-números um do mundo em ação de novo. Apesar de 10 anos mais velhos daquele jogo em Lisboa, que Guga considera ter sido a sua melhor performance em quadra, eles ainda conseguiram exibir muitos dos golpes e das jogadas que os consagraram.

Jogaram sério, lutaram pelos pontos, fizeram o público vibrar e da beirinha da quadra, onde estava sentada junto aos fotógrafos, dava para sentir a força da batida na bola, ver os golpes bem de perto, perceber a frustração e/ou a alegria de ambos ao fazerem uma jogada brilhante, como quando Guga conseguiu fazer uma belíssima esquerda paralela.


Mais uma vez me senti privilegiada ao assistir este espetáculo ao vivo. Claro que poderia ter visto pela televisão e a transmissão do SporTV, pelo que me disseram, também foi legal, mas nada como ver o jogo de perto e claro que eu também queria participar deste momento que consagrou a carreira do Guga. Assistir pela televisão teria sido como ver um show de rock em um DVD. É legal, mas nada se compara a assistir um daqueles shows num estádio de futebol.

  • Obrigada Guga, obrigada Agassi. Detalhes de organização a parte, tenho certeza de que o agradecimento é de todo o público brasileiro que estava saudoso de ver o seu maior ídolo em ação, em um grande momento.

Dois ídolos reunidos, em completa sintonia, conseguiram fazer o tênis brilhar mais uma vez.

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Brasileiro no. 1 do mundo – trabalho insano, viagem ao Havaí e “Arrombassi Guga”

Já se passaram 10 anos, mas lembro deste dia como se fosse hoje. Afinal, foi um dos dias mais marcantes dos meus 13 anos de trabalho com o Guga e essa é uma das únicas fotos que tenho daquele dezembro do ano 2000.


De uma semana que começou preocupante, com uma derrota para o Agassi na estreia quase levando ao abandono da competição, para a final foram muitos momentos de tensão, indagação, perguntas sem respostas e de repente tudo havia mudado e Guga estava na final.

Uma final contra Andre Agassi, no Masters, onde só jogam os oito melhores do mundo e ainda com chance de se tornar número um do mundo, que era algo praticamente impossível de acontecer.


Como escrevi na abertura da materia da edição 109 da Tennis View, na “viagem pela temporada do Guga do ano 2000,” apesar de lembrar de cada detalhe daquela semana em Lisboa, de enxergar bem claro na minha mente os momentos, a sala de imprensa, o corredor que levava à quadra, ao vestiário, ao lugar de pegar o carro e voltar para o hotel, entre outros, parece algo tão distante, imaginar que um brasileiro foi número um do mundo. Que um brasileiro ganhou do Sampras e do Agassi na sequência e se tornou o primeiro jogador da América do Sul, da história, a terminar uma temporada como número um.

Será que temos essa sensação porque depois disso o nosso esporte teve seu momento de crescimento, mas ficou estagnado, porque não vivemos uma outra “Guga mania” na sequência?

É talvez seja, mas não é o momento de debater essa velha questão.

Acredito que dias como esse 03 de dezembro que marcam 10 anos de uma conquista histórica, inédita para o esporte no Brasil, alavanquem coisas boas para o tênis, com toda a repercussão que está tendo.

E na época? Foi uma loucura. A sensação que eu tive quando o Guga ganhou do Sampras e depois do Agassi, foi incrível. Foi diferente.  O nível de trabalho e de exigência também. O volume de trabalho foi como se ele tivesse ganhado Roland Garros daquela primeira vez. Uma loucura, porque foi inesperado. Nem bolo a ATP tinha preparado para a festa. Tiveram que correr atrás no último minuto, afinal estava tudo pronto para o Safin comemorar.


E eu fazia parte de todos esses detalhes; de organizar as ações, a foto com o bolo, champagne, família, entrevistas com veículos brasileiros e estrangeiros, entradas ao vivo…  etc..

Vendo as inúmeras imagens na televisão e em fotos, com o meu cabelo bem loiro – como dizem alguns amigos, ainda bem que os anos passam e a gente melhora – é fácil achar que o trabalho era só aquele momento de assistir o jogo e vibrar junto com o Larri e a família.

Era só o começo de um dia longo, empolgante e estressante. O meu trabalho, quando o jogo acabou, estava apenas começando… Trabalho que tive muito orgulho de fazer.

Além de gerenciar as entrevistas do momento, atender a incontáveis telefonemas de pedidos de participação em programa de televisão, mais entrevistas, entre outros, todo mundo queria saber onde seria a festa de comemoração – pelo menos desta vez, diferente das conquistas em Roland Garros, pelo menos eu tive tempo de voltar ao hotel e trocar rapidamente de roupa para comemorar também, das outras vezes fui direto do torneio – , quando o Guga voltaria ao Brasil, etc…

A história todos já conhecem. A festa foi íntima, um jantar com alguns amigos na região portuário de Lisboa e viagem cedo no dia seguinte para o Havaí, enquanto todos o esperavam no Brasil. As férias do Guga começavam e a caça a ele pelo Brasil e pelo mundo também.

Ele estava de férias. Eu não podia divulgar onde ele se encontrava. Foram uns cinco dias daqueles de querer atirar o celular na piscina, em que minha orelha ardeu muito, mas afinal o que eu podia responder aos jornalistas a não ser – não sei quando ele volta e não posso dizer onde ele está?

Até que a ESPN Brasil descobriu-o no Havaí e acabou o mistério.

Dias depois ele desembarcava em Florianópolis onde o então Presidente, Fernando Henrique Cardoso o aguardava com uma camiseta “Arrombassi Guga.”

Sim, o Presidente da República, o aguardava em Florianópolis, com uma camiseta homenageando-o.

Precisa dizer mais alguma coisa?

E só para complementar. O ranking da ATP daquele ano 2000 terminaria assim:

1 – Gustavo Kuerten (BRA)

2 – Marat Safin (RUS)

3 – Pete Sampras (EUA)

4 – Magnus Norman (SUE)

5 – Yevgeny Kafelnikov (RUS)

6 – Andre Agassi (EUA)

7 – Lleyton Hewitt (AUS)

8 – Alex Corretja (ESP)

9 – Thomas Enqvist (SUE)

10 – Tim Henman (ING)

11 – Mark Philippoussis (AUS)

12 – Juan Carlos Ferrero (ESP)

13 – Wayne Ferreira (AFS)

14 – Franco Squillari (ARG)

15 – Patrick Rafter (AUS)

16 – Cedric Pioline (FRA)

17 – Dominik Hrbaty (ESL)

18 – Arnaud Clement (FRA)

19 – Sebastian Grosjean (FRA)

20 – Nicolas Kiefer (ALE)

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Guga é campeão do mundo

Série da Semana do Guga em Lisboa continua com a parte V, com o texto que escrevi no dia que ele derrotou Andre Agassi e chegou ao topo do ranking mundial.

GUGA É CAMPEÃO DO MUNDO

Brasileiro é o primeiro vencedor da Corrida dos Campeões

Guga acabou com a hegemonia dos norte-americanos, que desde 92, terminavam o ano como número um do mundo

Gustavo “Guga” Kuerten entrou para história mais uma vez, neste domingo, ao conquistar a Copa do Mundo de Tênis, a Masters Cup, em Lisboa, derrotando o norte-americano Andre Agassi, por 3 sets a 0, parciais de 6/4 6/4 6/4, em 2h06min de jogo. Com a vitória, Guga tornou-se o primeiro brasileiro a terminar o ano como número um do mundo, e além disso é agora o primeiro jogador da história e vencer a Corrida dos Campeões.

Tranquilo, como acordou neste domingo, Guga entrou na quadra central do Pavilhão Atlântico, sem parecer que o jogo valia o título de campeão do mundo e de número um também. Logo no primeiro game quebrou o saque de Andre Agassi, ex-número um do mundo, campeão do Grand Slam e campeão deste torneio em 1990. A vantagem foi suficiente para Guga fechar o primeiro set em 6/4, lutando muito a cada game e salvando break points inúmeras vezes, com aces e jogadas fantásticas. Na segunda série, Guga manteve a mesma calma, vibrando com seus familiares e com a torcida luso-brasileira, que lotava as arquibancadas do Pavilhão. A quebra desta vez veio no quinto game e com um ace, no 5/4 Guga fez 2 sets a 0.

No terceiro e que veio a ser o set decisivo, Guga quase perdeu seu serviço no segundo game, mas conseguiu outra vez se sair de uma situação difícil e no quinto game veio a quebra, que deixaria Guga com vantagem somente precisando controlar os nervos para vencer a partida. Na hora de sacar para o campeonato, Guga não titubeou e com uma bola fora de Agassi comemorou o seu primeiro título em quadra rápida coberta, o seu primeiro título de Campeão do Mundo e a chegada ao topo do ranking.

“Nem posso acreditar no que está acontecendo,” dizia Guga, logo após a vitória. “Se me dissessem, quando o torneio começou e depois ainda de passar aquele aperto no início, que para ser campeão eu teria que vencer o Kafelnikov, o Sampras e o Agassi, em três dias seguidos, não acreditaria. Mas fui indo aos pouquinhos, ganhando jogo por jogo, crescendo na confiança e hoje entrei com tudo na quadra,” contou Guga. “Estou realmente muito feliz. Fechei o meu ano com chave de ouro e terminei, este domingo, uma semana de sonhos.”

O técnico de Guga, Larri Passos, muito emocionado, contou que minutos antes do jogo começar, decidiu com Guga, ir para o ataque. “Optamos por ir para o ataque. Foi uma estratégia de risco, mas que felizmente deu certo. Estou muito contente e emocionado. O Guga realmente mereceu esta vitória, porque ele trabalhou muito para chegar onde chegou. Além disso, tirei um peso das minhas costas, porque fui muito cobrado no início. Agora posso desfrutar e aprendi a aproveitar os bons momentos.

Logo depois de deixar a quadra, ovacionado pela torcida, em que agradeceu a todos os fãs, familiares, técnico e dedicou o título à mãe Alice Kuerten, Guga se dirigiu ao vestiário, que em Lisboa é pessoal de cada jogador e foi recebido, por amigos mais próximos e familiares, com champagne, caipirinha e um bolo com formato de número 1. “É estranho, realmente não acreditava que poderia ser número um. Talvez isso tenha sido bom, porque não me pressionei e quando entrei em quadra, estava muito tranquilo, como se fosse um jogo estadual. Foi um ano de muito sucesso para mim, para a ATP, com todo mundo querendo ganhar e depois de vencer o Kafelnikov, o Sampras e o Agassi, acho que realmente mereci ganhar este título. Mas, também, se tivesse perdido e o Safin ficado com o número um, não teria me importado, sei que estaria em boas mãos. O Safin foi a grande estrela desta Corrida e “brigamos” até o último momento para isso acontecer.

É muito grande para mim, é uma sensação indescritível.”

Após comer o bolo, estourar champagne, abraçar os familiares, Guga passou horas na sala de entrevista, atendendo a imprensa do mundo todo, sempre sorridente e exibindo, com orgulho, os seus troféus de campeão do torneio e o de número um do mundo. “Sempre estive na frente, no jogo. Depois de conseguir o break, me soltei e fiquei super motivado. Todo mundo sabe que eu tive problemas físicos e que eu tinha que ganhar da maneira mais rápida possível. Minha cabeça estava funcionando perfeitamente hoje, tudo estava dando certo e eu fiz uma partida incrível. Acho que acordei hoje, realmente para fazer isso. Estou muito orgulhoso de mim mesmo e de ser brasileiro. Tenho certeza que fiz um domingo feliz para todos e para mim. É o dia mais feliz da minha vida,” disse Guga, na coletiva. O brasileiro continuou a entrevista, dizendo que admirava muito Pete Sampras e Andre Agassi, que eles realmente haviam dominado o tênis na última década e o jogador e que terminar o ano desta maneira é incrível, fantástico.

E o jogador, que no passado completou o Grand Slam, ao vencer Roland Garros e terminou 99 como número um do mundo, foi pessoalmente ao vestiário de Guga, cumprimentá-lo e felicitar o técnico Larri Passos, e a família do campeão. “Só queria dizer parabéns ao Guga, pelo excelente ano, pela conquista e nos vemos na Austrália,” despediu-se Agassi.

Guga (Banco do Brasi l/ Diadora/ Head/ Globo.com/ Motorola) agora entra de férias, volta a treinar dentro de duas ou três semanas e inicia a temporada 2001, no Australian Open. “Foi sem dúvida o melhor ano da minha vida. Quero agora comemorar muito com os meus amigos e a minha família. Foi muito importante ter os meus familiares comigo aqui, todos reunidos. Eles me deram muita força a semana toda.”

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Revivendo a Semana do Guga em Lisboa Parte IV – Vitória inédita sobre Sampras, final x Agassi e chance de ser no. 1

E o que parecia quase impossível dias atrás acabou acontecendo. Guga se recuperou no campeonato, venceu Pete Sampras, na quadra rápida coberta do Pavilhão Atlântico de Lisboa e avançou, pela primeira vez na história, à final da Masters Cup, marcando um encontro com Andre Agassi.

Para deixar a história e a semana ainda mais fantástica, Marat Safin, o favoritíssimo a terminar a temporada como número um do mundo, perdera para Agassi no mesmo dia, significando que se Guga vencesse a final, se tornaria o primeiro do ranking.

Mas, naquele momento, logo após a primeira vitória em torneios oficiais sobre Sampras, não era nesse posto de número um que Guga estava focado. Ele estava feliz com a vitória, pensando no campeonato, em como se recuperou e até dizendo que se Safin ficasse com a coroa de melhor do mundo, estaria em boas mãos.

Lembro até hoje da sensação dessa vitória, especialmente depois do Guga ter perdido o primeiro set num tie-break.

Reproduzo aqui o press release com detalhes do jogo, declarações do Larri que escrevi logo após a partida e alguns trechos da entrevista coletiva do brasileiro pós Sampras e pré Agassi, que também encontrei nos meus arquivos.


GUGA VENCE SAMPRAS E DECIDE TÍTULO DE CAMPEÃO DO MUNDO, NESTE DOMINGO

Brasileiro enfrenta Andre Agassi e se vencer é o número um do mundo

Gustavo “Guga” Kuerten decide, neste domingo, o título de campeão do Mundo, na Masters Cup de Lisboa. Depois de vencer o norte-americano Pete Sampras, cinco vezes campeão deste torneio, neste sábado, por 2 sets a 1, parciais de 6/7 (5) 6/3 6/4, em 2h13min de um tênis de altíssimo nivel, Guga enfrentará Andre Agassi, às 13h30min (Brasil), com transmissão ao vivo do Sportv. A vitória, além de valer o título da Copa do Mundo, dará ao brasileiro o posto de número um do mundo.

Sem nunca ter vencido Pete Sampras em torneios da ATP e depois de ter perdido a final do Masters Series de Miami, por 3 sets a 1, em março, na quadra rápida, Guga queria muito a vitória sobre o norte-americano, especialmente depois de quase ter desistido de jogar a competição, na terça-feira, com um espasmo na coxa direita.

Número um do mundo por seis anos consecutivos, Sampras saiu na frente no jogo. Quebrou o saque de Guga no segundo game e logo abriu 3/0. Mas, Guga não se entregou e devolveu a quebra no 1/3, levando a decisão do set para o tie-break, depois de ter salvado dois set points, no 5/6. No tie-break, o brasileiro saiu na frente, mas Sampras passou adiante no 4/4 e fechou a série, com uma devolução de saque de Guga para fora, no 5/7.

No segundo set, Guga conseguiu quebrar o serviço de Sampras logo no segundo game e não deixou mais o rei de Wimbledon se recuperar, fazendo 6/3 e empatando o jogo em um set.

Na série decisiva, Guga teve chances de quebrar o serviço de Sampras no primeiro game, não conseguiu e foi Sampras quem ameaçou o brasileiro, em seguida, com quatro break points. Guga conseguiu se salvar e no 4/4, quebrou o saque de Sampras, só precisando sacar para garantir a vaga na final. Mas, momentos de tensão tomaram conta do Pavilhão Atlântico, quando Guga, no 5/4, teve 15/40 no seu serviço. O brasileiro, vibrando muito, reverteu a situação e fechou o jogo com um ace.

Durante a partida, Guga (Banco do Brasil/Diadora/ Head/Globo.com/Motorola) teve 63% de aproveitamento do primeiro serviço, deu 13 aces, fez 3 duplas-faltas, deu 45 winners e 25 erros não forçados.

O técnico Larri Passos, bastante emocionado, disse que foi a vitória do coração. “O Guga aprendeu muito com a final de Miami. Ele aprendeu que tinha que sacar na esquerda do Sampras, por exemplo. A vitória de ontem, sobre o Kafelnikov, que é o cara mais completo do circuito, foi muito importante também,” contou, emocionado Larri. “Fiquei muito emocionado mesmo, com a vitória, com a faixa que vi na quadra, dizendo que os brasileiros se orgulhavam de mim e do Guga e também com o cumprimento que ganhei do Sampras,logo depois do jogo.”

Para a final deste domingo, contra Andre Agassi, Larri disse que seu pupilo não poderá vacilar. “Ele vai ter que ser agressivo, botar o Agassi para correr e fechar a rede de vez em quando.”

Guga e Agassi se enfrentaram na primeira partida, em Lisboa e o norte-americano, atual oitavo colocado na Corrida dos Campeões e no ranking de entradas, venceu por 2 sets a 1, parciais de 4/6 6/4 6/3. Além disso, Guga e Agassi já se enfrentaram outras sete vezes, com três vitórias de Guga.

Com a derrota de Marat Safin, neste sábado, para o norte-americano Andre Agassi, caso Guga vença amanhã, se tornará o jogador número um do mundo.

Esta será a sétima final que Guga disputa na temporada, tendo sido campeão em Roland Garros, Hamburgo, Indianápolis e Santiago e vice-campeão em Miami e Roma.

December 2, 2000

Gustavo Kuerten

Q. A couple of days ago you said that Marat deserves the No. 1 spot. What is your opinion about that right now?

GUSTAVO KUERTEN: The same. I wish I could play him in the final. Unfortunately, he’s not there. I wish I win, but I wish he’s No. 1.

Q. Will you be able to play? You’re okay? Did you have treatment tonight?

GUSTAVO KUERTEN: Yes, good treatment now. I’ve been recovering well. As hard as I play, one, two sets, I start to feel a lot of pain. But tomorrow I going to be able to play for sure. Tough five sets. I don’t know how far I can go, but I’ll try to push myself as far as I can.

Q. How much confidence do you have for tomorrow’s final?

GUSTAVO KUERTEN: A lot. I win three matches in a row. I didn’t expect to be in the final. Tomorrow I will try really surprise and play aggressive. But don’t expect too much thing. Just happy to be there.

Q. You’re Roland Garros champion. You won a Masters Series. You’re in a final now. Why do you think Safin deserves to be No. 1?

GUSTAVO KUERTEN: He won a Grand Slam, too. He won two Masters Championships. He won seven tournaments. As I say, if it was in his hands, it’s well-deserved, you know. It was great competition end of the year, everybody fighting for No. 1. He really did what he need to be. If I win tomorrow, I will be. It’s good. It’s fun. But he could — you know, for sure he could be the No. 1 of the world if I don’t surprise everybody here and win the tournament. That’s what I mean. He well-deserve this spot. For sure, if it stay with him, I’m going to be happy, as well.

Q. Pete has won this tournament five times. He’s one of the greatest indoor players ever. Where do you rank this victory in your career for you?

GUSTAVO KUERTEN: The best. For me was special. He’s a great player. I really admire him. Here I never expect to beat him in situation like this. So for sure it’s top level of happiness, dream and everything for me, you know, it’s happen here.

Q. You sound very pessimistic about tomorrow. Is that because he’s already beaten you here this week?

GUSTAVO KUERTEN: Yes. You know, I don’t feel a hundred percent to run that much that I know I’m going to need tomorrow. But, you know, I’ve been feeling much worse, if you were here in the first day, but you wasn’t. You only come in the final. If I lost, you don’t come. It’s okay (laughter). You would see how bad I was. I was much worse than now. I was feeling very, very bad. Now I’m feeling good, feeling okay. I would say I don’t need to win, I’m happy enough. But let’s see. I will try. I will try for sure and play hard. We’ll see how it’s going to be.

Q. Having heard what you said about Marat and No. 1, but now it’s in your hands. How excited or how nervous does it make you to have that possibility?

GUSTAVO KUERTEN: Again, again (laughter)? Everybody do the same question. It’s nice, it’s good, but it’s not what I’m feeling right now. I feel in this tournament, the situation, it’s great for me. I feel myself out of the tournament after the first match, and now I see myself in the final. I will try to win the match tomorrow as I can with all the energy I have. If I win, I’m going to be No. 1. It’s consequence. But I think only about winning and finding a way to beat Andre tomorrow. I know it’s going to be tough.

Q. Only when you are No. 1 we can talk to you about being No. 1.

GUSTAVO KUERTEN: Yes, hopefully (laughter).

Q. It looked like after the match, he was telling you something nice. Did he tell you anything special?

GUSTAVO KUERTEN: Yes. I think he really felt the way things was going for me, you know, the way I came back during all the competition during the match, the way I was fighting. He give me great support, you know, wish me good time and good luck in the final. He really said it was a good game, he played well, but I played better. He was like satisfied the way he played, too.

Q. The tactics for tomorrow will be quite different from the game of Tuesday when you played against him?

GUSTAVO KUERTEN: I will not tell. If I tell, he’s listen, is going to be bad (laughter). I try to be more aggressive as I was the other match that I play him the first day, try to go for the shots a little bit more.

Q. Do you think Lisbon brings you good luck since you won already a tournament in Portugal?

GUSTAVO KUERTEN: It’s nice to play here, no? Make me feel comfortable. I’m much closer to my country, my people than I normally am playing other countries. It feels as in home. Makes me feel better on court, of course. I can have a lot of support from people, the crowd and everything. It’s nice. It’s not that I always have great results, but I really enjoy. If I don’t play too good, I really enjoy coming here to play.

Q. Can you tell us a bit about the match today? What did you feel today after winning, beating Sampras?

GUSTAVO KUERTEN: It was one of my best victories. I felt a lot of emotion and a lot of happiness. It was very, very special. I’m going to try and live this moment very well till tomorrow and take advantage of these good emotions I’m feeling, inspire myself for tomorrow, try and get these positive feelings and energy to support me in my match tomorrow.

Q. Are you aware of what you’ve done for tennis in Brazil?

GUSTAVO KUERTEN: If I stop and just think about what I’ve done for tennis, I think it’s very important. If I’m going to play Sampras or Agassi, it’s going to be very important for the public there. The important thing now is that I’m in the final. Brazil has never had anybody in the Masters. For me to be in the final is absolutely fabulous for the country. If I was a journalist, if I was a Brazilian journalist, I’d be able to do a whole newspaper on this tournament.

Q. Now that Agassi can’t hear us, what are the tactics for the final?

GUSTAVO KUERTEN: I’m going to try to do everything which I can. I’m going to hit the ball hard. It’s going to have to be a moment which is going to happen tomorrow. The tactic is going to be dependent on the way I feel tomorrow, my emotions. That is what a final involves. I’m going to have to live the moment and decide how I feel in that moment.

Q. What is your message for the Brazilian fans who have big expectations? What is your message?

GUSTAVO KUERTEN: I always try and send my message in the best way, which is showing my determination and what I’m feeling on the court. I know that everybody is going to be looking at the match tomorrow, very nervous, people praying that I win. It’s important. I think that all Brazilians are very happy. People are forgetting their problems back in Brazil. I’m happy and proud to be part of that. I’m going to try and make it a happy day for Brazil tomorrow. Everybody knows what I’m doing there. I’m doing something unique. If I would arrive there tomorrow, even if I lost, everybody would still be very happy with the way I played this week and the way I behaved.

Q. Yesterday after beating Safin, Sampras said he lacked a bit of mental edge. He said you have a better mental factor than Safin. What do you think of that? Do you think you’re stronger psychologically now?

GUSTAVO KUERTEN: Well, I’ve evolved a lot. I’ve grown a lot in that department. I think Safin is only 20 years old. It’s quite good he doesn’t think most of the time because he hits the ball so strong that if he thought, it would be even more dangerous. I think I’m learning to play well with other players, and showing how I can deal with certain problems on the court. I’m getting a lot better on these fast surfaces. It’s really a mental factor to know how to get through tough situations. I think I wasn’t so — I think if I wasn’t so strong mentally, maybe I wouldn’t be able to get to the final, as I did.

Q. You’ve complained about the linesmen. Do you think they have been unfair with you this week?

GUSTAVO KUERTEN: I think it’s difficult. Many balls are quite questionable. I think Sampras and Agassi are the strongest players, the most known players, and sometimes I’ve had situations where I’ve been treated unfairly playing against them because I think if you play a tournament like this in Brazil, if I would play against another player who isn’t Brazilian, maybe I would be favoured there. The name of the player is important when he’s on court. Sometimes we play and don’t see properly.



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Revivendo a semana do Guga em Lisboa Parte III – Vitória surpreendente, em dois sets, sobre Kafelnikov

Depois da vitória sobre o Norman,  quando não sabia muito bem o que esperar do seu próprio corpo e do seu jogo, sem ter tido tempo para treinar, Guga voltou a quadra no dia seguinte no Pavilhão Atlântico, em Lisboa, para enfrentar outro dos seus grandes rivais: Yevgeny Kafelnikov.

Kafelnikov

Era o terceiro confronto entre os dois naquele ano 2000. O primeiro, em Roland Garros, Guga havia vencido em cinco sets e no segundo, nas Olimpíadas de Sidney, a vitória tinha ficado com o russo, em dois sets.

Mas, empolgado com a reviravolta no campeonato, depois de quase ter que abandonar a Masters Cup, Guga venceu mais um jogo. Derrotou Kafelnikov por 6/3 6/4 e avançou pela primeira vez na história para a semifinal da competição, marcando um encontro com Pete Sampras, para o dia seguinte.

Apesar da nova vitória, já começava um pequeno burburinho, mas de fato ninguém começava a imaginar que ele pudesse eventualmente se tornar o número um do mundo e tirar o lugar de Marat Safin.

Safib

Para este post, em vez do texto que escrevi logo após a vitória sobre o Kafelnikov em Portugal, que não consegui encontrar – o único que falta no meu arquivo da temporada inteira – achei algo até mais interessante no meu computador – não me pergunte como – a transcrição oficial da entrevista coletiva, em inglês. Sim, em inglês. Apesar do jogo ter sido em um país de língua portuguesa, as transcrições só existiam – e ainda é assim hoje, com exceção de Roland Garros que tem transcrição em francês também – para as perguntas e respostas em inglês.

“Eu quero fazer mais história para a minha carreira e para o Brasil” – Guga

December 1, 2000

Gustavo Kuerten

LISBON, PORTUGAL

MODERATOR: Questions for Gustavo.

Q. Can you give us a status on your physical condition, how you are and how you were feeling on court?

GUSTAVO KUERTEN: Well, I think, you know, it’s been the same the last few days. I having pain and I having some troubles to move sometimes. But it’s not affecting my performance on court. Everybody see I can play well and I still can compete against the guys. I think I’m going to be almost the same tomorrow. I can have the same performance as today and some chance to have a good match.

Q. It looked like you played maybe one of the best indoor matches – maybe the best. What’s your assessment of how well you played today?

GUSTAVO KUERTEN: I was very excited, playing great tennis. Like I said before, maybe I playing best tennis ever in my life. I feel like doing every shot, doesn’t matter, I’m doing the right shot. It’s a great feeling, you know. I know how I am. I know my body’s not feeling the best way I would like to. But I’m feeling the ball very well. I’m doing with my mind a lot of pleasure with what I’m doing now. Things are working. I having luck. When I need it, I get some net shots, breaks that I didn’t got in first match. Semifinal, I lost in Paris, too. I think it’s coming for my side a little bit at this part of the year. Luckily, keep it the same way tomorrow.

Q. Aren’t you somewhere afraid that playing, in spite of the injury, can make it worse for maybe the next month or two months, for Australia?

GUSTAVO KUERTEN: Well, I not really seeing like that. As they say, I have some trouble, but it’s not that if I play, it can cause me a really mess. I’m having a great mind approach, too. I’m seeing always thinking positive. This is helping a lot my recover. Every day, even I’m playing, I’m getting here a little bit better, so that’s great. Everybody satisfied with the way my body’s responding.

Q. It seems you have a great relationship with the Portuguese public. Seems like you’re playing at home. Was that important?

GUSTAVO KUERTEN: Yes, it’s very, very important. For me, a match like this, it’s very important to be motivated by the public. It was a factor which elevated my level of play. I really like to play in these conditions. At important times of the match, it really makes me play better.

Q. Were you upset with the foot fault that the line judge gave you in the second set?

GUSTAVO KUERTEN: No. Well, it’s a bit strange. It’s the first time I was foot faulted. It’s such a difficult thing to say. I think that the line judge has to be very careful with how he calls them.

Q. How do you see your match with Sampras tomorrow?

GUSTAVO KUERTEN: I’m not too worried about it. I’ve reached the semifinal, which I wasn’t expecting. It’s an historic feat for me and for Brazil. I’m going to play against Sampras, who I consider the best player of all time. It’s a very special occasion. Tomorrow I’m going to be very motivated and I’m going to fight a lot. I know that we both have equal chances.

Q. The fact that you can still mathematically reach the top of the ranking, does that worry you?

GUSTAVO KUERTEN: No, I’m not too worried about that, especially after my first defeat here. I’ve tried to forget those things. I’m trying to worry about the things which I really need, which I need to do to win matches and play well. I think that Safin deserves to be the No. 1 Player of the Year. I think he’s played the best now also at the end of the year. He deserves to win. If I manage to pass him, it’s going to be an absolute miracle. I think that the No. 1 spot will be in good hands. I just have to take notice of this fantastic moment. It’s one of the most happy moments of my career.

Q. You are a very emotional player. Do you really live each moment with a lot of sentiment?

GUSTAVO KUERTEN: Yes, without a doubt – not only on the court, but also outside. Life is full of emotions. I try to live it with the most emotion possible. I do a bit of everything. I cry, I laugh. I try to live it to the most.

Q. Sampras also played with an injury in Wimbledon, and he won. Do you think it’s going to happen to you here also?

GUSTAVO KUERTEN: It’s difficult to say that I’m going to win here. I would prefer to have no injury. I think I could be having a better performance. I think I could play a bit better than I am playing. I’ve been able to deal with my injury. The psychological part is very important, even due to my physical limitations.

Q. Can you tell us a bit about what’s going to happen tomorrow before the match?

GUSTAVO KUERTEN: I’m going to rest a lot. I’m going to try and practice 30 minutes or 40 minutes before the match. I’m going to try and take advantage of this good moment I’m going through. Everybody has their antennas connected here to the pavilion. I think there’s going to be a lot of pressure. The last two days, everything has been my way. I’m going to try to use that to the full advantage tomorrow and be very positive. I’m going to get ready well for the match. I’m thinking that I’m going to make a bit more of history for Brazil – and my career. I have to risk a lot. I know he’s sufficiently good to beat me, and vice versa. I know that the match is going to be very tight. I’m really going to enjoy this moment.

Q. Do you think you’re going to risk a lot tomorrow and play aggressive?

GUSTAVO KUERTEN: I’ve never felt such pleasure in hitting the ball with strength, unleashing my power. I’m in condition to hit the ball well. I’m focused to play the best I can. Things are going the right way. I managed to work on various problems and overcome many obstacles. It’s going to be a big match tomorrow. It’s going to be a very special moment for me tomorrow. It’s the first time I’m in the semifinals of the Masters.

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