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In a Harvard State of Mind..

Sei que o Brasil Open começa nesta segunda-feira e a partir de terça estarei no Ibirapuera. Mas, ainda estou num “Harvard State of Mind.”

Desembarquei agora há pouco vinda de uma das mais importantes universidades do mundo, a de Harvard.

Não fui lá para visitar a universidade e nem para fazer um curso. Pode parecer até história da carochinha, mas fui lá para palestrar. Eu e minha amiga e parceira Jackie de Botton, com quem venho trabalhando há um ano, desde a indicação do “Lixo Extraordinário” ao Oscar.

Fomos convidadas pela pesquisadora de Harvard, Carolina Larriera, economista que trabalhou durante 10 anos na ONU e em uma visita ao Rio, em setembro do ano passado, conheceu o nosso trabalho da “Rede Extraordinária.”

Fazer comparações entre Harvard e um Grand Slam seria muita discrepância. Claro que se quiseremos fazer uma associação, sempre é possível. Afinal, Jorge Paulo Lemann se formou e jogou tênis por Harvard. James Blake também estudou por lá.

Mas, uma sensação que tive por lá que me remeteu ao tênis foi a da imponência da universidade e de seus prédios grandiosos e históricos. É como entrar em Wimbledon pela primeira vez. Você fica admirado, olhando aquilo tudo, sentindo estar num lugar especial e mesmo que muito grande e com muitas pessoas, há uma espécie de paz que paira no ar. Ao caminhar e conviver com os estudantes, de graduação, pós, mestrado, doutorado, de todos os tipos, há também aquela certeza de estar entre pessoas especiais. Cada um diferente de outro, mas que assim como um em um Grand Slam, conquistou merecidamente o seu lugar para estar lá.

Foi essa sensação que eu e a Jackie tivemos ao subir no palco da Harvard University, depois da exibição do Lixo Extraordinário, num auditório completamente lotado e com Tião Santos, sermos ovacionadas.

Fomos para lá com a missão de explicar para os acadêmicos tudo o que vivenciamos nos últimos 12 meses em termos de reciclagem no Brasil.

 

Conseguimos mostrar, através do elemento humano, com fatos e números a situação da reciclagem no país, desde o catador até chegar na indústria. Acho que isso fez uma grande diferença para o sucesso da nossa apresentação em um mundo acadêmico. Não importa quantas horas, meses e anos de estudo se faça, se não houver o elemento humano. Foi isso que nos levou a Harvard, essa experiência de trabalhar com todas as pontas da reciclagem e conhecer de perto a realidade, através catador que até hoje é quem faz, com as mãos, 90% do trabalho de reciclagem.

 

Neste último ano eu e a Jackie transformamos Tião Santos no rosto da campanha “Cada Garrafa Tem Uma História,” da Coca-Cola, impactou diretamente a vida de 90 catadores e indiretamente um número extraordinariamente maior.

Com a “Rede Extraordinária,” houve o início de um trabalho de reinserção dos mesmos na sociedade, dando dignidade e crédito, enviando-os para palestras remuneradas sobre reciclagem e sustentabilidade Brasil afora; fazendo a Coleta Seletiva com os catadores, em grandes eventos; parcerias estratégicas com órgãos e instituições relevantes  e dando visibilidade ao importante trabalho que eles fazem há mais de 40 anos. Foram mais de 50 eventos e projetos em que os catadores eram o destaque.

 

Durante este período, nos aprofundamos na questão da cadeia completa da reciclagem no Brasil e após um ano trabalhando diretamente com os catadores e as empresas, compreendemos, através da experiência como funciona o mercado da reciclagem no País.

 

Foi um ano extraordinário. Intenso, de muito trabalho, em que como todos vocês sabem, não deixei o tênis, a Tennis View e os eventos esportivos de lado. Agora começa um novo ciclo pós-Harvard, com direito a um stop em São Paulo nesta semana para o Brasil Open!

 

 

 

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Temporada começando já? E Daniel Azulay, tênis, TV, arte, o livro A PORTA, e eu

A temporada 2012 lentamente já está começando, com exibição no mundo árabe, os qualifyings dos primeiros WTAs e ATPs do ano tendo início neste fim de semana e até mesmo o do Aberto de São Paulo. Antes parecia normal toda essa correria e pouco tempo de folga, até mesmo para os fãs, mas hoje, um pouco mais distante do dia-a-dia do circuito, confesso que parece estranho.

Claro que quando a Espanha venceu a Davis e a temporada oficialmente terminou, deu aquela sensação estranha de não ter tênis na TV por umas semanas, mas agora, que já nos acostumamos a checar os resultados on-line o tempo todo e ligar um dos canais esportivos ou streamings para assistir jogos, já parece muito cedo para a temporada recomeçar.

Mas enfim, este nem é o assunto deste post.

Só comecei a escrever sobre o fim / começo da temporada porque hoje, 30 de dezembro, recebi o livro de arte do Daniel Azulay, sim, ele mesmo, o do programa de TV da nossa infância com a turma do lambe-lambe, em que tive a honra de escrever a entrevista de abertura.

E muitos me perguntaram o que ele tem a ver com tudo o que eu faço.

Conheci o Daniel através do tênis. Carioca, ele sempre jogou pelo Country Club do Rio de Janeiro e fez a sua primeira grande exposição depois de voltar das Macabíadas, em Jerusalém, no fim dos anos 60.

Ao longo dos últimos anos nos encontramos em eventos de tênis no Rio. Lembro, ainda em 1998, quando o Guga jogou o Festival de Verão, na Praia de Copacabana, de fazer uma foto deles juntos.

Sem contato próximo, nos víamos de vez em quando e neste ano, quando meu trabalho em outras áreas começou a se expandir, incluindo a arte, passamos a nos encontrar com mais frequência em exposições pela capital carioca.

Há dois meses ele me contatou e me convidou para escrever a entrevista de abertura do livro, que mostra toda a obra do artista Daniel Azulay.

Passei um dia todo entrevistando o ídolo da infância de muita gente e conhecendo, no ateliê dele, todo o vasto trabalho de tão carismática pessoa.

Fiquei surpresa. Não conhecia toda a obra dele, nem detalhes  da técnica, da vasta imaginação e da fantástica liberdade criativa de Azulay.

Foram horas de uma entrevista bate-papo que se converteram em algumas páginas do belo livro A PORTA, da SMS Editora, com introdução e abertura dos mestres Ferreira Gullar e Paulo Klein.

Ganhei um belíssimo presente de final de ano – já não esperava ver o meu primeiro texto em um livro de arte em 2011 –, depois de um mais do que agradável encontro com o artista, que é sempre inspirador.

E hoje, no aniversário de outro mestre, Larri Passos, inspirada no que Daniel Azulay mais “transpira,” encerro o ano no blog com uma frase que ouvia sempre do Larri: ”Joguê tênis todo dia, jogue tênis com alegria.”

Ah e não poderia deixar de reproduzir o poema que abre o livro A PORTA

 

Uma porta de saída e passagem para o sonho nosso de cada dia.

Sempre entreaberta.

Um convite a oar livre

Uma ida aos limites

Da própria imaginação.

Quem quiser, é claro – poderá sempre voltar.

Se achar que vale a pena.

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Uniforme Ralph Lauren dos juízes vale mais de R$ 4500,00 em Wimbledon

Já estava com essa ideia em mente desde o dia que cheguei aqui e hoje depois de enfrentar um trânsito daqueles do estilo sexta-feira à noite em São Paulo – em pleno sábado no fim da manhã em Londres – consegui chegar em Wimbledon, encontrar a Roberta Burzagli, minha amiga e técnica do Junior ITF Team, que viaja treinando os juvenis da equipe da ITF a temporada européia toda já há alguns anos e de ver os juniors brasileiros, fiquei com esse plano em mente, de verificar quanto valia o uniforme dos juízes.

Passei na sala de imprensa, assisti o jogo de duplas do Marcelo Melo e do Bruno Soares; assisti os dois primeiros sets de Federer e Nalbandian na quadra central – aliás como ela fica linda com o sol brilhando e fui atrás das informações.


A roupa toda estilosa, tradicional, que os juízes estão vestindo em Wimbledon, cortesia do contrato com a Ralph Lauren, vale muito mais do que eu imaginava.

Nada aqui na Inglaterra é barato, muito menos em Wimbledon. Outro dia quando fiz uma rápida passagem pela Wimbledon Shop já tinha reparado que as peças da Ralph Lauren, que aliás renovou contrato com o torneio por mais cinco anos, eram bem caras, muito mais do que o material de Wimbledon mesmo e resolvi checar quanto custava o uniforme completo.

Fui até a loja principal do torneio, ao lado do portão de entrada e ainda encontrei o Lars Graf – o árbitro – checando quanto custava  o uniforme que ele está usando. Olhou o preço do blazer – 870 libras esterlinas – e resolveu mudar de departamento na loja.

Eu continuei minha pesquisa e fui procurando o preço de cada peça:

Blazer – 870 libras

Calça – 240

Camisa – 105

Malha – 435

Gravata – 85

Boina, o item mais barato – 45

Somando tudo isso chegamos a 1780 pounds, que em real fica R$ 4560,00.

Há ainda um rain coat no valor 260 libras.


Depois de tudo anotado e fotografado fui perguntar para o Bernardes quantos uniformes eles ganhavam e fora o blazer, eles ganham três mudas de roupas. Ou seja, os juizes estão valendo muito.

 

PS – Poderia ter postado o blog ontem mas não pude deixar de assistir o final do jogo emocionante entre a Tamira Paszek e a Schiavone. Muito bem lembrado pelo jornalista austríaco que senta ao meu lado, há três anos a Tamira perdera para a Schiavone, 10/8 no 3º set, ainda na época, se não me engano, em que trabalhava com Larri Passos, que a levou ao melhor ranking da carreira, o 35º posto, em 2007.

 

 

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Um sul-americano estará nas 4ªs em Roland Garros: Falla ou Chela.

A segunda semana de Roland Garros começou hoje com a disputa das oitavas-de-final do torneio. Consegui ver os últimos sets do jogo entre o Fognini e o Montañes. Como é bom assistir um jogo emocionante, mesmo que à distância, na Suzanne Lenglen.


Nesta segunda serão definidos os outros quadrifinalistas do Grand Slam e entre os jogos haverá um entre sul-americanos: Alejandro Falla, da Colômbia e Juan Chela, da Argentina. Não pude acompanhar muitos jogos de sábado em que ele estavam envolvidos por estar no Forum Nacional de Esportes, em São Paulo, com esportistas como Raí, Cesar Cielo, Magic Paula, Lars Grael, Gustavo Borges, Xuxa, o Ministro dos Esportes Orlando Silva, empresários como Paulo Nigro, da Tetra Pak, Jorge Gerdau, Marcelo Lyra, da Braskem, Henrique Meirelles, Furlán, entre muitos outros, discutindo o esporte, o desenvolvimento, legado, educação, em altíssimo nível e confesso que quando fui analisar a chave me surpreendi ao ver que os únicos dois sul-americanos entre os 16 melhores de Roland Garros são o Falla e o Chela.

Nada contra eles, aliás parabéns aos dois. É admirável que um deles chegará às quartas-de-final em Paris.  Falla aos 27 anos e Chela, aos 31.

O fato que surpreende é que eles sejam os únicos sul-americanos a estarem nas oitavas em Roland Garros e que eles não são novos.

Chela já esteve nesta posição em 2004 no Grand Slam francês e é um exemplo de perseverance. Ficou afastado do circuito um bom tempo se recuperando de lesões, de hérnia, voltou ao tour disputando torneios Challengers – inclusive esteve no Brasil na MasterCard Tennis Cup, em Campos do Jordão e está novamente entre os melhores. É o 34º. Falla já chegou ao 58º posto em abril do ano passado. Hoje é o 120º na ATP.

Escrevi um post sobre o tênis colombiano há alguns meses que coloco aqui, falando do investimento da Colsanitas no esporte por lá – http://gabanyis.com/?p=1301

Falla, treinado pelo espanhol Marco Aurelio Gorriz que veio do qualifying, é o primeiro colombiano a alcançar as quartas-de-final em Roland Garros. Está fazendo história por lá. Antes de Falla o único colombiano a alcançar as oitavas-de-final de um Grand Slam foi Jairo Velasco, no US Open de 1976.

 

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Do “Red Carpet” do tênis, Roland Garros, para Hollywood

Faz um tempo que não posto nada no blog e ainda vou ficar alguns dias ausente. O motivo é empolgante e a missão é nova.

Escrevo de dentro do avião, no trecho Atlanta – Los Angeles e o mais incrível é que parece que vou conseguir colocar o texto online daqui mesmo, above the clouds. O Facebook já funcionou – uma oferta para divulgar o wifi no avião. Vamos ver depois como vai ser para navegar de fato na internet.

Assim como quando comecei a trabalhar com o Guga e ele ganhou Roland Garros pela primeira vez ainda estava na faculdade e tinha praticamente nenhuma experiência em ser assessora de um astro do esporte do mundial, cheguei a Paris no meio do campeonato sem nunca ter estado em um Grand Slam e acabei trabalhando com ele por mais de 13 anos, entrei agora numa nova aventura.

Por enquanto ela está sendo extraordinária e eu nem cheguei a Hollywood.

Há algumas semanas comecei a trabalhar com a Jackie de Botton, uma amiga que conheci através de um grande amigo em comum. A Jackie, baseada no Rio de Janeiro, é produtora executiva do filme “Lixo Extraordinário – Waste Land” de co-produção Brasil /Inglaterra que concorre ao Oscar de Melhor Documentário e empresária do Tião, o Sebastião Santos, personagem principal do filme e líder dos catadores, um personagem e tanto da vida real.

Enfim, o trabalho que começou bem discreto acabou me trazendo a este vôo que me leva a Los Angeles para o Oscar.


Nas últimas semanas esse trabalho virou minha função principal. Passei mais tempo no Rio do que em São Paulo, estive algumas vezes no Jardim Gramacho, o maior “lixão” da América Latina, conheci pessoas incríveis que tem planos arrojados de transformar a maneira como o Brasil se relaciona com o lixo e que podem fazer muito pelo nosso País, em termos de sustentabilidade, passei a falar com as editorias de entretenimento e “verdes,” em vez da de esportes, escrevi sobre cinema, manifestação, a história do catador de material reciclável que estará no “Red Carpet,” no domingo, fizemos photo shoots, no ateliê e no Jardim Gramacho, agendei entrevistas, e muitas, para ele nos próximos dias em Los Angeles, entre muitas outras coisas ligadas a esta nova função de publicist e PR do Tião e da Jackie e enfim, daqui a pouco aterriso in LA.

A agenda está cheia até domingo. São inúmeras entrevistas, encontro com cônsul, jantar, screening do filme no WGA Theater, sessão de perguntas e respostas com o público, e o Oscar no domingo.

É um novo mundo, mas o trabalho é o mesmo e por enquanto, estou adorando.

Tennis View, Try Sports, os livros de PR & Marketing e tudo o mais que faço, não ficaram esquecidos, nem abandonados. Estou acompanhando tudo a distância e contando com a minha superequipe no escritório em São Paulo e na semana que vem, estou de volta.

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Guardadas as proporções, despedida de Ronaldo lembra a de Guga

Já ouvimos esta frase antes: “Perdi para o meu corpo.”

Quem se lembra há exatos três anos do Guga fazendo a primeira de suas aparições na sua turnê de despedida e emocionando o Brasil com o seu choro sincero na quadra central da Costa do Sauípe, no Brasil Open e dizendo “Eu peço desculpas, mas eu não consigo mais.”

Guga não conseguia devido às dores no quadril que o levaram a fazer cirurgias, das quais nunca se recuperou 100%. Por anos ele tentou voltar ao auge, mas foi vencido pelo corpo.

Ronaldo, o fenômeno, que hoje anunciou oficialmente a sua retirada dos campos de futebol, afirmou que “perdeu para o corpo e que sente dor ao subir uma escada.”

Há três anos, quando Guga emocionou o País, Ronaldo foi um dos primeiros a manifestar sua admiração pelo catarinense e ele enfrentava um novo desafio na carreira que era o de se recuperar de uma lesão no joelho esquerdo. “Torço muito pelo Ronaldo, ele já se superou muitas vezes e como fã peço que ele continue a lutar.”

O Fenômeno lutou, continuou, deu alegria aos corintianos e aos brasileiros que puderam vê-lo em ação nestas últimas temporadas no Brasil, mas o corpo do astro, assim como o de Guga, chegou ao limite.

Guardadas as proporções, a coletiva do Ronaldo de hoje me lembrou o anúncio da despedida de Guga. Dois atletas do mais alto nível – com datas de nascimento bem próximas, Guga nasceu no dia 10 de setembro de 1976 e Ronaldo, no dia 22 de setembro do mesmo ano – que tiveram que parar de atuar não por falta de motivação, pela idade, ou por qualquer outro motivo, mas pelo fato de o corpo ter chegado ao limite.

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Muitas histórias do Brasil Open, desde o tempo em que 11 de setembro passou a ser mais do que uma data qualquer no calendário.

Não tem como não chegar a Salvador e pegar o transfer rumo a Costa do Sauípe e não passar um filme na cabeça. Afinal, o torneio existe desde 2001, estive em todas as edições do campeonato e mesmo antes dele acontecer, me lembro do Guga trabalhando nos bastidores da ATP para conseguir a data para o Brasil sediar um torneio desta categoria e do Carvalhinho, meu grande amigo e que foi empresário do Guga e que na época era o Diretor do ATP e montou o torneio inteirinho.

De todos estes anos vindo a Bahia não vou lembrar de tantos detalhes, mas alguns fatos são marcantes.

Lembro perfeitamente daquele 2001. Viemos direto de Nova York. Guga era o número um do mundo, era o primeiro ano do torneio. Nenhum de nós havia estado no Resort. Vínhamos de uma longa temporada nos Estados Unidos, que começara com uma semifinal no ATP de Los Angeles; terceira rodada em Toronto (naquela época não havia bye para os cabeças-de-chave nos Masters 1000); título em Cincinnati, com direito a dois jogos no mesmo dia da final; vice-campeonato em Indianápolis e quartas-de-final no US Open, em que mostrou os primeiros sinais de desgaste na derrota para Kafelnikov.

Chegou, como ele mesmo disse, “com as últimas forças” para jogar o ATP inaugural do Brasil na Costa do Sauípe, em quadra rápida, e foi jogar a primeira partida, no dia 11 de setembro, às 13h contra Flavio Saretta.

Pouco antes do jogo começar começamos a ouvir um burburinho de que estava havendo uma guerra nos Estados Unidos – havíamos saído de Nova York três dias antes -; minha mãe ligava para olhar a internet e ver as imagens do World Trade Center, cheio de cinzas em volta (muitos se perguntavam se era montagem). Começou um certo pânico entre os jogadores americanos.

Daqui da Bahia, no meio de um Resort, tudo que estava acontecendo em New York parecia surreal. Era tão distante que não parecia verdade.

Tentamos contato com nossos amigos em Nova York, mas as linhas para lá estavam congestionadas.

O torneio prosseguia normalmente. Guga foi para a quadra e não aguentou. Ganhou o primeiro set de Saretta, mas acabou perdendo por 4/6 6/2 6/4.

Em meio ao 11 de setembro, que então se tornaria uma data no calendário mundial que todos se lembram, a derrota de Guga passou praticamente despercebida. Nem destaque foi nos jornais.

Com compromissos para cumprir com patrocinadores, ficamos no torneio até o fim.

Meligeni surpreendeu, chegou à final, mas perdeu para o checo Jan Vacek. Havia também um torneio feminino, um WTA maior do que o ATP. Monica Seles erguia o trofeu de campeã, derrotando Jelena Dokic na final.

2002 –

Eliminado na primeira rodada em 2001, Guga queria triunfar no torneio brasileiro e cumpriu com seu objetivo. Conquistou o título, derrotando Guillermo Coria na final, por 6/7(4) 7/5 7/6(7), salvando match point, em um dos jogos mais emocionantes da história do torneio.

De quebra, ainda foi vice-campeão de duplas ao lado de André Sá.

2003 –

Muito se falou sobre a estreia de Guga contra Magnus Norman, que estreava em Sauípe. A vitória de Guga foi fácil por 6/3 6/2 e ele chegou tranquilo à semifinal. Mas, foi parado no terceiro set pelo alemão Rainer Schuettler, por 6/4 2/6 7/5. O título acabou ficando com o holandês Sjeng Schalken.

2004 –

Novo torneio. Depois de três anos disputado na quadra rápida o campeonato mudava para o saibro e passava a integrar a Gira Latino-Americana de torneios. Em vez de setembro, o ATP mudou para fevereiro e era carnaval.

O complexo estava lotado e todos os dias ouvíamos histórias de gente que havia ido a Salvador curtir a folia.

Outra vez chegamos cedo ao Resort. Guga havia sido vice-campeão em Santiago e gripado, perdido para o Ferrer na estreia em Buenos Aires.

De surpresa, raspou os cabelos e com novo visual chegou a Sauípe para jogar talvez uma das edições com mais nomes da história. Lembro que estavam o Moyá, Mantilla, Verdasco, Squillari, Gaudio já campeão de Roland Garros, Lapentti, Zabaleta, Gasquet, Acasuso, entre outros, todos no melhor das suas carreiras (fora o Verdasco, novato no circuito).

Depois da vitória na primeira rodada, duelo badalado com Gasquet. Vitória de Guga em dois sets e em poucos dias, mais uma final na Bahia. A chuva, no meio do carnaval, interrompeu a decisão com Calleri. Jogo só terminou no dia seguinte com triunfo de Guga, por 3/6 6/2 6/3, muita manifestação da torcida e chuva de confetti colorido em quadra.

A edição teve também encontro de Guga com Maria Esther Bueno e Ziraldo, que visitava o torneio.

2005 –

Guga não competiu, mas veio a Sauípe para cumprir compromissos com patrocinadores.

Chegamos nos últimos dias, a tempo de ver a partida entre Rafael Nadal e Ricardo Mello, em que Mello teve chances de ganhar do espanhol, que eventualmente se tornaria campeão ganhando de Alberto Martin na final.

2006 –

Não lembro muito desta edição do Brasil Open. Guga, ainda tentando se recuperar de sua lesão no quadril, perdeu para Andre Ghem na estreia. Nicolas Massu foi o campeão.

2007 –

Guga ainda tentava voltar a competir entre os grandes e estreou com vitória sobre Volandri, mas perdeu para Saretta, em três sets na rodada seguinte.

Como durante o tempo em que foi treinado por Hernan Gumy, Guga também treinava com Guillermo Cañas, ficamos por aqui para acompanhar o argentino que viria a se tornar campeão, ganhando de Ferrero na final. Cañas voltava de um longo período de inatividade e depois venceria, em duas semanas seguidas, Roger Federer, em Indian Wells e Miami.

2008 –

Quem não se lembra do início da emocionante turnê de despedida de Guga. O jogo foi contra Berlocq, mas o que ficou marcado foi a emoção de Guga em quadra após o jogo, as manifestações dos ídolos do esporte falando dele – inclusive Ronaldo -, a presença de amigos especiais como Moyá e Lapentti, as inúmeras entrevistas, enfim, uma semana de muitas homenagens.

Outra final espanhola na Bahia, com Almagro ganhando de Moyá.

2009 –

Bellucci surpreendeu chegando à final, mas foi superado por Tommy Robredo.

2010

Depois de alguns anos vindo jogar em Sauípe e proprietário de uma casa nas redondezas, Juan Carlos Ferrero enfim conquistou o troféu de campeão, ganhando de Kubot na final.

2011

O torneio está pronto para ver Thomaz Bellucci triunfar. Larri Passos é experiente nessas quadras e ao assistir o treino dele com o brasileiro no fim da tarde, hoje, na quadra atrás da central, o filme continuou passando pela minha cabeça.

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Depois das declarações de Bellucci, Copa Petrobras promete agitar ainda mais o tênis no Brasil

Bellucci teve contrato com a adidas oficializado nesta sexta (foto de Sarkar/AFP/Getty Images)

A Copa Petrobras ainda nem começou e já está criando polêmica no tênis nacional. Não é pela competição, que aliás é de fundamental importância para o tênis da América do Sul.

Lançada há mais de 10 anos como Copa Ericsson, viu grandes nomes do tênis sul-americano subindo no ranking jogando o Circuito Challenger da ATP do final da temporada.

Nesta sexta, no lançamento oficial da etapa de São Paulo, na Sociedade Harmonia de Tênis, o cabeça-de-chave 1 do torneio e campeão do ano passado, Thomaz Bellucci, ao explicar um dos problemas do tênis no Brasil, acabou exagerando em suas declarações, ao afirmar que não há técnicos competentes no País, além de Larri Passos, treinador que levou Guga ao topo do ranking mundial e o seu, João Zwetsch, atual capitão da Copa Davis.

Não estive no evento de lançamento, nem no almoço que seguiu a coletiva, por isso não gosto de criticar. Não sei qual teria sido o contexto da pergunta. Mas, de qualquer maneira, é sempre bom pensar antes de fazer uma afirmação destas ou estar pronto para aguentar as consequências.

Os repórteres da Tennis View, Edgar Lepri e Fabiana de Oliveira participaram da entrevista e reproduzo aqui a matéria publicada no nosso site, em que Bellucci também fala da derrota na Copa Davis e da semana dolorosa na Índia: “uma semana infeliz no calendário.”

São Paulo (SP) – A etapa paulista da Copa Petrobras foi lançada nesta sexta-feira, na Sociedade Harmonia de Tênis, com a participação dos tenistas Thomaz Bellucci, melhor brasileiro e número 27 do mundo, e Tiago Fernandes, ex-número 1 juvenil. Além de falar da importância de jogar em casa e defender o título de 2009, Bellucci aproveitou para se defender das críticas relacionadas à sua atual fase e à derrota da equipe na Copa Davis, na Índia, e defendeu a maior atuação de ex-profissionais como treinadores.

Para o atual melhor tenista do país, faltam técnicos competentes para alavancar a carreira de um jogador, principalmente depois que ele chega ao top 250. “Faltam técnicos que saibam tirar o potencial dos jogadores. O Larri (Passos, treinador de Fernandes) e João (Zwetsch, seu treinador), por exemplo, são exceções, porque poucos técnicos têm qualidade para treinar jogadores de alto nível”, afirmou.

Bellucci não descarta fazer parceria com um treinador estrangeiro no futuro e enaltece a escassez de treinadores no Brasil. “Às vezes, a solução é um técnico de fora, e isso seria normal no Brasil, pela falta de técnicos que temos”. O paulista de Tietê ainda defendeu uma maior participação de ex-profissionais no tênis atual. “O ex-tenista tem muito a acrescentar e poderia ajudar como técnico. Isso é mais comum no exterior”.

O brasileiro também analisou sua primeira temporada entre os melhores tenistas do mundo e rebateu as críticas à equipe que caiu diante da Índia na Copa Davis, em setembro. “Só joguei torneios grandes neste ano, e às vezes a gente é obrigado a pegar um top 5. É preciso saber lidar com as derrotas, mas acho que fiz um bom ano, principalmente no primeiro semestre, que é mais fácil para tenistas de saibro, e consegui me manter no top 30”.

O tenista reconhece que receberá mais críticas por ser o número 1 do Brasil e precisa saber como enfrentá-las. Sobre a derrota na Davis, ele afirmou que na semana seguinte, quando voltou ao Brasil, ficou três dias sem conseguir fazer nada, pelo desgaste físico e mental da competição e do calendário longo na temporada. “A semana da Davis machucou muito todo mundo que estava lá. Não atrapalhou muito meu calendário, mas não caiu muito bem, pelas viagens longas que fiz. Fico um pouco chateado pelas críticas porque nunca deixei de defender o Brasil”.

Mais informações no www.tennisview.com.br

PS: Em tempo. A adidas confirmou hoje a parceria com Bellucci. O tenista já vinha usando o uniforme da marca há algum tempo, mas o contrato ainda não havia sido oficializado. www.tennisview.com.br

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Copa Itaú de Tênis Escolar e Universitário 2010

Veja como foi a Copa Itaú de tênis escolar universitário 2010 em São Paulo, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Continue reading

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Fabiana Murer, uma atleta diferenciada, nas finais do Nike Junior Tour

Tive a oportunidade de conhecer hoje uma das maiores esportistas do nosso País, Fabiana Murer.

Campeã mundial de salto em vara, Fabiana esteve no Nike Junior Tour para premiar os campeões da competição, no Clube Paineiras do Morumby.

Apesar de ter visto os saltos na televisão, lido as notícias das conquistas nos jornais, não sabia muito sobre a Fabiana, até ser informada que ela estaria na final do torneio, o maior da categoria juvenil para 12 e 14 anos e que classifica os campeões para o mundial no paradisíaco Resort Club Med Columbus Isle – Bahamas, em dezembro, com tenistas de outros 29 páises.

O torneio já revelou nomes como Rafael Nadal, Maria Sharapova, Juan Martin del Potro, Tomas Berdych, entre outros e apesar de já existir há 14 anos, começou a ser disputado no Brasil apenas há três.

Com nomes tão ilustres que já passaram por ele e a oportunidade de disputar um Mundial, nas Bahamas, a competição atraiu mais de 160 tenistas de todo o Brasil e na final deste domingo, a maioria precisou de quase três horas para conquistar o título.

Fabiana entre os campeões Marcondes, Martins e Koelle (João Pires)

Lucas Koelle, Ingrid Martins, Julia Iarocrinski e Euclydes Marcondes saíram com o passaporte carimbado do Clube Paineiras do Morumby rumo às Bahamas.

Há algum tempo não acompanhava de perto um torneio juvenil e foi surpreendente ver como cada jogador se dedicou em quadra e lutou para vencer o Nike Junior Tour. Eram crianças de, no máximo, 14 anos, dando tudo pela vitória, permanecendo horas e horas em quadra.

Patrocinada pela Nike, Fabiana Murer foi convidada para fazer a premiação, como mais uma forma de incentivo aos tenistas.

De férias depois de ter conquistado o indoor de Doha, a Diamond League, quebrado o recorde sul-americano em San Fernando (saltou 4,85m), Fabiana chegou ao Paineiras quando os jogos estavam começando, ao lado do técnico Elcio Miranda e dos executivos da Nike.

Durante quase quatro horas a atleta ficou nas arquibancadas das quadras cobertas do clube, assistindo os jogos – era a primeira vez que assistia uma partida de tênis ao vivo – dando autógrafos, entrevistas, conversando com os tenistas e até posando para fotos com uma raquete.

Contou que adora o esporte da raquete e da bolinha, apesar de nunca ter jogado. Assiste sempre que está viajando. É fã de Roger Federer, Rafael Nadal, Serena e Venus Williams e de Maria Sharapova.

Reparou como é necessário ter concentração, paciência e estar preparada para “jogar” o seu melhor no final, assim como no salto com vara.

Entre uma entrevista e outra, Fabiana contou que antes de se dedicar ao salto com vara se formou em fisioterapia – é raríssimo ver um atleta que tenha terminado uma universidade.

Como curiosidade disse que uma das coisas mais complicadas quando viaja pelo mundo é levar a vara no avião. Com 4,5m de comprimento, a vara não cabe em todos os aviões, então às vezes para ir de um país a outro, especialmente na Europa, tem que percorrer distâncias maiores, só para poder levar a vara.

Quem cuida de tudo para ela é um empresário na Suécia. Normalmente ela viaja com o sueco e o técnico Élcio. Uma vida solitária, assim como a dos tenistas.

Logo depois que as ferias terminarem, Fabiana inicia a preparação para a temporada 2011. Treina um pouco no Brasil e depois vai para a Europa treinar ao lado da sua maior rival nas competições, a russa Yelena Isinbayeva.

“Quando comecei a saltar o Élcio foi na cara dura conversar com o técnico da Yelena – Vitaly Petrov – e nos aproximamos.”

Fabiana ainda não tem certeza onde treinará. Pode ser na Itália – no Centro Olímpico -, na Espanha ou em Portugal.

Atenciosa e paciente, Fabiana ficou no Paineiras até o início da noite. Premiou os campeões, tirou fotos com todos e além de parabenizá-los, pediu para jogarem sempre com prazer e alegria.

Foi mais uma lição de humildade e profissionalismo que os tenistas do Nike Junior Tour tiveram ao conviver neste domingo com a atleta.

Com finais tão demoradas, em um domingo de chuva em São Paulo, no meio das férias, ela poderia ter ido embora horas antes, mas cumpriu o seu compromisso até o final.  Uma atleta diferenciada. Outros esportistas, com muito menos títulos e status do que Murer, talvez não tivessem se portado como a atleta.

Parabéns aos campeões. Parabéns a Fabiana.

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