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Com Serena, Maria e Victoria medalhistas, pódio olímpico se iguala aos títulos de Grand Slam 2012

Com alegria contagiante, Serena de ouro se junta a Agassi Nadal e Graf

Só de ouvir a palavra olimpíadas, as irmãs Williams parecem tremer, tamanha a empolgação. Desde que o ano começou ambas, Venus e Serena deixaram claro que os Jogos Olímpicos de Londres eram prioridade no calendário. Do primeiro jogo até a vitória arrasadora na final, em que ganhou de Maria Sharapova por 6/0 6/1 e conquistou a sua primeira medalha de simples olímpica, e de ouro, dava para ver no olhar de Serena, a ambição dela, a vontade de ganhar e o que significava para ela colocar a medalha no pescoço.

Enquanto Sharapova sucumbia à pressão do momento, afinal Jogos Olímpicos para a Rússia tem um significado talvez ainda maior do que para os Estados Unidos, Serena elevava o seu nível ainda mais.

Não deu chances à russa que a derrotara oito anos atrás nesta mesma quadra central de Wimbledon, para vencer o Grand Slam inglês.

A alegria de Serena com a conquista era tanta, que ela pulou, dançou, como se estivesse ganhando naquelas quadras pela primeira vez. E de uma certa maneira ela estava. O cenário foi apenas uma coincidência para a inédita conquista. 

A alegria contagiou até mesmo Sharapova. Nem no pódio, Serena parava de pular.

A russa, porta-bandeira da nação onde nasceu, apesar da derrota, parecia apreciar o momento inédito. Ela também jogava pelo Golden Slam e não tinha nenhuma medalha olímpica. A tenista de bronze, Victoria Azarenka, que derrotou Maria Kirilenko e comemorou como se estivesse ganhando o ouro, ficou apagada na premiação.

Azarenka, a número um do mundo, por enquanto, está longe dos trofeus de Serena e Sharapova. Tem apenas um título de Grand Slam.

Sharapova tem quatro e Serena, 14.

E agora a americana tem o “Golden Slam,” e iguala a marca de Andre Agassi e Rafael Nadal. Eles também ganharam os quatro Grand Slams e o ouro olímpico, assim como Steffi Graf. Sim, Serena igualou Graf ganhando os quatro Grand Slams e o ouro nas olimpíadas.

Mas, o feito da esposa de Agassi, que ganhou os quatro maiores torneios do mundo e ouro olímpico, no mesmo ano, em 1988, em Seul, é difícil de imaginar sendo superado.

Neste domingo, Serena, Agassi e Nadal podem ganhar a compania de Federer, que joga pelo inédito ouro olímpico diante de Andy Murray.  A disputa do bronze é entre Del Potro e Djokovic. Dos quatro, apenas Djokovic já tem medalha de simples, a de bronze na China.

O pódio do tênis feminino, diferente de Beijing que teve domínio russo (Dementieva, Safina e Zvonareva) ficou com as três campeãs de Grand Slam deste ano:

Serena Williams – ouro / campeã em Wimbledon

Maria Sharapova – prata/ campeã em Roland Garros

Victoria Azarenka – bronze / campeã do Australian Open

 

 

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Doze anos depois do início do romance, em Sidney, Mirka Federer é o pilar da carreira do suíço

Estamos mais do que acostumados a ver a Mirka Federer no box dos jogadores em todos os torneios ao redor do mundo. Mas, chamou a atenção nestes Jogos Olímpicos, especialmente na vitória de Federer sobre Del Potro, vê-la com uniforme do time da Suíça, na quadra central de Wimbledon, se emocionando com a passagem do marido à final, em Londres. Federer garantiu a primeira medalha de simples da carreira.

 

Não é só Mirka que normalmente avistamos na torcida dos tenistas. Namoradas e esposas de jogadores estão sempre em evidência, muitas até querendo aparecer mais do que o próprio atleta. Mas, não em Jogos Olímpicos, muito menos vestindo o uniforme do time do País.

 

Federer deve ter feito questão da presença da esposa na equipe. Afinal, Mirka tem um papel muito maior do que o de esposa e mãe na carreira do número um do mundo. Não fosse essa exigência não seria fácil ter Mirka tão por perto. Claro que longe de ser um Federer, mas o indiano Mahesh Bhupathi outro dia implorava para conseguir um ingresso para que sua esposa assistisse o seu jogo. Por todas essas dificuldades de se fazer parte de uma equipe olímpica, não sendo atleta ou técnico é que não fui para as Olimpíadas com o Guga, nem em Sidney, nem em Atenas.

 

Mas, Mirka, faz parte da vida e da carreira de Federer e ele como talvez único medalhista olímpico da Suíça nestes Jogos de Londres, deve ter tido todo o aval necessário do comitê suíço.

 

Durante muito tempo foi ela que coordenou a agenda de entrevistas de Roger, cuidou da divulgação dele, dos planos de viagens e olha que viajando inúmeras semanas do ano, com um grupo de pessoas, não é tarefa fácil. Eu que tinha fama de megera, em relação a agenda do Guga aqui no Brasil, nos bastidores mundiais, era considerada muito boazinha com os jornalistas, comparada a Mirka.

Ela também cuidava dos patrocínios, relação com parceiros, produtos Roger Federer, além de opinar, sem ser invasiva, na carreira dele.

 

Com o nascimento das filhas e o aumento do número de pessoas no staff de Federer, o papel de Mirka como administradora de comunicação e negócios, diminui, mas não a afastou do dia-a-dia do marido. Por opção de ambos, eles viajam o mundo todo com as filhas. “Não queríamos ficar longe um do outro, e a Mirka é quem cuida de tudo,” contou Roger há alguns meses.

 

Para o técnico de Federer, Paul Annacone, o papel de Mirka é fundamental. “Ela já foi tenista e entende do esporte e dos negócios com uma visão global. Ela dá as opiniões dela, mas nos deixa trabalhar e encontrar esse equilíbrio não é fácil. Ela estava com ele desde o primeiro dia e sabe o que é necessário para se chegar lá. Ela tem um enorme impacto sobre o jogo dele,” disse o treinador em entrevista ao New York Times.

 

O casal começou a namorar há quatro olimpíadas (Sidney 2000), em Sidney, quando Mirka Federer ainda era Miroslava Vavrinec, uma eslovaca que jogava tênis profissional pela Suíça, para onde havia se mudado quando criança com os pais. Enquanto a carreira de Federer chegou a patamares jamais imaginados, conquistando 17 Grand Slams, a de Miroslava, três anos mais velha do que Roger, terminou dois anos depois, devido a uma lesão no pé.

 

Ela então abdicou de uma nova carreira, ou de buscar soluções para a sua lesão e resolveu apoiar a carreira do então namorado.

 

Acabei de ler ontem um livro de ficção, mas com muita informação real, o “Double Fault,” de Lionel Shriver, sobre o mundo do tênis.

O romance gira em torno de um casal de tenistas, em que a mulher, mais velha do que o marido e com ranking bem superior ao dele na época em que se conhecem, vai enlouquecendo ao ver o companheiro subindo na listagem e ela descendo.

Hoje ao ver Mirka vibrando pelo marido, fiquei pensando na história de Willy e Eric, que apesar de ser uma ficção mostra com detalhes e conhecimento o dia-a-dia de tenistas e treinadores pelo tour e a competitividade que norteia a vida dos atletas.

Durante um certo momento do livro, Willy coloca no papel as suas opções de vida, depois de uma lesão no joelho a afastar do circuito. Duas envolvem acompanhar a carreira do marido: simplesmente viajar com Eric e torcer, ou gerenciar a carreira dele, reservar hotéis, cuidar dos patrocínios, entre outros. Willy admite para ela mesma que não conseguiria fazer isso. Afinal, o que Eric estava vivendo, o estrelato no circuito profissional, era o que ela mais havia sonhado.

Mirka admite ter passado por um momento difícil, segundo relato do livro “Roger Federer, em Busca da perfeição, de Renne Stauffer.”

Quando conheceu Federer estava no auge do ranking na posição de número 76, mas com a lesão no pé chegou a ficar oito meses parade em casa, enquanto Federer competia. “Ficou um vazio na minha vida. Foi muito difícil ficar em casa e só assistir tênis pela televisão, uma coisa que era a minha vida. O Roger foi quem mais me deu apoio. Ele devolveu o tênis à minha vida”

Diferente da hsitória do livro, em vez de querer sumir, apesar do momento pessoal difícil, optou por ficar ao lado de Roger e exercer papel fundamental tanto dentro como fora das quadras.

 

“Sei que sou sortudo. Sei que não é uma situação normal, a de ter uma família feliz viajando comigo e ainda de contar com uma mulher que foi jogadora e que me entende. Aliás, foi por causa dela que comecei a tomar tanto cuidado com a minha saúde. Até hoje, mesmo depois de tantos anos, o meu corpo resiste muito mais do que o dela,” contou Roger ao New York Times.

E é com Mirka que ele vai contar como seu principal apoio, na busca pelo ouro olímpico, diante de Andy Murray e de toda uma Grã-Bretanha. “Ela é o meu pilar.”   

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