O International Tennis Hall of Fame consagrou neste sábado a carreira da suíça Martina Hingis, campeã de 5 Grand Slams e vencedora em uma época em que o tênis feminino ainda não vivia de campeãs efêmeras.
Hingis é até hoje a campeã de Grand Slam mais jovem da história. Venceu Wimbledon, nas duplas, com Helena Sukova, em 1996, antes de completar 16 anos de idade e também se tornou uma das mais jovens tenistas a entrar para o Hall of Fame, com apenas 32 anos.
Por isso ainda nos lembramos de Martina Hingis como se ela tivesse pertencido a essa era.
No entanto, Hingis teve o auge da carreira no final dos ano 90 e início dos anos 2000.
Rivalizou com Steffi Graf, Monica Seles, Arantxa Sanchez Vicário, Lindsay Davenport, Jennifer Capriati, Venus Williams, todas, com exceção de Capriati, campeãs consistentes. Fez dupla com Anna Kournikova e Jana Novotna. Completou o Grand Slam na categoria e foi número um do mundo nos dois rankings simultaneamente.
Hingis foi apenas a 8ª número um do mundo da história. Tirou Steffi Graf da liderança quando assumiu o posto pela primeira vez em 11 de outubro de 1998. Graf antes dividira a posição com Monica Seles, devido à facada que afastou Seles das quadras. Seles, Graf e Sanchez Vicário viviam se revezando na liderança. Foi assim de 1987 até 1998, quando a filha de Melanie Molitor chegou ao topo.
Hingis viria então a revezar a posição com Lindsay Davenport, durante 2 anos. Ela permenaceu como a melhor do mundo durante 204 semanas.
Foi substituída por Capriati, depois por Venus e Serena Williams, Kim Clijsters, Justine Henin – todas ainda no início dos anos 2000.
Só depois vieram Ivanovic, Jankovic, Wozniacki e Safina como números um do mundo sem muitos títulos – só Ivanovic tem 1 trofeu de Grand Slam entre elas e deixaram o circuito sem uma força dominante, ou uma personagem inteligente, perspicaz, muitas vezes polêmica e tão vencedora quanto Hingis.
Com o nome de Martina para homenagear Martina Navratilova e nascida para ser campeã, treinada pela mãe Melanie Molitor, Hingis não tinha medo de dizer o que pensava. Uma vez chegou a chamar Mauresmo de “metade homem;” enfrentava as irmãs Williams, teve diversos affairs pelo circuito; tinha em Capriati e em Iva Majoli suas melhores amigas; foi das primeiras a ser chamada de Spice Girls do circuito.
Chegou a parar de jogar entre 2003 e 2006, voltou a competir por 2 anos e foi pega no exame anti-doping com cocaína, apesar de ter negado o consumo. Não retornou às quadras para competir, apenas para treinar algumas tenistas em que acredita no talento. Costuma fazer parte do time de treinadores de Patrick Mouratoglou e está sempre presente nos Grand Slams.
Dos 4 torneios mais importantes do mundo, ficou faltando o de Roland Garros. Ela teve chance em 1997, a sua melhor temporada no circuito. Perdeu a final para Majoli, um dia antes de Guga erguer o primeiro dos três trofeus em Paris. Guga e Hingis se reencontrariam no ano 2001, na cerimônia de entrega dos trofeus dos campeões do mundo da ITF, também na capital francesa.
A suíça voltou a disputar a final em Paris, em 1999. Chegou perto do título, mas na final, quando viu Steffi Graf a um ponto de ganhar a Coupe Suzanne Lenglen, perdeu a compostura. Sacou por baixa, foi vaiada, saiu da quadra e só voltou para a cerimônia de premiação acompanhada da mãe.
Depois daquele Roland Garros 1999, ela que havia sido campeã do Australian Open no início do ano, não viria a ganhar mais nenhum Grand Slam. Disputou mais 4 decisões, mas perdeu todas.
Hingis encerrou a carreira com 43 títulos de simples e 37 de duplas, sendo 5 Grand Slams de simples, 9 de duplas e um de duplas mistas.