Tag Archives: kuerten roland garros

Les Années Guga serão inesquecíveis em Roland Garros – e os meus também

Os anos passam, Rafael Nadal ganha, ganha de novo e de novo, mas Gustavo Kuerten continua sendo o queridinho, o “chou chou” não só do público francês, mas também da Federação Francesa de Tênis.

guga roland garros

Depois de ter sido recebido com um elegante coquetel e um chorinho no Le Club, um dos espaços Vips de Roland Garros, na noite de sexta-feira, com direito a bolo, abraços do Presidente da FFT, Jean Gachassin, vídeos dos momentos marcantes da carreira em Paris e a presença de amigos e jornalistas que fizeram parte da sua história, Guga concedeu uma longa entrevista coletiva no “Main Interview Room,” da área de imprensa do torneio.

Desde 2008, quando disputou o último joga da sua carreira, diante de Paul Henri Mathieu, Guga não se sentava na sala de entrevistas de Roland Garros.

Quando a entrevista começou, com apresentação do Guy Forget, veio um Flash Back.

Quantas vezes sentamos nesta mesma sala de entrevistas depois dos jogos, ou antes mesmo de Roland Garros começar, quando havia a entrevista do campeão (antigamente só os campeões  / defending champions – davam coletivas oficiais, não havia media day).
E como acontecia antigamente, Guga ficou horas falando, com respostas longas e em inglês primeiro, depois português / espanhol. Atendeu também as TVs ao fim da coletiva, especialmente o World Feed, que gera imagens e entrevistas para o mundo inteiro.
Atendeu todo mundo que pediu, deu até entrevista na área externa, com o público gritando o seu nome.

Durante a entrevista, mencionou o meu trabalho com ele. É foram muitos anos, do começo ao fim da carreira e assim como para ele, Roland Garros também faz parte da minha história.

Roland Garros press room

Vim aqui pela primeira vez em 1997. Estava no meu último ano da faculdade e com pouquíssima experiência no trabalho de PR, assessora de imprensa, Publicist ou como queiram chamar. Vim no jogo contra o Kafelnikov e passei por tudo o que aconteceu com o Guga aqui.
Assim como ele cresceu em Roland Garros e se tornou quem é hoje, o torneio continua sendo a minha referência.

Aqui passei os momentos mais especiais da minha carreira. Não eram fáceis. A pressão era grande. Os pedidos de entrevistas nacionais e internacionais eram intermináveis, os de ingressos também e ainda tinha que escrever releases, muitas vezes em duas línguas, atualizar site, fazer fotos e passar informações que hoje são amplamente e imediatamente divulgadas, como horários de treinos, de jogos, resultados, head to head, entre outros.

Aqui construí a minha base de trabalho. Aprendi com jornalistas, com o torneio, com a Federação, com o Guga.

Já se passaram 18 anos do primeiro título. Este ano faz 15 do segundo e ainda parece que foi ontem.
Amizades duradouras foram construídas neste período, memórias foram se acumulando, dentro e fora de Roland Garros e ssão claras, como se tudo tivesse acontecido ontem.

E para o pessoal de Roland Garros também.
Ontem comentávámos isso no jantar e cada vez que entro aqui tenho essa sensação.
O efeito Guga em Paris ainda é vivo.

Ele mesmo lembrou de quando começou a ter essa conexão com o público francês, durante a sua coletiva que marcou o lançamento do seu livro Guga, um Brasileiro, paixão francesa, em francês, que a primeira vez que sentiu a conexão com o público francês foi durante a partida contra Thomas Muster, em 1997.
Eu estava perdendo de 3/0 no 5o. set. Comecei a virar o jogo e o público a gritar Allez Guga. Foi aí que senti essa conexão.
Conexão que nunca mais terminou.

Hoje não sento mais na mesa número 1. Mudaram todos os brasileiros para a Sale de Presse número 2, ao lado. Mas, a sensação de que o lugar é especial e de que Roland Garros faz parte da nossa história permanece.

Não há quem passe por mim ou pelo Chiquinho Leite Moreira, que este ano completa 30 anos de Roland Garros, e não conte ou relembre alguma história com o Guga aqui.

Les Annés Guga serão eternos.

Fotos da amiga Cynthia Lum

Leave a Comment

Filed under Uncategorized

ATP lança livro comemorativo aos nos.1 e Guga, é claro, é destaque – com relato inédito

A ATP lançou oficialmente neste sábado, em Wimbledon, como parte da campanha Heritage, o livro comemorativo aos 40 anos da instituição do ranking e dos números um, com espaço apenas para aqueles que terminaram uma temporada no topo da listagem. E entre apenas os 16 anos, é claro, está Gustavo Kuerten.

Gustavo Kuerten number 1

Guga, assim como os apenas outros 15 tenistas (Ilie Nastase, Jimmy Connors, Bjorn Borg, John McEnroe, Ivan Lendl, Mats Wilander, Stefan Edberg, Jim Courier, Pete Sampras, Andre Agassi, Guga, Lleyton Hewitt, Andy Roddick, Roger Federer, Rafael Nadal e Novak Djokovic) que terminaram um ano (desde 1973 até hoje), no topo do ranking, ganhou 2 páginas no livro, com história e fotos marcantes.

O texto de Guga foi escrito por Peter Bodo – ele e Neil Harman se dividiram para fazer os 16 perfis – e para a minha surpresa, provavelmente mais mérito do Guga do que do repórter, li algo que durante os meus 15 anos de trabalho com o tricampeão de Roland Garros, nunca soube. E olha que isso é muito raro.

Guga relata no livro que quando tinha 15 anos de idade e foi a Roland Garros pela primeira vez, foi ao museu do Louvre. Lá viu um quadro, comprou o cartão postal da pintura e mandou para a mãe Alice, com o seguinte recado: “Esse não é um quadro normal e eu não sou um jogador normal; sou um tipo diferente e um dia eu serei número do mundo.”

Guga depois contaque não esperava ser número um, não pensava nisso, mas mesmo assim escreveu o postal. Claro que Dna. Alice ainda guarda o cartão até hoje.

kuerten number one

O texto segue contando um pouco a história de Guga, enaltece Larri Passos, passa por Roland Garros e claro que chega a Lisboa para contar o que todos nós já sabemos, mas que é sempre especial relembrar. Fico aqui pensando hoje, que se Safin tivesse vencido mais um jogo (era o que ele precisava) e Guga perdido qualquer uma das suas partidas depois da derrota para o Agassi, não estaríamos aqui falando sobre isso hoje e teríamos o nome de Marat Safin ao lado do ano 2000 no trofeu. Mas ele venceu e ganhou de Sampras e Agassi na sequência para chegar ao topo do ranking mundial e se tornar o primeiro tenista sul-americano a terminar uma temporada como número um do mundo. trofeu numero um do mundo atp

Aliás, a imagem do trofeu de número um do mundo, que passou agora a ser chamado de trofeu Brad Drewett, em homenagem ao CEO da ATP que faleceu neste ano, é de arrepiar, com os nomes de todos os tenistas que terminaram a temporada no auge.

Para quem quiser ter uma ideia do que encontrar no livro, além de Guga, é claro, aqui estão as páginas do Djokovic e do Sampras.

Por enquanto ele está sendo vendido na Tennis Warehouse, por  U$ 29,90.

No 1 Sampras No 1 Djokovic

 

 

 

 

3 Comments

Filed under Uncategorized

Roland Garros à vista

Roland Garros já começou e quando eu sair do metrô, subir as escadas e avistar as grades pretas dos portões que envolvem o complexo mais charmoso de tênis do mundo, a maioria das principais estrelas já terá disputado a primeira rodada. Mas, mesmo com o Grand Slam em andamento, essa chegada a Roland Garros é sempre especial.

Philipe Chatrier roland garros

Estou no aeroporto de Frankfurt, esperando a conexão para Paris. Se há dois dias estava difícil colocar a minha mente em Porte DÁuteil, com tantos outros compromissos distantes da terra batida francesa, agora só penso naquele momento da subida das escadinhas do metrô, com meu papel da credencial em mãos e a chegada na recepção da sala de imprensa, o encontro com diversos conhecidos e amigos e as sensações especiais que sempre voltam à mente quando entro em Roland Garros.

Apesar de já terem se passado 05 anos da despedida do Guga, 09 anos da última grande atuação dele em Paris, 12 anos do tricampeonato e 16 do primeiro título, as memórias de mais de uma década em Paris, trabalhando ao lado dele, estão frescas na minha mente.

Lembro da primeira vez que cheguei a Paris e entrei em Roland Garros. Viajei ainda de VASP e cheguei no meio daquele 1997 inesquecível.

Até da roupa que usei na comemoração no Ritz eu lembro –e  ainda uso a saia de flores azuis -. E lembro sem ter fotos. Não sei por qual motivo não tenho fotos daquela noite. Tenho fotografias do Guga com trofeu na Philippe Chatrier e do dia seguinte, uma maratona de entrevistas, encontro com a Seleção Brasileira de Futebol, no hotel Concorde de Lafayette e o Larri colocando no lobby do hotel “viver e não ter a vergonha de ser feliz…”

Quantas pessoas conheci naquele 1997  e que encontrarei dentro de algumas horas…

Acho que poderia ficar horas escrevendo histórias e lembranças de 15 idas a Roland Garros e a maioria delas marcantes. Mas, pretendo fazer isso ao longo da estada em Paris. Apesar de já terem se passado 16 anos daquele primeiro título do Guga – e me dou conta também que já são 16 anos de Tennis View – e de Nadal ser o “Rei do Saibro,” já tendo vencido 7 vezes o Grand Slam nos últimos 8 anos, cada vez que chega esta época do ano, esses momentos, apesar de pertencerem a uma outra época, na minha mente e no meu coração, parecem que foram ontem.

 

 

 

Leave a Comment

Filed under Uncategorized

Uma manhã com Guga no Club Lacoste e a sensação de que “We Will Always Have Paris”

A quinta-feira estava parcialmente dedicada para um encontro com Guga no Club Lacoste, em frente ao Jardins des Tulleries, em Paris. Encontrar o Guga, depois de 13 anos trabalhando com ele diariamente, não era novidade. Mas, visitar a recém-reformada e inaugurada boutique da Lacoste, na Rue Castiglione era sim.

 

 

 

 

 

    Depois de andar pelos diferentes cantos do Club e ver as coleções Roland Garros, Live, masculina, feminina e infantis e provar algumas peças num lindo camarim, com Cortina de couro e imagem de quadra de tênis e um fecho em forma de raquete, me chamaram para ir à sala onde o Guga estava.

Ao entrar, brincando, alguém falou: “Você conhece o Guga?” E eu respondi, o “Guga de Lacoste, não.”

Ele estava vestindo calça social, tênis Lacoste, uma polo e um Blazer e não é que caiu bem nele?

“Com essa roupa aqui eu ganhei um upgrade,” brincou Guga, que sempre foi mais adepto de um estilo relaxado, de bermuda e camiseta. “É, na época que eu jogava eu era muito desleixado para usar uma roupa Lacoste.”

Depois de tantos anos trabalhando juntos e vivendo de muito perto todas as conquistas da carreira dele, sentar para bater um papo com ele aqui em Paris acaba trazendo à tona memórias maravilhosas de momentos únicos e a sensação de que “we will always have Paris.”

 “Esse lugar é sagrado para mim. Cada cantinho que eu ando me faz lembrar de alguma coisa especial que eu vivi.”  Sinto isso todos os dias em Roland Garros.

O encontro informal com o Guga, acabou virando um bate-papo mais longo, em que ele inclusive falou que acha que depois da vitória de Djokovic sobre Tsonga, salvando quatro match points, ele pode surpreender. “Ele não estava tão à vontade na quadra como nos outros anos. Mas, depois de salvar os match points no jogo com o Tsonga ele vai entrar diferente para jogar com o Federer. Isso aconteceu comigo. É como ele se começasse uma nova vida no torneio e sentisse que pode ganhar de qualquer um.

A continuação do bate-papo sai na próxima edição da Tennis View.

Mas, o dia não acabou no Club Lacoste. De lá vim para Roland Garros ver a inauguração da quadra rosa e almoçar no Club des Loges com a equipe da Lacoste e antes dos jogos começarem dei uma rápida passada no Village para continuar o bate-papo com o Guga, que trouxe a filha Maria Augusta pela primeira vez a Paris. O espaço da Lacoste estava cheio e agitado. Além de Guga, que continua mexendo com a emoção das pessoas, mesmo já fazendo 11 anos que ganhou o último dos três Roland Garros, outro esportista que fez muita história em Paris também estava lá. Raí, parceiro da Lacoste com Fundação Gol de Letra, deve ser o próximo embaixador da marca.

 

Leave a Comment

Filed under Uncategorized