Tag Archives: Manhattan

O que eu estaria fazendo se estivesse no US Open em NY

Normalmente nesta época do ano estou em New York, para o US Open. Mas, desta vez por uma série de motivos pessoais e profissionais acabei ficando no Brasil e hoje passei o dia pensando no que eu estaria fazendo se estivesse em NY.

Eu estava com passagem aérea e hotel reservado já. A ideia era ter chegado hoje de manhã in the city.

Depois de passar aquela hora na fila da imigração teria pego um carro Carmel Limo, que sempre reservo no dia da viagem e sai mais barato do que o yellow cab e ido direto para o hotel, o Waldorf Astoria, um dos hotéis oficiais do US Open, deixar a minha mala – o quarto provavelmente não estaria pronto antes da hora do almoço – pego o meu papel confirmando o credenciamento e entrado no ônibus que sai a cada meia hora da Lexington Avenue para Flushing Meadows.

Ao descer do ônibus teria ido pegar a minha credencial da Tennis View – desde 1997 somos credenciados no US Open – na sala de credenciamento e me dirigido para a sala de imprensa, direto para a minha mesa, a 233, ao lado dos jornalistas argentinos e provavelmente do Alexandre Cossenza que já está por lá.

Computador na mesa, wifi funcionando, hora de cumprimentar os colegas, organizadores, procurar os amigos jornalistas e fotógrafos, saber como foram os dias de Hurricane Irene, pegar os media guides, programação dos jogos e partir para dar uma volta pelo complexo para “get that It Must be Love” feeling.

Já com fome teria comido aquele super cheeseburguer – sempre a melhor opção no restaurante da sala de imprensa – enquanto olhava o entra e sai de jornalistas e jogadores do corredor central do Arthur Ashe Stadium, onde fica localizado o media restaurant.

Com meu bloco na mão e a camera fotográfica teria ido para as quadras em seguida e assistido um pouco de alguns jogos e a partida do Bellucci.

A essa hora provavelmente ainda estaria na sala de imprensa, zumbi de sono – como estou agora depois de três dias de maratona no Rio de trabalho no Back2Black e no Itaú Masters Tour – torcendo para pegar o ônibus logo e ir para o hotel descansar.

Chegaria em Manhattan, pegaria um iogurte com cereal em alguma das vendinhas que lotam a Lexington Av. antes de dormir, para amanhã sim, começar com tudo o trabalho.

Essa normalmente é a minha rotina no meu 2º Grand Slam favorito e que há mais de 14 anos acompanho de perto.

Desta vez vou ver tudo pela TV, mas Tennis View estará muito bem representada em NY pelo Neco e pela estreante Renata Dias.

 

Enhanced by Zemanta

3 Comments

Filed under Uncategorized

Vitória de Tiago Fernandes na Austrália inspira juvenis brasileiros. Aqui no US Open são cinco.

Sell, Laranja, Semenzato e

Desde que o  qualifying juvenil do US Open começou no fim de semana venho me surpreendendo com os juvenis brasileiros.  A primeira surpresa foi ver três tenistas no qualifying: Karue Sell, Bruno Semenzato e Augusto Laranja.

Do qualifying veio outra boa notícia. Sell se classificou e ainda ganhou uma rodada na chave principal. Direto na chave e mais conhecidos, Tiago Fernandes e Guilherme Clezar.

O gaúcho Clezar virou notícia depois de treinar com Gasquet e Nadal e teve até seu jogo, em que perdeu para Collarini, transmitido ao vivo pelo SporTV, na quadra Grandstand.

Eliminado da simples, ele continua nas duplas, ao lado do amigo Fernandes. Nesta quarta, ganharam dos cabeças-de-chave 1, Fucsovics e Zsiga, e voltam a jogar na quinta contra Pavic e Dzumhur, valendo vaga na semifinal.

Fernandes e Clezar

Tiago já está nas oitavas-de-final de simples. Ganhou do croata Mate Pavic por 5/3 7/6(5) e enfrenta o russo Victor Baluda, que o derrotou nas quartas dos Jogos Olímpicos da Juventude.

Sell, que joga o seu primeiro US Open, perdeu hoje na segunda rodada para o japonês Taro Daniel, mas joga por vaga na semi de duplas, ao lado de Bruno Semenzato. Eles venceram hoje Barry e McLachlan e os próximos adversários são os cabeças 14, Goldinv e Vesely.

Semenzato e Sell

Augusto Laranja chegou a jogar a chave principal de duplas, mas foi eliminado.

O que mais me chamou a atenção, além dos resultados e de termos duas duplas juvenis nas quartas-de-final e o Tiago a um jogo das quartas, foi ver cinco brasileiros juvenis no Grand Slam.

Aproveitei para ver os jogos dos meninos e conversar com eles no final da tarde aqui no US Open.

Já tinha visto o Sell e o Laranja por aí, mas não os conhecia.  Ambos afirmaram que a vitória de Tiago no Australian Open, os inspirou e motivou para jogar os Grand Slams também.

“A gente nem pensava em jogar esses torneios antes,” disse Laranja, que treina no interior paulista com Edvaldo Oliveira.

Sell também falou que “mudou a cabeça” depois de ver o amigo Tiago vencer um Grand Slam juvenil. “É aqui que tem que estar. Aqui as coisas acontecem.”

Semenzato, apesar de já ter vivenciado um pouco mais o circuito por treinar na academia de Larri Passos há alguns anos, está pela primeira vez nas quartas-de-final de um Grand Slam. Depois do jogo, estava estudando para as provas da escola.

Para Clezar, que no ano passado foi vice-campeão de duplas de Roland Garros, não é novidade jogar um Grand Slam, mas com um campeão no País, ganham todos. É ele o parceiro de duplas de Tiago.

Apesar de Clezar estar com o técnico do Instituto Tênis, Luiz Carlos Enck e Tiago com Marcus VInícius Barbosa, da academia de Larri Passos e que também está com Sell – treinado por Patrício Arnold –, Laranja e Semenzato, através da CBT, os meninos estão sempre juntos.

Tiago, que está em Nova York desde a última quinta-feira, disse que agora já está bem mais à vontade no circuito. “É diferente do que era no ano passado quando alcancei as quartas aqui. Agora sou um dos favoritos, mas estou lidando bem melhor com tudo isso que aconteceu depois do Australian Open.”

A vitória em Melbourne alçou o juvenil de Maceió a fama no Brasil. Em Roland Garros seus jogos estavam sempre lotados de brasileiros e fãs em geral.

Aqui, com o torneio bem maior e mais espaçoso, Tiago parece estar mais à vontade.

“Gosto muito de jogar aqui. Foi muito bom ter chegado alguns dias antes. Deu para treinar bastante nessas quadras e estou bem adaptado. A velocidade da quadra está perfeita,” contou o pupilo de Larri, feliz com a companhia de tantos brasileiros no Grand Slam. “Já é uma evolução enorme ter cinco brasileiros juvenis no Grand Slam. Tomara que continue crescendo.”

Depois da experiência na Ásia, em que passou o qualifying e venceu uma partida na chave principal de um torneio Challenger, Tiago logo após o US Open, jogará o Challenger de Belo Horizonte e dois torneios Futures. “Foi um teste na Ásia. Foram duas semanas de bastante jogo. Uma experiência muito boa, em condições adversas, com muito calor, comida estranha, umidade…”

Clezar integrará a equipe de treinamento da Davis, na Índia.

Tentei reunir os cinco jogadores para uma foto, mas quando consegui quatro, Clezar já tinha voltado para o hotel. Por isso ele não está na foto com os outros tenistas.

E depois de conversar com os tenistas na sala dos jogadores aproveitei para subir até o topo do Arthur Ashe Stadium e avistar Manhattan.


Enhanced by Zemanta

2 Comments

Filed under Uncategorized

Depois de um very busy day in NYC, um passeio pelas lojas do US Open – Vamos Rafa or Roger That -, os livros e entretenimento no torneio

Cheguei hoje bem tarde no US Open. Já passavam das 15h30 quando passei pela entrada da estátua do Arthur Ashe. Diferente do que eu imaginava, em vez do ritmo de trabalho e compromissos diminuir nesta segunda semana, parece que está mais forte ainda.

Comecei a manhã indo parar no endereço errado de uma reunião. Estava com o endereço antigo do lugar onde tinha que ir, o que já me fez chegar atrasada e ter que andar umas 20 quadras – sempre acho que parece perto e no fim nunca é. A única coisa boa de ter ido a pé foi ter visto a escultura do LOVE que fica na 55th street, na esquina com a 6th avenue. Não tinha passado por ela ainda.

A reunião que era para ser breve, demorou e acabou me levando para uma outra. Meu almoço virou um sanduíche daquelas barraquinhas Halal, das ruas de Nova York, o concorrente do cachorro-quente Sabrett. Comi um Gyros de cordeiro em plena Park Avenue e voltei para continuar a meeting.

Consegui, com muito esforço, pegar o shuttle para o US Open às 14h30min, em frente ao Grand Hyatt, depois de descer um três quarteirões correndo, de verdade, no meio da multidão que enche as ruas de NYC, para não perder o horário.

Sentada e esbaforida no ônibus pensei que fosse relaxar um pouco, mas encontrei conhecidos no ônibus e vim conversando a viagem toda com o juiz de cadeira português, Carlos Ramos, entre outros.

Quando cheguei a sala de imprensa, Guilherme Clezar já estava aqui para dar entrevista e contar como foi a derrota para o argentino americano Andrea Collarini.

Tinha uma outra reunião às 16h, aqui no torneio, mas foi remarcada para depois do jogo entre Wawrinka e Querrey, que ainda estava no fim do segundo set.

Trabalhei um pouco no computador e aproveitei que o público estava todo no Arthur Ashe Stadium para ir até a Bookstore do US Open e fazer uma visita às lojinhas do torneio, que ainda não tinha ido.

Primeiro vi que os vídeos (http://gabanyis.com/?p=1634) que selecionei no post de instrução de tênis estão sendo vendidos na loja da USTA para então adquirir os livros da Venus Williams, Come to win, o do Patrick McEnroe, Hardcourt Confidential, o de Jan Kodes, que é mais um livro de mesa, mas muito interessante, A Journey to Glory from Behind the Iron Curtain. Estou levando também alguns exemplars do livro atualizado do Federer, Quest for Perfection e acabei de ganhar o Enredados, La Copa Davis, ésa eterna búsqueda argentina, do meu grande amigo Sebastián Fest.

Vai ser difícil saber por onde começar. Ainda tenho dois livros na frente, que não são de tênis. Comecei a ler “ A Tree Grows in Brooklyn,” de Betty Smith, mas desde que cheguei a New York ele não saiu da escrivaninha do quarto do hotel.

Depois da Bookstore, continuei meu tour pelos stands e lojinhas do US Open.

Elas não tem o charme da loja de Roland Garros. Os produtos são um pouco mais baratos – uma camiseta custa entre US$ 22 e US$ 25 e o boné sai por U$ 25 / e há mais marcas esportivas vendendo aqui dentro, além da loja oficial e uma loja com produtos da marca Arthur Ashe, para beneficiar a fundação do ex-tenista que dá nome à quadra principal. Lá sim os produtos são mais acessíveis.

Uma das lojas que mais vem fazendo sucesso no torneio é a da Nike, com as camisetas Vamos Rafa e Roger That. Pergunto para a vendedora qual vende mais e ela diz que estão empatadas. Mas era a do Vamos Rafa que não tinha mais tamanhos Medium e Large.

As fabricantes de raquetes também vendem produtos aqui no US Open e outros patrocinadores ou fazem demonstração do que tem a oferecer ao público ou criam ações interativas, como é o caso da Continental Airlines, em que você pode sentir como é sentar numa Business Class; o da American Express, que oferece benefícios para os portadores do cartão; a Olympus que tira fotos suas pelo torneio ou te faz estrela de televisão, criando uma propaganda sua do “It must be love.”


Os biscoitos Nabisco, Oreo ou LU, distribuem cookies pelo torneio, assim como o Stonyfield Yogurt, a Panasonic faz demonstração de televisão 3d. Para as crianças há um Smash Zone com quadras e inúmeras atividades para elas se divertirem.

A Heineken tem um bar que faz sucesso no US Open há alguns anos. O Red Star Café, sempre cheio e ponto de encontro sempre, já que fica em frente a sala de imprensa.

Quando volto para a minha mesa, depois da reunião que desta vez foi breve, o jogo do Wawrinka já terminou. A night session já está aberta e a atmosfera no US Open é completamente diferente, é um evento social.

Fãs tentam um lugar nos restaurantes do torneio, ouvem música na praça central, aparecem elengantemente vestidos e não estão nem se importando que ainda faltaria o jogo da Venus e da Schiavone para entrarem no Arthur Ashe para assistir Clijsters x Stosur e depois Nadal x Lopez.

Entretenimento por aqui não falta. Seja nas lojas, nos restaurantes, bares, nas reuniões – algumas são bem informativas – e até vendo um jogo de tênis.

E assim que acabar de colocar este blog com as fotos no ar, vou para a quadra assistir os jogos dessa night session de terça-feira.

Enhanced by Zemanta

2 Comments

Filed under Uncategorized

Manhattan / US Open / Manhattan – de ônibus. Encontros com Pasarell, Rusedski, Bollettieri, Alami…

Todos os dias para vir e voltar do US Open pego um ônibus. Não é um ônibus municipal, ou estadual. É o US Open Shuttle. Um ônibus desses de turismo, com capacidade para 40 pessoas sentadas. Alguns com bancos de couro e um sofá em vez das últimas fileiras.

Os ônibus saem, a cada trinta minutos, a partir das 08h00min, de três endereços em mid town Manhattan: hotel Le Parker Meridien, hotel Waldorf Astoria e o Grand Hyatt, hotel, que fica do lado da famosa Grand Central Station e para voltar também saem de meia em meia hora ou 45 minutos após o último jogo.

São inúmeros ônibus diários que a USTA contrata, para nos locomovermos entre Manhattan e Flushing Meadows (estou aguardando números oficiais do US Open).

A viagem dura aproximadamente 30 minutos, dependendo do trânsito e é sempre interessante.

Afinal, com exceção dos jogadores tops que tem os carros Mercedes-Benz à disposição para fazerem esse trajeto – eles tem que ligar e solicitar o carro para o  horário que querem ser pegos no hotel – todos os envolvidos no torneio pegam o ônibus: jornalistas, jogadores, técnicos, familiares, comentaristas, ex-jogadores, empresários, convidados, juízes de cadeira, juízes de linha, o pessoal da ITF, da USTA, ATP, WTA.

O ônibus, muitas vezes, se converte em um lugar perfeito para uma reunião. Eu mesma já fiz algumas. É também um ótimo lugar para encontrar pessoas inesperadas, ou que num evento tão grande quanto o US Open, você não cruzaria.

Outro dia, por exemplo, vim no ônibus com Karim Alami, o ex-jogador marroquino com quem trabalhei em Doha, no Catar, no Sony Ericsson Championships.

Há três dias voltei para Manhattan ao lado de Nick Bollettieri, que foi ovacionado ao entrar no ônibus pela vitória de Ryan Harrisson, que treina na sua academia também. No banco da frente estava Greg Rusedski, sim ele mesmo. O canadense que virou britânico e foi vice-campeão do US Open em 1997, perdendo a final para Patrick Rafter.

Aqui em Nova York, como comentarista para as tvs britânicas, Rusedski também usa o ônibus para se locomover.

Ontem encontrei uma amiga que não austríaca que não via desde Roland Garros e foi ótimo para retomarmos contato e nos atualizarmos.

Hoje quem veio ao meu lado foi Charlie Pasarell, o ex-tenista profissional –  alcançou o 35º posto no ranking mundial / jogou boa parte da carreira quando ainda não havia ranking – que foi vice-presidente da ATP e é o CEO do BNP Paribas Open, o Masters 1000 de Indian Wells.

Durante a viagem, Pasarell falava sobre o sucesso financeiro do US Open. É o maior evento esportivo anual do mundo. Mais de 700 mil espectadores vem ao Billie Jean King National Tennis Center todos os anos.

Mais além, Pasarell explicava que depois de perder mais de US$ 10 milhões no torneio de Indian Wells, resolveram seguir caminho inverso e mudar a maneira de pensar o torneio financeiramente.

Investiram na divulgação para o público e a renda da bilheteria passou a ter valor fundamental na receita total do torneio.

Neste ano 340.000 espectadores foram a Indian Wells. Esses espectadores gastam, em média, segundo ele, US$ 7 com tournament merchandise e isso é garantia de grande retorno financeiro.

Assim, caso algum patrocinador grande dê para trás na última hora, temos como deixar o torneio “saudável.”

O ex-tenista contou também que estão aumentando as vendas de direitos internacionais de televisão, já que nos Estados Unidos não se ganha muito dinheiro com os TV rights e que após quatro anos difíceis, o torneio agora está indo bem e inclusive mais patrocinadores estão aparecendo.

Não é interessante pegar o ônibus para o US Open?

Enhanced by Zemanta

Leave a Comment

Filed under Uncategorized

Uma manhã na academia de John McEnroe e as surpresas do dia no US Open

Vai parecer repetição, mas desde que o despertador tocou hoje às 06h, só fico pensando que NY é a cidade que nunca dorme, mas pelo motivo contrário. Ela já está funcionando num ritmo alucinante mesmo quando você atravessa a porta do hotel, olha para o céu e ainda vê a lua.

Não eram nem 07h e eu já estava esperando o carro que nos buscaria para levar a Randall’s Island para visitarmos a academia do John McEnroe. Enquanto comprava um café e um bagel com cream cheese na Deli da esquina, já tinha gente soltando a buzina, outros aplaudindo a confusão na 5th Avenue, enfim, a cidade a mil.

Foi uma manhã muito interessante, vendo a academia “acordar também.” Vendo senhores chegarem para jogar o tênis matinal antes de iniciar a jornada de trabalho e inúmeras crianças descendo de vans e carros para mais um dia de Summer Camp.

Já tinha lido bastante coisa sobre a academia, mas não sabia muito o que esperar. Não estava entendendo qual era o objetivo de Johnny Mac e de seu time.

Fomos recebidos por Gilad Bloom e pelo irmão de John e Patrick, Mark, que gerencia o complexo – Sportimes Academy -.

O objetivo é claro: Formar campeões e também é evidente a ativa participação de McEnroe, o John, no processo.

Fizemos uma longa entrevista com Gilad e Bloom, enquanto crianças de todas as idades chegavam para a última semana de Summer Camp.

Quando as aulas começarem novamente, nos próximos dias setembro, mais de 500 crianças participarão dos programas da academia. São 20 quadras atualmente e já estão pensando em construir mais 10.

A matéria sai na próxima edição da Tennis View.

De volta a Manhattan, uma breve reunião com a Head e quando cheguei ao US Open, já era início da tarde e a impressão era de que o chão estava fervendo.

Com protetor solar literalmente dos pés a cabeça, fui assistir o final do jogo do Júlio Silva – *Julinho perdeu para Pablo Cuevas, mas sua história de vida virou notícia mundial – e a vitória de Marcelo Melo e Bruno Soares, nas duplas, que ganharam dos cabeças-de-chave 6 Frantisek Cermak e Michal Mertinak, por 7/6(4) 7/5.

De volta à sala de imprensa, derretendo, fui me informar sobre os jogos do dia.

A primeira vitória que me chamou a atenção foi a da Mirjana Lucic, que veio do qualifying, sobre Alicia Molik, por 7/6(5) 6/1.

Há algumas semanas fiz um post sobre o ressurgimento dela e de Jelena Dokic, que acabou caindo na estreia do qualifying.

Para complementar o post do dia 09 de agosto / – http://gabanyis.com/?p=1436 – * *coloco no final deste a transcrição da coletiva da mais do que feliz Lucic, que há sete anos não jogava a chave principal do US Open e que afirmou que agora cada vitória é como se ela ganhasse um campeonato. A próxima adversária é Jelena Jankovic.

Depois, vi que Kimiko Date Krumm tirou um set de Kuznetsova, mas acabou perdendo por 6/2 4/6 6/1.

Fui olhar o final do jogo entre Clement e Baghdatis, em que o francês surpreendeu o cipriota, um dos melhores jogadores do US Open Series, por 6-3 2-6 1-6 6-4 7-5.

Outro tenista francês que surpreendeu foi Jeremy Chardy, ganhando de Ernest Gulbis, por 6-2 7-6(1) 6-4.

Já são 18h e o dia no US Open não está nem perto de terminar.

Fico aqui por agora, para assistir um pouco do jogo do André Sá e depois continuar meus outros afazeres aqui neste US Open, me despedindo do post de hoje com o link para a materia que o jornalista da DPA, Sebastian Fest fez sobre o Júlio Silva, contando a história de sucesso do tenista e a transcrição da entrevista da Lucic.

De la favela al US Openhttp://bit.ly/abyuik

Transcrição da coletiva da Lucic

Q.  It’s been a long time.  Must be rewarding.  How do you feel?

MIRJANA LUCIC:  I feel fantastic.  I’m so so happy.  I worked so hard to get here.  This is my first US Open in, I don’t know, seven years or something.  Feels incredible.

Like I said, I’ve worked so hard.  Every round in quallies has been tough, and it just feels so rewarding.

Q.  Where have you been training?

MIRJANA LUCIC:  I have been working hard for a long time.  I have been training in Bradenton in United Tennis Academy.  You know, when I say I’ve been working hard, I mean, also playing $25,000 tournaments, quallies of every small tournament there is, and losing a lot of times.

It was really hard.  It felt like I climbed the mountain just to get through those tournaments, so I feel really good now.

Q.  Alicia was saying after she kind of came up with you, that she really respected how you sort of hung in there.  What kept you going, and what sort of kept your sort of dream alive?

MIRJANA LUCIC:  First, I have to say playing today was tough against Alicia.  She’s a friend, and I respect her a lot as a player.  She’s a great player and she’s a great girl.  She’s my friend, so it was a little bit tough in the beginning.  You know, I know that she plays great tennis, and I knew I had to play, you know, really well to win today.

For me, it was just ‑‑ I don’t want to go into the reasons about everything.  It was just unfortunate why I haven’t played.  It wasn’t because I was sick of tennis or anything like that.  It was just a lot of unfortunate circumstances.

You know, my dream never died and never went away.  I was just waiting for an opportunity.  I have it, and I’ve been living my dream last couple years.  I’ve been improving slowly, but it’s been moving forward.  So I’m happy.

Q.  What was the difference in the game?  You said you were losing matches.  So why were you losing them?  Was it a question of the power of the game or particular strokes that you couldn’t play?

MIRJANA LUCIC:  No, no, I don’t think it was none of that.  I think it was really confidence.  You know, I was out for almost entire four years, and then you come back.  You kind of expect to just start off where you left off, and it doesn’t really work that way.

It’s just a matter of confidence.  I think that’s what I found.  Once I started winning the matches and started ‑‑ because I play very powerful game, and you can’t really hesitate a whole lot when you hit the ball like me, and then, you know, it ends up completely not being my game.

That’s what I struggled a lot with.  Once I started winning and getting a little more confidence and putting some matches together and now qualifying for both Grand Slams, I start feeling better and little more confident and going little more, how would I say, without hesitation after my shots.  That’s what I think makes the biggest difference for me.

Q.  Considering all you’ve been through in your career, how differently do you look at tennis now?  Do you have a different appreciation for the game?

MIRJANA LUCIC:  Well, you know, it’s funny.  Every match I win now, it’s like winning an entire tournament.

Before, I was really lucky and blessed to be so good when I was so young.  And it was just normal.  I grew up winning since I was six years old.  I was winning tournaments and it was always normal.

But once that has been sort of taken away for years you haven’t had that feeling, you know, it’s incredible.  Every match gives me such satisfaction.  I really enjoy it so much.  And just the fact that I have the ability to do it again, I’m really happy out there.

Q.  In your mind, did you quit?

MIRJANA LUCIC:  Never.  Never.  I was just waiting for my opportunities.  I never quit.  I knew ‑‑ you know, I’m 28 now.  People are calling me a veteran, which is like, Oh, so depressing.  I’m like old at 28.

But, you know, I just love it out there.  You know, I’m doing what I love, and I know that there is still a lot of good tennis in me, a lot of good results.  That’s what’s pushing me, and that’s why I’m doing it.

Q.  Does it feel like a rebirth or a like a second coming for you, or how would you characterize, you know, how it feels to be back on tour?

MIRJANA LUCIC:  I don’t know anymore if I would say that.  Since I started playing again couple years ago, everybody has been saying a comeback, a comeback.  Yeah, I left, but I never really left.

So for me, it was just ‑‑ it’s almost like walking blind for years and really struggling a lot to finally being free again and sort of reminding myself of the old ways and how good I can play and that I can play with these girls and beat them.

That’s what keeps me going.  I still know I can, but it’s really important to get out there on the court and do it every week, and that’s gives you that confidence.

Q.  How much mileage do you think you have left on your body?

MIRJANA LUCIC:  I feel great, even though I’m wrapped all over right now.  It looks bad, but I feel really good.

I mean, I’ve always worked hard.  Physically I feel strong.  But, you know, I’ve been going nonstop without a week off for a while now, so, you know, I’m a little bit tired.

But I feel great.  Physically I can’t say I have any problems, knock on wood.  Everything is good.  I feel like I have definitely some years in me.  I feel that it matters the most also as long as I really want to be out there and work hard and do whatever I need to do.

Q.  Are you a better player than you were in ’99?

MIRJANA LUCIC:  I really think so.  I know, you know, if ‑‑ you know, for anybody that thinks, Okay, she was 30 then, now she’s 150, you wouldn’t say so.  I but I really think so.  I think my strokes have improved, I think better out there.

Q.  Physically you didn’t look that well‑conditioned 11 years ago.

MIRJANA LUCIC:  Yeah, you know, I hate to answer this question, but, you know, it was a lot of things going on in the past.  You know, I was going through difficult time.  When you’re 17, 18, you know, from 16 to kind of 20, you’re a really young girl.  Everybody treats you like an adult because of the things you do, but you’re still a young girl.  You don’t exactly handle everything the best, you know.

Today, you won’t necessarily go for half a cake.  When you’re 16, you’re a little down, boyfriend doesn’t call you, you might do that.  It sounds bad, but…

Q.  Are you here with a coach?

MIRJANA LUCIC:  Yes.

Q.  Who is that?

MIRJANA LUCIC:  Jeff Russell with the United Tennis Academy from Bradenton.  Been working for a little while.

Q.  How have you been able to handle the off‑the‑court challenges, funding the travel, the coaching?  Has that been a challenge for you?

MIRJANA LUCIC:  Yeah, I don’t really want to discuss that too much.  You know, I’ve said a little bit about that in the past.  That’s been one of the biggest reasons, but I kind of want to leave that in the past.

Unfortunately, you know, for me I had to go through all these ‑‑ all the things I had to go through, people always want to know about it, which I understand.  But I just want to focus right now on how good I’m doing and my future and what’s ahead.  You know, I’m here; I’m doing good.  Obviously things are good.

Q.  What kind of reception have you gotten from other players?

MIRJANA LUCIC:  Really, really nice.  A lot of players haven’t seen me in a long time.

You know, Alicia, I have to say, was so, you know, gracious today after the match.  She congratulated me and wished me luck.  She said you deserved it you worked so hard.  I got touched by that.  When you just lose to somebody, you know, kind words are not exactly what you’re thinking about.  She’s such a gracious player.

A lot of players have been really nice to me, and I appreciate that a lot ‑ from both guys and girls ‑ so it’s really nice.  Lots of friendly, you know, faces from long time ago.  You know, everybody has nice things to say to me.  It’s nice.

Q.  Melanie Oudin last year had her big splash at the Open, and with that success came all these expectations on her shoulders.  Can you relate to that in some way, in that when you first came on the tour, you know, you had Steffi Graf talking about you and people really putting some pressure on you?

MIRJANA LUCIC:  Uh‑huh.  Well, I mean, that was the least of my problems always.  Because, you know, when I started at 15 I won my first tournament that I ever played, and I started off, you know, winning a lot right away.  That kind of pressure never really bothered me.

You know, it was kind of expected, but I expect it out of myself always to win.  So I didn’t really feel any added pressure.  The reason why I went away, the reason my career didn’t go necessarily the way I thought it would and I planned it would, was just family issues.  You know, very unfortunate.  Nothing to do with tennis.

But, you know, the pressure you get, you know, you start winning, people are going to look at you, people are going to expect you to win.  You have to be able to handle it, otherwise it’s really tough.  I understand her.  I understand not everybody can handle it the same way, you know.

I know she wants to do her best, of course.  She wants to repeat, but it’s tough.  It’s tough.  It is a lot of pressure.

FastScripts by ASAP Sports

Enhanced by Zemanta

Leave a Comment

Filed under Uncategorized

In NYC, no meu 15º US Open – vitórias de Mello e Bellucci na estreia

Se New York é “the city that never sleeps,” é também a cidade que mais me dá a sensação de estar sempre correndo contra o tempo.

Não importa o quanto eu me prepare, me organize, me programe, estou a todo momento fazendo uma coisa e já pensando que deveria estar em outro lugar fazendo outra, mandando uma mensagem para alguém me esperar que estou chegando, correndo para não perder o horário do transporte e nesses primeiros dias de US Open, essa sensação se intensifica ainda mais.

Já comecei o dia quase perdendo o transporte de manhã para vir para o Billie Jean King National Tennis Center.

Acordei até antes do relógio despertar, mas era tanta coisa para trazer para a sala de imprensa – revistas, computador, todos os cabos, camera fotográfica, gravador, os papéis para poder pegar o transporte e retirar a credencial, telefone, carregadores, protetor solar- está um calor infernal aqui em Nova York –  os jornais para ler no caminho até aqui e por aí vai, que quase perdi o ônibus. Estava cada coisa em um lugar do quarto do hotel (nem preciso dizer que já baguncei o quarto inteiro).


Não consegui ler os jornais no ônibus, apesar do trânsito que pegamos para chegar de mid town até Flushing Meadows. O USA Today e o New York Times publicaram, cada um, um caderno especial sobre o US Open,  o que nunca tinha visto antes.

Deu só para folhear os dois e perceber que, além das inúmeras matérias, nas páginas de anúncio, quem mais aparece é o Federer. O Credit Suisse colocou anúncio de página dupla com o suíço no NY Times e a Mercedes-Benz, no USA Today.

Depois de pegar a minha credencial, – a minha 15ª aqui no US Open – deixar computador e todo o resto na sala de imprensa, fui direto para a quadra do Ricardo Mello e me deparei com outro grande poster do Federer, no meio dos “grounds” do torneio, junto a dois carros da Mercedes.

Chego na quadra e Mello está ganhando o primeiro set. Vence o primeiro, o segundo – com os amigos André Sá, Bruno Soares e Júlio Silva, no melhor NY Style na torcida – perde o terceiro e vence o quarto. Está na segunda rodada do US Open e vai enfrentar Juan Carlos Ferrero.


Volto para a sala de imprensa e daqui não consegui sair mais até agora.

Primeiro demorei para me adaptar à inovação tecnológica que colocaram aqui. Antes cada jornalista tinha uma televisão na sua mesa, com acesso a imagens de todas as quadras, canais, estatísticas, jogos online, entrevistas dos jogadores, etc.. Neste ano, substituíram a TV por um computador IBM Think Pad que dá acesso às mesmas imagens e informações  – e até mais eu acho – mas até conseguir me entender com a novidade perdi um bom tempo.

E aí, como é primeiro dia e além do trabalho habitual, é tanta gente para encontrar, cumprimentar, conversar, reunião para marcar, etc, que ainda estou aqui sentada na minha mesa e pelo jeito, por aqui vou ficar até o jogo do Bellucci começar.

Mas, como é NY, o que parece que vai demorar, provavelmente, vai começar sem eu nem perceber que estou há horas na sala de imprensa.

Em tempo. Termino o 1º dia de US Open, ou melhor, quase termino, com a vitória de Bellucci na estreia. Derrotou o americano wild card Smyczek por 3/0 – 6/4 7/5 7/6(5)  e está na 2ª rodada da competição. Enfrenta na próxima rodada o sul-africano Kevin Anderson.

Como acabei de perder o ônibus de volta p/ Manhattan, vou aproveitar para ver um pouquinho do pentacampeão Federer em ação.

Enhanced by Zemanta

Leave a Comment

Filed under Uncategorized