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Para o Brasil o final de semana em Wimbledon será diferente

André Sá abriu as portas para Melo e Soares nas duplas

Esse final de semana vai ser diferente. Vamos acordar para assistir as finais de simples feminina e masculina pensando nas decisões de duplas e duplas mistas. É diferente. O Brasil tem dois tenistas nestas finais. Marcelo Melo, com o croata Ivan Dodig, na de duplas masculinas e Bruno Soares, com Lisa Raymond, nas duplas mistas.melo wimbledon final

É diferente para o Brasil, é diferente para nós que vivemos do tênis, de repente, termos dois (BRA)s escritos nos placares de duas finais do torneio de tênis mais importante do mundo.

É diferente para Marcelo Melo jogar uma final de Grand Slam, a segunda da sua carreira, depois da final de Roland Garros em 2009.

É diferente para Bruno Soares jogar pelo segundo trofeu de Grand Slam, depois do título de duplas mistas no US Open do ano passado, no templo sagrado do tênis.

Há 12 anos assistimos dois brasileiros jogando uma decisão de Grand Slam, no mesmo fim de semana. Foi em Roland Garros 2001, quando ganhou o tricampeonato e Jaime Oncins ficou com o vice de duplas mistas, ao lado de Paola Suarez. Foi diferente.

Não é mais diferente torcermos para as duplas. Já nos acostumamos a torcer para 2 em vez de 1 e a ver 4 tenistas em ação, em vez de 2. Não é de hoje que são os duplistas que estão mantendo o nome do Brasil em alta no circuito mundial. Já escrevi diversas vezes, que além do Thomaz Bellucci, só Melo, Soares e Sá disputam finais de ATPs. Agora eles jogam finais de Grand Slam. É diferente.

É incrível para o tênis brasileiro e o mérito de estar lá é todo deles. Já imagino que comecem a dizer que dupla é mais fácil. Se é tão fácil, como ninguém ganhou antes? Porque são poucos os que vencem os Grand Slams?

Bruno Soares Wimbledon finalMérito do Bruno, mérito do Marcelo e muito mérito do André Sá. Foi ele o primeiro brasileiro dos tempos recentes a optar por seguir a carreira de duplista, depois de ter sido um jogador de sucesso de simples, tendo alcançado as quartas-de-final de Wimbledon. Em busca de uma longevidade nas quadras, foi ele que começou a ganhar ATPs por aí, jogou duplas tanto com Melo, tanto com Soares e abriu as portas para eles. André Sá ainda está aí disputando o circuito e sempre que há alguma oportunidade, chega perto de algum título.

Pode ser diferente. Pode ser que a gente tenha em 2 dias, mais 2 títulos de Grand Slam.

Pode ser ainda mais diferente ver outros dois nomes de campeões brasileiros associados a Wimbledon, que não seja o da eterna bailarina do tênis, Maria Esther Bueno, campeã

Melo e Dodig enfrentam a melhor dupla de todos os tempos, os irmãos Bryans, no sábado.

Soares e a super experiente Raymond, que já foi número um do mundo de duplas e ganhou o Grand Slam britânico em 2001, jogam contra o também veterano das duplas, Daniel Nestor e a francesinha Kristina Mladenovic, vice-campeões em Roland Garros, há um mês.

Não vai ser diferente. Como acontece nestes momentos de glória, vai aparecer um monte de gente querendo tomar para si os louros da vitória. Mas, se Melo e Soares estão aí é por conta deles próprios. Eles investiram na carreira quando ninguém acreditava, foram atrás de patrocínio sozinhos – não estamos falando de hoje em dia, em que já são estabelecidos no circuito – , viajam com técnico, tem preparador físico e fisioterapeuta quando precisam e se prepararam para grandes ocasiões como a deste fim de semana.

Vamos curtir as finais de Wimbledon de maneira diferente.

foto de Soares de Cynthia Lum

 

 

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ATP lança livro comemorativo aos nos.1 e Guga, é claro, é destaque – com relato inédito

A ATP lançou oficialmente neste sábado, em Wimbledon, como parte da campanha Heritage, o livro comemorativo aos 40 anos da instituição do ranking e dos números um, com espaço apenas para aqueles que terminaram uma temporada no topo da listagem. E entre apenas os 16 anos, é claro, está Gustavo Kuerten.

Gustavo Kuerten number 1

Guga, assim como os apenas outros 15 tenistas (Ilie Nastase, Jimmy Connors, Bjorn Borg, John McEnroe, Ivan Lendl, Mats Wilander, Stefan Edberg, Jim Courier, Pete Sampras, Andre Agassi, Guga, Lleyton Hewitt, Andy Roddick, Roger Federer, Rafael Nadal e Novak Djokovic) que terminaram um ano (desde 1973 até hoje), no topo do ranking, ganhou 2 páginas no livro, com história e fotos marcantes.

O texto de Guga foi escrito por Peter Bodo – ele e Neil Harman se dividiram para fazer os 16 perfis – e para a minha surpresa, provavelmente mais mérito do Guga do que do repórter, li algo que durante os meus 15 anos de trabalho com o tricampeão de Roland Garros, nunca soube. E olha que isso é muito raro.

Guga relata no livro que quando tinha 15 anos de idade e foi a Roland Garros pela primeira vez, foi ao museu do Louvre. Lá viu um quadro, comprou o cartão postal da pintura e mandou para a mãe Alice, com o seguinte recado: “Esse não é um quadro normal e eu não sou um jogador normal; sou um tipo diferente e um dia eu serei número do mundo.”

Guga depois contaque não esperava ser número um, não pensava nisso, mas mesmo assim escreveu o postal. Claro que Dna. Alice ainda guarda o cartão até hoje.

kuerten number one

O texto segue contando um pouco a história de Guga, enaltece Larri Passos, passa por Roland Garros e claro que chega a Lisboa para contar o que todos nós já sabemos, mas que é sempre especial relembrar. Fico aqui pensando hoje, que se Safin tivesse vencido mais um jogo (era o que ele precisava) e Guga perdido qualquer uma das suas partidas depois da derrota para o Agassi, não estaríamos aqui falando sobre isso hoje e teríamos o nome de Marat Safin ao lado do ano 2000 no trofeu. Mas ele venceu e ganhou de Sampras e Agassi na sequência para chegar ao topo do ranking mundial e se tornar o primeiro tenista sul-americano a terminar uma temporada como número um do mundo. trofeu numero um do mundo atp

Aliás, a imagem do trofeu de número um do mundo, que passou agora a ser chamado de trofeu Brad Drewett, em homenagem ao CEO da ATP que faleceu neste ano, é de arrepiar, com os nomes de todos os tenistas que terminaram a temporada no auge.

Para quem quiser ter uma ideia do que encontrar no livro, além de Guga, é claro, aqui estão as páginas do Djokovic e do Sampras.

Por enquanto ele está sendo vendido na Tennis Warehouse, por  U$ 29,90.

No 1 Sampras No 1 Djokovic

 

 

 

 

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