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Espanhol preparador físico de Sharapova fala da exigência do físico em Roland Garros e da preparação física no tênis mundial

Já estou para escrever este post até mesmo antes de Roland Garros começar. Estava com ele na cabeça, mas às vezes vão acontecendo outras histórias e as iniciais acabam ficando para trás.

Cada Grand Slam tem a sua particularidade e uma de Roland Garros é o fato de ser o que exige mais preparo físico dos jogadores. É no saibro, os pontos são mais longos e haja fôlego e resistência dos tenistas.

Por isso, reproduzo aqui o meu bate-papo com o Juan Reque, o preparador físico espanhol da Sharapova em que ele fala da transformação da preparação física no tênis nos últimos anos e da importância atual dela no circuito.

Ontem, depois do jogo em que Sharapova chegou a estar perto de um adeus precoce a Paris diante da francesa Caroline Garcia, falei com Juan e ele confirmou que se em Roland Garros você não estiver com o físico bem preparado, bem mais do que nos outros Grand Slams, vai sofrer para avançar ou não vai aguentar.

Veja os principais trechos da conversa com o madrilenho Reque, publicada na edição 113 da Tennis View sobre preparação física no circuito profissional e as dicas que ele dá para quem está começando.

 

 

Preparador físico de Sharapova avalia a evolução física no tênis profissional e avisa: “a preparação tem que começar antes do profissionalismo.”

 

Juan Reque trabalhou cinco anos na ATP antes de se mudar para os EUA para cuidar exclusivamente da russa

 

Já estamos cansados de ouvir e de comprovar que sem o físico no circuito profissional, tanto no masculino, quanto no feminino, não há como chegar longe e vencer barreiras entre os tops. Mas, ao contrário do que muita gente pensa, até pouco tempo atrás o físico não tinha tanto espaço no dia-a-dia dos tenistas. Claro que havia a preparação, mas não da maneira como é feita atualmente.

Quem conta como tudo começou é o espanhol Juan Reque, 38 anos, fisioterapeuta e preparador físico de Maria Sharapova que trabalhou por cinco temporadas na ATP, como fisioterapeuta do circuito, atendeu entre muitos tops, Rafael Nadal em sua clínica a NovoReq na Espanha, antes de se mudar de Madri para  Los Angeles para cuidar exclusivamente do físico da russa radicada nos Estados Unidos.

 

Tennis View – Como você avalia a evolução física no tênis profissional?

Juan Reque – A primeira coisa que temos que notar é que há dez, quinze anos quase não havia jogadores viajando com preparadores físicos e fisioterapeutas no circuito. Pete Sampras foi um dos primeiros a viajar com um todo o tempo e foi o Alex Stober, que trabalhou na ATP e depois até trabalhou com o Guga. O Alex foi um precursor assim como o Walt Landers – falecido em 2004 – que viajou com o Yevgeny Kafelnikov, Marat Safin, Lleyton Hewitt e por um período até com o Andre Agassi e o próprio Sampras.

 

TV – Então os tenistas não se dedicavam tanto ao físico quanto hoje?

JR – Eles faziam o básico da preparação física que é o aquecimento e depois o que chamamos de cool down pós jogo ou treinos. Somente quando havia uma lesão os tenistas davam atenção de fato ao físico e iam tratar do que já estava ruim, quando já era tarde.

 

TV – E quando começou a haver essa mudança?

JR – Pouco a pouco, muito devido a exemplo de outros tenistas que deixaram as quadras cedo por causa de lesões, eles perceberam que talvez fosse melhor prevenir, do que chegar ao momento em que não possam fazer mais nada e tenham que parar de jogar antes da hora, como foi o caso do Guga e do Magnus Norman.

 

TV – E você sentiu essa mudança na base ou só entre os mais tops?
JR – Hoje em dia os adolescentes de 14, 16 anos já estão trabalhando o físico nos programas das principais federações do mundo e assim quando estiverem jogando profissionalmente já terão um conhecimento melhor do corpo, percebendo sinais importantes que ele sempre dá.

 

TV – Sabemos que você não pode contar detalhes do seu trabalho com a Sharapova, mas qual é a principal função de um fisioterapeuta e/ou preparador físico que se dedica exclusivamente a um tenista?

JR – O principal objetivo acompanhando o jogador o tempo todo é fazer com que o corpo do atleta se mantenha sempre em boas condições. O corpo tem que estar flexível, bem compensado e o atleta tem que poder se movimentar bem.

Além disso, uma das principais funções é estar atento, em cima o tempo todo para que não ocorra nenhuma lesão grave, apesar de nem sempre podermos evitar.

O trabalho compreende os músculos, as articulações, tendões, ligamentos, a parte cardio vascular e também do tempo de descanso, do treino, da alimentação. Enfim, é bem completo.

 

 

TV – O que você recomendaria aos tenistas que estão iniciando um trabalho mais sério como juvenis e entrando no profissionalismo?
JR – Acho que uma idade boa para começar a fazer preparação física mais a sério é aos 16 anos. Deve haver um aquecimento sempre, a preparação física em si, um bom trabalho de compensação e condicionamento físico. O que todos tem que ter em mente é que o físico, se não for bem trabalhado, pode um dia vir a te impedir de jogar e você tem que saber também que quando chegar ao profissionalismo não basta ter físico para jogar bem uma partida e sim um campeonato inteiro, uma temporada e para aguentar Grand Slams.

É recomendável, desde o início que haja um entendimento da equipe de preparação física com a equipe técnica, seja em clubes, academias ou quando for particular. Os treinos de tênis e preparação física tem que ser adaptados a cada jogador e aos objetivos traçados.

 

 

 

 

 

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Annacone, técnico de Federer “Tenho que me beliscar todas as manhãs para acreditar que é verdade”

O primeiro Grand Slam do ano, o Australian Open, começa amanhã à noite no horário do Brasil. São 128 jogadores na chave principal masculina e mais 128 mulheres. Mas, as atenções estão mesmo voltadas para apenas dois nomes, Roger Federer e Rafael Nadal.

Entre tantas matérias e notícias que li nos últimos dias, uma das mais interessantes que encontrei foi a matéria que a colega Linda Pearce, do jornal australiano The Age fez com o técnico de Roger Federer, Paul Annacone, em Melbourne.


Como tem se tornado cada vez mais raro entrevistar os técnicos das grandes estrelas – muitos deles tem cláusulas contratuais que os proíbem de dar entrevistas para falar sobre os seus respectivos jogadores – foi até surpreendente ler as declarações de Paul Annacone, que foi técnico de Pete Sampras também.

A primeira delas é que ele brinca que tem que beliscar todas as manhãs para acreditar que é verdade, que depois de ter trabalhado com Sampras esteja trabalhando com Federer.

O treinador diz acreditar que o suíço possa chegar aos 20 títulos de Grand Slam e que na verdade ele serve como um cara para implementar algumas coisas que Roger já sabe fazer e para deixá-lo motivado e sempre melhorando. “Não sou eu que vou mudar o jeito dele jogar. O cara ganhou 16 Grand Slams.”

Vale a pena ler – http://bit.ly/hU328d

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Brasileiro no. 1 do mundo – trabalho insano, viagem ao Havaí e “Arrombassi Guga”

Já se passaram 10 anos, mas lembro deste dia como se fosse hoje. Afinal, foi um dos dias mais marcantes dos meus 13 anos de trabalho com o Guga e essa é uma das únicas fotos que tenho daquele dezembro do ano 2000.


De uma semana que começou preocupante, com uma derrota para o Agassi na estreia quase levando ao abandono da competição, para a final foram muitos momentos de tensão, indagação, perguntas sem respostas e de repente tudo havia mudado e Guga estava na final.

Uma final contra Andre Agassi, no Masters, onde só jogam os oito melhores do mundo e ainda com chance de se tornar número um do mundo, que era algo praticamente impossível de acontecer.


Como escrevi na abertura da materia da edição 109 da Tennis View, na “viagem pela temporada do Guga do ano 2000,” apesar de lembrar de cada detalhe daquela semana em Lisboa, de enxergar bem claro na minha mente os momentos, a sala de imprensa, o corredor que levava à quadra, ao vestiário, ao lugar de pegar o carro e voltar para o hotel, entre outros, parece algo tão distante, imaginar que um brasileiro foi número um do mundo. Que um brasileiro ganhou do Sampras e do Agassi na sequência e se tornou o primeiro jogador da América do Sul, da história, a terminar uma temporada como número um.

Será que temos essa sensação porque depois disso o nosso esporte teve seu momento de crescimento, mas ficou estagnado, porque não vivemos uma outra “Guga mania” na sequência?

É talvez seja, mas não é o momento de debater essa velha questão.

Acredito que dias como esse 03 de dezembro que marcam 10 anos de uma conquista histórica, inédita para o esporte no Brasil, alavanquem coisas boas para o tênis, com toda a repercussão que está tendo.

E na época? Foi uma loucura. A sensação que eu tive quando o Guga ganhou do Sampras e depois do Agassi, foi incrível. Foi diferente.  O nível de trabalho e de exigência também. O volume de trabalho foi como se ele tivesse ganhado Roland Garros daquela primeira vez. Uma loucura, porque foi inesperado. Nem bolo a ATP tinha preparado para a festa. Tiveram que correr atrás no último minuto, afinal estava tudo pronto para o Safin comemorar.


E eu fazia parte de todos esses detalhes; de organizar as ações, a foto com o bolo, champagne, família, entrevistas com veículos brasileiros e estrangeiros, entradas ao vivo…  etc..

Vendo as inúmeras imagens na televisão e em fotos, com o meu cabelo bem loiro – como dizem alguns amigos, ainda bem que os anos passam e a gente melhora – é fácil achar que o trabalho era só aquele momento de assistir o jogo e vibrar junto com o Larri e a família.

Era só o começo de um dia longo, empolgante e estressante. O meu trabalho, quando o jogo acabou, estava apenas começando… Trabalho que tive muito orgulho de fazer.

Além de gerenciar as entrevistas do momento, atender a incontáveis telefonemas de pedidos de participação em programa de televisão, mais entrevistas, entre outros, todo mundo queria saber onde seria a festa de comemoração – pelo menos desta vez, diferente das conquistas em Roland Garros, pelo menos eu tive tempo de voltar ao hotel e trocar rapidamente de roupa para comemorar também, das outras vezes fui direto do torneio – , quando o Guga voltaria ao Brasil, etc…

A história todos já conhecem. A festa foi íntima, um jantar com alguns amigos na região portuário de Lisboa e viagem cedo no dia seguinte para o Havaí, enquanto todos o esperavam no Brasil. As férias do Guga começavam e a caça a ele pelo Brasil e pelo mundo também.

Ele estava de férias. Eu não podia divulgar onde ele se encontrava. Foram uns cinco dias daqueles de querer atirar o celular na piscina, em que minha orelha ardeu muito, mas afinal o que eu podia responder aos jornalistas a não ser – não sei quando ele volta e não posso dizer onde ele está?

Até que a ESPN Brasil descobriu-o no Havaí e acabou o mistério.

Dias depois ele desembarcava em Florianópolis onde o então Presidente, Fernando Henrique Cardoso o aguardava com uma camiseta “Arrombassi Guga.”

Sim, o Presidente da República, o aguardava em Florianópolis, com uma camiseta homenageando-o.

Precisa dizer mais alguma coisa?

E só para complementar. O ranking da ATP daquele ano 2000 terminaria assim:

1 – Gustavo Kuerten (BRA)

2 – Marat Safin (RUS)

3 – Pete Sampras (EUA)

4 – Magnus Norman (SUE)

5 – Yevgeny Kafelnikov (RUS)

6 – Andre Agassi (EUA)

7 – Lleyton Hewitt (AUS)

8 – Alex Corretja (ESP)

9 – Thomas Enqvist (SUE)

10 – Tim Henman (ING)

11 – Mark Philippoussis (AUS)

12 – Juan Carlos Ferrero (ESP)

13 – Wayne Ferreira (AFS)

14 – Franco Squillari (ARG)

15 – Patrick Rafter (AUS)

16 – Cedric Pioline (FRA)

17 – Dominik Hrbaty (ESL)

18 – Arnaud Clement (FRA)

19 – Sebastian Grosjean (FRA)

20 – Nicolas Kiefer (ALE)

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Guga é campeão do mundo

Série da Semana do Guga em Lisboa continua com a parte V, com o texto que escrevi no dia que ele derrotou Andre Agassi e chegou ao topo do ranking mundial.

GUGA É CAMPEÃO DO MUNDO

Brasileiro é o primeiro vencedor da Corrida dos Campeões

Guga acabou com a hegemonia dos norte-americanos, que desde 92, terminavam o ano como número um do mundo

Gustavo “Guga” Kuerten entrou para história mais uma vez, neste domingo, ao conquistar a Copa do Mundo de Tênis, a Masters Cup, em Lisboa, derrotando o norte-americano Andre Agassi, por 3 sets a 0, parciais de 6/4 6/4 6/4, em 2h06min de jogo. Com a vitória, Guga tornou-se o primeiro brasileiro a terminar o ano como número um do mundo, e além disso é agora o primeiro jogador da história e vencer a Corrida dos Campeões.

Tranquilo, como acordou neste domingo, Guga entrou na quadra central do Pavilhão Atlântico, sem parecer que o jogo valia o título de campeão do mundo e de número um também. Logo no primeiro game quebrou o saque de Andre Agassi, ex-número um do mundo, campeão do Grand Slam e campeão deste torneio em 1990. A vantagem foi suficiente para Guga fechar o primeiro set em 6/4, lutando muito a cada game e salvando break points inúmeras vezes, com aces e jogadas fantásticas. Na segunda série, Guga manteve a mesma calma, vibrando com seus familiares e com a torcida luso-brasileira, que lotava as arquibancadas do Pavilhão. A quebra desta vez veio no quinto game e com um ace, no 5/4 Guga fez 2 sets a 0.

No terceiro e que veio a ser o set decisivo, Guga quase perdeu seu serviço no segundo game, mas conseguiu outra vez se sair de uma situação difícil e no quinto game veio a quebra, que deixaria Guga com vantagem somente precisando controlar os nervos para vencer a partida. Na hora de sacar para o campeonato, Guga não titubeou e com uma bola fora de Agassi comemorou o seu primeiro título em quadra rápida coberta, o seu primeiro título de Campeão do Mundo e a chegada ao topo do ranking.

“Nem posso acreditar no que está acontecendo,” dizia Guga, logo após a vitória. “Se me dissessem, quando o torneio começou e depois ainda de passar aquele aperto no início, que para ser campeão eu teria que vencer o Kafelnikov, o Sampras e o Agassi, em três dias seguidos, não acreditaria. Mas fui indo aos pouquinhos, ganhando jogo por jogo, crescendo na confiança e hoje entrei com tudo na quadra,” contou Guga. “Estou realmente muito feliz. Fechei o meu ano com chave de ouro e terminei, este domingo, uma semana de sonhos.”

O técnico de Guga, Larri Passos, muito emocionado, contou que minutos antes do jogo começar, decidiu com Guga, ir para o ataque. “Optamos por ir para o ataque. Foi uma estratégia de risco, mas que felizmente deu certo. Estou muito contente e emocionado. O Guga realmente mereceu esta vitória, porque ele trabalhou muito para chegar onde chegou. Além disso, tirei um peso das minhas costas, porque fui muito cobrado no início. Agora posso desfrutar e aprendi a aproveitar os bons momentos.

Logo depois de deixar a quadra, ovacionado pela torcida, em que agradeceu a todos os fãs, familiares, técnico e dedicou o título à mãe Alice Kuerten, Guga se dirigiu ao vestiário, que em Lisboa é pessoal de cada jogador e foi recebido, por amigos mais próximos e familiares, com champagne, caipirinha e um bolo com formato de número 1. “É estranho, realmente não acreditava que poderia ser número um. Talvez isso tenha sido bom, porque não me pressionei e quando entrei em quadra, estava muito tranquilo, como se fosse um jogo estadual. Foi um ano de muito sucesso para mim, para a ATP, com todo mundo querendo ganhar e depois de vencer o Kafelnikov, o Sampras e o Agassi, acho que realmente mereci ganhar este título. Mas, também, se tivesse perdido e o Safin ficado com o número um, não teria me importado, sei que estaria em boas mãos. O Safin foi a grande estrela desta Corrida e “brigamos” até o último momento para isso acontecer.

É muito grande para mim, é uma sensação indescritível.”

Após comer o bolo, estourar champagne, abraçar os familiares, Guga passou horas na sala de entrevista, atendendo a imprensa do mundo todo, sempre sorridente e exibindo, com orgulho, os seus troféus de campeão do torneio e o de número um do mundo. “Sempre estive na frente, no jogo. Depois de conseguir o break, me soltei e fiquei super motivado. Todo mundo sabe que eu tive problemas físicos e que eu tinha que ganhar da maneira mais rápida possível. Minha cabeça estava funcionando perfeitamente hoje, tudo estava dando certo e eu fiz uma partida incrível. Acho que acordei hoje, realmente para fazer isso. Estou muito orgulhoso de mim mesmo e de ser brasileiro. Tenho certeza que fiz um domingo feliz para todos e para mim. É o dia mais feliz da minha vida,” disse Guga, na coletiva. O brasileiro continuou a entrevista, dizendo que admirava muito Pete Sampras e Andre Agassi, que eles realmente haviam dominado o tênis na última década e o jogador e que terminar o ano desta maneira é incrível, fantástico.

E o jogador, que no passado completou o Grand Slam, ao vencer Roland Garros e terminou 99 como número um do mundo, foi pessoalmente ao vestiário de Guga, cumprimentá-lo e felicitar o técnico Larri Passos, e a família do campeão. “Só queria dizer parabéns ao Guga, pelo excelente ano, pela conquista e nos vemos na Austrália,” despediu-se Agassi.

Guga (Banco do Brasi l/ Diadora/ Head/ Globo.com/ Motorola) agora entra de férias, volta a treinar dentro de duas ou três semanas e inicia a temporada 2001, no Australian Open. “Foi sem dúvida o melhor ano da minha vida. Quero agora comemorar muito com os meus amigos e a minha família. Foi muito importante ter os meus familiares comigo aqui, todos reunidos. Eles me deram muita força a semana toda.”

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Revivendo a Semana do Guga em Lisboa Parte IV – Vitória inédita sobre Sampras, final x Agassi e chance de ser no. 1

E o que parecia quase impossível dias atrás acabou acontecendo. Guga se recuperou no campeonato, venceu Pete Sampras, na quadra rápida coberta do Pavilhão Atlântico de Lisboa e avançou, pela primeira vez na história, à final da Masters Cup, marcando um encontro com Andre Agassi.

Para deixar a história e a semana ainda mais fantástica, Marat Safin, o favoritíssimo a terminar a temporada como número um do mundo, perdera para Agassi no mesmo dia, significando que se Guga vencesse a final, se tornaria o primeiro do ranking.

Mas, naquele momento, logo após a primeira vitória em torneios oficiais sobre Sampras, não era nesse posto de número um que Guga estava focado. Ele estava feliz com a vitória, pensando no campeonato, em como se recuperou e até dizendo que se Safin ficasse com a coroa de melhor do mundo, estaria em boas mãos.

Lembro até hoje da sensação dessa vitória, especialmente depois do Guga ter perdido o primeiro set num tie-break.

Reproduzo aqui o press release com detalhes do jogo, declarações do Larri que escrevi logo após a partida e alguns trechos da entrevista coletiva do brasileiro pós Sampras e pré Agassi, que também encontrei nos meus arquivos.


GUGA VENCE SAMPRAS E DECIDE TÍTULO DE CAMPEÃO DO MUNDO, NESTE DOMINGO

Brasileiro enfrenta Andre Agassi e se vencer é o número um do mundo

Gustavo “Guga” Kuerten decide, neste domingo, o título de campeão do Mundo, na Masters Cup de Lisboa. Depois de vencer o norte-americano Pete Sampras, cinco vezes campeão deste torneio, neste sábado, por 2 sets a 1, parciais de 6/7 (5) 6/3 6/4, em 2h13min de um tênis de altíssimo nivel, Guga enfrentará Andre Agassi, às 13h30min (Brasil), com transmissão ao vivo do Sportv. A vitória, além de valer o título da Copa do Mundo, dará ao brasileiro o posto de número um do mundo.

Sem nunca ter vencido Pete Sampras em torneios da ATP e depois de ter perdido a final do Masters Series de Miami, por 3 sets a 1, em março, na quadra rápida, Guga queria muito a vitória sobre o norte-americano, especialmente depois de quase ter desistido de jogar a competição, na terça-feira, com um espasmo na coxa direita.

Número um do mundo por seis anos consecutivos, Sampras saiu na frente no jogo. Quebrou o saque de Guga no segundo game e logo abriu 3/0. Mas, Guga não se entregou e devolveu a quebra no 1/3, levando a decisão do set para o tie-break, depois de ter salvado dois set points, no 5/6. No tie-break, o brasileiro saiu na frente, mas Sampras passou adiante no 4/4 e fechou a série, com uma devolução de saque de Guga para fora, no 5/7.

No segundo set, Guga conseguiu quebrar o serviço de Sampras logo no segundo game e não deixou mais o rei de Wimbledon se recuperar, fazendo 6/3 e empatando o jogo em um set.

Na série decisiva, Guga teve chances de quebrar o serviço de Sampras no primeiro game, não conseguiu e foi Sampras quem ameaçou o brasileiro, em seguida, com quatro break points. Guga conseguiu se salvar e no 4/4, quebrou o saque de Sampras, só precisando sacar para garantir a vaga na final. Mas, momentos de tensão tomaram conta do Pavilhão Atlântico, quando Guga, no 5/4, teve 15/40 no seu serviço. O brasileiro, vibrando muito, reverteu a situação e fechou o jogo com um ace.

Durante a partida, Guga (Banco do Brasil/Diadora/ Head/Globo.com/Motorola) teve 63% de aproveitamento do primeiro serviço, deu 13 aces, fez 3 duplas-faltas, deu 45 winners e 25 erros não forçados.

O técnico Larri Passos, bastante emocionado, disse que foi a vitória do coração. “O Guga aprendeu muito com a final de Miami. Ele aprendeu que tinha que sacar na esquerda do Sampras, por exemplo. A vitória de ontem, sobre o Kafelnikov, que é o cara mais completo do circuito, foi muito importante também,” contou, emocionado Larri. “Fiquei muito emocionado mesmo, com a vitória, com a faixa que vi na quadra, dizendo que os brasileiros se orgulhavam de mim e do Guga e também com o cumprimento que ganhei do Sampras,logo depois do jogo.”

Para a final deste domingo, contra Andre Agassi, Larri disse que seu pupilo não poderá vacilar. “Ele vai ter que ser agressivo, botar o Agassi para correr e fechar a rede de vez em quando.”

Guga e Agassi se enfrentaram na primeira partida, em Lisboa e o norte-americano, atual oitavo colocado na Corrida dos Campeões e no ranking de entradas, venceu por 2 sets a 1, parciais de 4/6 6/4 6/3. Além disso, Guga e Agassi já se enfrentaram outras sete vezes, com três vitórias de Guga.

Com a derrota de Marat Safin, neste sábado, para o norte-americano Andre Agassi, caso Guga vença amanhã, se tornará o jogador número um do mundo.

Esta será a sétima final que Guga disputa na temporada, tendo sido campeão em Roland Garros, Hamburgo, Indianápolis e Santiago e vice-campeão em Miami e Roma.

December 2, 2000

Gustavo Kuerten

Q. A couple of days ago you said that Marat deserves the No. 1 spot. What is your opinion about that right now?

GUSTAVO KUERTEN: The same. I wish I could play him in the final. Unfortunately, he’s not there. I wish I win, but I wish he’s No. 1.

Q. Will you be able to play? You’re okay? Did you have treatment tonight?

GUSTAVO KUERTEN: Yes, good treatment now. I’ve been recovering well. As hard as I play, one, two sets, I start to feel a lot of pain. But tomorrow I going to be able to play for sure. Tough five sets. I don’t know how far I can go, but I’ll try to push myself as far as I can.

Q. How much confidence do you have for tomorrow’s final?

GUSTAVO KUERTEN: A lot. I win three matches in a row. I didn’t expect to be in the final. Tomorrow I will try really surprise and play aggressive. But don’t expect too much thing. Just happy to be there.

Q. You’re Roland Garros champion. You won a Masters Series. You’re in a final now. Why do you think Safin deserves to be No. 1?

GUSTAVO KUERTEN: He won a Grand Slam, too. He won two Masters Championships. He won seven tournaments. As I say, if it was in his hands, it’s well-deserved, you know. It was great competition end of the year, everybody fighting for No. 1. He really did what he need to be. If I win tomorrow, I will be. It’s good. It’s fun. But he could — you know, for sure he could be the No. 1 of the world if I don’t surprise everybody here and win the tournament. That’s what I mean. He well-deserve this spot. For sure, if it stay with him, I’m going to be happy, as well.

Q. Pete has won this tournament five times. He’s one of the greatest indoor players ever. Where do you rank this victory in your career for you?

GUSTAVO KUERTEN: The best. For me was special. He’s a great player. I really admire him. Here I never expect to beat him in situation like this. So for sure it’s top level of happiness, dream and everything for me, you know, it’s happen here.

Q. You sound very pessimistic about tomorrow. Is that because he’s already beaten you here this week?

GUSTAVO KUERTEN: Yes. You know, I don’t feel a hundred percent to run that much that I know I’m going to need tomorrow. But, you know, I’ve been feeling much worse, if you were here in the first day, but you wasn’t. You only come in the final. If I lost, you don’t come. It’s okay (laughter). You would see how bad I was. I was much worse than now. I was feeling very, very bad. Now I’m feeling good, feeling okay. I would say I don’t need to win, I’m happy enough. But let’s see. I will try. I will try for sure and play hard. We’ll see how it’s going to be.

Q. Having heard what you said about Marat and No. 1, but now it’s in your hands. How excited or how nervous does it make you to have that possibility?

GUSTAVO KUERTEN: Again, again (laughter)? Everybody do the same question. It’s nice, it’s good, but it’s not what I’m feeling right now. I feel in this tournament, the situation, it’s great for me. I feel myself out of the tournament after the first match, and now I see myself in the final. I will try to win the match tomorrow as I can with all the energy I have. If I win, I’m going to be No. 1. It’s consequence. But I think only about winning and finding a way to beat Andre tomorrow. I know it’s going to be tough.

Q. Only when you are No. 1 we can talk to you about being No. 1.

GUSTAVO KUERTEN: Yes, hopefully (laughter).

Q. It looked like after the match, he was telling you something nice. Did he tell you anything special?

GUSTAVO KUERTEN: Yes. I think he really felt the way things was going for me, you know, the way I came back during all the competition during the match, the way I was fighting. He give me great support, you know, wish me good time and good luck in the final. He really said it was a good game, he played well, but I played better. He was like satisfied the way he played, too.

Q. The tactics for tomorrow will be quite different from the game of Tuesday when you played against him?

GUSTAVO KUERTEN: I will not tell. If I tell, he’s listen, is going to be bad (laughter). I try to be more aggressive as I was the other match that I play him the first day, try to go for the shots a little bit more.

Q. Do you think Lisbon brings you good luck since you won already a tournament in Portugal?

GUSTAVO KUERTEN: It’s nice to play here, no? Make me feel comfortable. I’m much closer to my country, my people than I normally am playing other countries. It feels as in home. Makes me feel better on court, of course. I can have a lot of support from people, the crowd and everything. It’s nice. It’s not that I always have great results, but I really enjoy. If I don’t play too good, I really enjoy coming here to play.

Q. Can you tell us a bit about the match today? What did you feel today after winning, beating Sampras?

GUSTAVO KUERTEN: It was one of my best victories. I felt a lot of emotion and a lot of happiness. It was very, very special. I’m going to try and live this moment very well till tomorrow and take advantage of these good emotions I’m feeling, inspire myself for tomorrow, try and get these positive feelings and energy to support me in my match tomorrow.

Q. Are you aware of what you’ve done for tennis in Brazil?

GUSTAVO KUERTEN: If I stop and just think about what I’ve done for tennis, I think it’s very important. If I’m going to play Sampras or Agassi, it’s going to be very important for the public there. The important thing now is that I’m in the final. Brazil has never had anybody in the Masters. For me to be in the final is absolutely fabulous for the country. If I was a journalist, if I was a Brazilian journalist, I’d be able to do a whole newspaper on this tournament.

Q. Now that Agassi can’t hear us, what are the tactics for the final?

GUSTAVO KUERTEN: I’m going to try to do everything which I can. I’m going to hit the ball hard. It’s going to have to be a moment which is going to happen tomorrow. The tactic is going to be dependent on the way I feel tomorrow, my emotions. That is what a final involves. I’m going to have to live the moment and decide how I feel in that moment.

Q. What is your message for the Brazilian fans who have big expectations? What is your message?

GUSTAVO KUERTEN: I always try and send my message in the best way, which is showing my determination and what I’m feeling on the court. I know that everybody is going to be looking at the match tomorrow, very nervous, people praying that I win. It’s important. I think that all Brazilians are very happy. People are forgetting their problems back in Brazil. I’m happy and proud to be part of that. I’m going to try and make it a happy day for Brazil tomorrow. Everybody knows what I’m doing there. I’m doing something unique. If I would arrive there tomorrow, even if I lost, everybody would still be very happy with the way I played this week and the way I behaved.

Q. Yesterday after beating Safin, Sampras said he lacked a bit of mental edge. He said you have a better mental factor than Safin. What do you think of that? Do you think you’re stronger psychologically now?

GUSTAVO KUERTEN: Well, I’ve evolved a lot. I’ve grown a lot in that department. I think Safin is only 20 years old. It’s quite good he doesn’t think most of the time because he hits the ball so strong that if he thought, it would be even more dangerous. I think I’m learning to play well with other players, and showing how I can deal with certain problems on the court. I’m getting a lot better on these fast surfaces. It’s really a mental factor to know how to get through tough situations. I think I wasn’t so — I think if I wasn’t so strong mentally, maybe I wouldn’t be able to get to the final, as I did.

Q. You’ve complained about the linesmen. Do you think they have been unfair with you this week?

GUSTAVO KUERTEN: I think it’s difficult. Many balls are quite questionable. I think Sampras and Agassi are the strongest players, the most known players, and sometimes I’ve had situations where I’ve been treated unfairly playing against them because I think if you play a tournament like this in Brazil, if I would play against another player who isn’t Brazilian, maybe I would be favoured there. The name of the player is important when he’s on court. Sometimes we play and don’t see properly.



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Revivendo a semana do Guga em Lisboa Parte III – Vitória surpreendente, em dois sets, sobre Kafelnikov

Depois da vitória sobre o Norman,  quando não sabia muito bem o que esperar do seu próprio corpo e do seu jogo, sem ter tido tempo para treinar, Guga voltou a quadra no dia seguinte no Pavilhão Atlântico, em Lisboa, para enfrentar outro dos seus grandes rivais: Yevgeny Kafelnikov.

Kafelnikov

Era o terceiro confronto entre os dois naquele ano 2000. O primeiro, em Roland Garros, Guga havia vencido em cinco sets e no segundo, nas Olimpíadas de Sidney, a vitória tinha ficado com o russo, em dois sets.

Mas, empolgado com a reviravolta no campeonato, depois de quase ter que abandonar a Masters Cup, Guga venceu mais um jogo. Derrotou Kafelnikov por 6/3 6/4 e avançou pela primeira vez na história para a semifinal da competição, marcando um encontro com Pete Sampras, para o dia seguinte.

Apesar da nova vitória, já começava um pequeno burburinho, mas de fato ninguém começava a imaginar que ele pudesse eventualmente se tornar o número um do mundo e tirar o lugar de Marat Safin.

Safib

Para este post, em vez do texto que escrevi logo após a vitória sobre o Kafelnikov em Portugal, que não consegui encontrar – o único que falta no meu arquivo da temporada inteira – achei algo até mais interessante no meu computador – não me pergunte como – a transcrição oficial da entrevista coletiva, em inglês. Sim, em inglês. Apesar do jogo ter sido em um país de língua portuguesa, as transcrições só existiam – e ainda é assim hoje, com exceção de Roland Garros que tem transcrição em francês também – para as perguntas e respostas em inglês.

“Eu quero fazer mais história para a minha carreira e para o Brasil” – Guga

December 1, 2000

Gustavo Kuerten

LISBON, PORTUGAL

MODERATOR: Questions for Gustavo.

Q. Can you give us a status on your physical condition, how you are and how you were feeling on court?

GUSTAVO KUERTEN: Well, I think, you know, it’s been the same the last few days. I having pain and I having some troubles to move sometimes. But it’s not affecting my performance on court. Everybody see I can play well and I still can compete against the guys. I think I’m going to be almost the same tomorrow. I can have the same performance as today and some chance to have a good match.

Q. It looked like you played maybe one of the best indoor matches – maybe the best. What’s your assessment of how well you played today?

GUSTAVO KUERTEN: I was very excited, playing great tennis. Like I said before, maybe I playing best tennis ever in my life. I feel like doing every shot, doesn’t matter, I’m doing the right shot. It’s a great feeling, you know. I know how I am. I know my body’s not feeling the best way I would like to. But I’m feeling the ball very well. I’m doing with my mind a lot of pleasure with what I’m doing now. Things are working. I having luck. When I need it, I get some net shots, breaks that I didn’t got in first match. Semifinal, I lost in Paris, too. I think it’s coming for my side a little bit at this part of the year. Luckily, keep it the same way tomorrow.

Q. Aren’t you somewhere afraid that playing, in spite of the injury, can make it worse for maybe the next month or two months, for Australia?

GUSTAVO KUERTEN: Well, I not really seeing like that. As they say, I have some trouble, but it’s not that if I play, it can cause me a really mess. I’m having a great mind approach, too. I’m seeing always thinking positive. This is helping a lot my recover. Every day, even I’m playing, I’m getting here a little bit better, so that’s great. Everybody satisfied with the way my body’s responding.

Q. It seems you have a great relationship with the Portuguese public. Seems like you’re playing at home. Was that important?

GUSTAVO KUERTEN: Yes, it’s very, very important. For me, a match like this, it’s very important to be motivated by the public. It was a factor which elevated my level of play. I really like to play in these conditions. At important times of the match, it really makes me play better.

Q. Were you upset with the foot fault that the line judge gave you in the second set?

GUSTAVO KUERTEN: No. Well, it’s a bit strange. It’s the first time I was foot faulted. It’s such a difficult thing to say. I think that the line judge has to be very careful with how he calls them.

Q. How do you see your match with Sampras tomorrow?

GUSTAVO KUERTEN: I’m not too worried about it. I’ve reached the semifinal, which I wasn’t expecting. It’s an historic feat for me and for Brazil. I’m going to play against Sampras, who I consider the best player of all time. It’s a very special occasion. Tomorrow I’m going to be very motivated and I’m going to fight a lot. I know that we both have equal chances.

Q. The fact that you can still mathematically reach the top of the ranking, does that worry you?

GUSTAVO KUERTEN: No, I’m not too worried about that, especially after my first defeat here. I’ve tried to forget those things. I’m trying to worry about the things which I really need, which I need to do to win matches and play well. I think that Safin deserves to be the No. 1 Player of the Year. I think he’s played the best now also at the end of the year. He deserves to win. If I manage to pass him, it’s going to be an absolute miracle. I think that the No. 1 spot will be in good hands. I just have to take notice of this fantastic moment. It’s one of the most happy moments of my career.

Q. You are a very emotional player. Do you really live each moment with a lot of sentiment?

GUSTAVO KUERTEN: Yes, without a doubt – not only on the court, but also outside. Life is full of emotions. I try to live it with the most emotion possible. I do a bit of everything. I cry, I laugh. I try to live it to the most.

Q. Sampras also played with an injury in Wimbledon, and he won. Do you think it’s going to happen to you here also?

GUSTAVO KUERTEN: It’s difficult to say that I’m going to win here. I would prefer to have no injury. I think I could be having a better performance. I think I could play a bit better than I am playing. I’ve been able to deal with my injury. The psychological part is very important, even due to my physical limitations.

Q. Can you tell us a bit about what’s going to happen tomorrow before the match?

GUSTAVO KUERTEN: I’m going to rest a lot. I’m going to try and practice 30 minutes or 40 minutes before the match. I’m going to try and take advantage of this good moment I’m going through. Everybody has their antennas connected here to the pavilion. I think there’s going to be a lot of pressure. The last two days, everything has been my way. I’m going to try to use that to the full advantage tomorrow and be very positive. I’m going to get ready well for the match. I’m thinking that I’m going to make a bit more of history for Brazil – and my career. I have to risk a lot. I know he’s sufficiently good to beat me, and vice versa. I know that the match is going to be very tight. I’m really going to enjoy this moment.

Q. Do you think you’re going to risk a lot tomorrow and play aggressive?

GUSTAVO KUERTEN: I’ve never felt such pleasure in hitting the ball with strength, unleashing my power. I’m in condition to hit the ball well. I’m focused to play the best I can. Things are going the right way. I managed to work on various problems and overcome many obstacles. It’s going to be a big match tomorrow. It’s going to be a very special moment for me tomorrow. It’s the first time I’m in the semifinals of the Masters.

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Federer é campeão do ATP World Finals. Dez anos atrás era o Guga

Federer é pentacampeão da Masters Cup, agora ATP World Finals. Derrotou Rafael Nadal na final deste ano, na O2 Arena, in London, por 6/3 3/6 6/1 e encerrou a temporada com um título importante, assim como começou, vencendo o Australian Open.

Federer creditou o título ao novo técnico Paul Annacone e disse que arriscou jogando cinco torneios em sete semanas, que estava cansado, mas que em 20 anos não se lembraria do cansaço e sim dos títulos que venceu.

A colocação de Federer é perfeita.

Essa época de Masters Cup é sempre um pouco nostálgica para mim. Não tem como não lembrar daquela semana inspirada de Guga em Lisboa, 10 anos atrás, vencendo Pete Sampras e Andre Agassi na sequência para vencer o campeonato e chegar ao topo do ranking mundial. Não tem como não ficar relembrando cada momento, nesta época, tendo vivido de perto tudo aquilo.

Como o calendário naquela época era ainda mais longo, esta semana começaria amanhã para o Guga.

Por isso, os próximos dias deste blog serão dedicados a relembrar cada momento daquela semana mágica em Portugal.

Para começar, reproduzo a materia que escrevi para edição 109 da Tennis View, em que relembro a temporada do ano 2000 de Guga.

Somente ao escrevê-la é que eu tive noção de quanto ele jogou e viajou naquele ano. Muito mais do que Federer jogou nas últimas semanas, mas com certeza, o Guga não fica lembrando do cansaço e de quantas semanas ele ficou fora de casa. O que está e ficará para sempre são os títulos especiais que ele conquistou no ano 2000, culminando com o Masters.

Uma viagem pela temporada de Guga

Dez anos atrás o circuito mundial de tênis era dominado por um brasileiro.

Essas palavras, às vezes, parecem ter saído de um sonho, mesmo para nós que acompanhamos cada vitória daquela trajetória.

Mas, foi real. Um brasileiro ganhou Roland Garros três vezes, venceu Masters 1000 e chegou ao topo do ranking mundial.

Não só alcançou o lugar mais alto do ranking, como terminou uma temporada como o melhor do mundo, fato inédito para um sul-americano, ao vencer a Masters Cup de Lisboa – hoje o Masters – e depois de ter ganhado de Pete Sampras e Andre Agassi, na sequência. Feito que só ele na história do tênis atingiu.

Dez anos atrás, o mundo do tênis se curvava a Gustavo Kuerten.

A vitória sobre Andre Agassi, em Lisboa, por 6/4 6/4 6/4, encerrou uma temporada mágica para Guga. Uma, que como ele costuma dizer que “nem nos meus melhores sonhos poderia imaginar que conquistaria tanto.”

Para comemorar esse momento e o dia 04 de dezembro, em que viu seu nome no primeiro posto do ranking mundial, pela primeira vez, Guga jogará uma exibição com Agassi, no Maracanãzinho, no dia 11 de dezembro deste ano.

Tennis View, para homenagear o eterno número um e mostrar, relemebrando a história, que o Brasil já teve o melhor do mundo, vamos fazer uma retrospectiva da temporada que levou Gustavo Kuerten ao auge da sua carreira.

Guga começou o ano 2000 como o 5º colocado no ranking mundial.

Perdeu nas estreias dos ATPs de Sidney e do Australian Open, para os espanhóis Francisco Clavet e Albert Portas.

Logo depois venceu o francês Jerome Golmard, na Copa Davis, em Florianópolis e perdeu para Nicolas Escude, quando já não valia mais nada.

Foi à Cidade do México, com o ranking na 6ª posição, jogar o ATP local e depois de ganhar de Gaston Etlis na estreia, perdeu para Juan Ignacio Chela.

A temporada começou a tomar o rumo de um ano vitorioso no torneio seguinte, o ATP de Santiago, em que foi campeão de simples, sem perder um set, e duplas.

Guga e Antônio Prieto - campeões em Santiago

Ganhou, na sequência de Jean Rene Lisnard, Orlin Stanoytchev, Agustin Calleri e Mariano Puerta.

Nas duplas, ganhou o troféu ao lado de Antonio Prieto, vencendo Lan Bale e Pietr Norval.

De volta à 5ª posição no ranking, foi até a semifinal do ATP de Bogotá, derrotando Sergi Brugera, Sebastian Prieto, Markus Hantschk e perdendo para Puerta.

A breve temporada norte-americana de quadras rápidas (6º no ranking) foi marcada pela derrota na segunda rodada em Indian Wells (venceu Justin Gimelstob na estreia), para Tommy Haas e pelo vice-campeonato em Miami.

Guga, vice em Miami

A campanha em Key Biscayne começou com Guga tendo que salvar match point contra Arnaud Clement na estreia. Depois ganhou de Goran Ivanisevic, Gianluca Pozzi, Wayne Ferreira, Andre Agassi, o número um do mundo na época e perdeu uma das mais marcantes decisões da carreira, para Pete Sampras.

Sem tempo para comemorar a chegada à final em Miami, o brasileiro, novamente no 5º posto da ATP, voou no mesmo dia para o Rio de Janeiro, para defender o Brasil na Copa Davis, contra a Eslováquia. Ganhou de Karol Kucera, mas não resistiu a Dominik Hrbaty. Fernando Meligeni acabou fechando o confronto e colocando o Brasil na semifinal da competição.

Guga- Brasil na semi da Davis

Com a sua melhor posição na temporada, a quarta, Guga foi a Monte Carlo e perdeu para Kucera na estreia.

Ficou treinando e com dois lugares atrás no ranking foi para a Itália. Derrotou, na sequência, em Roma, Golmard, Mark Philippoussis, Younes El Aynaoui, Albert Costa, Alex Corretja e só parou na final diante de Magnus Norman.

Próximo destino: Hamburgo.

A primeira vitória na Alemanha, com o ranking na 7ª posição, foi sobre Karim Alami. Em seguida, ele derrotou Sebastien Grosjean, Wayne Ferreira, Norman, Andrei Pavel e em uma emocionante final, de mais de quatro horas, Marat Safin na final.

Era o segundo título da temporada.

De volta ao seu torneio favorito, Guga disputava Roland Garros como o quinto do mundo e cabeça-de-chave cinco. Arrasou Andreas Vinciguerra na estreia, perdendo só três games. Não deu chances a Marcelo Charpentier, na segunda rodada. Ganhou de Michael Chang, que se despedia das quadras, na terceira fase e eliminou o amigo Nicolas Lapentti nas oitavas-de-final. Depois de estar perdendo por 2 sets a 1 para Yevgeny Kafelnikov virou e avançou à semifinal. O mesmo aconteceu contra Juan Carlos Ferrero e Guga estava em mais uma decisão de Roland Garros.

Guga bi em Roland Garros

O adversário era um de seus grandes rivais da temporada: Norman. Depois de onze match points, o brasileiro erguia o seu segundo título em Paris e o terceiro da temporada.

Depois de surgir no quarto lugar do ranking e com dreadlocks em Wimbledon, alcançando a terceira rodada na Inglaterra (venceu Chris Woodruff e Justin Bower, perdendo para o alemão Alexandre Popp), Guga foi para a Austrália, defender o Brasil na Copa Davis. Perdeu para Patrick Rafter e viajou para a América do Norte.

Ganhou da Arnaud di Pasquale an estreia em Toronto, mas perdeu para o local Sebastien Laureau na segunda rodada.

Em Cincinnati, estreou derrotando Jerome Golmard e depois passou por Gianluca Pozzi, Stefan Koubek e Todd Martin, para alcançar a semifinal do Masters 1000 do meio-oeste americano. Perdeu uma disputada semifinal, no tie-break do terceiro set para Tim Henman.

Começou a campanha no hoje extinto torneio de Indianápolis com o seu melhor ranking, o 2º e com  vitória sobre Todd Woodbridge. Depois a vítima foi Taylor Dent, seguida por Wayne Ferreira, Lleyton Hewitt e por fim o russo Marat Safin.

Era o primeiro troféu de Guga em quadras rápidas e o quarto do ano 2000.

O bom momento parou em Wayne Arthurs, na estreia do US Open, em que perdeu no tie-break do quarto set.

Nova viagem a Austrália levou Guga às Olimpíadas de Sidney, em que, na 3ª posição na ATP, começou vencendo Christophe Pognon, Rainer Schuettler e Ivan Ljubicic, para chegar às quartas-de-final em que foi parado por Kafelnikov.

A temporada continuou na Ásia, com as quartas-de-final nos ATPs de Hong Kong e Tóquio. Ganhou de Vincent Spadea e Sargis Sargsian, perdendo para Rafter no primeiro torneio. Superou Nicolas Massu e Andrea Gaudenzi no Japão, perdendo para Hrbaty.

Da Ásia, a longa temporada de Guga, seguiu para a Europa, com uma vitória sobre Nicolas Escude em Stuttgart – indoor – e derrota para Grosjean.

Em Lyon, com uma breve volta ao segundo lugar no ranking, nova derrota para Rafter nas quartas-de-final, depois de ter vencido Pavel e Michael Llodra.

O último Masters 1000 do ano, em Paris, viu Guga, 3º da ATP, vencer Woodruff, Rafter e Albert Costa, só parando na semifinal diante de Philippoussis.

O brasileiro chegava ao último torneio do ano, a Masters Cup, em Lisboa, com poucas chances matemáticas de ascender ao topo do ranking mundial. Marat Safin, 75 pontos na frente de Guga, então número um, era o favorito para terminar o ano como tal.

Os oito melhores da temporada foram divididos em dois grupos. Safin, Sampras, Hewitt e Corretja estavam no vermelho e Guga, Agassi, Kafelnikov e Norman, no verde.

O desenrolar da semana em Portugal, continuam nos próximos posts.

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Carlos Moyá, lembranças de 1997, ano que também transformou a sua carreira

A aposentadoria de Carlos Moyá, anunciada por ele ontem, em uma coletiva de imprensa, em Madrid, não pegou ninguém de surpresa. O espanhol pouco jogou nesta temporada, está com 34 anos de idade e nunca conseguiu se recuperar de uma lesão no pé, como ele mesmo afirmou.

Há dois anos ele vinha sofrendo ainda mais com a artrose e resolveu operar, no ano passado, buscando uma melhora para poder continuar competindo.

A cirurgia não trouxe o resultado esperado, trouxe efeitos colaterais e depois de muito relutar ele teve que optar por deixar as quadras da ATP.

página da Tennis View de 97, com a entrevista de Moyá (desculpem a falha, a foto dele saiu virada mesmo)

Ontem depois de ler algumas notícias sobre a coletiva dele em Madrid, fiquei pensando quando tinha ouvido falar do Moyá pela primeira vez.

Lembro dele ter ganhado o ATP de Buenos Aires em 1995, mas tenho claro na minha mente a ascensão dele em 1997, quando chegou à final do Australian Open.

Não sei porque mas aquilo marcou. Lembro da vitória sobre o Becker na primeira rodada, sobre o Chang na semi e o burburinho que se formou quando ele chegou à final. Não resistiu a Sampras na decisão, mas aquele verão australiano do mesmo 1997 que transformou a carreira de Guga, transformou a do espanhol.

E buscando ainda mais fundo na minha cabeça, tinha uma certa lembrança de que ele tinha sido o nosso entrevistado número dois da Tennis View, depois do Guga ter inaugurado a primeira edição da revista, dois meses antes.

Logo que cheguei hoje ao escritório fui abrir nosso livro de arquivos de todas as Tennis View e me deparei com a entrevista de Moyá na nossa segunda edição.

Não me pergunte como entrevistamos a sensação do momento na época, porque não me lembro.

Foi por telefone, mas valeu e as respostas estão bem interessantes.

Já naquela época havia 14 espanhóis entre os top 100. A resposta de Moyá para o sucesso era de que havia muitos torneios satélites na Espanha – os Futures de hoje – e os tenistas não tinham que sair do País para marcar pontos no ranking mundial. Além disso o programa da Federação Espanhola ajudava muito.

Na entrevista ele ainda parecia assustado com a repentina fama, fato que ele mesmo confirmou na sua conferência de despedida.

Assisti um vídeo da entrevista dele ontem e quando perguntaram qual o momento que mudou a sua carreira ele nem precisou pensar muito.

“O Australian Open, em 1997, foi o que mais impactou a minha carreira. Eu era conhecido no meio do tênis na Espanha, tinha ganhando alguns torneios e de repente saí de Mallorca par air para Austrália, fui vice-campeão em Sidney e fui à final do Australian Open, em quadra rápida.

Todo mundo falava que eu podia jogar bem na rápida, mas até você ir lá e realmente vencer é diferente.

Comecei bem com a final em Sidney, aí fui lá e ganhei do Becker em cinco sets.

De repente fui ganhando mais jogos e as minhas quadras de treino começaram a ficar cheias de gente assistindo, querendo tirar foto. Parecia que estava sonhando acordado.
Depois de ter chegado à final, quando volto para a Espanha, todo mundo estava no aeroporto me esperando. Não podia acreditar.

Para mim, tudo começou na Austrália, não só a popularidade, mas o meu tênis também.”

httpv://www.youtube.com/watch?v=L5YiC5Oj1l4

Lendo algumas matérias nos jornais espanhóis como o ABC, El País, Marca, o tio e técnico de Rafael Nadal, Toni é enfático ao dizer que foi Moyá que fez os espanhóis acreditarem que podiam jogar bem na quadra rápida. Antes só jogavam no saibro.

Foi Moyá também, o primeiro espanhol, muitos anos antes de Rafael Nadal, a chegar ao topo do ranking mundial, em 1999, ao derrotar Gustavo Kuerten na semifinal do Masters 1000 de Indian Wells.

A carreira de Guga e Moyá, nessa época, corriam lado a lado.

Guga ganhou Roland Garros em 1997, Moyá em 1998. O espanhol foi vice-campeão do Masters em 1998, Guga foi campeão no ano 2000.

Os dois travaram belos embates no circuito. Guga derrotou-o na final, na casa dele, em Mallorca, em 1998. Moyá já tinha vindo ao Brasil naquele ano, e perdido para Guga em Porto Alegre na Copa Davis.

No ano seguinte, Guga venceu o espanhol mais uma vez na Davis, em Lérida.

Moyá foi campeão em Monte Carlo em 1998; Guga em 1999.

Depois, no ano 2000, a carreira de Guga deslanchou, vencendo o Masters e mais dois Roland Garros. Moyá teve altos e baixos e continuou no circuito, surpreendendo quando conseguia e se mantendo ativo e vencendo títulos.

Assim como o amigo Guga, encerrou a carreira por lesão e com os mesmos números de títulos que o brasileiro: 20 (não são iguais em números de Grand Slams e Masters).

Outro momento marcante que Moyá destaca, além de Roland Garros, foi a vitória na Copa Davis, em Sevilla, em que também foi capa da Tennis View, em dezembro de 2004.

Ele ainda vai jogar o Masters ESpanhol no fim do ano e a Copa Peugeot Argentina, em Buenos Aires, cidade onde conquistou seu primeiro título, em 1995.

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And the 2010 US Open winner is… Rafael Nadal. Mais um latino triunfa na América

Fiquei olhando ontem à noite a cena de Nadal erguendo o troféu de campeão do US Open, completando o Grand Slam olímpico, derrotando Novak Djokovic no Arthur Ashe Stadium, in New York City, aos 24 anos de idade e uma das coisas que mais me chamou atenção foi ver as bandeiras americanas no fundo da sua imagem com o US Open trophy.

É uma cena que não estamos acostumados a ver, um latino sendo campeão in America. Acho que por isso pareceu estranho.

Difícil encontrar povo mais patriota do que os americanos, povo que “plede allegiance to the United States of America,”  todos os dias na escola, desde pequenos, que canta o hino com uma frequência inacreditável e pelo segundo ano seguido foi um latino que posou para a foto de campeão com as bandeiras americanas no fundo.

Ver Roger Federer nesta cena não parecia estranho. Era algo natural.

Talvez ver o Nadal lá na frente, erguendo de fato o troféu de campeão, tenha sido diferente porque há poucos anos não imaginávamos ver o espanhol conquistar o Grand Slam e a medalha de ouro olímpico em tão pouco tempo.

Ele já tem 9 Grand Slams – 5 Roland Garros, 2 Wimbledons, um Australian Open, um US Open e a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Beijing – e tem apenas 24 anos.

Acho que nem ele se deu conta do feito. A felicidade do espanhol era tamanha, mas por vencer o US Open.

Federer quando completou o Grand Slam no ano passado, tinha real noção da importância do momento.

Nadal, estava curtindo a vitória na América.

Transcrevo aqui dois trechos da entrevista coletiva do “mallorquín,” que não perde a humildade, a educação e o jeito de bom moço, não importa quantos torneios continue ganhando, em que ele deixa transparecer que o importante foi ganhar o US Open. O feito histórico, ele vai apreciar depois.

Parabéns, Rafa.

“You know, I still 24.  I have, I know, for me, it’s a dream have the career Grand Slam, but this is more dream have the US Open.  Is some moments unbelievable feeling because ‑‑ I worked a lot all my life, in all difficult moments to be here, but I never imagined have the four Grand Slams.”

“Sure, to win in here in the US Open I think is the more difficult tournament for me to play, more difficult conditions to adapt, to adjust my game on this court, for the balls, for the court, for everything, no? “

E antes de me despedir do 2010 US Open, deixo aqui alguns dados impressionantes do Nadal

–      Completou o career Grand Slam ao derrotar Novak Djokovic por 6/4 5/7 6/4 6/2

–      O US Open foi o 9º título de Grand Slam da carreira

–      É o 7º tenista da história a completar o Grand Slam

–      É o 3º tenista mais jovem a completar o Grand Slam, com 24 anos de idade, atrás apenas de Rod Laver e Don Budge.

–      É o 4º tenista da história a vencer Roland Garros, Wimbledon e US Open no mesmo ano. Os outros foram Laver, Trabert e Budge.

–      É o 7º da história com maior número de títulos de Grand Slam. Está atrás de Federer, Sampras, Emerson, Laver, Borg e Tilden.

(fotos de Cynthia Lum)

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A very special evening with Andre Agassi in NYC

A special evening with Andre Agassi.

Andre Agassi to “Open” up to public in New York City.

Era isso que estava escrito no email que recebi há pouco mais de um mês.

Detalhes diziam que Agassi estaria no Town Hall de NYC, para um evento único – once in a lifetime -, na época do US Open, para um real time talk show com o jornalista esportivo Rick Reilly, uma sessão de perguntas e respostas com o público e logo após, um coquetel, para um número limitado de pessoas.

Ingressos estavam à venda no Ticketmaster.

Vim para NYC com esse evento na minha cabeça e pensando que deveria ser interessante presenciar o lançamento do livro “Open”, que tanta controvérsia gerou – e que eu adorei ler, colocando como uma das melhores autobiografias que já li em minha vida – em paper back.

capa do livro Open em paperback

Como o evento foi promovido pelo Tennis Channel, ontem, recebi um convite para ir ao Town Hall e participar da special evening com Andre Agassi.

Por isso perdi os jogos de Bellucci e Mello no US Open, nesta quinta e só quando cheguei de volta ao hotel, depois da meia-noite, do Town Hall, que fiquei sabendo da derrota de ambos.
Valeu a pena ter ido ao Town Hall e visto Andre Agassi falar da sua obra prima com J R Moehringer e contar ainda mais detalhes da sua vida e carreira.

Tudo muito bem organizado, como sempre fazem os americanos.

O evento começou às 20h15. Primeiro entrou o apresentador, Rick Reilly e logo depois, ovacionado com o público de pé, Andre Agassi.


A primeira pergunta que Reilly fez foi porque Agassi resolveu escrever o livro e contar tudo o que contou. Muita gente já tinha me perguntado e eu mesma havia me questionado.

De tudo que ele falou ficou claro que os três anos que ele levou escrevendo o livro com o “Pullitzer Prizer winner,” J R Moehringer foram anos de terapia, em que ele conseguiu se conhecer melhor, conhecer quem era o verdadeiro Andre Agassi.

“É a jornada da minha vida que coloco no livro e foi um prazer poder parar e refletir em tudo o que aconteceu comigo e espero que quando uma pessoa termine o livro ela possa fechá-lo e refletir sobre o que aprendeu sobre ela.”

Agassi falou e respondeu perguntas por quase duas horas.

Contou coisas que já tinha lido no livro e revelou outras.

Bem humorado, chegou até a imitar o saque de Boris Becker e explicou como fazia para identificar de fato, através da posição da lingual, onde o alemão ia sacar. “Ele ficava enlouquecido quando eu ganhava dele. Adorava voltar para o vestiário e ficar assitindo as entrevistas coletivas dele. Um dia ele foi à loucura e falou: parece que ele lê a minha mente. A minha vontade era falar, não é a sua mente, é sua língua.”

Agassi tentando explicar como Becker posicionava sua língua ao sacar

Piadinhas deixadas de lado, Agassi disse que seu pai, a quem ele faz severas críticas no livro, não leu o livro e não lerá. “Liguei para ele assim que o livro saiu e falei para ele não se preocupar com o que estava saindo na imprensa, que muita coisa estava pela metade. Ele disse que não leria o livro, que já tinha 80 anos e não ia se preocupar com isso, mas que se tivesse que começar tudo de novo comigo o faria, só que não no tênis, no baseball ou no golfe para eu ter uma carreira mais longa e ganhar mais dinheiro.”

Ficou claro também no bate papo com o tenista que ele tentou mostrar o que realmente aconteceu com ele desde que seu pai o fazia bater de 3 a 4 mil bolas por dia saídas do Dragon até o fim da sua carreira.

“Eu era uma criança e sentia todo o peso nas costas de carregar os sonhos do meu pai. Ele chegou do Irã e tinha na cabeça que um dos seus filhos viveria o American Dream. Eu era o mais novo e só restava eu com essa chance.”

O casamento que não deu certo com Brooke Shields também foi tema da conversa. Agassi não sabe se a ex-mulher leu o livro e revelou que Steffi e Brooke nunca se encontraram, mas que uma vez quando Brooke ligou para ele e Steffi atendeu o telefone ele resolveu mudar o número de telefone da casa.

“Eu não sabia quem eu era naquela época – do casamento com Shields – como ia me casar? Não recomendo a ninguém essa experiência.”

Sobre a atual esposa, Steffi Graf, ele contou que sempre teva fascinação por coisas que ele não podia controlar ou não sabia como ou quem eram e que desde sempre tinha curiosidade de conhecer a pessoa Steffi Graf.

Do tênis atual, Agassi foi só elogios para Roger Federer. Disse que se ele tivesse que enfrentar o suíço no seu melhor, as pessoas iriam perguntar porque o tênis americano vai tão mal e que com Sampras, caso enfrentasse Federer, aconteceria o mesmo.

“O tênis muda e é possível que apareça alguém especial, mas nós presenciamos com o Federer algo fora do normal. Se um jogador tem um ou dois golpes que o colocam num nível acima do resto ele já é incrível. O Federer tem umas cinco armas assim.”

Agassi também comentou sobre o episódio com Pete Sampras e voltou a dizer que o conterrâneo era a sua antitítese. Mais do que isso afirmou que o que mais o chateou quando escrevia o livro foi o fato de perceber que não conhecia nada do seu maior rival. Mas, não deixou de enaltecê-lo e dizer que sua carreira não teria sido a mesma sem ele.

Já é tarde e amanhã tenho que acordar muito cedo.

Não vou conseguir baixar as fotos aqui pois o leitor do cartão da máquina ficou na sala de imprensa, no US Open.

Mas, antes de terminar, fica mais uma coisa que ele contou no Town Hall.

A filha Jazz está jogando tênis duas vezes por semana, apesar dele e Steffi não quererem que ela siga a carreira de tenista profissional – mas apoiarão caso seja a escolha da pequena – e que Jaden é adepto do baseball e que pratica o esporte diariamente. “Mas eu nunca o empurro para jogar baseball. Ele vem me pedir, depois de fazer a homework, para que a gente vá ao parque jogar.”

Só pelo que escrevi aqui já deu para ver que foi uma very special evening with Andre Agassi.

Antes de deixar o New York City Town Hall Agassi autografou alguns livros. A fila era grande e ele pacientemente atendeu todos os pedidos – detalhe, para evitar confusão e dar a chance a todos de terem o exemplar de Open autografado,  ele só assinava o livro e não tirava fotos com os fãs. Repare como ele olha no olho da pessoa para quem está autogrande o livro.

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