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Resistência, força mental, perseverança, inteligência, confiança, agressividade e paciência levaram Nadal ao 13º trofeu de Grand Slam em NY

Estou aqui há horas pensando em como descrever o que assistimos ontem, no Arthur Ashe Stadium, na final do US Open e a espetacular vitória de Rafael Nadal sobre Novak Djokovic por 6/2 6/3 6/4 6/1.

Penso em recital, mas quando falamos em algo que parece clássico, a imagem remete a Roger Federer e não ao bombardeio que assistimos ontem entre os números um e dois do mundo.

Nadal US Open champion

Resistência, força mental, perseverança, inteligência, confiança, agressividade e muita paciência nos meses em que esteve afastado do circuito. Desta maneira Nadal ganhou o seu 13º título de Grand Slam da carreira, o 2º US Open e mais incrível ainda, o 10º trofeu da temporada 2013.

Talvez se Nadal não tivesse ficado parado por quase 8 meses, com uma lesão no joelho, não estaria tão bem mental e fisicamente, neste momento da temporada, para seguir ganhando. Enquanto os outros jogadores começaram o ano na Austrália, o espanhol só entrou em quadra mais de um mês depois, em Viña del Mar.

E quantas dúvidas o público e a imprensa tiveram quando assistiram Nadal jogar no Chile e no Brasil?

Ouvi várias pessoas que conhecem o esporte dizerem que ele estava acabado. O humilde Nadal só pedia paciência e dizia saber que o começo seria duro e que o importante era ter saúde, que ele não havia desaprendido a jogar tênis.

Não desaprendeu mesmo. Só melhorou. Afirmou estar mais agressivo e ontem, um pouco mais emotivo. É normal.  Afinal, ganhar naquele gigantesco estádio, diante do número um do mundo, contra o rival que ele confessou que o leva ao limite e terminar a temporada de quadras rápidas, sem perder nenhum jogo, é para pouquíssimos, apenas para verdadeiros guerreiros, trabalhadores e campeões.

 

Foto de Cynthia Lum

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Serena e Nadal – por enquanto, 2013 é deles

O ano por enquanto tem apenas 2 campeões de Grand Slam, Victoria Azarenka e Novak Djokovic. No entanto, a vitória no Australian Open parece distante e 2013 vem sendo a temporada de Serena Williams e Rafael Nadal.

Serena Williams Rome

Depois do primeiro Grand Slam da temporada, quando Serena foi eliminada por Sloane Stephens, nas quartas-de-final e Nadal ainda estava em casa se recuperando da lesão no joelho que o deixou quase 8 meses sem competir, os trofeus mudaram de mãos.

Azarenka que mantivera o posto de número um do mundo ao conquistar o bicampeonato em Melbourne, venceu apenas mais uma vez depois, ganhando o WTA de Doha.

Abandonou a disputa em Indian Wells, voltou a jogar em Madri onde perdeu para Ekaterina Makarova e na final, em Roma, foi arrasada por Serena Williams, por 6/1 6/3.

Foi o quarto título seguido de Serena. Ela ganhou Miami, Charleston, Madri e Roma.

Djokovic, apesar de ainda manter o posto de número um do mundo, venceu o Masters 1000 de Monte Carlo, derrotando Rafael Nadal na final e nos outros Masters 1000 da temporada, em Indian Wells, Miami, Madri e Roma foi eliminado, respectivamente, por Del Potro, Haas, Dimitrov e Berdych. Nadal Rome

Federer ainda não venceu um torneio em 2013. Assim como Azarenka, foi arrasado por Nadal na decisão do Foro Itálico, por 6/1 6/3.

Para uma temporada que começou com Djokovic e Azarenka no topo, em destaque, vê agora, uma semana antes de Roland Garros, o segundo Grand Slam de 2013 começar, um domínio absoluto de Serena Williams e Rafael Nadal, o tenista que ficou 8 meses parado e que muitos duvidassem que voltasse a jogar como antes – até agora jogou 8 torneios e chegou à final em todos eles, vencendo seis. Ao pensarmos em tênis, hoje em dia, há apenas dois nomes que vêm imediatamente à mente de qualquer pessoa, Serena e Nadal.

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Nadal “Tenho que manter os pés bem no chão”

Que ele é um fenômeno, não é novidade. Que ele já havia vencido Madri outras duas vezes, todo mundo sabia. Que ele é o Rei do Saibro está longe de ser breaking news. Mas, imaginar que Rafael Nadal disputaria 7 finais dos 7 torneios que disputou, depois de 7 meses de ausência do circuito, e ganharia 5, isso sim é tema para análise.

Nadal tentou explicar, mas não conseguiu muito. Amigos me perguntaram nos últimos dias o que eu achava disso tudo e a explicação mais lógica para entender o que Nadal vem fazendo é a vontade de vencer, depois de tantos meses afastado contra a vontade, se recuperando de uma lesão rara, aliada a um calendário bem feitíssimo.

Nadal madrid

O espanhol voltou a jogar em torneios pequenos, onde foi pegando ritmo de jogo e confiança aos poucos. Talvez se tivesse voltado em um grande torneio, os resultados teriam sido outros.

Mas, ele teve tempo para se readaptar ao circuito.

Enquanto Nadal descansou a mente e o corpo do circuito, durante sete meses, Djokovic, Murray e Federer continuaram jogando. Neste fim de semana, quando Nadal jogava pelo 40º título no saibro, os outros três tenistas já estavam em Roma, eliminados precocemente de Madri.

Nadal e Wawrinka MadridMesmo não sendo muito explicativa, a coletiva de Nadal, após a vitória sobre Stanislas Wawrinka, que reproduzo aqui, mostra um pouco a vontade do heptacampeão de Roland Garros de vencer, de aproveitar o momento e de como está sendo cauteloso ao projetar o futuro. Ä minha lesão não foi há dois anos, foi há poucos meses. Tenho que manter os pés bem no chão.”

An interview with:

 

RAFAEL NADAL

(Through translation.)

Q.  Was it easier than you were expecting or really today you were playing really well in the altitude of Madrid?  It’s been incredible.

RAFAEL NADAL:  Well, in the end, as I said the other day, I don’t expect anything.  If I expect is the most difficult thing when I go out there and play a match.

In this case what I expected was to go out there and try and do it and do what I like to do, what I want to do before I go out there in the match.

I’m very happy.  I think I did a really good match.  I think I played the best match of the whole week today in the final.

As I said, I managed to do what I was thinking to do before starting the match.  It’s always difficult.  I had the idea to go out there and to do a good drive, you know, to smack it hard, and try to get many points with my drive.

I think I managed to do that.  From the first point I think I managed that.  I missed a couple break points, but I was also dominating.  I made it to the line, and, well, afterwards with my backhand I was trying to, you know, not to play very parallel.

I was trying to play balls up there in the middle, long balls, because I knew that those balls were the right ones.  If I played that way then he didn’t have the right angle.  He has some pretty good angles with his drive and his backhand.

If I did that I do only good drives, so I think that tactically talking I played a really good match.  Afterwards, tennistically talking, I think it has been a complete match, an all-round match.

I didn’t suffer with my serve, and in the second set I played really good.  About the rest, everything went pretty well.

 

Q.  Congratulations on your third victory here and for your great career.  I think that today you won your 40th tournament on clay.  You’ve got 23rd Masters 1000.  I wanted to ask you, of all the finals you played and you won them, do you remember this has been the most simple final to beat of all the Masters 1000 that you have?

RAFAEL NADAL:  No, no.  The finals of a Masters 1000 are always a complicated matches.  Talking about the rest that were not that complicated, perhaps in Rome against Gonzales it was 6-1, 6-2, I’m trying to remember.

Also I’m trying to remember in Toronto against Kiefer where I was more or less feeling comfortable.  I don’t remember any others that were comfortable.

Also against Federer in Monte-Carlo, 6-4, 6-4.  But, well, I think nearly all the matches are complicated, and a final is always more complicated.

If can tell you today that the beginning of the match was really positive, that today I was playing well, I think that I played with a lot intensity.  I was very electric with my movements and the way I was hitting the ball.

At the beginning I was able to make a double break.  Well, you know that you have the set in your pocket if you just take advantage of the double break.

Even here in Madrid with your serve you know you can harm many opponents.  You know it’s going to be complicated with all that.  You have the set in your pocket, and then you face that really good.

You know that the other one is going to have a really bad time.  You know that you have the option to win it.

That’s the way it went today.  I managed to get my opportunity and he committed a double fault in the 3-All.  After that, I was able to defend pretty well the match.

It’s was not one of these days when I serve with advantage as I was serving before, because it was something that I had to change.  I did it with David when I was serving 5-4 in the second set.  I also lost the serve with Djokovic in Monte-Carlo.  It was 4-2 in the second set and I lost the serve.

6-5 I was serving for the set and I lost my serve.  Well, I had clear what I wanted to do and how I wanted to lose the set if I was going to lose it, so that’s the positive thing.  I played pretty aggressive and everything went pretty well.  Happy about how the week has gone.  It’s been very good for me.

Being able to play here in Madrid and being able to win in front of all my people and also being able to win for two straight weeks here in Spain is something really special, especially due to the last month that I have passed which has been really complicated.

A lot of these victories, they just help you even more if you can do it in front of your people because you feel loved and they all support you.  In front of this amazing audience, these are the victories you’ll remember forever.

Nadal campeao

Q.  Talking about your game, is this the match you are the most satisfied with?

RAFAEL NADAL:  Well, of the last ones I played, yeah, I’m pretty satisfied.  Since we started playing in clay in Europe, for sure.  I’ve realized that my drive is working again at its high level.  I’m able to open the angles and play a lot of winning points.  Well, I just did it.

I couldn’t do that in Barcelona or Monte-Carlo; over here I could.  I was playing with a lot of decision.  It’s true that in some moments I was lacking a little bit of backhand or legs.

Well, if I’m able to substitute that with my aggressiveness, well, everything changes.  It’s true that he has played at a very high level, too.  I don’t know if this is, of the seven matches, the one I played best.

Acapulco was really good too; Indian Wells I played really high level.  It’s true these last matches I have been able to reach that goal, you know, that line, that place where I want to be playing, the kind of play that I’m aiming for.

 

Q.  After how well you played on clay this year in Monte-Carlo and South America and Madrid, and after what we have seen here in Madrid, what Djokovic has done, Federer, do you see yourself as more of a favorite towards the French Open?

RAFAEL NADAL:  You know, I said the same the other day and I’m going to repeat it:  For me it’s a moment not to talk about Roland Garros.  It’s a moment just to be happy with what I have achieved right now in Madrid, in Barcelona, and Monte-Carlo.

In this moment nowadays I am just happy to have what I did today and win an important tournament such as Madrid.  To think this is a warmup to Roland Garros, that’s wrong.  It’s not a warmup.  I give my maximum level.

For me this tournament means a lot, the same as Monte-Carlo and Barcelona.  I just give it the maximum importance.  At home, even more important.

I don’t think a tournament this important deserves the word of being a warmup for another tournament.  You know, I’m here and next week I will be in Rome and I will be thinking about Rome.  I won’t be thinking Roland Garros.

When it comes we will think about Roland Garros, which is a pretty important tournament, of course, but it’s not the only one in the world.  You know, that’s clear.  I’ll try to be about as good as possible.

I evaluate a lot what’s happening to me.  I appreciate what’s happening before Roland Garros.  If you told me four months ago all this would have happened and I wasn’t going to do well in Roland Garros I would tell you, yes, I will sign that.

We’re playing with calm and we will see what happens.

 

Q.  This tournament is the number 40 in clay.  You’re six away from Guillermo Vilas who one 46 tournaments.

RAFAEL NADAL:  I’m not thinking about that I am competing with Vilas, really, no, no.  He’s Argentinian, you know, like you, right?

 

Q.  What did you think about being in this moment, and what can you tell us about Vilas, being able to reach a player like him next year?

RAFAEL NADAL:  Well, you know nowadays for me this is just numbers.  This is just historic numbers.  The only thing I’m going to say is what I always say:  The history of each player, you analyze it when they have finished their career, not before.

In this case, well, I’m happy for everything that has happened for me until now.  Hopefully I still will have the chances to be able to live the moments like the ones I’ve lived this week, the one I just experienced a moment ago.

I’m very happy for everything that has happened.  40 titles in clay, they are far more than what I’ve ever dreamed of.  Well, I will just enjoy them and continue working on the same level to try to be better and to try to be at a really good level for what will come in the future.

Thank you.

THE MODERATOR:  Questions in English.

Q.  You came back in February, and now you’ve been in seven finals in seven tournaments.  How excited are you now about the prospects of the rest of the year?

RAFAEL NADAL:  I don’t know.  I don’t know yet.  I want to enjoy every moment, because it’s very special what’s happening after seven months outside of this world of tennis.

So every victory means a lot to me, more than ever.  The perspective will be great if I don’t feel nothing on my knee.  But I don’t know how the thing’s going to improve, so that’s why I want to be very calm, stay with the feet completely on the floor, and go day by day.

Things are going well, but the injury is not two years ago.  It’s just few months ago.  So I need to be with calm, enjoy every moment, and for sure keep working hard to be fit for the rest of the season.

But I just enjoy everything what’s happening today.  The confidence winning here is big, especially the way that I won playing good tennis.

But every week is a different history.  Tomorrow I will be in Rome practicing a little bit, and I need to adapt another time to the conditions playing in a, you know, a little bit slower conditions than here.

Hopefully should not be a problem.  But I need to do it, and I need to do it with the right concentration tomorrow.  After tomorrow, try to be ready for the match on Wednesday.

That’s all.

Q.  In Monte-Carlo you said that you were not playing your best level and you needed to improve some things.  Do you think that now you are at your best level?  And if not, what do you need to improve?

RAFAEL NADAL:  Sounds very arrogant if I say I’m not playing at my best level and I just won a tournament that the best players of the world are playing here.

So that’s not fair, no?  But I always think that I can keep improving.  That’s why I go every day on court and I practice every day, because I think that always there is things to keep improving.

If you ask me if I feel better today than Monte-Carlo playing I will say probably yes.  My forehand is going faster; I am able to play more inside the court; I am serving well, more or less.

I need a little bit more with my backhand; I need a little bit more with my movements; I need to keep finding a little bit more calm, more confidence on my movements.

Today I was more confident than previous days, but I need more days like today.  That’s all.  I am working hard to try to arrive to this feeling.  I am not talking about winning, losing, or playing good, bad.

When you are winning, it’s because you are doing the right things.  You cannot win playing bad tennis and you cannot win these kind of tournaments playing bad.

So I think I’m playing very well, but I need to be a little bit more confident on my movements.

Q.  Stan has been playing very, very well the last two weeks.  You knew that, but you also knew he never won a set against you; didn’t today.  How did you find him today, and how did you explain that you’ve never lost a set to him?

RAFAEL NADAL:  I saw this statistic today in the morning.  I didn’t know this.  Was a surprise for me, because Stan is a big player, you know, with a big potential.  Good serve.  He has all the shots, so when I saw the statistics that in eight times I didn’t lose a set was a surprise for me.

I really didn’t think about that before the match.  I just think about he’s playing very well.  He won in Portugal playing against David in the finals 6-1, 6-4.  To win against David with this score you need to play fantastic.

Then here he played fantastic matches winning very tough opponents, and he’s in the final of Masters 1000.  So just before the match, the only thing that I thought is he’s playing fantastic and I need to do the things very well if I want to have any chance.

That’s what I tried.  I think I increase a little bit the rhythm and the intensity of the game today; it worked well, because my feeling on court was he didn’t have a lot of chances to go inside the court and to play comfortable shots.

I think I played with a lot of topspin; my ball with the forehand goes long and fast.

So I feel confident in the way that I played today.

Q.  Congratulations.  It felt like a very, very different you today than against Benoit Paire.  You seemed to be much more aggressive going into this match.  Is it because it’s a final and you’re just ready to go from the start?

RAFAEL NADAL:  We cannot compare the match against Paire.  Paire is very difficult player to play against, as I said the first day.  You can try to play aggressive, but if he don’t want to play, he wants to play just one shot winner or dropshot or short points, you don’t have the chance to choose what’s going to happen or what you going to do.

It depends on him.  I am not more motivated today than in the first round.  To be in the final you have to be playing well from the first round.  So the motivation is the same, but when you are playing a final you are more confident than when you were playing a first round.

You already have four matches on your shoulders and the confidence of winning these four matches, so that maybe changes.  That’s why I am able to go for the match from the beginning and to try to play more aggressive from the beginning.  Because my feeling is more confident.

Fotos: Mutua Madri Open

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Vai começar!

E assim, de repente, sem a gente nem perceber começa de fato a temporada européia de saibro. O sol começa timidamente a mostrar os seus primeiros raios no velho continente, as flores desabrocham e como se nada houvesse acontecido no último ano, Rafael Nadal chega ao Principado de Mônaco em busca do 9º título seguido do Masters 1000 de Monte Carlo.

Monte Carlo Country Club

Se olharmos para a chave e as mais recentes matérias de tênis mundo afora, talvez nem lembremos mais que Nadal ficou ausente das quadras durante quase oito meses, que ele não jogou o US Open, as Olimpíadas e o Australian Open; que Mats Wilander disse, no início do ano, que ele seria um outsider”em Roland Garros.  Quem imaginaria que ele voltaria ganhando quatro dos três torneios que disputou?

Dá para não colocá-lo na lista de favoritos em Monte Carlo e em toda a temporada de saibro? Escrever que ele vai em busca do 9º título seguido em Mônaco parece até um erro de informação. Mas não é. Entre os jogadores em atividade, Nadal é o único campeão em Mônaco. Antes dele, Coria, Ferrero, Guga e Pioline erguiam taças na mais charmosa quadra de tênis do mundo. Nadal Monte Carlo

De Monte Carlo até Roland Garros, que começa no dia 26 de maio, Djokovic, Murray e Federer vão tentar provar que podem ameçar o touro espanhol nas quadras de terra batida. Federer só volta a jogar em Madri, daqui a três semanas, no saibro laranja mesmo. Nada de saibro azul neste ano.

Djokovic jogará no saibro em busca do Career Slam, em Roland Garros. Murray tentará o seu segundo trofeu de Grand Slam e melhorar o desempenho no seu piso menos especial.

Não dá para desconsiderar Ferrer da lista de nomes para ficarmos atentos nestas 7 semanas de disputas no saibro, apesar de não estar em Monte Carlo.

Os franceses jogarão por onde conseguirem para chegarem a Paris preparados para jogar em Roland Garros, com o peso dos 30 anos da conquista de Yannick Noah, o último francês a erguer o Trophée des Mousquetaires, em 1983.

Será que daqui a 9 semanas, quando Roland Garros terminar tudo será diferente ou veremos Nadal “mordendo”a taça pela oitava vez?

 

 

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Nadal – Imagina na temporada de saibro

Há alguns dias, no Rio, Bjorn Borg afirmou, sem titubear que Rafael Nadal seria favorito em Roland Garros.  Os colegas jornalistas, ao meu lado, incrédulos, questionaram o sueco mais uma vez, compararam com a afirmação contrária do compatriota Mats Wilander e Borg manteve a sua posição.  O seis vezes campeão de Roland Garros ainda nem havia visto Nadal jogar muito em Indian Wells. Neste domingo ele disputa o título contra Juan Martin del Potro. A quarta decisão desde que voltou a competir, depois de sete meses de ausência do circuito, lesionado.

Nadal Indian Wells

Da mesma maneira que voltou aos eventos, na temporada de saibro, no início de fevereiro, no Chile, humilde, dizendo que o normal seria perder, Nadal continua se surpreendendo com as próprias vitórias. Claro que elas mudaram de nível. De jogadores, em sua maioria sul-americanos, que ele nunca havia visto ou ouvido falar até vê-los do outro lado da rede, Nadal ganhou nas últimas semanas de Almagro, Ferrer, Gulbis, Federer e Berdych (64 75).

 

A movimentação e os golpes que até pareciam estranhos em Viña del Mar e no Brasil Open foram voltando ao normal e de um tenista que foi derrotado por Horacio Zeballos, que perdeu sets para Martin Alund e Carlos Berlocq, Nadal em quatro torneios já começa a voltar a ser o super campeão que ganhou 7 vezes Roland Garros, completou o Grand Slam.  Aqueles dias de Viña del Mar e Brasil Open já parecem distantes. E o sucesso maior desta retomada acontece justamente nas quadras que ele mais criticou, as rápidas.

Imagina na temporada de saibro como ele estará? Temos que concordar com Borg.

Neste domingo, no deserto californiano, dos Big Four, apenas Nadal estará na decisão. Federer, Djokovic e Murray não chegaram à final. Djokovic foi superado na semi (46 64 64)por Del Potro, o mesmo que derrotou Murray. Federer, sofrendo com as costas, perdeu sem oferecer muita resistência, para Nadal.

De repente, em um torneio, os três últimos campeões de Grand Slam, não disputarão a final. Nadal, que esteve ausente desde a 2ª rodada de Wimbledon até o fim do Australian Open, é quem jogará pelo título do BNP Paribas Open, o primeiro Masters 1000 do ano.

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O Brasil Open deu sorte, e deu azar

O Brasil Open deu uma sorte tremenda com a volta de Rafael Nadal. O espanhol que não costuma jogar torneios deste nível, resolveu retomar as competições na Gira da América Latina, nos torneios no saibro, e colocou o ATP de São Paulo no calendário. O heptacampeão de Roland Garros veio e venceu.  Mas, ao mesmo tempo que aumentou a venda de patrocínios e superlotou as arquibancadas do Ginásio do Ibirapuera, tudo o que deu errado no torneio foi amplificado.

Nadal Brasil Open champion

O público brasileiro foi premiado com a vinda de Roger Federer em dezembro e a de Nadal nesta semana de fevereiro. Dois meses atrás, quando esteve em São Paulo, Federer contou ter ficado impressionado com o carinho dos fãs, mas já reclamara do calor – o Ginásio não tem ar-condicionado – e avisava que para ter um grande evento ATP por aqui melhorias seriam necessárias.

O ATP, em termos de estrelas, se comparado ao Gillette Federer Tour foi bem menor. Só havia Nadal para brilhar e em termos de Brasil, vamos colocar o tricampeão Bruno Soares.  No entanto, quando tenistas vem jogar exibições, vem apenas com exigências financeiras e como estão no País, ganhando uma fortuna, acabam tolerando muita coisa.

Tudo muda quando o torneio é oficial e tem muito mais do que os dólares em jogo. Os tenistas já não ficam tão relaxados – ninguém viu Nadal passear pelo Mercadão, por exemplo -. Cumpriu algumas obrigações com patrocinadores, apenas no hotel e no torneio e saiu para jantar em restaurantes próximos ao Renaissance.

Chegou para treinar no Ibirapuera e ficou assustado com o que encontrou no Mauro Pinheiro – quadras secundárias e de treino – e na quadra central.

Evitou reclamar muito da quadra, mas não poupou disparos para a bola escolhida pelo torneio. Mirou a ATP, culpando-a por não checar tudo antes.

Bruno Soares Brasil Open campeão

Assim como Nadal, a maioria dos tenistas que participaram do Brasil Open reclamaram da quadra e das bolas.

Mas, se Nadal não estivesse aqui, essas reclamações não teriam chegado muito longe.

E chegaram nos ouvidos da ATP lá fora, de fãs e muitos jornalistas.

Hoje, por exemplo, enquanto Nadal esperava sentado no banco dos jogadores a hora de receber o trofeu do Brasil Open, o lendário John Carlin, autor da biografia do espanhol e do clássico Invictus escreveu: “La ceremonia final del torneo de Sao Paulo es tan larga que pasarán 7 meses más hasta que Rafa reciba su trofeo.”

Outro jornalista que vive na Europa e que cobre o circuito há anos opinou: “Espantosa ceremonia de premiación en Sao Paulo. Eterna, pesada, mal hecha y con abucheos al ministro Aldo Rebelo. #Nadal sonríe gentil”

Isso porque com a presença de Nadal, o torneio foi transmitido em diversos países mundo afora, o que não acontecia antes.

Poderia ficar aqui reproduzindo alguns dos twits, comentários e emails que recebi durante a semana de reclamações das mais variadas.

Entendo que há o lado fantástico de ver o Ibirapuera lotado durante a semana toda e escrevi sobre isso outro dia. Muitas vezes todo esse falatório fica de lado, porque o que importa mesmo é o fã e o fã quer ver o ídolo – Nadal – ganhando. Foi o que aconteceu.

Mas, desta vez, acho que nem isso foi suficiente.  Os fãs também sofreram com a falta do ar-condicionado e com os ingressos não numerados. Muitos sentaram nas escadas.

É lindo para ver que há público para tênis. Mas, triste perceber a falta de serviço para com quem faz o espetáculo valer a pena, para quem os tenistas jogam.

E o Brasil Open é tão sortudo que ainda viu Bruno Soares, o brasileiro campeão de duplas mistas do US Open, erguer mais um trofeu. O primeiro no Brasil depois da conquista em New York. Mas, da mesma maneira, Bruno também reclamou da falta de respeito com ele e o parceiro Peya, que jogaram apenas a final na quadra central. E atualmente a sua voz ecoa muito mais longe.

Por tudo isso, por ter sido também o primeiro torneio que Nadal ganhou depois de quase 8 meses parado, o Brasil Open teve muita sorte. Mas, com tudo que isso repercute, muito azar também.

 

Fotos: Inovafoto 

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Muita paciência com o Nadal

Nadal Brasil Open ATPAntes mesmo de voltar às quadras, ainda em dezembro, Rafael Nadal pediu paciência. Calma para saber o momento certo de voltar a competir e agora o que ele precisa é de tempo e o público, de paciência, porque isso ele demonstrou que tem e sabe precisar. 

Desde o retorno ao circuito, na semana passada, em Viña del Mar e especialmente nesta semana, no Brasil Open, ouço comentários e recebo mensagens de fãs, jornalistas, apreciadores do esporte, entre outros, reclamando do desempenho de Nadal.

“O Nadal normal não perderia 8 games para este cara,” ou “Nossa, como ele está errando essas devoluções,” e por aí vai.

Não vamos esperar que Nadal, depois de tanto tempo parado e sem poder treinar no mais alto nível, neste período, com uma lesão rara no joelho, volte a arrasar os adversários como se acostumou a fazer nos últimos 8 anos.

Ele mesmo afirmou e para todo mundo ouvir que precisará de tempo, paciência e que ainda tem dias ruins, com dores no joelho, como foi o caso da semifinal contra Martin Alund. Já disse que não é favorito para a final contra Nalbandian. A expectativa é de que as dores diminuam ao longo das semanas e que ele chegue em forma na temporada de saibro européia.

Qualquer pessoa, quando fica sem praticar exercício, sofre no recomeço. Imagina um atleta do nível de Nadal.

E não vamos esquecer que as condições em São Paulo estão longe das ideiais. Além da altitude, tem a problemática quadra e as bolas que foram alvo de repetidas reclamações dos tenistas.

Entendo que para os fãs e a comunidade tenística seja duro ver Nadal ter dificuldade com adversários que faria de bolinha de ping pong normalmente. Foi duríssimo passar por isso com Guga, nas inúmeras tentativas dele de voltar a competir. Com a diferença de que Guga jamais voltou a ser o mesmo.  Não acredito que seja o caso de Nadal. Ou se for, ainda é muito cedo para afirmar qualquer coisa. Nadal serve Brasil Open

Nadal está dando os passos iniciais e como disse um amigo jornalista, quando se anda, se vai adiante.

Foi com este pensamento, em 1997, que Andre Agassi também deu a cara para bater e se submeteu a jogar torneios Challengers para recuperar a confiança abalada. Perdeu a primeira final que jogou, no Challenger de Las Vegas para o desconhecido Christian Vinck, então número 202º do ranking. Muito pior do que o ranking de Horácio Zeballos que ganhou de Nadal, na final de Viña del Mar, na semana passada.

Agassi ainda jogou outro Challenger, em seguida, em Burbank e foi campeão, mesmo tendo dificuldades pelo caminho.

Recomeçou passo a passo e com muita coragem de arriscar a reputação em torneios em que a maioria dos adversários são muito piores do que você e jamais imaginariam te enfrentar.

Mas, esses passos são necessários. E vale pensar que se não fosse isso, o Brasil, com seu ATP 250, provavelmente não seria brindado com a presença do heptacampeão de Roland Garros.

Por isso, muita paciência.

 

Fotos de Dália Gabanyi

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Nadal vice-campeão em Viña – é normal

Rafael Nadal ficou com o vice-campeonato do ATP de Viña del Mar. Perdeu uma disputada final para o talentoso argentino Horacio Zeballos, 73º colocado no ranking mundial, por 6/7(2) 7/6(6) 6/4. É normal.

Nadal defeated Vina del Mar

Se olharmos os números, o normal seria Nadal arrasar o argentino. Sete vezes campeão de Roland Garros, onze títulos de Grand Slam no total, 50 trofeus no geral de simples, número um do mundo por inúmeras semanas, atual número cinco da ATP, cabeça-de-chave 1 do ATP chileno, e sem nunca ter perdido ontra um canhoto no saibro. Zeballos,27 anos,  73º do ranking, nenhum título – ganhou o primeiro agora em Viña del Mar – melhor ranking foi o 41º em 2009, a sua melhor temporada no circuito.

Se olharmos os resultados de Nadal nos três jogos que disputou em Viña, tudo indicaria que ele ganharia fácil de Zeballos. Não perdeu nenhum set e passou tranquilamento por Delbonis, Gimeno Traver e Chardy.

Mas, em nenhum destes jogos vimos Nadal exibindo a mesma forma que o levou a erguer sete vezes o Trophée des Mousquetaires. E nem era de se esperar. Ele ficou quase oito meses sem  competir. Não é de um dia para o outro que vai recuperar a melhor forma.

Nadal vina del mar

Foram diversas as entrevistas de Nadal nos últimos tempos. Em todas elas ele afirmou que o principal objetivo é chegar bem para a temporada de saibro, ou seja, em abril, em Monte Carlo. Ele foi claro também, desde que aterrissou no Chile, que o principal não era o resultado e sim como o joelho reagiria.

Eu mesma publiquei trechos da entrevista que ele concedeu ao jornal L’Equipe, na quarta-feira, em que ele diz que o normal no Chile seria perder e não ganhar.

Na mesma entrevista ele responde:

“tema do momento é paciência. Tenho que ir passo a passo e aceitar que não estarei no meu melhor nível logo de cara. Há sete meses que não jogo. Se eu não for humilde, não vai funcionar.”

E continua

“Mas aqui os resultados são as coisas menos importantes. E o ranking também. Se tudo correr bem terei outros objetivos em dois meses. O que eu quero é estar 100% para jogar bem Monte Carlo e a temporada de terra da Europa. Mas aqui, o essencial é como eu me sinto e como o meu joelho reage. Perder aqui, pff, não é um problema. Sete meses parado e sem treinar a fundo, eu deveria perder aqui. Seria a lógica. O drama seria se o meu joelho fosse mal.”

Por isso é perfeitamente normal ver um Nadal vice-campeão de um torneio no saibro e perdendo para um tenista bem menos expressivo do que Roger Federer e Novak Djokovic. Claro que a vitória de Zeballos tem importância – para ele – e ficará nos recordes, mas para Nadal o que importou mesmo foi ter jogado, voltado a sentir o gostinho da competição e a partir de agora, continuar evoluindo.

E o próximo passo é o Brasil Open. Veremos.

Fotos – Divulgação VTR Open by Canchantun

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Nadal, a entrevista

O Jornal L’Equipe desta quinta-feira publicou uma longa e como sempre, interessantíssima, entrevista com Rafael Nadal. Realizada no Chile, pelo jornalista Frederic Bernes que acompanha a volta do sete vezes campeão de Roland Garros ao circuito, em Viña del Mar, a conversa sincera mostra um Nadal consciente das dificuldades que irá enfrentar, brincalhão com algumas constatações e com a mesma ambição vencedora.

Nadal Vina del Mar ATP

Li a entrevista e reproduzo alguns trechos..

 

Qual é o sentimento que predomina hoje? Medo? Stress? Alívio?

Medo? Não. Stress sim. Alívio e alegria, com certeza. Mas, de verdade, o tema do momento é paciência. Tenho que ir passo a passo e aceitar que não estarei no meu melhor nível logo de cara. Há sete meses que não jogo. Se eu não for humilde, não vai funcionar.

Não tenho medo. Há três semanas que meus exames estão perfeitos. A verdade é que o meu joelho esquerdo está magnífico comparado ao direito (risos). Sei que voltando agora não há risco com o tendão. Os médicos me prometeram.

 

A dor que você sente é normal? Os medicos te avisaram?

Sim, me disseram que desapareceria aos poucos. Normalmente desaparecerá até o fim de fevereiro e eu poderei me movimentar plenamente em quadra.  Só preciso dar tempo do meu tendão rotuliano se acostumar novamente a esforços violentos.

Nadal ATP return

Como você descreve essa dor?

Eu posso sentir de manhã quando me levanto, na hora do almoço ou batendo uma esquerda. Os primeiros dias no Chile foram difíceis. Treinei mal. Mas domingo e segunda, melhorou. Preciso aceitar isso. Antes eu tinha 9 de 10 dias ruins, depois 8, sete e vai baixando.

Mas, com dor ou não, o sentimento que supera todos é o da alegria de estar aqui, de treinar com os profisisonais, de jogar uma partida, sentir a competição.

 

Você nunca parou tanto tempo. Essa volta é mais estressante do que a de 2006?

Francamente? Não. A minha lesão no pé era grave. Os medicos cogitaram até um fim de carreira. Com o joelho isso nunca foi o caso.

O ponto comum das duas lesões é que ninguém encontrou a formula para me livrar das dores.

 

Nesses quase oito meses parado. Qual foi o momento mais difícil?

Foi quando compreendi que não poderia jogar as Olimpíadas. Pensei que fosse curar rápida.

O difícil foi que o meu joelho me deixou, no melhor momento da minha carreira.

 

O melhor? Você ganhou mais em 2008, 2009, 2010..

Sim, mas em 2012 eu estava jogando muito melhor. A final do Australian Open, mesmo tendo perdido, foi grande. Eu tinha ganhado Monte Carlo, Barcelona Roma, Roland Garros…

 

Se você tivesse perdido contra o Delbonis, seria grave?

Não.

 

E o seu nível de exigência? A sua ambição?
Não perdi. Isso não. Mas aqui os resultados são as coisas menos importantes. E o ranking também. Se tudo correr bem terei outros objetivos em dois meses. O que eu quero é estar 100% para jogar bem Monte Carlo e a temporada de terra da Europa. Mas aqui, o essencial é como eu me sinto e como o meu joelho reage. Perder aqui, pff, não é um problema. Sete meses parado e sem treinar a fundo, eu deveria perder aqui. Seria a lógica. O drama seria se o meu joelho fosse mal.

 

Muita gente fala do seu retorno como uma segunda carreira. É justo falar isso?

A minha carreira já é bem completa. Não tenho vontade de começar e pensar em uma segunda carreira.  Eu vou continuar essa, se vocês não acharem inconveniente. Continuo amando o jogo e tenho a mesma exigência em cada bola que bato. Se o meu joelho me permitir de jogar forte por três horas, se me permitir de jogar 100% um torneio e depois dois torneios em seguida, se eu puder correr sem pensar no meu joelho ou na dor, porque eu não posso pensar em fazer o que eu fazia antes? O fato de ter parado sete meses, quando eu estava jogando super bem, me ajuda hoje.

Nadal interview

Vamos encontrar o Nadal de antes, forte no saibro, capaz de ganhar Wimbledon, mas com dificuldade sobre quadra rápida?

Tudo depende do joelho. Se o meu joelho vai bem, me dê uma razão para eu não acreditar que possa ganhar tudo novamente? Uma apenas.

Eu passei oito anos sendo número um ou dois do mundo, eu creio que sete meses parado não me fizeram esquecer como jogar tênis. Não quero parecer arrogante. Quero dizer que penso que sou capaz de voltar a esse nível.

 

E se dissessem que você ganhará Roland Garros em quatro meses? É possível?
Não sei de nada( rs). Ninguém sabe. Porque não? Se eu jogar Monte Carlos, Barcelona, Roma e Madri como eu quero, há chances. E eu vou tentar.

 

O Wilander, na Austrália, disse que você seria um outsider em Roland Garros.

Vamos ver. Mas não preciso ser favorite para ganhar.

 

Você sente necessidade de estar entre os top 4 para evitar um Murray, Djokovic ou Federer nas quartas?

Posso voltar ao nível dos top 4, mas acho que vai ser mais difícil voltar ao top 4 do que ganhar Roland Garros.

 

Depois das finais de NY e Melbourne, alguns, como Marian Vajda, técnico do Djokovic, disse que era o fim da era Feder/Nadal e o começo da  Djokovic/Murray. Como fica o seu ego?

Meu ego está tranquilo. Isso não me atrapalha e não é injusto. É a verdade do momento. Estamos com dois jogadores nas duas últimas finais de Grand Slam. A rivalidade Federer/ Nadal acabará, mas ainda não. Só tenho um ano a mais do que Djokovic e Murray. Não é a hora de me enterrar ainda. Há oito meses eu estava em posição de voltar a ser número um do mundo. Não esqueçam tão rápido. Agora vou tentar me infiltrar na época de Djokovic/Murray (rs).

 

Você passou por anti-doping durante esse tempo parado?

Nove vezes. Três vezes de sangue e seis com urina. Bastante para alguém que está parado. Nas últimas duas semanas o controle veio quatro vezes e dois dias seguidos.

 

Você não acha que os resultados deveriam ser divulgados?

Para mim seria o melhor. Se todos os exames fossem divulgados seria o fim de uma suspeita que mata o esporte. É o que eu peço.

 

Sabe que teve gente que disse que a sua ausência de sete meses era uma sanção por doping?

Sim, esse tipo de rumor existe porque os exames não são públicos.

A ITF deveria ser transparente. Se não, isso continuará e eu terei de escutar o Christophe Rochus fazer comentários estúpidos  sem prova alguma. Acho incrível que escrevam ou publiquem essas acusações sem prova. Me mostre uma prova e tudo ficará bem.

Fotos de Jym Rydell – VTR Open by Canchantun

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No tênis, de fato, ano novo = vida nova

Se nas nossas vidas, no dia-a-dia, eu acredito fortemente que a mudança de ano não tem uma influência significativa, apenas viramos uma página no calendário, no tênis, no circuito mundial da ATP e WTA, ela existe.

Nesta quinta-feira, a última de 2012, a temporada 2013 já começa a dar as boas-vindas com a disputa da exibição em Abu Dhabi, com Andy Murray e Novak Djokovic como principais destaques.  Abu Dhabi Djokovic Murray

Diferente de nós, que não vivemos da performance em quadra apesar de vivermos do esporte ou vivermos o esporte, os tenistas sumiram de cena durante algumas semanas, descansaram e treinaram, treinaram muito. Foram horas nos ginásios do mundo, alguns no calor, outros no frio, e muito tempo também em quadra.

A pré-temporada é talvez uma das fases mais importantes do ano de um tenista. É durante essas semanas que os jogadores adquirem condições físicas e fazem as necessárias mudanças técnicas para ajustar ou melhorar o que precisa ser feito no jogo.

Se há um momento em que eles trocam de raquete, é nesse período.

É nesta fase também que há mais mudanças de técnico. É o único momento do ano em que há tempo para erros e acertos. Não que mudanças de treinador e de material esportivo não aconteçam durante a temporada, mas elas são mais raras.

Por isso, quando a temporada 2013 começa, apesar de os torneios serem praticamentes os mesmos, o circuito percorrer os mesmos destinos, há sim uma mudança nos tenistas.  Da mesma maneira que eles tem em mente que no tênis cada semana é diferente, cada semana te dá uma nova oportunidade, quando o ano começa, tudo também é diferente.

Neste ano provavelmente veremos jogadores mais fortes, outros mais vulneráveis e tudo o que foi escrito e visto no ano anterior, muda.

Será que Djokovic vai reinar de novo na Austrália? Será que Andy Murray ganhará o segundo Grand Slam? E Roger Federer continuará no topo? Muitas dúvidas existem sobre Rafael Nadal. Ele voltará rápido a ganhar torneios? E Victoria Azarenka, manterá o posto de número um do mundo por quanto tempo? Sharapova continuará em ascensão? E a Serena, livre de lesão?

Com certeza esses questionamentos eram diferentes há um ano, quando a temporada 2012 estava para começar.

Para relembrar como foi este ano no tênis, recomendo a leitura da retrospectiva Tennis View, detalhando cada Grand Slam, as Olimpíadas de Londres e as aposentadorias.

Em termos de negócios, muitas transações também acontecem neste período, como o anúncio da Emirates como nova patrocinadora da ATP – companhia aérea oficial e patrocinadora do ranking – no lugar do South African Airways que foi feito nesta quinta; ou a assinatura do contrato de Novak Djokovic com a IMG, substituindo a CAA e a possível saída de Rafael Nadal da empresa que agora tem o sérvio como sua principal estrela. É realmente, a temporada 2013 começa com mudanças.

The School of LifeA minha temporada também começará de maneira diferente. Vou fazer um curso na The School of Life, escola fundada pelo escritor e filósofo Alain de Botton, em Londres, com boas ideias para o dia-a-dia e que trarei para o Brasil ainda no primeiro semestre.

São aulas sobre questões do nosso cotidiano, com muito embasamento filosófico, histórico, artístico e literário. Questões comuns que pairam sobre nossas mentes nesse nosso mundo tão complexo.

Se materialmente mudanças não acontecem por virarmos a página do calendário, mentalmente e intelectualmente esse momento em que conseguimos parar por alguns dias, se usados para reflexão e tomadas de atitude, não apenas com uma lista de decisões que esqueceremos rapidamente, podem sim influenciar a nossa história.

Por isso, vou descansar do blog, provavelmente, até o início do Australian Open e voltar com boas ideias que espero compartilhar com todos.

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