Escrevi este post quase 2 anos atrás, quando tive o prazer de encontrar o autor do livro e por acaso um dos fundadores da The School of Life, Roman Krznaric.
O livro, The First Beautiful Game, Stories of Obssession in Real Tennis, agora está sendo vendido como e-book também e tem lições além do tênis, como obssessão, amor e ambição.
Há um mês tive o prazer de receber em São Paulo e no Rio, um dos mais ávidos fãs e praticantes de Real Tennis do mundo e também autor do livro “The First Beautiful Game.” Roman Krznaric veio ao Brasil não para falar de tênis, mas para uma série de eventos da The School of Life, da qual é um dos fundadores. Com os dias de convivência, Roman foi me dando “aulas” de Real Tennis e resolvi fazer uma pesquisa que acabou virando uma matéria que está nesta edição 124 da Tennis View e que reproduzo aqui.
O tênis dos tempos da realeza ainda existe hoje em dia
São apenas 45 quadras no mundo inteiro, mas elas ainda existem. Da mesma maneira que os Reis jogavam tênis séculos atrás, ainda é possível jogar hoje em dia o que é conhecido por “Real Tennis.”
O Reino Unido, terra do Rei mais famoso a jogar tênis, Henrique VIII, é a nação com mais quadras no mundo. São 25. As outras 20 estão espalhadas na França, Austrália e Estados Unidos.
O fascínio pelo jogo que originou o que hoje é o nosso esporte, o tênis, é tanto, que há até uma Associação dos Tenistas Profissionais de Real Tennis, ranking e ligas, com 5.000 jogadores inscritos.
Assim como a quadra que conhecemos hoje, a quadra do Real Tennis é dividida por uma rede, mas é mais estreita dos lados. As quadras são cobertas e com paredes bem próximas. A raquete é de madeira, tem a cabeça bem menor e um pouco curvada e as bolas são costuradas à mão e pingam bem menos do que as bolas do nosso tênis. A pontuação é a mesma – 15, 30, 40 e as regras tem muitas semelhanças.
O jogador não pode devolver um saque antes da bola pingar; não pode tocar na rede enquanto a bola estiver em jogo; não pode bater na bola duas vezes; não pode errar o saque duas vezes seguidas, entre outras semelhanças.
Uma diferença interessante é que o saque é sempre feito do mesmo lado da quadra. Os jogadores tem que trocar de lado para sacar e quando a bola pinga duas vezes na quadra, você ainda tem a chance de entrar numa disputa e vencer o ponto.
Era esse esporte que o Rei Henrique VIII gostava de jogar e ganhar. Diz a lenda que o melhor era mesmo não deixar o Rei perder. A punição poderia ser severa.
A quadra em que Henrique VIII hoje, em Hampton Court, data de 1530 e ainda está disponível para jogo.
É uma das raras remanscentes.
Nos anos 1970 as quadras de Real Tennis começaram a desaparecer e deram lugar a garagens, sinagogas, hospitais, hotéis, laboratórios, galerias de arte, enfim, se perderam pela Europa.
No Brasil não há quadras de Real Tennis. Mas, em uma viagem ao exterior, é uma experiência digna dos tempos da realeza. Os clubes mais conhecidos a terem quadras de Real Tennis são o Queen’s Club, em Londres e o New York Racquet and Tennis Club.