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O Australian Open não é mesmo o Grand Slam dos brasileiros

Dizem que a Austrália é o Brasil que deu certo. O clima e a receptividade do povo são mesmo comparáveis ao do nosso País. Mas, nada disso tem efeito quando o assunto é o Australian Open para os brasileiros. A não ser pelo resultado do juvenil Tiago Fernandes, campeão da competição em 2010, nunca avançamos por lá.

Desta vez não foi diferente. Thomaz Bellucci até passou o qualifying mas foi eliminado na segunda rodada. Os duplistas Marcelo Melo e Bruno Soares, cada um com seu parceiro, que no ano passado foram, no mínimo, até a semifinal de Roland Garros, US Open e Wimbledon, em duplas e / ou duplas mistas, mal chegaram até as quartas. Bruno+Soares+Australian+Open+Day+3+1aaodi-xv-2l

André Sá jogou o Grand Slam com Feliciano Lopez, mas deu azar de enfrentar Bruno Soares na estreia.

Marcelo Zorman foi o juvenil que mais avançou na chave – parou nas oitavas-de-final.

Claro, tivemos um marco histórico na competição. O Brasil voltou a ter representente feminina na chave, com Teliana Pereira, depois de 20 anos. Mas, ela também não passou da estreia.

Quando Guga competia também não era diferente. Curiosamente, o Grand Slam australiano é o que ele tem a pior participação. Até em Wimbledon ele chegou às quartas, mas em Melbourne nunca passou da terceira rodada.

Já procurei explicações, falei com os atletas, mas é difícil encontrar um padrão para as respostas. Alguns dizem que a proximidade com as festas de final de ano no Brasil, depois de uma longa temporada atrapalham. O brasileiro já está no calor, no verão, não quer fugir do frio para a Austrália, como fazem, principalmente os europeus e americanos.

A dificuldade de adaptação ao fuso horário é igual para todos, mas aparentemente sofremos mais com isso.

É um mistério e por enquanto, no quesito tênis, o Brasil não funciona muito bem na Austrália.

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Vai começar e o Australian Open está mais agitado do que nunca

Enquanto muita gente ainda está de férias, outros entrando lentamente no ritmo de trabalho, alguns ainda curtindo o alto verão no hemisfério sul e outros se protegendo do frio polar no hemisfério norte, começa nesta noite de domingo (Brasília), o primeiro Grand Slam da temporada, o Australian Open, em Melbourne.Djokovic australian open

Bem diferente do ritmo das férias, mas com a atmosfera mais relax dos Grand Slams – conhecido também por ser o “happy slam” – o torneio já está agitado antes mesmo do primeiro saque da chave principal ser dado.

O “buzz” começou algumas semanas atrás com a contratação de Boris Becker para o cargo de “Head Coach” de Novak Djokovic e da inclusão de Stefan Edberg na equipe de Roger Federer. Sem falar em outros treinadores campeões de Grand Slam que entraram para o time de alguns tenistas nas últimas semanas do ano, como Sergi Bruguera com Richard Gasquet e Michael Chang com Kei Nishikori. Todo mundo está querendo ver como essas parcerias se desenvolverão.

Fotos de Becker treinando Djokovic na Rod Laver Arena já estão por todo lado. E o alemão tem uma missão difícil. Djokovic é tetracampeão do Australian Open, venceu os últimos 3 seguidos e não perde uma partida desde meados de setembro.

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Victoria Azarenka, a atual campeã como Djokovic, também chegou a Melbourne com nova equipe. O técnico Sam Sumyk permanece, mas ela inicia o ano como nova preparadora física e fisioterapeuta. Será que já notaremos alguma diferença?

Rafael Nadal volta a Melbourne depois da sentida ausência no ano passado. Campeão do primeiro torneio da temporada, em Doha, todos já se perguntam, se ele vai manter o ritmo alucinante de vitórias de 2013. A estreia é daquelas que todo mundo ouviu o “oh oh oh”quando a chave foi sorteada. Encara o “menino terrível”da Austrália, Bernard Tomic.

Andy Murray voltando de uma cirurgia nas costas, em que ficou meses parado, é uma incógnita para este Grand Slam.

Roger Federer, em seu primeiro torneio ao lado de Edberg, quer fazer melhor do que em 2013. Não jogou exibições durante o time off e se dedicou 100% à sua preparação para 2014. A semifinal em Melbourne, no ano passado, foi o seu melhor resultado em um Grand Slam no ano inteiro.

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David Ferrer joga o seu primeiro Grand Slam como cabeça-de-chave 3 e de técnico novo depois de toda uma carreira ao lado de Javier Piles.

Vai ser interessante observar como se sairão também Lleyton Hewitt, campeão do ATP de Brisbane há 1 semana e que resolveu jogar duplas ao lado de Patrick Rafter, sim ele mesmo; Juan Martin del Potro, que derrotou Tomic na final em Sidney; Tomas Berdych, sempre perigoso, mas que parece nunca conseguir chegar lá; assistir Jo-Wilfried Tsonga, uma vez vice-campeão na Austrália, com seu novo time formado por Nicolas Escude e Thierry Ascione.

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Sem falar em diversos outros nomes que estão na chave, em um lugar onde muitas surpresas podem acontecer.

É lá na Austrália, especialmente pela época da temporada, que de repente surgem finalistas ou até mesmo campeões inesperados. Foi o caso de Arnaud Clement, Thomas Johansson, Marcos Baghdatis, Jo-Wilfried Tsonga, entre outros.

Vamos ver também como vai se sair Thomaz Bellucci, depois de ter vencido 3 jogos e passado o qualifying.  Depois de um 2013 dos mais complicados, Thomaz parece ter começado o ano com o pé direito – e também de técnico novo, Francisco Clavet.

Entre as mulheres, é animador ver uma brasileira na chave principal de um Grand Slam. Apesar da estreia de Teliana Pereira na ser fácil, a tenista só tem a crescer com a experiência  – enfrenta a russa Anastasia Pavlyuchenkova, 30ª na WTA – na primeira rodada.

O drama, ou melhor, o “buzz” parece ser um pouco menor na WTA do que na ATP.

Será que Serena Williams continuará dominando o circuito da mesma maneira que fez em 2013?

E Na Li, manterá as boas campanhas dos últimos anos no Melbourne Park?

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O que esperar de Maria Sharapova ao lado de Sven Groeneveld, depois de meses longe das quadras. Ela jogou o WTA de Brisbane, mas não é muita medida.

A australiana Samantha Stosur, continua sendo a grande esperança de bons resultados do país, mas diante dos fiascos das últimas temporadas, ninguém mais ousa apostar suas fichas na campeã do US Open 2011. Quem sabe assim ela jogue menos pressionada por ela mesmo.

Como será que Ana Ivanovic vai se sair? Praticamente uma australiana adotiva, a sérvia começou o ano vencendo o WTA de Auckland e ganhando de Venus Williams na final. Nada comparável a uma chave de Grand Slam, mas será que suficiente para devolver a confiança à uma vez campeã de Roland Garros.

Venus por sua vez, tem uma estreia complicada contra a russa Ekaterina Makarova, que sempre costuma jogar bem na Austrália.

Vai ser interessante também observar Sloane Stephens, com o técnico Paul Annacone; as novatas americanas como Madison Keys & CIA; as britânicas Laura Robson e Heather Watson, ver como se sai Eugenie Bouchard, entre outras. E assistir ao duelo de quase 3 décadas de diferença entre Belinda Bencic, que no ano passado estava ganhando Grand Slam juvenil e Kimiko Date Krumm (27 anos as separam).

Eu especialmente estarei de olho nas tenistas e nos jogadores também, que daqui a pouco mais de um mês desembarcarão no Rio para jogar o Rio Open apresentado pela Claro hdtv.

Teremos também as duplas. Pena o sorteio que colocou Andre Sá e Feliciano Lopez diante de Bruno Soares e Alexander Peya, logo na primeira rodada. Melo jogará com Dodig.

Finalistas dos últimos 2 Grand Slams (Melo em Wimbledon e Soares em NY), os brasileiros buscarão uma primeira final em Melbourne.

Espero conseguir, em meio aos preparativos para o Rio Open, sim já estamos trabalhando a mais do que mil, conseguir manter o blog atualizado com frequência durante o Grand Slam e aproveitar as madrugadas de insônia para assistir muito tênis.

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Tênis brasileiro vive momento antagônico

A triste realidade do tênis nacional

O tênis brasileiro vive momentos distintos entre os homens e as mulheres. Com a eliminação de Thomaz Bellucci na estreia em Hamburgo, o Brasil não terá nenhum tenista entre os top 100 da ATP. Enquanto isso, entre as mulheres, Teliana Pereira está chegando cada vez mais perto. Já é a 105ª. É possível que a única top 100 do país seja a Teliana.

Teliana Pereira top 100

É triste para o tênis brasileiro abrir o ranking da ATP e não encontrar a sigla (BRA) entre os 100 primeiros colocados no ranking mundial. Não é culpa de Thomaz Bellucci. Ele era o único entre os 100 melhores. Nos últimos anos só ele e Ricardo Mello estiveram nesta posição constantentemente. Foram raras as aparições de João Souza,o Feijão, Rogério Dutra Silva e Thiago Alves.

Mello estava sempre entre os 70 e 90º. Bellucci, entre os melhores do mundo mesmo. Passou um tempão entre os top 40.

Ficou três meses parado e como nem todo mundo é um Rafael Nadal que volta ganhando muito mais do que perdendo, vencendo título atrás de título, a recuperação do Bellucci pode demorar. Ele perdeu na estreia em Stuttgart e no 70o. lugar defendia os pontos, nesta semana, da conquista do torneio de Gstaad.

Os sinais de renovação continuam distantes. Há mais de um ano escrevi sobre isso. Apenas Guilherme Clezar e Thiago Monteiro tem 20 anos ou menos entre os top 10 do país.

Vivemos dos excelentes resultados do país nas duplas, com Bruno Soares, Marcelo Melo, André Sá e mais recentemente Marcelo Demoliner. Bellucci top 100

Bellucci ganhou um torneio na semana passada, mas foi ocasional. Não vai se dedicar a esta categoria.

O fato é que o Brasil vem sofrendo há anos. Tivemos sorte com o Bellucci tanto tempo entre os top 100. Agora é a hora de encarar a realidade de frente.

Pode ser e torço muito para isso, que Monteiro e Clezar sejam os futuros nomes do Brasil entre os top 100. Mas, ainda estamos longe disso.

Enquanto isso, Teliana Pereira vai colhendo os resultados de uma longa temporada na Europa.

Foi para o velho continente em abril e não voltou ainda.

Viajou com o foco no top 100 e está muito próxima de se tornar a primeira mulher, desde Andrea Vieira, em 1990 (Dadá ficou entre 1989 e 1990 entre as top 100), a entrar para o grupo das 100 melhores do mundo.
Atual 105ª na WTA, venceu na estreia hoje em Bastad, garantindo 30 pontos na listagem. Se o ranking fosse feito hoje al estaria entre as 100, mas depende de resultados de outras tenistas.

Thiago Monteiro tenis

As outras meninas também vem subindo. Bia Haddad Maia já está entre as 300 e Paula Gonçalves é a 305ª. Mas, assim como Clezar e Monteiro, estão trabalhando para, mas ainda estão longe das tops.

Assim como Teliana, Thiago Monteiro está há um tempão disputando uma sequência longa de torneios.

São atitudes como essas, com foco e determinação, que fazem a diferença e acrescentam muito no conjunto de fatores que levam um tenista a chegar lá ou não, um país a ter vários jogadores na chave principal de um Grand Slam, ou não e uma nação como o Brasil que há 12 anos tinha o número um do mundo, a não ter um jogador se quer entre os top 100.

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