Nem Serena, nem Maria, nem Victoria. As três companhias de Agnieszka Radwanska nas semifinais de Wimbledon não são a 1ª, 2ª 3 ªs colocadas no ranking mundial, e também não estão no top 10. Mas, Sabine, Marion e Kirsten superaram as adversadides do talvez mais estranho Wimbledon da história e o Grand Slam britânico terá agora uma nova campeã.
Vice-campeã no ano passado, a polonesa Agnieszka Radwanska, 4ª colocada na WTA, foi a única que conseguiu espantar completamente a zebra em Wimbledon. É a única top 10 entre as quatro semifinalistas e ao lado de Marion Bartoli a única a já ter disputado uma final de Grand Slam, em Wimbledon, como a francesa.
Com a vitória sobre Na Li, nesta terça, Radwanska garantiu que haverá uma nova campeã de Grand Slam no sábado – a chinesa era a única campeã (Roland Garros) entre as oito quadrifinalistas e – que a Polônia terá dois tenistas nas semifinais de Wimbledon, um entre as mulheres e outro que sairá do jogo entre Jerzy Janowicz e Lukasz Kubot, que se enfrentam na quarta.
A adversária de Radwanska em busca da segunda final seguida no All England Lawn Tennis Club é a alemã Sabine Lisicki, a primeira a garantir vaga na semi, depois de ganhar hoje de Kaia Kanepi. Lisicki também foi uma das raras tenistas, inclusive entre os homens, a vencer um grande jogador e conseguir se manter viva no torneio. Ela ganhou da número um do mundo e detentora do título, Serena Williams, nas oitavas-de-final. Sempre sorridente e com um saque poderoso, a alemã, 24ª na WTA, semifinalista também em 2011 com um wild card, conquistou o público londrino.
Mario Bartoli, desacreditada depois de um fraco desempenho na temporada de saibro e das desistências em Birmingham e Eastbourne, sem falar nas diversas trocas de técnico nos últimos meses e as idas e vindas com o pai, Walter, seu treinador até então, parece que se encontrou.
Pegou o ex-sparring de Bernard Tomic, Thomas Drouet, o que apanhou do pai do australiano em Madri, para viajar com ela e está contando com o apoio de toda a Federação Francesa de Tênis, especialmente de Amelie Mauresmo, que já campeã em Wimbledon.
“Parece que estou na Fed Cup,”disse outro dia a tenista francesa, que não jogava a competição entre nações devido a problemas de relacionamento com a FFT.
Sorridente e com um tênis de altíssimo nível, Bartoli, hoje 15ª colocada na WTA, derrotou Sloane Stephens, a novata americana e enfrentará, na busca por uma vaga, pela segunda vez na final do torneio de tênis mais importante do mundo, a maior surpresa da competição feminina, a belga Kirsten Flipkens.
Confesso que sempre ouvi falar mais de Flipkens através de Kim Clijsters, sempre apoiando a compatriota, do que pelos resultados da semifinalista mesmo.
Um ano atrás ela estava fora do qualifying de Wimbledon – era a 226ª na WTA e mais curioso, há 10 anos era a campeã juvenil do Grand Slam britânico e do US Open, ganhando nas competições de Anna Chakvetadze e Michaela Krajicek.
Com lesões frequentes, especialmente nas costas e com uma carreira dada por terminada pelos médicos, ela conseguiu superar as mais complicadas adversidades e nas últimas semanas, as adversárias. Foi vice-campeã do WTA de s’Hertogenbosch, antes de Wimbledon começar e hoje ganhou da campeã de 2011, Petra Kvitova para disputar a sua primeira semifinal de Grand Slam. Aliás, o melhor resultado de Flipkens, 20ª na WTA, em um Grand Slam, havia sido as oitavas-de-final neste Australian Open. Antes disso, a 3ª rodada em Wimbledon e no US Open, em 2009. Ela chegou a ficar 2007 e 2008 inteirinhos praticamente sem jogar.
E agora, como disse a própria Kvitova, após a derrota “é imprevisível. É o Grand Slam mais estranho de todos os tempos.”