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Existe palavra para descrever o feito de Rafael Nadal em Roland Garros?

Hoje li sobre o “Emotionary,” um dicionário de emoções que tenta colocar em palavras sensações que não conseguimos descrever. Fiquei pensando que palavra descreveria a conquista dos oito títulos de Roland Garros de Rafael Nadal. Ao derrotar David Ferrer por 6/3 6/2 6/3 ele entrou para a história novamente como o único tenista a vencer o mesmo Grand Slam oito vezes.

Nadal French Open 2013

Seria “Dreamedible” – sonho incrível? Procurei no dicionário algumas palavras e me deparei com Incredulation, com a explicação de empolgação com a surpresa de algo que você duvidava, ou não achava que fosse conseguir, saia muito bem. Essa palavra poderia se adaptar mais ao técnico e tio de Rafael, Toni Nadal. Antes mesmo dos pontos finais ele já estava de pé nas tribunas dos “jouers”em Roland Garros.

Nadal, em vez do “excitement”em excesso, ou dos pulos que costumam dar as irmãs Williams e Jo-Wilfried Tsonga, se emocionou. Lágrimas quase correram dos olhos dele quando o hino espanhol tocou e ele segurava, ou melhor, abraçava o “Trophee des Mousquetaires.”

A emoção vem, principalmente, pelas dificuldades que acometeram a carreira dele há quase um ano. Depois do sétimo título em Roland Garros, Nadal foi jogar em Halle. Perdeu nas quartas-de-final para Philip Kohlschreiber e partiu em direção a Wimbledon. Mesmo com dores no joelho não quis desistir do Grand Slam britânico. Mas, foi eliminado na segunda rodada por Lukas Rosol.

Quem imaginaria que daquele final de julho, Nadal só voltaria a jogar em fevereiro deste ano?

Ele passou quase oito meses fora das quadras. Tantas dúvidas passaram pela cabeça dele e do seu staff que Toni Nadal interrompeu uma entrevista em Roland Garros, na sexta-feira, de tanto que chorava de emoção.

Nadal Roland Garros 2013

Mesmo a retomada das competições não foram fáceis. Nadal resolveu jogar os torneios da América Latina, no saibro, contra jogadores desconhecidos para ele e estruturas de evento bem menores às que ele está acostumado. Sofreu nos dois primeiros eventos, em Viña del Mar e em São Paulo. Mas, mesmo assim, foi vice no Chile e campeão no Brasil. Foi para Acapulco já jogando melhor e ganhou do mesmo David Ferrer na final.

Pensou em não jogar em Indian Wells, mas se sentia bem e foi para a quadra rápida californiana. Muitos achavam que ele não teria o mesmo resultado que nos torneios de saibro. Se enganaram. Ele foi campeão.

Sabiamente descansou por algumas semanas e foi jogar em Monte Carlo, o seu primeiro grande torneio no saibro. Perdeu a final para Novak Djokovic e de lá em diante não perdeu mais. Ergueu trofeus em Barcelona, Madri, Roma e neste domingo em Roland Garros.

Foram quatro títulos seguidos e em Roland Garros são 8 “Trophee des Mousquetaires” em 9 participações. Apenas uma derrota – para Robin Soderling em 2009.  São 59 vitórias, uma a mais do que Roger Federer e Guillermo Vilas.

Que palavra usar para descrever este fenômeno? Quando ganhou três Roland Garros achávamos que era algo incrível. Olhávamos para os recordes de Borg e achávamos que ninguém alcançaria tal patamar, 6 títulos em Paris. Mas Borg já ficou para trás. A terra de Roland Garros é dele, 100% dele, 8 vezes dele, de Rafael Nadal.

Entre os campeões de Grand Slam, Nadal também só vai aumentando a sua coleção. Quando Sampras ultrapassou o recorde de Roy Emerson (12) e chegou à marca de 14 títulos de Grand Slam, também pensávamos que ninguém alcançaria este número. Roger Federer já está no trofeu número 17 e Nadal agora tem 12.

Alguém duvida que ele possa chegar lá?

Foto Nadal vibrando Cynthia Lum

 

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A bruxa está solta em Roland Garros, antes mesmo do Grand Slam começar

Roland Garros começa neste domingo e mesmo antes do primeiro saque ser dado na capital francesa para a edição 2013 da competição, a bruxa está andando solta nas alamedas de Paris. Depois do anúncio da desistência de Andy Murray, na terça-feira, Juan Martin del Potro e Thomaz Bellucci anunciaram nesta quarta que não jogarão Roland Garros.

Juan Martin del Potro - injury

A previsão do tempo não é nada boa para os próximos dias e a Cidade Luz promete estar chuvosa, escura e fria até o meio da primeira semana de competições.

Há inquietações sobre o que acontecerá com a programação dos jogos e o que fazer com os ingressos, mas por enquanto, a organização de Roland Garros prefere não anunciar um plano B, até de fato os jogos se embolarem. As partidas do qualifying, apesar da quadra pesada por causa da chuva, estão em andamento.

rain umbrella french open

Mas, além disso, há outros motivos que inquietam organizadores e jogadores em relação ao Grand Slam francês.

A Tennis View, na edição 123, publicou matéria do jornalista Leonardo Stavale, explicando porque a bruxa estava solta e olha que nada do escrito acima havia acontecido ainda.

 

“A bruxa parece estar solta em Roland Garros. A “primeira polêmica  envolve o complexo. Depois de a Federação Francesa de Tênis finalmente ter anunciado o projeto de modernização para finalmente  construir uma quadra com teto retrátil, além de outras melhorias, as reformas foram barradas pelo Tribunal Adminstrativo de Paris e até segunda ordem não poderão ser realizadas. A decisão foi tomada com base em reclamações de moradores da região, que não teriam sido consultados e são contra a destriuição do jardim botânico dos arredores e da baixa compensação financeira para os desapropriados.

Não bastasse o problema com as reformas, a FFT se viu mais uma vez obrigada a aumentar a premiação pressionada pelo prize money recorde do Aberto da Austrália com US$ 30 milhões e do recente anúncio da USTA de que o US Open chegarà às cifras de US$ 33,6 milhões nessa temporada e promessa de atingir os US$ 60 milhões atè 2017. O diretor do torneio de Roland Garros garantiu aumento dos prêmios e elevou em 3 milhões de Euros a premiação em relação ao ano passado. O campeão ganhará 1,5 milhão de Euros. Apesar disso, é o Grand Slam que oferece menos premiação aos tenistas.

 

Tennis View cover Nadal 

Se fora das quadras a bruxa está solta, dentro delas, a situação deve voltar ao normal (ainda não contávamos com a ausência de Bellucci, Murray e Del Potro). A edição de 2013 de Roland Garros, que será realizado entre os dias 26 de maio e 11 de junho, na capital francesa,  ganha um reforço de peso com o retorno do espanhol Rafael Nadal, heptacampeão do torneio e que deixou os fãs de tênis “carentes” após a ausência no Aberto da Austrália. As atrações do torneio não ficam restritas apenas ao retorno de Nadal.  O número um do mundo Novak Djokovic tenta fechar o  “career slam” com a conquista de seu primeiro torneio de Roland Garros.  O melhor resultado do sérvio foi em 2012, quando chegou à decisão e perdeu em quatro sets para Nadal, enquanto o suíço Roger Federer tentará por fim a desconfiança sobre seu declínio no circuito.

Entre os destaques, impossível não citar o espanhol David Ferrer, número quatro da ATP, e sempre perigoso em quadras de saibro.

Duelo pelo número 1

Na chave feminina, a briga pelo primeiro posto do ranking da WTA deve esquentar a disputa pelo título de Roland Garros. Em 2013, a veterana norte-americana Serena Williams recuperou o primeira posição no ranking após o WTA de Doha. Aos 31 anos, a tenista é a mais velha a ocuparar a liderança do ranking. Apesar da boa fase em 2013, Serena chega a Roland Garros  tentando apagar  armarga derrota na primeira rodada na edição passada da competição e para tentar repetir o título de 2002. Por outro lado, a musa russa Maria Sharapova desembarcará em Paris como a atual campeã de Roland Garros. O título de 2012 siginificou o “career slam”para a tenista e o retorno ao topo do ranking. Quem também luta para atrapalhar a briga entre Serena e Sharapova é a bielorussa Victoria Azarenka, que iniciou a temporada com o título do Aberto da Austrália.

Fim de Jejum

O Brasil terá nas mãos da tenista Teliana Pereira a chance de quebrar um jejum de 19 anos sem uma representante na chave principal de um torneio Grand Slam. A última a relizar tal feio foi Andréa Vieira, no US Open de 1993. Teliana vive o melhor momento da carreira, ocupando a 118ª colocação no ranking da WTA. Nesta temporada já quebrou um longo jejum brasileiro ao chegar à semifinal do WTA de Bogotá, fato que náo acontecia desde 1990 quando Luciana Corsato chegou à penúltima fase do WTA de São Paulo. Quem sabe Teliana não consiga mais uma façanha. A tenista nunca escondeu que este é seu maior sonho.

Entre os homens, apenas João Souza continua na disputa por uma vaga na chave principal do Grand Slam francês e espera se juntar a Rogerio Dutra Silva, que entrou direto.

Guilherme Clezar e Leonardo Kirche foram eliminados na 1ª rodada do qualifying.”

 

Foto guarda-chuva – Cynthia Lum

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