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Uma homenagem mais do que especial ao Mestre Thomaz Koch

Koch emocionado entre Marcelino e Aerts

Ontem tive a oportunidade de acompanhar a homenagem para o Mestre Thomaz Koch, na Grande Final do Citigold Masters Tour, em Angra dos Reis e afirmar que foi emocionante ver o Mestre ser ovacionado de pé pelo público presente no Club Med.

Participei ativamente da produção da homenagem, agendando e gravando os depoimentos do Guga, Meligeni, Sá e de todos os tenistas que jogam o circuito com o Mestre e que estavam entre e Rio e São Paulo nas últimas semanas.

Ouvi inúmeras vezes os depoimentos, acompanhei a edição, o ensaio, a inserção de fotos cedidas pelo jornal  O Globo e ainda editei e vasculhei muita informação sobre Koch, para o texto da revista do Citigold Masters Tour, que faz um apanhado geral sobre a carreira do brasileiro.

Ao começar a fazer a pesquisa sobre os feitos de Koch eu mesma me surpreendi com tantas façanhas. Apesar de já conhecê-lo há anos, de ter lido sobre o que alcançou, por ter jogado parte da carreira em uma época em que o tênis não era profissional, muitos dos dados são difíceis de encontrar e pouco divulgados.

Claro que sabia que ele havia vencido o ATP de Washington, mas não me lembrava que a vitória foi sobre Arthur Ashe na final e que ele recebeu o prêmio das mãos da filha do Presidente Richard Nixon, Tricia.

Sabia que ele ainda é recordista da Copa Davis e que ganhou de Bjorn Borg, em Bastad, quando o sueco era número um do mundo? E que ele foi vice-campeão juvenil de Roland Garros duas vezes?

Muitas dessas informações foram me contagiando e aumentando ainda mais a minha admiração por Koch.

Às vezes por ele ser uma pessoa tão bacana, acessível, humilde, agradável, com aquela energia que contagia a todos, nos esquecemos tudo o que ele já fez e continua fazendo pelo esporte brasileiro. Até capitão de equipe brasileira Pan-Americana ele já foi, em Havana e ganhou medalha de ouro.

Talvez até ele se esqueça do que já conquistou ou não fique pensando nisso todos os dias. Leva uma vida como qualquer outro cidadão, com uma intensa paixão pelo esporte e carinho pelos próximos.

Por isso, ao subir ao palco e agradecer a homenagem da Try Sports, afirmou, com lágrimas nos olhos, que agora “vai começar a acreditar que realmente é tudo isso.”

Reproduzo aqui a materia escrita com Lia Benthien, sobre o mestre e o vídeo com os depoimentos da homenagem.

httpv://www.youtube.com/watch?v=rFLIXA1TLXM

O Mestre Thomaz Koch

Principal estrela do Citigold Masters Tour, desde a sua primeira edição, Thomaz Koch fez de 2010 uma de suas melhores temporadas no circuito.

Um dos maiores tenistas brasileiros de todos os tempos, viveu boa parte da sua carreira na era amadora do tênis, quando o ranking não era computado e não havia registros dos principais resultados. Mesmo assim, estima-se que esteve entre os 15 melhores do mundo. Oficialmente, depois da criação da lista, foi o 24º em 1974.

Koch venceu alguns dos maiores nomes do esporte, como Rod Laver, Arthur Ashe, Guillermo Vilas, Ion Tiriac, Andres Gimeno, Manuel Santana, Bjorn Borg, entre outros.

Começou a carreira cedo para os padrões da época. Foi à final do Orange Bowl  de 15 anos em 1960 e à semifinal de 18 por equipes. Três anos depois, além de vencer o Orange Bowl nos 18 anos, foi quadrifinalista, como profissional, do Nacional dos Estados Unidos, hoje US Open, que era jogado na grama. Koch conta que teve dois match points, mas acabou perdendo para o então campeão de Wimbledon, Chuck McKinley. Na época era proibido jogar com sapato de prego, mas McKinley reclamou que a grama estava escorregadia e trouxeram um par para ele. Koch também pediu um, mas disseram que não havia o seu número.

As histórias fazem parte da vida de Koch, um tenista que nunca teve técnico e planejou sozinho a carreira. Viajava meses pelos Estados Unidos e Caribe em troca de prêmios de US$ 25,00 por título. Na Europa não era diferente. Venceu Gstaad e ganhou um relógio como prêmio.

Em Grand Slams, além das quartas do US Open, Thomaz Koch colecionou bons resultados em Roland Garros- duas finais juvenis e como profissional , quartas de simples e duplas- além  do troféu de duplas mistas ao lado de Fiorella Bonicelli. Em Wimbledon foi quadrifinalista de simples e semifinalista de duplas. Na Austrália nunca jogou.

Ganhou torneios na Venezuela, Espanha, Estados Unidos, México, Suíça, Inglaterra e Alemanha. Em Barcelona derrotou Manoel Santana na final. Em Washington, venceu Arthur Ashe e recebeu o prêmio das mãos da filha do presidente Nixon. Para completar suas façanhas, ganhou de Bjorn Borg em pleno saibro de Bastad.

Seu estilo meio hippie, cabelos compridos e fita na cabeça rendeu alguns seguidores. Guillermo Vilas declarou em seu livro que os cabelos compridos, o jeito de andar e a bandana eram para imitar seu ídolo Thomaz Koch.

Recordes na Copa Davis que duram até hoje

Na Copa Davis, Koch é ainda o brasileiro que mais confrontos disputou (44 em 16 anos) e detém todos os recordes da competição no Brasil. É o que tem mais vitórias de simples (46), mais vitórias de duplas (28), mais anos representando o pais (16). É também o nono tenista que mais venceu em toda a história da competição entre nações (74 a 44), é o sétimo, também em toda a história, com maior número vitórias nas duplas e o quarto, ao lado de Mandarino, como melhor parceria no livro dos recordes. Com Koch, o Brasil chegou à semifinal, em 1966 e 1971.

Recordes no Pan-Americano

E também é recordista em medalhas em Pan –Americano –foi ouro em simples e duplas em 1967, em Winnipeg, prata no Brasil em 1963 na dupla mista com Maria Esther Bueno e  bronze em duplas masculino. Alem das medalhas como jogador, Koch foi campeão Pan-Americano como Capitão em Indianápolis (1987) e Havana (1991).

Destaques da Carreira

1960

Final Orange Bowl – 15 anos

1962/63

Duas vezes vice-campeão juvenil de Roland Garros. Perdeu as finais para John Newcombe e Nikola Kalogeropoulos.

Estreou na Copa Davis aos 16 anos.

1963

Campeão Orange Bowl 18 anos (juvenil)

Alcançou o topo do ranking mundial juvenil

Quartas-de-final Nacional dos EUA (atual US Open)

Vice-campeão do GP de Caracas

Vice-campeão do GP de Hilversum

Medalhista de prata nas duplas mistas (Maria Esther Bueno) e bronze nas duplas (Iarte Adams), no Pan-Americano de São Paulo

1964

Campeão do GP de Gstaad (d. Ronald Barnes)

1966

Campeão em Barcelona

Semifinalista da Copa Davis

1967

Quartas-de-final Wimbledon

Campeão Pan-Americano de Simples e Duplas (Edison Mandarino)

1968

Quartas-de-final de Roland Garros

1969

Campeão do GP de Washington com vitória sobre Arthur Ashe na final

Campeão do GP de Caracas – (d. Mark Cox)

1971

Campeão do GP de Caracas em simples (d. Manoel Orantes) e duplas, com Edison Mandarino

Campeão duplas em Macon, com Clark Graebner

Semifinalista da Copa Davis

1974

Semifinalista dos GPS de São Paulo, com vitória sobre Panatta e perdendo para Borg e dos de Teerã e New Jersey

Vice-campeão de duplas em Gstaad, com Roy Emerson

Alcançou a melhor posição no ranking de simples: 24ª

1975

Campeão de duplas mistas em Roland Garros

Campeão de duplas em Istambul com Colin Dibley

Semifinalista do GP de Bastad, com vitória sobre o no. 1 do mundo Bjorn Borg.

Semifinalista do GP de São Paulo, perdendo para Rod Laver.

1976

Vice-campeão em Nuremberg e Khartoum, no Sudão

Semifinalista dos GPS de Buenos Aires e duas vezes em São Paulo.

1979

Campeão da Copa Itaú aos 34 anos

1982

Vice-campeão de duplas do GP de Itaparica com Jose Schmidt

1981

Defendeu o Brasil pela última vez na Copa Davis, com 36 anos de idade.

1983

Vice-campeão de duplas do GP de Itaparica com Ricardo Cano

Alcançou a melhor posição no ranking mundial de duplas, a 60ª

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Que felizardos são EUA e Austrália com os capitães da Davis Courier e Rafter

Courier, no Rio em março, na Calçada da Fama do Maracanã, ao lado de WIlander, Guga, Koch e Meligeni

Semana passada anunciaram o Patrick Rafter como capitão da Copa Davis da Austrália; Nesta quarta a USTA confirmou Jim Courier no lugar de Patrick McEnroe.

Dois ex-números um do mundo comandando os times de seus países na maior competição entre nações do tênis.

Tanto Rafter, quanto Courier já estiveram no Brasil jogando Copa Davis.

Courier, aliás foi quando o vi jogar pela primeira vez ao vivo, veio em 1997 e derrotou o Brasil em Ribeirão Preto, em um confronto que ele se lembra até hoje e não cansa de falar que foi onde se impressionou com os golpes de um então garoto brasileiro: Gustavo Kuerten.

Guga fez jogo duro com o líder da equipe americana e ao lado de Oncins ganhou um jogo daqueles históricos, de duplas contra Reneberg e O’Brien.

Aquela Copa Davis no auge do verão em Ribeirão Preto foi marcante também por ter sido o lançamento oficial da Tennis View, quando a revista ainda era um jornal, com apenas duas cores e 16 páginas.

Courier estava na capa. Guga era o entrevistado.

Poucos meses depois, nas quadras de saibro de Roland Garros, Courier lembraria bem do que havia visto no interior paulista, quando Guga surpreendeu o mundo e conquistou Roland Garros.

Rafter esteve no Brasil alguns anos depois do americano.

O australiano foi a Florianópolis enfrentar o Brasil nas quartas-de-final da Copa Davis, em 2001, depois do País ter sido derrotado na semifinal, no ano anterior, em Brisbane, na grama.

Foi armada uma das maiores arenas que o tênis do Brasil já viu para uma Copa Davis, no que é hoje a sede da Federação Catarinense de Tênis.

Rafter veio ao lado da grande estrela, Lleyton Hewitt.

Guga ganhou do amigo de circuito no primeiro dia e Hewitt venceu Meligeni.

Nas duplas, Hewitt e Rafter acabaram derrotando Guga e Oncins e no quarto jogo, Hewitt venceu Guga dando a vitória a Austrália.

Hewitt ainda joga o circuito e terá o ex-companheiro como Capitão.

Courier hoje Presidente da InsideOut Sports que organiza, entre outros eventos, o Champions Series e é parceira do Banco Cruzeiro do Sul Rio Champions, também joga a maioria das competições de ex-campeões.

Courier em ação no Rio (João Pires)

Esteve no Rio em 2009 e no início deste ano. Foi vice-campeão no ano passado perdendo para John McEnroe. Neste ano, não avançou na chave, mas deixou as mãos marcadas na Calçada da Fama do Maracanãzinho.

Tive o prazer de conviver um pouco com Jim devido ao trabalho no Rio Champions. Enquanto ele competia, talvez por seu jeito nada ortodoxo de jogar, com uma batida semelhante a de baseball, sempre gostei de vê-lo em ação. Como empresário, tem sido um prazer trabalhar com o bicampeão de Roland Garros e do Australian Open. É competente, sério, profissional ao extremo e entende do negócio.

Acho que os Estados Unidos e a Austrália deram um importante passo contando com Courier e Rafter, respectivamente, em cargos importantes no esporte. Não quer dizer que agora os dois países vão ganhar a famosa saladeira da Davis Cup, mas que certamente o tênis ganha força, credibilidade, motivação, comprometimento… e muito mais, isso ganha!

PS – só para ratificar o que escrevi sobre o Courier, coloco aqui uma declaração do Andre Agassi sobre o novo capitão dos Estados Unidos, divulgada pela USTA:

Agassi statement on Courier’s appointment as Davis Cup captain

“My deepest congratulations to Jim Courier and the USTA for the inspired choice of making Jim our Davis Cup captain.
Jim has the experience, integrity and focus needed to bring the US Davis Cup to new heights. I know first hand that a man with Jim’s credentials as a warrior and a champion will bring out the best in our players and our fans.
I wish you all the best as you take this historic step forward.”
Felizardos esses americanos e australianos!
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