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Um dia antes da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos Olímpicos de Londres, um pouco de história

Quando estive em Wimbledon, no ano passado, tive a honra de me encontrar e conversar com um dos maiores historiadores do tênis, Alan Little. Como agradecimento pela visita à biblioteca de Wimbledon e a entrega de uma série de números da Tennis View para ficarem no arquivo britânico, ele me deu um livro autografado, que havia lançado há pouco, Tennis and The Olympic Games.  Claro que não dei muita atenção ao material, até esta semana.

Comecei a ler toda a pesquisa que o Mr. Little fez e apesar de saber que não houve tênis nas Olimpíadas por 60 anos, de 1924 até 1984, não podia imaginar que as causas foram falta de estrutura, má organização, relacionamentos fracos entre o Comitê Olímpico e as organizações dos campeonatos de tênis.

 

Aparentemente, desde a inserção do tênis nos Jogos Olímpicos, desde a primeira edição em 1863, ao lado de outros 12 esportes, a edição mais bem organizada até então, foi a de 1912, na Suécia. O Rei Gustav V incentivou a disputa do tênis, a cidade de Estocolmo se envolveu com a competição e todos os jogos estavam lotados, diferente dos jogos anteriores, em Londres, praticamente esvaziado.

 

Já em 1920, em Antuérpia, o tênis participou das Olimpíadas, mas sem o mesmo incentive que teve na Suécia. Apesar do número grande de participantes, a organização foi pobre, escreveu o Sr. De Little.

 

Quatro anos mais tarde, nos Jogos de Paris, houve mais do que o dobro do número de participantes do que na edição de Antuérpia, a organização foi pior ainda.

 

Segundo o relato do pesquisador, quando os jogadores chegaram para os jogos, as arquibancadas não estavam prontas e as quadras e os vestiários eram primitivos. O vestiário feminino tinha apenas um chuveiro e o masculino ficava a 1km das quadras. O relato continua, com informações dos jogadores estressados, os juízes sofrendo com as atitudes dos atletas e o espírito olímpico longe do ideal.

 

Tentaram encontrar um culpado para a organização falha, mas as pessoas designadas pelo Comitê Olímpico Internacional para organizar o torneio, não tinham experiência e a International Lawn Tennis Federation, não podia se envolver.

A questão levou a discussões e as duas entidades se distanciaram, deixando o tênis ausente dos jogos.

 

O que ninguém imaginava é que demoraria mais 60 anos para o tênis voltar a integrar as Olimpíadas.

 

Mesmo não tendo o mesmo apelo do que um atletismo, ou uma natação, sendo um esporte tão global, é difícil mesmo pensar nos Jogos Olímpicos sem tênis.

 

Neste período de 60 anos, o Movimento Olímpico só crescia, aumentando a participação de países e competidores.

Por volta de 1963 tentaram colocar de volta o tênis nos Jogos Olímpicos. O assunto foi tema de assembleias, mas a época coincidia com a Era Aberta do Tênis e demorou mais 21 anos para o esporte voltar a fazer parte dos Jogos.

 

Com 6000 espectadores, em Los Angeles, o tênis voltou à competição criada pelo Barão de Coubertin, como um esporte exibição. Stefan Edberg e Steffi Graf saíram vencedores e já nas Olimpíadas seguintes, em Seul, tênis virava novamente esporte oficial olímpico.

 

De 1988 para cá houve uma série de mudanças nos quesitos de classificação, chaves, cabeças-de-chave, formato, entre outros.

Para mim, a mais significativa delas foi em Sidney, no ano 2000, quando a competição passou a dar pontos no ranking mundial.

 

A novidade para estes Jogos Olímpicos que começam nesta sexta, em Londres, com a cerimônia de abertura é a entrada da chave de duplas mistas.

Mas, é para apenas 16 duplas e só para os tenistas que já estão participando nas chaves de simples e / ou duplas. Ou seja, pode ser melhorada.

Como um colega observou recentemente, com apenas três jogos nessa chave de 16 duplas, dá para conquistar medalha. Muito pouco para o valor que tem uma medalha olímpica.

 

O Brasil, que quase ficou fora destes Jogos de Londres, disputa em Wimbledon, com Thomaz Bellucci, André Sá, Marcelo Melo e Bruno Soares, a sua sexta olimpíada consecutiva.

 

Abaixo reproduzo uma parte da material da jornalista Fabiana Oliveira, publicada na edição 118 da Tennis View, com a participação dos brasileiros nos Jogos Olímpicos. Até hoje, Fernando Meligeni foi quem fez a melhor campanha olímpica.

 

Meligeni, o Melhor Brasileiro Até o Momento

O brasileiro com melhor desempenho na história dos Jogos Olímpicos foi Fernando Meligeni, que ficou com a quarta colocação na disputa de Atlanta, após perder na semifinal para o espanhol Sergi Bruguera e na disputa pelo bronze para o indiano Leander Paes. Outros 15 tenistas do nosso País também marcaram seus nomes no evento: André Sá, Andréa Vieira, Cláudia Chabalgoity, Flávio Saretta, Gisele Miró, Gustavo Kuerten, Jaime Oncins, Joana Cortez, Luiz Mattar, Marcelo Melo, Miriam D’Agostini, Marcos Daniel, Ricardo Acioly, Thomaz Bellucci e Vanessa Menga.

 

Campanha dos Brasileiros

 

2008 – Pequim

–       Bellucci e Daniel perderam na estreia de simples, respectivamente para e Benneteau

–       Melo e Sá vencem Berdych e Stepanek e perdem para Bhuphati e Paes

 

2004 – Atenas

–       Guga perdeu na estreia de simples para Massu, que se tornaria campeão do evento

–       Saretta perdeu na estreia para Roddick

–       Sá, ao lado de Saretta venceram Nadal e Moyá na estreia, perdendo em seguida para Black e Ullyett

 

2000 – Sidney

–       Guga vence Pognon, Schuettler e Ljubicic, parando a um jogo da disputa de medalha diante de Kafelnikov, que mais tarde conquistaria o ouro

–       Cortez e Menga vencem chinesas N.Li e T.Li na estreia mas perdem para Marosi e Mandula na segunda rodada.

–       Guga e Oncins caíram na estreia de duplas diante dos campeões canadenses Nestor e Laureau

 

1996 – Atlanta

–       Meligeni vence Pescosolido, A. Costa, Philippoussis, Olhovskiy, perde para Bruguera na semi e disputa medalha de bronze com Paes, que acaba subindo ao pódio

–       D’Agostini e Menga perderam na estreia de duplas para Zvereva e Barabanschikova

 

1992 – Barcelona

–       Oncins vence Muskatirovic, Chang, Koevermans e para nas quartas diante de Cherkasov foi quadrifinalista em simples

–       Vieira e Chabalgoity vencem suecas na estreia e perdem para McQuillan e Provis, da Australia na segunda fase

–       Mattar caiu na primeira rodada de simples, para Haarhuis, e de duplas, ao lado de Oncins, para Sanchez e Casal

 

1988 – Seul

–       Acioly e Mattar chegaram à segunda rodada da chave de duplas, parando diante dos franceses Forget e Leconte

–       Miró venceu vence canadense Kelesi na 1ª rodada e para na sequência diante de Maleeva

–       Mattar caiu na primeira rodada de simples para Masur

 

 

 

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Tsonga prova em Wimbledon que mudança de atitude, força mental e alegria fazem a diferença

Gostaria de ter escrito esse post sobre o Tsonga ontem, mas como já não estou mais em Wimbledon e às vezes as idas e vindas de uma cidade para outra na Europa acabam demorando mais do que o imaginado – isso não é uma reclamação – só consegui me conectar novamente quando já era muito tarde.

Desde a metada do jogo estava pensando no poema do Kipling que postei ontem no blog, que fala de batalhas, de erguer a cabeça mesmo na derrota e de se levar ao limite. O jogo de ontem foi um pouco assim. Federer reconheceu a derrota. Achou que jogou o seu melhor e mesmo assim perdeu. Tsonga, derrubou o inimigo maior  e com a alegria natural, relaxamento em quadra, foi além. Ganhou de Federer no “jardim dele.”


Esse jogo certamente será analisado por psicólogos – tenho certeza que nosso colunista na Tennis View Dietmar Samulski já está analisando o lado mental da partida – e por todos que acreditam que o mental é mesmo o mais importante no tênis.

Há algumas semanas venho acompanhando o novo desenvolvimento do Tsonga, especialmente depois que ele resolveu ficar sem técnico (desde meados de maio), pela primeira vez em sete anos. Parece que esse novo jeito de levar o tênis, mais alegre e menos estressante como ele mesmo disse na coletiva – “antes qualquer coisa me estressava. Se o carro atrasava, se o pessoal no meu box não me motivava o suficiente, tudo era motivo para eu reclamar e olha que vida maravilhosa eu tenho, então resolvi relaxar -” fez os resultados aparecerem. “Sinto mais liberdade, mais alegria,” e isso sempre faz a diferença.

“A mudança começou com a vitória sobre Nicolas Almagro em Madri, depois veio a vitória sobre Rafael Nadal, em Queen’s onde ele ficou com o vice-campeonato, perdendo para Murray na final e agora veio a vitória sobre Federer,” me elembrou um jornalista amigo do L’Equipe.

Foi essa tranquilidade e liberdade para soltar o braço, mais a alegria e a sensação de estar num momento especial, acima da zona normal, que surpreendeu os grandes nomes do esporte.

Ontem em Wimbledon, Goran Ivanisevic chegou a comparar Tsonga a Becker. “Ele é grande, forte e nunca teve medo de arriscar. “

O próprio Becker felicitou o francês: “Ele jogou sem medo, usando as suas melhores armas, a direita e o saque e um pouco de tudo mais que ele tem. Ele usa muito também as emoções e quando você as usa e tudo vai bem, é difícil te pararem.”

Se Tsonga vai chegar à final, derrotar Djokovic e depois passar pelo vencedor de Murray e Nadal ninguém sabe, mas o que ele provou é que uma mudança de atitude, uma mudança mental, claro que aliada a um jogo de altíssima qualidade, podem realmente mudar o curso da história. 

Por falar em alegria, olha a  capa do L’Equipe de hoje – “Que Alegria,” diz a manchete com as fotos do Tsonga. Capa 100% dele.

 

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Quem diria… Bartoli é a França na semifinal de Roland Garros

 

Dois dias antes de Roland Garros começar a participação de Marion Bartoli chegou a ser colocada em dúvida, quando ele desistiu da final do WTA de Estrasburgo, com uma lesão na coxa esquerda, no meio do jogo contra Petkovic.

Ela resolveu jogar em Paris e arriscar e agora, com apenas dois jogos para alguém chegar ao título do Grand Slam, ela é a única francesa na competição entre homens e mulheres.

 

Com a atenção voltada para os homens, para os problemas de Aravane Rezai, Virginie Razzano entre outros e talvez pelo fato de estar lesionada, Bartoli conseguiu entrar para jogar o “seu Grand Slam,” sem se pressionar e parece que deu certo.

Nesta terça derrotou a campeã de 2009 Svetlana Kuznetsova por 7/6 6/4 para alcançar a semifinal em Paris pela primeira vez na carreira e se tornar a primeira francesa desde 2005 com Mary Pierce a chegar tão longe na competição.

A comemoração em quadra foi tanta que ela teve que se explicar depois. “Nem quando cheguei à final de Wimbledon em 2007 senti tanta emoção assim. Foram muitos sentimentos ao mesmo tempo. A torcida, todo mundo gritando meu nome, aplaudindo e quando ela errou aquela direita percebi que estava na semi do meu Grand Slam. Finalmente.”

E se Monfils não teve chances diante de Federer, perdendo por 3 sets a 0, foi Bartoli quem saiu com o dia de glória em Paris.

Aos 27 anos, a francesa treinada pelo pai, o médico Walter Bartoli, muitas vezes criticada pela sua postura, pelos métodos de treinamento do pai, enfim conquistou o público francês.

Leia alguns trechos da entrevista coletiva dela que enfrenta por uma vaga na final a atual campeã, Francesca Schiavone. A outra semi é entre Maria Sharapova e Andrea Petkovic:

 

Q.  You looked so excited.  The point before you won, it seemed like you were going to have a heart attack.  Can you just describe…

MARION BARTOLI:  You know what?  My heartbeat is extremely low, so for me to have a heart attack it really takes a lot.

But, you know, I think I was ‑‑ as I said after the match, even if I played the final of Wimbledon, I never felt that excited after a match, to be honest.  It was just so many feelings the same time.  The crowd.  The wave.  They were telling my name.  They were supporting me.

And when she missed that forehand, then I was just like, My God, I’m in the semifinal of my home Grand Slam.  Finally I can play well here.  (Laughter.)

It was a big relief.

 

Q.  It seems like just watching you over the years that at any tournament you’ve never been this happy, so excited, so involved in your tennis, so involved with the crowd.  Yeah?  Is that true?

MARION BARTOLI:  Yeah, I think it was definitely the key.  The past years I really felt the pressure here.  I’ve been in a bad way.  I was really going to the court without any confidence, to be honest.

I was feeling ‑‑ I was not feeling well on the court.  I was not feeling well outside the court.  I was scared about what the press would say when I’m gonna lose the match or whatever.

I really thought that this year I should try to take some pleasure, even though it’s difficult, because, of course, we are French and we want to do well.  I really tell myself, If you use that crowd, if you use that to put some pressure on the other one, maybe you can do well.

Even if the first three matches were extremely tough, I won them in three sets ‑ and some very tight contests.  I really felt like I was growing in confidence.  Really today it shows, because the match were extremely tight.

I don’t know how many points we finished, but I think it was not a big difference.

 

Q.  Over the years, there have been people who have said, Oh, Marion should not work with this person; Marion should not play this way; she will never make it if she does this, if she does that.  What does it mean for you to have this achievement and to make it to the semis in your national tournament?

MARION BARTOLI:  Do you mean before 2007 or after 2007?  Because do you really think like I shouldn’t practice with my dad when I made the final of Wimbledon or something?

 

Q.  That’s not what I’m saying.

MARION BARTOLI:  Okay.  What are you saying?

 

Q.  I’m saying you have had people very critical of how you’ve approached playing tennis and who you’ve trained with and so forth.  Does it give you…

MARION BARTOLI:  Honestly, if you start to take your decisions based off what the other one think about yourself, that’s not the way I’m thinking.  I mean, if you listen to everyone, you never take a decision.

Because obviously you’re gonna have hundred different opinions, and hundred people are going to say to you you should do this, should do this, this way, that way.  They’re not the one who are waking up every morning and walking out on the court.

So I’m just doing what I think is the best for me.  So far you can’t tell me that I haven’t achieved anything.

 

Q.  You have this strange routine between points, like swinging the racquet before returning, and also jumping around before serving.  Can you explain to us this routine?  What’s the reason for it?

MARION BARTOLI:  Well, the main reason for me, it’s really to stay focused on what I have to do.  It’s really important for me to relieve the pressure of only the score or the scoreboard or my opponent and really focus on myself and what I need to do.

Obviously because clay, it’s not my best surface, I really need to stay proactive between each point.  Maybe not be the same on hard court or grass court, because obviously I’m feeling a lot better on these kind of surface.

But here, especially in the French Open, it’s very important for me to stay focused on what I have to do and not thinking too much about the outside.

 

Q.  I don’t know if you like statistics or the history of tennis, but you’re only the fourth French female player to have reached the semifinals here at Roland Garros.  Do you feel something special, an achievement?

MARION BARTOLI:  Well, a lot of pride, of course.  I’m proud because I’m one of the four best female players.  But Mary reached the finals here and she won here.  I would like to play the finals, too.

But, you know, I started at Retournec, at the tennis club with 300 tennis players, and now I’m reaching the highest level in France.  So this is an achievement, yes.

 

Q.  What can you say about the people who support you, your family, the people who are close to you?  I have the impression that you really live ‑‑ you’ve talked about your dad on the court.  What can you tell us about them, how you and they have lived through these two weeks?

MARION BARTOLI:  Well, it’s immense happiness and great satisfaction, too, because we have put in a lot of work with my father on the courts, because he practices me, and this is fruitful.

But this is something we do jointly.  I’ll share my feelings with him, what I feel on the court.  We try and improve together.

It’s not like he’s going to give me orders, do this, that, and this, full stop.  No, it’s an exchange of ideas between him and me.

And then I have my family, as well:  my brother, my uncle, my mother, my grandparents.  We can share these moments of happiness.  You know, when you win these matches, it’s immense joy.  It’s incredible to be able to share this with your family, because they know how much it counts for me.

 

Q.  Marion, what about betting on yourself before the tournament?

MARION BARTOLI:  I’m not a gambler myself.  But, you know, when I played the finals at Wimbledon, the odds were 1000 against me.  So if someone had invested one pound, he would have won 1000.  Not bad, I think.

I don’t know about my rating at the beginning of the tournament this year, but it was probably the same:  1 to 1000.  I don’t know about my odds.  I can’t say anything about betting on myself.

Frankly, I think I would have hoped to do this, but this was pure hope, more than conviction.

 

PS – foto do Monfils de Cynthia Lum

 

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Australian Open vai começar! Federer vai atrás do recorde das mulheres

Parece estranho, mas o primeiro Grand Slam do ano já vai começar neste domingo à noite para nós brasileiros.

Há pouquíssimo tempo, pouco mais de um mês, estávamos assistindo Roger Federer derrotar Rafael Nadal na final do Barclays ATP World Championships, em Londres e agora todos já estão do outro lado do mundo, na Oceania, para jogar o Australian Open.

Aqui vão alguns dados interessantes sobre a competição.

  • É a 28ª no Melbourne Park, conhecido anteriormente como Flinders Park.
  • Premiação total é de AUD 8,9 milhões (equivale praticamente ao dólar Americano). É a maior premiação de todos os Grand Slams. Os campeões de simples ganham AUD 2,2 milhões cada.
  • Quando Rod Laver derrotou Andres Gimeno na final, em 1969, ele ganhou AUD 5 mil.
  • Rafael Nadal pode se tornar o primeiro homem desde Don Budge e Rod Laver a vencer os quatro torneios de Grand Slam na sequência, já que ganhou Roland Garros, Wimbledon e o US Open na semana passada. Sampras e Federer também tiveram essa oportunidade, mas não alcançaram o feito. Sampras perdeu para Courier nas quartas-de-final de Roland Garros em 1994 e Federer para Nadal, nas finais de Roland Garros de 2006 e 2007.
  • Federer agora está atrás das mulheres. Já quebrou todos os recordes de número de títulos de Grand Slam de simples. Tem 16 e quer agora passar Navratilova e Evert. Elas tem 18 cada. A maior detentora de títulos de simples de Grand Slam é Margaret Court, com 24.
  • Só um tenista tem mais do que quatro títulos em Melbourne: Roy Emerson. São seis troféus do australiano. Federer tem 4, assim como Agassi.
  • Este é o 45º Grand Slam consecutivo que Federer disputa. O sul-africano Wayne Ferreira é o jogador que mais vezes jogou Grand Slams na sequência. Foram 56.
  • Federer é o atual campeão do torneio. A última vez que um detentor do título foi derrotado na primeira rodada foi em 1996, quando Becker perdeu para Moyá.
  • São 6 os campeões de Grand Slam na chave principal: Federer, Nadal, Del Potro, Roddick, Hewitt e Djokovic.
  • Nos últimos 13 anos 8 jogadores alcançaram a única final de Grand Slam da carreira, no Australian Open: Rios, Enqvist, Clement, Johansson, Schuettler, Baghdatis, Tsonga, Gonzalez. Destes, só Johansson foi campeão.
  • Gustavo Kuerten foi cabeça-de-chave 1 do Australian Open em 2001, há 10 anos. Perdeu na 2ª rodada. Hewitt é o único cabeça-de-chave 1 da história a ter sido eliminado na estreia, em 2002. Nadal é o cabeça-de-chave 1.
  • O último australiano a vencer o Australian Open foi Mark Edmonson, em 1976. Hewitt foi o último a alcançar uma final, em 2004, perdendo para Federer.
  • Federer pode alcançar mais um recorde neste Grand Slam, o de títulos em quadras rápidas. Ele tem 45 contra 46 do líder Andre Agassi.
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Imagens impressionantes de Navratilova escalando o Kilimanjaro

As imagens aqui dizem tudo. É olhar e aplaudir Martina Navratilova, 54 anos, depois de ter passado pelo maior trauma da vida no início do ano, sendo diagnosticada com cancer de mama, desafiando agora o Monte Kilimanjaro, o pico mais alto da África, na Tanzânia, para arrecadar fundos para o Laureus Sports for Good Foundation.

O Laureus conta com 46 membros, todos esportistas de elite mundiais e já arrecadou 35 milhões de euros, beneficiando mais 80 projetos esportivos sociais.

Mais infos no www.laureus.com e/ou no site da Martina

Todas as fotos: Divulgação Laureus Sports for Good Foundation

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Guga é campeão do mundo

Série da Semana do Guga em Lisboa continua com a parte V, com o texto que escrevi no dia que ele derrotou Andre Agassi e chegou ao topo do ranking mundial.

GUGA É CAMPEÃO DO MUNDO

Brasileiro é o primeiro vencedor da Corrida dos Campeões

Guga acabou com a hegemonia dos norte-americanos, que desde 92, terminavam o ano como número um do mundo

Gustavo “Guga” Kuerten entrou para história mais uma vez, neste domingo, ao conquistar a Copa do Mundo de Tênis, a Masters Cup, em Lisboa, derrotando o norte-americano Andre Agassi, por 3 sets a 0, parciais de 6/4 6/4 6/4, em 2h06min de jogo. Com a vitória, Guga tornou-se o primeiro brasileiro a terminar o ano como número um do mundo, e além disso é agora o primeiro jogador da história e vencer a Corrida dos Campeões.

Tranquilo, como acordou neste domingo, Guga entrou na quadra central do Pavilhão Atlântico, sem parecer que o jogo valia o título de campeão do mundo e de número um também. Logo no primeiro game quebrou o saque de Andre Agassi, ex-número um do mundo, campeão do Grand Slam e campeão deste torneio em 1990. A vantagem foi suficiente para Guga fechar o primeiro set em 6/4, lutando muito a cada game e salvando break points inúmeras vezes, com aces e jogadas fantásticas. Na segunda série, Guga manteve a mesma calma, vibrando com seus familiares e com a torcida luso-brasileira, que lotava as arquibancadas do Pavilhão. A quebra desta vez veio no quinto game e com um ace, no 5/4 Guga fez 2 sets a 0.

No terceiro e que veio a ser o set decisivo, Guga quase perdeu seu serviço no segundo game, mas conseguiu outra vez se sair de uma situação difícil e no quinto game veio a quebra, que deixaria Guga com vantagem somente precisando controlar os nervos para vencer a partida. Na hora de sacar para o campeonato, Guga não titubeou e com uma bola fora de Agassi comemorou o seu primeiro título em quadra rápida coberta, o seu primeiro título de Campeão do Mundo e a chegada ao topo do ranking.

“Nem posso acreditar no que está acontecendo,” dizia Guga, logo após a vitória. “Se me dissessem, quando o torneio começou e depois ainda de passar aquele aperto no início, que para ser campeão eu teria que vencer o Kafelnikov, o Sampras e o Agassi, em três dias seguidos, não acreditaria. Mas fui indo aos pouquinhos, ganhando jogo por jogo, crescendo na confiança e hoje entrei com tudo na quadra,” contou Guga. “Estou realmente muito feliz. Fechei o meu ano com chave de ouro e terminei, este domingo, uma semana de sonhos.”

O técnico de Guga, Larri Passos, muito emocionado, contou que minutos antes do jogo começar, decidiu com Guga, ir para o ataque. “Optamos por ir para o ataque. Foi uma estratégia de risco, mas que felizmente deu certo. Estou muito contente e emocionado. O Guga realmente mereceu esta vitória, porque ele trabalhou muito para chegar onde chegou. Além disso, tirei um peso das minhas costas, porque fui muito cobrado no início. Agora posso desfrutar e aprendi a aproveitar os bons momentos.

Logo depois de deixar a quadra, ovacionado pela torcida, em que agradeceu a todos os fãs, familiares, técnico e dedicou o título à mãe Alice Kuerten, Guga se dirigiu ao vestiário, que em Lisboa é pessoal de cada jogador e foi recebido, por amigos mais próximos e familiares, com champagne, caipirinha e um bolo com formato de número 1. “É estranho, realmente não acreditava que poderia ser número um. Talvez isso tenha sido bom, porque não me pressionei e quando entrei em quadra, estava muito tranquilo, como se fosse um jogo estadual. Foi um ano de muito sucesso para mim, para a ATP, com todo mundo querendo ganhar e depois de vencer o Kafelnikov, o Sampras e o Agassi, acho que realmente mereci ganhar este título. Mas, também, se tivesse perdido e o Safin ficado com o número um, não teria me importado, sei que estaria em boas mãos. O Safin foi a grande estrela desta Corrida e “brigamos” até o último momento para isso acontecer.

É muito grande para mim, é uma sensação indescritível.”

Após comer o bolo, estourar champagne, abraçar os familiares, Guga passou horas na sala de entrevista, atendendo a imprensa do mundo todo, sempre sorridente e exibindo, com orgulho, os seus troféus de campeão do torneio e o de número um do mundo. “Sempre estive na frente, no jogo. Depois de conseguir o break, me soltei e fiquei super motivado. Todo mundo sabe que eu tive problemas físicos e que eu tinha que ganhar da maneira mais rápida possível. Minha cabeça estava funcionando perfeitamente hoje, tudo estava dando certo e eu fiz uma partida incrível. Acho que acordei hoje, realmente para fazer isso. Estou muito orgulhoso de mim mesmo e de ser brasileiro. Tenho certeza que fiz um domingo feliz para todos e para mim. É o dia mais feliz da minha vida,” disse Guga, na coletiva. O brasileiro continuou a entrevista, dizendo que admirava muito Pete Sampras e Andre Agassi, que eles realmente haviam dominado o tênis na última década e o jogador e que terminar o ano desta maneira é incrível, fantástico.

E o jogador, que no passado completou o Grand Slam, ao vencer Roland Garros e terminou 99 como número um do mundo, foi pessoalmente ao vestiário de Guga, cumprimentá-lo e felicitar o técnico Larri Passos, e a família do campeão. “Só queria dizer parabéns ao Guga, pelo excelente ano, pela conquista e nos vemos na Austrália,” despediu-se Agassi.

Guga (Banco do Brasi l/ Diadora/ Head/ Globo.com/ Motorola) agora entra de férias, volta a treinar dentro de duas ou três semanas e inicia a temporada 2001, no Australian Open. “Foi sem dúvida o melhor ano da minha vida. Quero agora comemorar muito com os meus amigos e a minha família. Foi muito importante ter os meus familiares comigo aqui, todos reunidos. Eles me deram muita força a semana toda.”

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Revivendo a semana de Guga em Lisboa Parte I – O jogo contra Agassi e as dores

Como prometido, começa aqui a série de textos que encontrei, escritos por mim, lá de Lisboa, durante os meus mais de 10 anos como assessora de imprensa do Guga.

Revivendo a semana de Guga na Masters Cup, em Lisboa

O primeiro jogo de Guga na Masters Cup, 10 anos atrás, em Portugal, não foi dos mais animadores. Ele perdeu por 2 sets a 1 para Andre Agassi e ainda saiu de quadra sentindo fortes dores – eu achava que eram nas costas, mas segundo meu próprio relato foram na coxa direita. Pediu ao torneio para ter um dia de descanso e ver como se sentia.

Ficou um suspense no ar. Ninguém, nem mesmo ele, sabia se conseguiria se recuperar a tempo do próximo jogo.



AGASSI VENCE GUGA EM LISBOA
Gustavo “Guga” Kuerten esteve muito próximo de vencer o norte-americano Andre Agassi, mas não conseguiu superar o ex-número um do mundo e acabou perdendo por 2 sets a 1, parciais de 6/4 4/6 3/6, na estréia da Masters Cup, em Lisboa. Agora, Guga volta a jogar no torneio somente na quinta-feira, contra Magnus Norman ou Yevgeny Kafelnikov.

Com a quadra montada no Pavilhão Atlântico praticamente lotada, Guga começou muito bem na partida. Quebrou o saque de Agassi no 2×2 e só precisou manter o seu serviço para fazer 6/4. Na segunda série, Guga continuava a dominar. Teve um break point no 2×2, mas não converteu. A chance voltou a aparecer no 3×3 e Guga também não conseguiu quebrar. Foi então, que no 4/5, Agassi reverteu a situação, quebrou o serviço de Guga e passou a dominar o jogo. Até perder o seu saque, o brasileiro vinha fazendo uma partida brilhante. Ele não havia dado se quer uma chance de Agassi quebrar o seu serviço.

No último e decisivo set, depois de ser atendido pelo fisioterapeuta da ATP, Bill Norris, Guga acabou perdendo o seu saque logo no segundo game e não conseguiu mais se recuperar na partida. No 3/5 chegou a ter quatro break points, mas não converteu e Agassi terminou vencendo o embate.

Durante o jogo, Guga marcou 10 aces, fez duas duplas faltas, teve 51% de aproveitamento do primeiro serviço, deu 29 winners e 29 erros não forçados.


GUGA: “ESTOU ME SENTINDO BEM MELHOR”

Larri: “Tomara que tudo dê certo amanhã e o Guga entre em quadra mostrando o quanto ama jogar tênis.”

Gustavo “Guga” Kuerten acordou nesta quarta-feira se sentindo bem melhor do que quando foi dormir, ontem, depois de ter sido derrotado pelo norte-americano Andre Agassi, na estréia da Masters Cup de Lisboa, sentindo uma distensão na coxa direita.

O brasileiro, que fazia uma partida brilhante com Agassi e esteve bem próximo de vencer, disse ter ficado arrasado depois da derrota ontem. Mas, ao acordar hoje, sem sentir dores, já se animou bastante e foi até o stand da Diadora, no Pavilhão Atlântico, receber do time de futebol português Alverca, uma camisa com seu nome, uma bola de futebol autografada por todos os jogadores, uma flâmula e uma carteirinha de sócio do clube. Com tantas homenagens, os jogadores deram a Guga também o título de Padrinho da equipe.

Depois de posar para fotos, ao lado dos jogadores e segurando a camisa do time, Guga falou que o dia decisivo mesmo será amanhã. “As próximas horas vão ser muito importantes. Acordei hoje me sentindo bem melhor, já fiz tratamento e sei que o principal é que eu me recupere fisicamente. Eu não preciso treinar e melhorar a direita ou a esquerda. Tenho que estar em um nível alto de competição e tentar me superar de qualquer maneira. Vale dar tudo, porque é o último campeonato do ano e estou com muita vontade mesmo de jogar. Vou pensar positivo, porque a parte mental vai ser muito importante. Ontem, logo depois do jogo, na entrevista coletiva estava destruído física e mentalmente.”

O técnico de Guga, Larri Passos, que também foi ao stand da Diadora, estava muito positivo. “O que o Guga teve ontem não foi uma contusão e sim um espasmo. Isso aconteceu no domingo e eu pedi aos organizadores que deixassem o jogo do Guga para quarta. Mas, coisas estranhas acontecem na ATP e não sei porque não mudaram. Fiquei muito chateado com isso e tenho certeza de que se o Sampras ou o Agassi tivessem pedido, eles seriam atendidos. Mas, agora o importante é que a recuperação do Guga está sendo muito boa, ele foi examinado pelo médico, não foi constatada nenhuma lesão, os tratamentos estão sendo feitos e ele está cada vez melhor.”

Larri também disse que seu pupilo deu ontem, no terceiro set contra Agassi, um exemplo de garra e vontade. “Espero que os jovens tenistas se inspirem no Guga e o vejam como exemplo e se Deus quiser tudo vai dar certo e ele vai entrar em quadra, mostrando para todos o quanto ele ama jogar tênis.”

A decisão final será tomada amanhã (quinta-feira), algumas horas antes do início da partida. Guga estará na programação ou contra Magnus Norman ou contra Yevgeny Kafelnikov. “Só vamos decidir no bate bola antes do jogo. Se ele estiver 100% vai jogar, se não, se sentir dor, vou ser o primeiro a pedir a ele para não jogar,” contou Larri, querendo evitar que o tenista entre em quadra sem condições de apresentar o seu melhor tênis. “Ele está na melhor forma dele.”

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Federer é campeão do ATP World Finals. Dez anos atrás era o Guga

Federer é pentacampeão da Masters Cup, agora ATP World Finals. Derrotou Rafael Nadal na final deste ano, na O2 Arena, in London, por 6/3 3/6 6/1 e encerrou a temporada com um título importante, assim como começou, vencendo o Australian Open.

Federer creditou o título ao novo técnico Paul Annacone e disse que arriscou jogando cinco torneios em sete semanas, que estava cansado, mas que em 20 anos não se lembraria do cansaço e sim dos títulos que venceu.

A colocação de Federer é perfeita.

Essa época de Masters Cup é sempre um pouco nostálgica para mim. Não tem como não lembrar daquela semana inspirada de Guga em Lisboa, 10 anos atrás, vencendo Pete Sampras e Andre Agassi na sequência para vencer o campeonato e chegar ao topo do ranking mundial. Não tem como não ficar relembrando cada momento, nesta época, tendo vivido de perto tudo aquilo.

Como o calendário naquela época era ainda mais longo, esta semana começaria amanhã para o Guga.

Por isso, os próximos dias deste blog serão dedicados a relembrar cada momento daquela semana mágica em Portugal.

Para começar, reproduzo a materia que escrevi para edição 109 da Tennis View, em que relembro a temporada do ano 2000 de Guga.

Somente ao escrevê-la é que eu tive noção de quanto ele jogou e viajou naquele ano. Muito mais do que Federer jogou nas últimas semanas, mas com certeza, o Guga não fica lembrando do cansaço e de quantas semanas ele ficou fora de casa. O que está e ficará para sempre são os títulos especiais que ele conquistou no ano 2000, culminando com o Masters.

Uma viagem pela temporada de Guga

Dez anos atrás o circuito mundial de tênis era dominado por um brasileiro.

Essas palavras, às vezes, parecem ter saído de um sonho, mesmo para nós que acompanhamos cada vitória daquela trajetória.

Mas, foi real. Um brasileiro ganhou Roland Garros três vezes, venceu Masters 1000 e chegou ao topo do ranking mundial.

Não só alcançou o lugar mais alto do ranking, como terminou uma temporada como o melhor do mundo, fato inédito para um sul-americano, ao vencer a Masters Cup de Lisboa – hoje o Masters – e depois de ter ganhado de Pete Sampras e Andre Agassi, na sequência. Feito que só ele na história do tênis atingiu.

Dez anos atrás, o mundo do tênis se curvava a Gustavo Kuerten.

A vitória sobre Andre Agassi, em Lisboa, por 6/4 6/4 6/4, encerrou uma temporada mágica para Guga. Uma, que como ele costuma dizer que “nem nos meus melhores sonhos poderia imaginar que conquistaria tanto.”

Para comemorar esse momento e o dia 04 de dezembro, em que viu seu nome no primeiro posto do ranking mundial, pela primeira vez, Guga jogará uma exibição com Agassi, no Maracanãzinho, no dia 11 de dezembro deste ano.

Tennis View, para homenagear o eterno número um e mostrar, relemebrando a história, que o Brasil já teve o melhor do mundo, vamos fazer uma retrospectiva da temporada que levou Gustavo Kuerten ao auge da sua carreira.

Guga começou o ano 2000 como o 5º colocado no ranking mundial.

Perdeu nas estreias dos ATPs de Sidney e do Australian Open, para os espanhóis Francisco Clavet e Albert Portas.

Logo depois venceu o francês Jerome Golmard, na Copa Davis, em Florianópolis e perdeu para Nicolas Escude, quando já não valia mais nada.

Foi à Cidade do México, com o ranking na 6ª posição, jogar o ATP local e depois de ganhar de Gaston Etlis na estreia, perdeu para Juan Ignacio Chela.

A temporada começou a tomar o rumo de um ano vitorioso no torneio seguinte, o ATP de Santiago, em que foi campeão de simples, sem perder um set, e duplas.

Guga e Antônio Prieto - campeões em Santiago

Ganhou, na sequência de Jean Rene Lisnard, Orlin Stanoytchev, Agustin Calleri e Mariano Puerta.

Nas duplas, ganhou o troféu ao lado de Antonio Prieto, vencendo Lan Bale e Pietr Norval.

De volta à 5ª posição no ranking, foi até a semifinal do ATP de Bogotá, derrotando Sergi Brugera, Sebastian Prieto, Markus Hantschk e perdendo para Puerta.

A breve temporada norte-americana de quadras rápidas (6º no ranking) foi marcada pela derrota na segunda rodada em Indian Wells (venceu Justin Gimelstob na estreia), para Tommy Haas e pelo vice-campeonato em Miami.

Guga, vice em Miami

A campanha em Key Biscayne começou com Guga tendo que salvar match point contra Arnaud Clement na estreia. Depois ganhou de Goran Ivanisevic, Gianluca Pozzi, Wayne Ferreira, Andre Agassi, o número um do mundo na época e perdeu uma das mais marcantes decisões da carreira, para Pete Sampras.

Sem tempo para comemorar a chegada à final em Miami, o brasileiro, novamente no 5º posto da ATP, voou no mesmo dia para o Rio de Janeiro, para defender o Brasil na Copa Davis, contra a Eslováquia. Ganhou de Karol Kucera, mas não resistiu a Dominik Hrbaty. Fernando Meligeni acabou fechando o confronto e colocando o Brasil na semifinal da competição.

Guga- Brasil na semi da Davis

Com a sua melhor posição na temporada, a quarta, Guga foi a Monte Carlo e perdeu para Kucera na estreia.

Ficou treinando e com dois lugares atrás no ranking foi para a Itália. Derrotou, na sequência, em Roma, Golmard, Mark Philippoussis, Younes El Aynaoui, Albert Costa, Alex Corretja e só parou na final diante de Magnus Norman.

Próximo destino: Hamburgo.

A primeira vitória na Alemanha, com o ranking na 7ª posição, foi sobre Karim Alami. Em seguida, ele derrotou Sebastien Grosjean, Wayne Ferreira, Norman, Andrei Pavel e em uma emocionante final, de mais de quatro horas, Marat Safin na final.

Era o segundo título da temporada.

De volta ao seu torneio favorito, Guga disputava Roland Garros como o quinto do mundo e cabeça-de-chave cinco. Arrasou Andreas Vinciguerra na estreia, perdendo só três games. Não deu chances a Marcelo Charpentier, na segunda rodada. Ganhou de Michael Chang, que se despedia das quadras, na terceira fase e eliminou o amigo Nicolas Lapentti nas oitavas-de-final. Depois de estar perdendo por 2 sets a 1 para Yevgeny Kafelnikov virou e avançou à semifinal. O mesmo aconteceu contra Juan Carlos Ferrero e Guga estava em mais uma decisão de Roland Garros.

Guga bi em Roland Garros

O adversário era um de seus grandes rivais da temporada: Norman. Depois de onze match points, o brasileiro erguia o seu segundo título em Paris e o terceiro da temporada.

Depois de surgir no quarto lugar do ranking e com dreadlocks em Wimbledon, alcançando a terceira rodada na Inglaterra (venceu Chris Woodruff e Justin Bower, perdendo para o alemão Alexandre Popp), Guga foi para a Austrália, defender o Brasil na Copa Davis. Perdeu para Patrick Rafter e viajou para a América do Norte.

Ganhou da Arnaud di Pasquale an estreia em Toronto, mas perdeu para o local Sebastien Laureau na segunda rodada.

Em Cincinnati, estreou derrotando Jerome Golmard e depois passou por Gianluca Pozzi, Stefan Koubek e Todd Martin, para alcançar a semifinal do Masters 1000 do meio-oeste americano. Perdeu uma disputada semifinal, no tie-break do terceiro set para Tim Henman.

Começou a campanha no hoje extinto torneio de Indianápolis com o seu melhor ranking, o 2º e com  vitória sobre Todd Woodbridge. Depois a vítima foi Taylor Dent, seguida por Wayne Ferreira, Lleyton Hewitt e por fim o russo Marat Safin.

Era o primeiro troféu de Guga em quadras rápidas e o quarto do ano 2000.

O bom momento parou em Wayne Arthurs, na estreia do US Open, em que perdeu no tie-break do quarto set.

Nova viagem a Austrália levou Guga às Olimpíadas de Sidney, em que, na 3ª posição na ATP, começou vencendo Christophe Pognon, Rainer Schuettler e Ivan Ljubicic, para chegar às quartas-de-final em que foi parado por Kafelnikov.

A temporada continuou na Ásia, com as quartas-de-final nos ATPs de Hong Kong e Tóquio. Ganhou de Vincent Spadea e Sargis Sargsian, perdendo para Rafter no primeiro torneio. Superou Nicolas Massu e Andrea Gaudenzi no Japão, perdendo para Hrbaty.

Da Ásia, a longa temporada de Guga, seguiu para a Europa, com uma vitória sobre Nicolas Escude em Stuttgart – indoor – e derrota para Grosjean.

Em Lyon, com uma breve volta ao segundo lugar no ranking, nova derrota para Rafter nas quartas-de-final, depois de ter vencido Pavel e Michael Llodra.

O último Masters 1000 do ano, em Paris, viu Guga, 3º da ATP, vencer Woodruff, Rafter e Albert Costa, só parando na semifinal diante de Philippoussis.

O brasileiro chegava ao último torneio do ano, a Masters Cup, em Lisboa, com poucas chances matemáticas de ascender ao topo do ranking mundial. Marat Safin, 75 pontos na frente de Guga, então número um, era o favorito para terminar o ano como tal.

Os oito melhores da temporada foram divididos em dois grupos. Safin, Sampras, Hewitt e Corretja estavam no vermelho e Guga, Agassi, Kafelnikov e Norman, no verde.

O desenrolar da semana em Portugal, continuam nos próximos posts.

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Carlos Moyá, lembranças de 1997, ano que também transformou a sua carreira

A aposentadoria de Carlos Moyá, anunciada por ele ontem, em uma coletiva de imprensa, em Madrid, não pegou ninguém de surpresa. O espanhol pouco jogou nesta temporada, está com 34 anos de idade e nunca conseguiu se recuperar de uma lesão no pé, como ele mesmo afirmou.

Há dois anos ele vinha sofrendo ainda mais com a artrose e resolveu operar, no ano passado, buscando uma melhora para poder continuar competindo.

A cirurgia não trouxe o resultado esperado, trouxe efeitos colaterais e depois de muito relutar ele teve que optar por deixar as quadras da ATP.

página da Tennis View de 97, com a entrevista de Moyá (desculpem a falha, a foto dele saiu virada mesmo)

Ontem depois de ler algumas notícias sobre a coletiva dele em Madrid, fiquei pensando quando tinha ouvido falar do Moyá pela primeira vez.

Lembro dele ter ganhado o ATP de Buenos Aires em 1995, mas tenho claro na minha mente a ascensão dele em 1997, quando chegou à final do Australian Open.

Não sei porque mas aquilo marcou. Lembro da vitória sobre o Becker na primeira rodada, sobre o Chang na semi e o burburinho que se formou quando ele chegou à final. Não resistiu a Sampras na decisão, mas aquele verão australiano do mesmo 1997 que transformou a carreira de Guga, transformou a do espanhol.

E buscando ainda mais fundo na minha cabeça, tinha uma certa lembrança de que ele tinha sido o nosso entrevistado número dois da Tennis View, depois do Guga ter inaugurado a primeira edição da revista, dois meses antes.

Logo que cheguei hoje ao escritório fui abrir nosso livro de arquivos de todas as Tennis View e me deparei com a entrevista de Moyá na nossa segunda edição.

Não me pergunte como entrevistamos a sensação do momento na época, porque não me lembro.

Foi por telefone, mas valeu e as respostas estão bem interessantes.

Já naquela época havia 14 espanhóis entre os top 100. A resposta de Moyá para o sucesso era de que havia muitos torneios satélites na Espanha – os Futures de hoje – e os tenistas não tinham que sair do País para marcar pontos no ranking mundial. Além disso o programa da Federação Espanhola ajudava muito.

Na entrevista ele ainda parecia assustado com a repentina fama, fato que ele mesmo confirmou na sua conferência de despedida.

Assisti um vídeo da entrevista dele ontem e quando perguntaram qual o momento que mudou a sua carreira ele nem precisou pensar muito.

“O Australian Open, em 1997, foi o que mais impactou a minha carreira. Eu era conhecido no meio do tênis na Espanha, tinha ganhando alguns torneios e de repente saí de Mallorca par air para Austrália, fui vice-campeão em Sidney e fui à final do Australian Open, em quadra rápida.

Todo mundo falava que eu podia jogar bem na rápida, mas até você ir lá e realmente vencer é diferente.

Comecei bem com a final em Sidney, aí fui lá e ganhei do Becker em cinco sets.

De repente fui ganhando mais jogos e as minhas quadras de treino começaram a ficar cheias de gente assistindo, querendo tirar foto. Parecia que estava sonhando acordado.
Depois de ter chegado à final, quando volto para a Espanha, todo mundo estava no aeroporto me esperando. Não podia acreditar.

Para mim, tudo começou na Austrália, não só a popularidade, mas o meu tênis também.”

httpv://www.youtube.com/watch?v=L5YiC5Oj1l4

Lendo algumas matérias nos jornais espanhóis como o ABC, El País, Marca, o tio e técnico de Rafael Nadal, Toni é enfático ao dizer que foi Moyá que fez os espanhóis acreditarem que podiam jogar bem na quadra rápida. Antes só jogavam no saibro.

Foi Moyá também, o primeiro espanhol, muitos anos antes de Rafael Nadal, a chegar ao topo do ranking mundial, em 1999, ao derrotar Gustavo Kuerten na semifinal do Masters 1000 de Indian Wells.

A carreira de Guga e Moyá, nessa época, corriam lado a lado.

Guga ganhou Roland Garros em 1997, Moyá em 1998. O espanhol foi vice-campeão do Masters em 1998, Guga foi campeão no ano 2000.

Os dois travaram belos embates no circuito. Guga derrotou-o na final, na casa dele, em Mallorca, em 1998. Moyá já tinha vindo ao Brasil naquele ano, e perdido para Guga em Porto Alegre na Copa Davis.

No ano seguinte, Guga venceu o espanhol mais uma vez na Davis, em Lérida.

Moyá foi campeão em Monte Carlo em 1998; Guga em 1999.

Depois, no ano 2000, a carreira de Guga deslanchou, vencendo o Masters e mais dois Roland Garros. Moyá teve altos e baixos e continuou no circuito, surpreendendo quando conseguia e se mantendo ativo e vencendo títulos.

Assim como o amigo Guga, encerrou a carreira por lesão e com os mesmos números de títulos que o brasileiro: 20 (não são iguais em números de Grand Slams e Masters).

Outro momento marcante que Moyá destaca, além de Roland Garros, foi a vitória na Copa Davis, em Sevilla, em que também foi capa da Tennis View, em dezembro de 2004.

Ele ainda vai jogar o Masters ESpanhol no fim do ano e a Copa Peugeot Argentina, em Buenos Aires, cidade onde conquistou seu primeiro título, em 1995.

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Billie Jean King arrecada US$ 500 mil em uma noite com Agassi, Graf, Navratilova e Elton John

Esse post é mais um complemento do post escrito há algumas semanas sobre a Billie Jean King e da matéria que fiz com ela para a edição 109 da Tennis View.

Ela é mesmo incansável. Arrecadou US$ 500 mil em um único evento, na noite de segunda, em Washington DC, para a Elton John Aids Foundation.
Reuniu 94 títulos de Grand Slam na capital americana: Andre Agassi, Steffi Graf, Martina Navratilova, Rennae Stubbs, além de Anna Kournikova, Mark Philippoussis, Eric Butorac e Jan Michael Gambill.

Além do jogo exibição de simples, duplas e duplas mistas, houve um leilão em que uma aula de tênis com Agassi e Graf foi arrematada por US$ 50 mil.

Leia o press release do evento, na íntegra:

(November 15, 2010) – Tennis’ top names rallied for charity at WTT Smash Hits presented by GEICO on Monday night at American University in Washington, D.C., raising more than $500,000 for the Elton John AIDS Foundation and the Washington AIDS Partnership.


Billie Jean king gives Sir Elton John a kiss after learning that Smash Hits presented by GEICO raised more than $500,000 for AIDS charities.

Team Billie Jean defeated Team Elton 19-15 to tie their overall series at 9-9.  In its 18-year history, WTT Smash Hits has raised more than $10 million for the Elton John AIDS Foundation and local charities throughout the U.S.


Captained by longtime friends Billie Jean King and Sir Elton John, the Smash Hits players formed two teams and faced off in a modified World TeamTennis match, playing one set each of men’s singles, women’s doubles, men’s doubles and mixed doubles.

Sir Elton John started the evening off in style in a celebrity set by teaming with tennis great Martina Navratilova for a 4-1 win over the husband and wife tandem of Andre Agassi and Stefanie Graf.  Elton John delighted the sellout crowd with his solid forehand play, including several winners.

The WTT match kicked off with men’s doubles as Agassi partnered with Jan-Michael Gambill to face Mark Philippoussis and Eric Butorac. With a strong showing from both sides, Team Elton prevailed defeating Team Billie 5-4. The women’s doubles set pitted Anna Kournikova and Graf up against Navratilova and Rennae Stubbs, with Billie Jean’s players taking the set 5-3 and the lead over Elton’s team.

Andre Agassi celebrates after winning a point at Smash Hits.

At the halfway point, Team Billie Jean held a 9-8 lead which was extended when Philippoussis posted a 5-3 win over Agassi in men’s singles to increase the margin to 14-11.

With the match on the line in the final set of mixed doubles, Agassi and Kournikova fought off Navratilova and Philippoussis through four games, taking the set to a tiebreak, but their effort fell just short in forcing overtime.  The 5-4 win for Team Billie Jean King gave them the match with a final score of 19-15.

Before the on-court action began, the co-hosts and players attended a pre-match reception and live auction, which raised $267,000 of the evening’s total.  The top auction items of the night were the two popular Billie Jean King Wimbledon Packages, which King served up for $32,000 each.  Another coveted item was a hitting session with Andre Agassi and Stefanie Graf – a package that went for $50,000.  Other auction items were a 2011 Super Bowl Package, two Elton John-signed piano benches and a French Open package.  Fifty percent of the funds raised by the auction will support programs in Washington AIDS Partnership.

FINAL RESULTS – WTT Smash Hits presented by GEICO – Bender Arena at American University in Washington, D.C.:

Pro-celebrity set (does not count toward total match score):

Elton John/Martina Navratilova def. Andre Agassi/Stefanie Graf 4-1

TEAM BILLIE JEAN KING def. TEAM ELTON JOHN 19-15

Men’s Doubles: Andre Agassi/Jan Michael Gambill (Team Elton) d. Mark Philippoussis/Eric Butorac (Team Billie Jean) 5-4

Women’s Doubles: Martina Navratilova/Rennae Stubbs (Team Billie Jean) d. Stefanie Graf/Anna Kournikova (Team Elton) 5-3

Men’s Singles: Mark Philippoussis (Team Billie Jean) d. Andre Agassi 5-3 (Team Elton)

Mixed Doubles: Mark Philippoussis/Martina Navratilova (Team Elton) def. Andre Agassi/Anna Kournikova (who subbed for Graf at 2-2) ­5-4

E para complementar, aqui vai o link do vídeo da entrevista de Billie Jean na CNN, faland do World Team Tennis httpv://www.wtt.com/videolibrary.aspx?vid=0

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