Tag Archives: tennis rankings

Um raro bate-papo com Marian Vajda, o técnico de Djokovic

A temporada já acabou, os tenistas todos já estão em plena preparação para 2012, nas suas pré-temporadas pelo mundo.

Agora é o momento de relembrar como foi 2011 e homenagear Novak Djokovic, o destaque disparado do ano.

Para isso posto aqui a entrevista que a Tennis View, com Edgar Lepri, Leonardo Stavale e Nelson Aerts, fizeram com o homem que levou Novak ao topo, o técnico Marian Vajda, em Nova York, publicada na edição 116 da revista.

Vajda, o treinador que transformou Djokovic no melhor tenista do mundo

 

Qual o trabalho por trás do tenista de Novak Djokovic? Quem é o treinador capaz de fazer o sérvio passar Roger Federer e Rafael Nadal para disparar na liderança do ranking da ATP? O nome dele é Marian Vadja, um ex-tenista profissional, que chegou ao 34º lugar no ranking e vencedor de dois torneios ATPs. Feitos que parecem pequenos quando comparado às conquistas obtidas na sua segunda carreira.

Após parar de jogar por conta de uma lesão e se afastar do circuito para curtir a família, por volta dos 30 anos Vadja foi seduzido a iniciar a carreira como técnico ao ser convidado a trabalhar com o eslovaco Domink Hrbaty, na época 320º do mundo.  Para quem estava começando na profissão, Vajda não tem do que reclamar. Hrbaty foi o 14º melhor tenista da ATP, campeão de seis torneios e uma semifinal em Roland Garros.
Depois o treinador teve ainda boas experiências com Karol Kucera e embarcou no tênis feminino até receber a proposta há cinco anos de treinar a então jovem promessa Djokovic. De lá para cá, a história ficou conhecida, e muito. A relação de Vajda com Djoko vai além das quadras. O próprio tenista já afirmou que o treinador é como um segundo pai para ele. O treinador não é nenhum mágico, aparentemente sua grande maestria e genialidade é a capacidade infinita de entender como funciona a mente de seu pupilo.

 

Nesta entrevista exclusiva à Tennis View, realizada durante o US Open, Vadja destaca o fato de ter sido jogador como um diferencial no seu dia a dia como técnino. Diz saber saber a hora de dar um descanso, puxar um treino mais forte e motivar o jogador na medida certa. O treinador afirma também que a paciência é uma de suas maiores virtudes e que passou isso para Djoko quando o tenista ansiava por chegar ao topo. Confira esses e outros segredos do homem que transformou Djokovic no melhor tenista do mundo.

Tennis View  – Quando você se envolveu com tênis?

Marian Vajda – Eu tinha 10 anos e morava na Eslováquia, em Piestany, onde eu cresci. Fui apresentado ao tênis pelo meu pai, que tinha construído uma quadra na cidadezinha e tinha muitos bons técnicos me acompanhando.

 

TV – Como você avalia sua carreira como profissional? Você acha que poderia ter ido mais longe?

MV – O tênis era minha paixão, mas eu comecei a jogar profissionalmente muito tarde, com 18 anos, quase 19. Entrei no top 100 quando tinha 20 anos e meu objetivo, obviamente, era o de todo jovem tenista: ser o melhor do mundo. Sempre via Wimbledon quando era criança e sonhava com aquele troféu. Não realizei esse sonho, mas pude ganhar dois torneios de ATP Tour, fiz outras duas finais… Quando eu olho para trás, me sinto muito satisfeito. Talvez eu pudesse ter alcançado mais coisas, mas eu fui incapaz por minha carreira ter terminado com uma lesão, então parei com 30 anos.

 

TV – Quando você começou a ser treinador?

MV – Depois dos 30 anos, fiquei um tempo cuidando da minha família e senti que gostaria de voltar para o tênis. Tive uma proposta de treinar uma boa promessa, Dominik Hrbaty, que na época era 320º do mundo. Nós fizemos um período de experiência para ver se seria bom e eu realmente passei a gostar. No início eu ficava muito cansado, porque era completamente diferente a carreira de treinador e jogador. Eu precisava focar naquilo que ele estava fazendo, e não mais em mim. Mas começamos a trabalhar juntos, eu gostei e passei a me motivar, porque ele também tinha muita vontade de crescer. Foi assim que comecei como treinador, aos 31 anos e até hoje.

 

TV – Então você já começou com um trabalho muito bom?

MV – Sim, eu tive sorte desde o começo. Ele melhorou muito, fez mais de dez finais, foi semifinalista de Roland Garros e quase um top 10. Foi muito gratificante. Eu recebi muito crédito e sei que fiz um bom trabalho, mas estava com um jogador muito bom. Depois disso eu pensei que não conseguiria mais pegar nenhum bom jogador. Ele foi 12º, isso é o melhor que a gente consegue [risos]. Mas então eu ainda treinei Karol Kucera por dois anos e meio, trabalhei para a Federação por um ano e meio, depois um pouco no feminino…

 

TV – E como surgiu a oportunidade de treinar Novak Djokovic?

MV – Em 2006, eu recebi uma grande proposta da equipe que conduzia a carreira do Novak. Eles se lembravam de mim por ter treinado Dominik, mas eu não sabia quem o Novak era, porque na época eu estava treinando meninas. Aí eu fui para Paris, conheci os pais, a família e ele. E esse foi o início. Também tivemos um período de experiência, por cinco ou seis semanas, ele ganhou o primeiro torneio… E foi assim que tudo começou, de Wimbledon em 2006 e chegou ao auge agora [risos], com uma conquista em Wimbledon, então foi muito legal. Em cinco anos, ele alcançou o número 1 do mundo, o que foi realmente inacreditável. Ele é um cara muito talentoso e tenho muito sorte de contar com esse talento.

 

TV – Qual você acha que foi a grande mudança de Djokovic no último ano?

MV – Ele mudou muito mentalmente, sabe? Mas, em cinco anos de trabalho, ele sempre teve a ambição de ser número 1 do mundo, um desejo mesmo. E ele sempre conseguiu evoluir. Ele trabalhava em todos os golpes. Por exemplo, há um ano e meio o saque dele não estava muito bom. Trabalhamos com isso, depois o forehand, tudo da base. Hoje, ele tem esses movimentos praticamente perfeitos.

 

TV – E a diferença entre passar de top 3 para número 1 do mundo, o que mudou?

MV – Foi muito duro. Acho que ele percebeu algumas coisas importantes e está mais maduro. Se ele pode bater os números 1 e 2 do mundo, se ele pode ganhar a Copa Davis, ano passado, – o que o ajudou muito -, ele percebeu que poderia ser mais agressivo, mais rápido, fisicamente ele estava muito bem no final do ano, e isso tudo se juntou neste ano.

 

TV – Quais foram as mudanças físicas?

MV – Bem, ele parou de consumir glúten e reduziu muito o açúcar. Ele perdeu alguns quilos, está mais magro e muito mais rápido em quadra.

 

TV – O que é necessário para ser um bom treinador?

MV – É preciso ser paciente, viajar muito… ser paciente [risos], e é uma carreira dura. Você não pode ser dominante. Você precisa deixar o cara dominar, precisa ouvi-lo, ser muito paciente e definir metas, como evoluções em longo ou curto prazo. Mas você precisa ser muito paciente, porque você está diariamente com o cara, 24 horas por dia, e às vezes é difícil controlar os nervos, sabe? A carreira no tênis me ajuda, porque eu passei por isso como tenista e tive muitas experiências. É importante não confundir o jogador ao falar de algo que ele não está tão bom, mas ser paciente e melhorar aquilo. Teve um tempo em que ele estava muito para baixo e eu sempre dizia: ‘Você precisa ser paciente, você vai virar número 1. É um passo de cada vez, não vai ser de um dia para outro’. O mais importante é acalmar o tenista mentalmente, o que não é fácil.

 

TV – Você acha que ajuda muito ter sido um tenista profissional?

MV – Sim, definitivamente. Ajuda muito. Porque eu conheço tudo, todos os torneios, a programação de cada dia. Com o que eu fiz, eu posso dar exatamente o programa de treinos a ele sem causar overtraining, porque há treinadores que forçam demais, sabe? Eu tive sorte de conhecer boas pessoas na minha equipe, na preparação física, alimentar, na fisioterapia e sempre nos comunicamos. E a comunicação é muito importante, especialmente com ele (Djokovic), porque ele sabe identificar as coisas, então o que ele sente, ele conta para a gente. Ele é aberto com a equipe e tem muita sensibilidade nesse aspecto.

 

TV – E ele faz muito preparo físico?

MV – Acho que ele faz o mesmo que os outros, mas ele tem uma capacidade boa e pode “sintetizar” os exercícios muito, muito, muito mais rápido. Ele consegue aprender as coisas muito rapidamente e seu estilo de jogo é muito intenso. Por exemplo, atualmente, ele fica duas semanas sem jogar, volta para o circuito e joga do mesmo jeito. Enquanto muitos tenistas precisam de uma semana ou duas para retomar o ritmo. Então, isso é um talento, um dom.

 

(Fotos de Cynthia Lum)

Enhanced by Zemanta

Leave a Comment

Filed under Uncategorized

Petkovic, a tenista que quer ser política na Alemanha

Nascida na Bósnia e criada na Alemanha, Andrea Petkovic, 23 anos, vem se tornando uma das grandes sensações da WTA. Não só pelo sucesso nas quadras e pela beleza, mas por outras qualidades ainda pouco conhecidas de muita gente.

A extrovertida Petkovic avançou às oitavas-de-final do Australian Open depois de Venus Williams desistir do jogo, quando o placar marcava 1×0, sentindo uma forte lesão na virilha, surgida no jogo de segunda rodada. A próxima adversária da alemã é a russa Maria Sharapova.


Há pouco tempo não passava pela cabeça de Petkovic seguir carreira no tênis profissional. Ela tinha e ainda tem outros planos em mente: assumir um cargo politico na Alemanha.

Não fala isso da boca para fora e a ideia não é um sonho distante. Ela estuda Ciências Políticas na University of Hagen, tem um blog em alemão, e até entrar entre as tops 50 (é a 33ª na WTA), o principal objetivo era se formar e iniciar uma carreira política.

O plano está adiado temporariamente, até porque Petkovic pode começar uma carreira de artista.

Além de surpreender com a dedicação aos estudos, a alemã é divertida. Ao vencer Nadia Petrova no US Open do ano passado dançou em quadra o que chamou de “Petko Dance.”  [simfany]106333[/simfany]

A tenista anteriormente treinada pelo pai Zoran e hoje pelo ex-técnico de Ivo Karlovic, Petar Popovic, gosta de fazer videos divertidos. Há uma série deles no site dela. No último ela ensina como dançar a “Petko Dance,” e já avisou que o próximo contará com a participação de John Isner.

Entre tantos novos nomes que surgem no circuito e que temos dificuldade de guardar e acompanhar, vale a pena ficar de olho na divertida tenista politizada.

Ah, e para terminar vale a pena ler o parágrafo que extraio do site dela, em que Petkovic explica a motivação para jogar tênis:

What is it, that makes a human struggle eight hours a day in practice and cross borders that you would normally avoid? What makes an athlete with all her strengths and weaknesses confront the public just to be judged mercilessly when success is missing? Is it the money, the fame or the recognition? A little bit of everything and nothing of that really.

If you grow up playing tennis from your childhood and you compete with your opponents eyeball to eyeball all the time, these concomitants fade. The intense emotions you experience within a match cannot be compared to anything else or be found in another job. Me being bubbly and sensitive anyway, I undergo the whole spectrum from anger, grief, disappointment and distress to joy, euphoria, pride and happiness throughout a match. Some people jump out of planes, some go skiing or drive a car real fast, others change their partners and take drugs to live in extremes. I take the rollercoaster of feelings every time I go out on the court and I am extremely fortunate to be able to make a living out this way.

The competition, the pursuit of almost impossible perfection, the often underestimated mental challenge, the release after you convert a match ball – all that brings a certain something to my life, that makes it interesting, diverse and worth living.

1 Comment

Filed under Uncategorized

Australian Open vai começar! Federer vai atrás do recorde das mulheres

Parece estranho, mas o primeiro Grand Slam do ano já vai começar neste domingo à noite para nós brasileiros.

Há pouquíssimo tempo, pouco mais de um mês, estávamos assistindo Roger Federer derrotar Rafael Nadal na final do Barclays ATP World Championships, em Londres e agora todos já estão do outro lado do mundo, na Oceania, para jogar o Australian Open.

Aqui vão alguns dados interessantes sobre a competição.

  • É a 28ª no Melbourne Park, conhecido anteriormente como Flinders Park.
  • Premiação total é de AUD 8,9 milhões (equivale praticamente ao dólar Americano). É a maior premiação de todos os Grand Slams. Os campeões de simples ganham AUD 2,2 milhões cada.
  • Quando Rod Laver derrotou Andres Gimeno na final, em 1969, ele ganhou AUD 5 mil.
  • Rafael Nadal pode se tornar o primeiro homem desde Don Budge e Rod Laver a vencer os quatro torneios de Grand Slam na sequência, já que ganhou Roland Garros, Wimbledon e o US Open na semana passada. Sampras e Federer também tiveram essa oportunidade, mas não alcançaram o feito. Sampras perdeu para Courier nas quartas-de-final de Roland Garros em 1994 e Federer para Nadal, nas finais de Roland Garros de 2006 e 2007.
  • Federer agora está atrás das mulheres. Já quebrou todos os recordes de número de títulos de Grand Slam de simples. Tem 16 e quer agora passar Navratilova e Evert. Elas tem 18 cada. A maior detentora de títulos de simples de Grand Slam é Margaret Court, com 24.
  • Só um tenista tem mais do que quatro títulos em Melbourne: Roy Emerson. São seis troféus do australiano. Federer tem 4, assim como Agassi.
  • Este é o 45º Grand Slam consecutivo que Federer disputa. O sul-africano Wayne Ferreira é o jogador que mais vezes jogou Grand Slams na sequência. Foram 56.
  • Federer é o atual campeão do torneio. A última vez que um detentor do título foi derrotado na primeira rodada foi em 1996, quando Becker perdeu para Moyá.
  • São 6 os campeões de Grand Slam na chave principal: Federer, Nadal, Del Potro, Roddick, Hewitt e Djokovic.
  • Nos últimos 13 anos 8 jogadores alcançaram a única final de Grand Slam da carreira, no Australian Open: Rios, Enqvist, Clement, Johansson, Schuettler, Baghdatis, Tsonga, Gonzalez. Destes, só Johansson foi campeão.
  • Gustavo Kuerten foi cabeça-de-chave 1 do Australian Open em 2001, há 10 anos. Perdeu na 2ª rodada. Hewitt é o único cabeça-de-chave 1 da história a ter sido eliminado na estreia, em 2002. Nadal é o cabeça-de-chave 1.
  • O último australiano a vencer o Australian Open foi Mark Edmonson, em 1976. Hewitt foi o último a alcançar uma final, em 2004, perdendo para Federer.
  • Federer pode alcançar mais um recorde neste Grand Slam, o de títulos em quadras rápidas. Ele tem 45 contra 46 do líder Andre Agassi.
Enhanced by Zemanta

1 Comment

Filed under Uncategorized

Imagens impressionantes de Navratilova escalando o Kilimanjaro

As imagens aqui dizem tudo. É olhar e aplaudir Martina Navratilova, 54 anos, depois de ter passado pelo maior trauma da vida no início do ano, sendo diagnosticada com cancer de mama, desafiando agora o Monte Kilimanjaro, o pico mais alto da África, na Tanzânia, para arrecadar fundos para o Laureus Sports for Good Foundation.

O Laureus conta com 46 membros, todos esportistas de elite mundiais e já arrecadou 35 milhões de euros, beneficiando mais 80 projetos esportivos sociais.

Mais infos no www.laureus.com e/ou no site da Martina

Todas as fotos: Divulgação Laureus Sports for Good Foundation

Enhanced by Zemanta

Leave a Comment

Filed under Uncategorized

Revivendo a semana do Guga em Lisboa parte II – Guga decide jogar e vence Norman

Depois da derrota para Agassi na estreia e as dores na coxa direita, lembro que foram quase dois dias de suspense, para todo mundo, até o Guga decidir continuar jogando no torneio.

Era uma infinidade de jornalistas me perguntando o que iria acontecer e eu não tinha resposta para dar, porque dependia do Guga saber como se sentia e até determinado momento nem ele tinha a resposta.

Foi um alívio poder escrever esse release que coloco aqui, dando praticamente como a certa a presença dele em quadra para enfrentar o Norman e melhor ainda escrever o seguinte, relatando a vitória sobre o sueco, em Lisboa

GUGA ENFRENTA NORMAN NESTA QUINTA-FEIRA À NOITE, NA MASTERS CUP DE LISBOA

O sueco Magnus Norman, 4o. colocado na Corrida dos Campeões e no ranking mundial, será o próximo adversário de Guga, na Masters Cup de Lisboa. A partida acontece nesta quinta, às 19h (Brasília), com transmissão ao vivo do Sportv.

O brasileiro, que ontem teve um espasmo na coxa, só decidirá se jogará horas antes do jogo. Mas, Guga e o técnico Larri Passos passaram a quarta-feira muito confiantes em uma recuperação. Enfrentar Magnus Norman não será novidade para Guga. Eles já se enfrentaram sete vezes, com o brasileiro vencendo quatro, inclusive as duas últimas, nas quartas-de-final do Masters Series de Hamburgo e na histórica final de Roland Garros.

O primeiro confronto entre os dois aconteceu no saibro, em um Challenger na Itália e o sueco venceu por 7/5 1/ 2 desistência. Na segunda vez que se enfrentaram, Guga também desistiu da partida, depois de estar perdendo o primeiro set por 5/2, no ATP Tour de Stuttgart 99, no saibro. O terceiro confronto aconteceu no ATP Tour de Indianápolis 99, na quadra rápida e Guga ganhou por 6/4 7/5. O quarto jogo entre os dois foi no US Open 99, também em quadra rápida, com vitória de Guga por 7/6 (4) e desistência. Os dois voltaram a se enfrentar na final do Masters Series de Roma, neste ano, no saibro e Norman levou a melhor, por 6/3 4/6 6/4 6/3. Nos dois últimos confrontos, respectivamente em Hamburgo e Roland Garros, Guga venceu por 6/4 6/2 e por 6/2 6/3 2/6 7/6.

GUGA SE SUPERA E VENCE NORMAN NA MASTERS CUP DE LISBOA

Brasileiro enfrenta Kafelnikov, nesta sexta, às 19h (Brasília)e precisa vencer para se classificar para a semifinal.

Há dois dias nem o próprio Gustavo “Guga” Kuerten imaginaria que entraria em quadra para jogar novamente, na Masters Cup de Lisboa, muito menos, que entraria e ganharia do sueco Magnus Norman, 4o. colocado no ranking mundial e na Corrida dos Campeões, por 2 sets a 0, parciais de 7/5 6/3.

Depois de ter sentido um espasmo na coxa, no primeiro jogo do torneio, na terça-feira, contra Andre Agassi, Guga teve dúvidas se teria condições de jogar. Passou a quarta e a quinta-feira toda fazendo tratamento e tentando se recuperar ao máximo para estar em forma para jogar.

Antes de entrar na quadra central do Pavilhão Atlântico, Guga ainda fez um teste para ter certeza que estava bem. Bateu bola durante 40 minutos com o técnico Larri Passos, na quadra de treino, se sentiu bem e foi jogar. Muito aplaudido ao entrar na quadra, Guga teve uma chance de quebrar o saque de Norman, logo no quarto game. Não conseguiu e a chance voltou a aparecer no 6/5, depois de uma passada cruzada incrível. O brasileiro aproveitou, fechando o set. Vibrando, Guga entrou com tudo no segundo set e no segundo game, quebrou o saque de Norman, ficando com vantagem suficiente para só precisar manter o seu serviço. E foi o que ele fez. Com um ace, no 5/3, marcou a sua primeira vitória na Masters Cup e a terceira consecutiva sobre Magnus Norman.

Durante o jogo, que teve duração de 1h14min, Guga (Banco do Brasil/Diadora/Head/Globo.com/Motorola) marcou 15 aces no sueco, fez duas duplas-faltas, teve 62% de aproveitamento do primeiro serviço, fez 25 winners e 20 erros não forçados.

Amanhã (sexta-feira), às 19h (Brasília), Guga voltará a quadra central do Pavilhão Atlântico, em busca de uma vaga na semifinal do Mundial do Tênis. Ele enfrenta o Campeão Olímpico, Yevgeny Kafelnikov, da Rússia, que ocupa a quinta posição na Corrida e no ranking de entradas e de acordo com a ATP, precisa vencer para garantir a vaga na semifinal.

Guga e Yevgeny Kafelnikov já se enfrentaram sete vezes e a maioria delas em situações inesquecíveis. No total, são quatro vitórias para Guga e três para Kafelnikov.

O primeiro jogo entre os dois foi no saibro, do ATP Tour de Stuttgart, em 1996 e Kafelnikov venceu por 6/1 6/4. O segundo confronto aconteceu no caminho para o primeiro título de Roland Garros, em 97, no saibro e Guga ganhou por 6/2 5/7 2/6 6/0 6/4. No terceiro jogo, Kafelnikov ganhou, no ATP Tour de New Haven 98, em quadra rápida por 6/4 6/4. O quarto confronto aconteceu também em quadra rápida, no Masters Series de Indian Wells, com vitória de Guga por 0/6 7/6 6/3. O quinto, foi no Masters Series de Roma 99, em que Guga foi campeão, no saibro, e o brasileiro ganhou por 7/5 6/1. Neste ano, Guga e Kafelnikov se enfrentaram duas vezes. A primeira em Roland Garros, em que Guga venceu dramaticamente, por 6/3 3/6 4/6 6/4 6/2 e a segunda, nos Jogos Olímpicos de Sydney, com vitória do russo, por 6/4 7/5.

Enhanced by Zemanta

3 Comments

Filed under Uncategorized

Dementieva explica a despedida do tênis, em Doha


Dementieva anuncia o fim da carreira em DohaA despedida de Elena Dementieva pegou todo mundo de surpresa ontem. A russa, de 29 anos, depois de perder o seu último jogo no WTA Championships, em Doha, contra Francesca Schiavone, anunciou para o mundo que estava se aposentando das quadras.

A decisão ela já havia tomado no início da temporada, mas optou por não contar para muitas pessoas – somente a família e os amigos muito próximos sabiam da decisão – querendo evitar turnê de despedida e ter que falar sobre o assunto o tempo todo.

Preferiu deixar o circuito enquanto ainda estava vencendo. Chegou ao terceiro posto no ranking mundial, venceu 16 torneios, ganhou a Medalha de Ouro Olímpica em Beijing, em 2008 e agora está pronta para começar uma família.

Primeira russa a alcançar a final de um Grand Slam – em 2004, em Roland Garros, perdeu a final para a compatriota Anastasia Myskina -, Dementieva não conseguiu vencer um torneio da categoria, mas sempre estava lá. Teve seu saque como seu principal inimigo, mas não deixou de vencer por isso. Competiu durante 13 temporadas, encantando o mundo.

Não posso dizer que conheço bem a tenista. Claro que a vi jogar bastante, participei de bastante entrevistas com ela e durante muitos anos em Paris ela ficava no mesmo pequeno hotel, a poucos passos de Roland Garros, em que costumávamos ficar com o Guga. Discreta, fluente em diversas línguas, era dedicada ao esporte, aos estudos, um pouco diferente das superestrelas do circuito. Era uma estrela, sem precisar aparecer.

Como despedida, deixo aqui a transcrição da entrevista coletiva enviada por colegas, que ela concedeu ontem, no Khalifa Stadium, em Doha, logo após anunciar que não competiria mais na WTA.

Q. Why are you doing it?
ELENA DEMENTIEVA: (Laughter.) I need some support. Why are you asking me these questions?
I think it’s the right time for me. I never wanted to wait until my ranking dropped and I’m not going to be able to go to the main draw. I always wanted to leave this sport with a passion for it. Tennis has been such a big part of my life, and always will be.
To be honest with you, I mean, if I would be a man I would never stop playing. But in the age 29; I have to think about something else. I think I’m ready for the big change in my life.
Still, it’s very tough decision to make. Very emotional. I made the decision in the beginning of this season, so it was very hard coming to the tournaments knowing that this was my last one. It was very emotional for me to play the whole year.
But, I mean, that’s decision like — you know, it will happen to every athlete, and you have to get ready for this.

Q. What ideas do you have for the future? You say you want to explore new avenues. Media? Coaching? Getting away from tennis altogether?
ELENA DEMENTIEVA: You know, I think — well, I’m pretty sure I’m going to miss so many things about our tour. Well, right now I feel like it’s the end of the world, because I really like to play. It’s going to be completely different life for me.
It’s really hard to talk about it. Very emotional.

Q. In those circumstances, it’s tough, I know, but some of the Tweets that have been coming in from all over the world, most seem to be why? They can’t understand why someone as who is talented as you and can still play at a very high level would decide that now is the time to stop playing. That seems to be the general feeling.
ELENA DEMENTIEVA: Yeah, that’s the way I feel. When I talk to my family about this decision I was really waiting for them to support me, but they were very surprised. They told me, You have to make the decision. It’s up to you. You are the only one who knows what is the right time for you. Nobody else.
We want you to play because we know who good you can be, and you still can play couple of years and win many tournaments. But if you feel this way, you have to make this decision. I was really looking for some support. I think nobody was really happy about it maybe except my boyfriend.
Yeah, I feel very sad. But, like I said, it’s the right time for me.

Q. How will you occupy your time?
ELENA DEMENTIEVA: Well, I study. I study in one of the best university in Moscow. I started last year, so obviously now I have more time to do some more study.
Then I decide what I like to do in my life. Because I think it’s one of the most difficult part, you know, for every athlete to make such a big change in my life.
I really want to keep myself busy, because it’s going to be hard to watch all the girls playing. I know I’m going to follow the tournaments. I’m sure I’m going to watch Australian Open and send some messages to the winners.
I’m going to keep myself busy and try to find some other interests in my life.

Q. So when you did the speech for Amélie in Paris, you already know for you?
ELENA DEMENTIEVA: Yes, and, you know, I was very emotional for her, because we all kind of — we had idea that she was going to retire in Paris, but I think nobody really know about my decision.
I didn’t want to make it public. I didn’t want everybody talking about the whole season. You know, I only told to my family and close friends, so today in the court I was very surprised that everyone kind of knew about my secret. They all were standing, and it was very special for me.

Q. How do you want people remember you in the future?
ELENA DEMENTIEVA: Well, I don’t know if I want people to remember me. I’m sure I’m going to remember myself as Olympic champion. That’s the best thing could ever happen in my career. That was the biggest goal, and I’m so proud of that moment. It was unforgettable experience and unforgettable memories for me and my family.
I don’t think about how people going to remember me.

Q. Was there one match or one experience that – I guess it was this time last year – made you think, That’s it, one more year? Or did you just come to the conclusion when you were in the off-season and taking time off?
ELENA DEMENTIEVA: Well, I always had a dream of winning French Open, so starting — you know, playing this season, I just wanted to give myself another try. After Olympic Games, that was the biggest dream of mine. I was so close.
But I mean, I was pretty lucky. I never had so many injuries during my career. I was pretty healthy. But that injury probably happened in the worst moment in my entire career.
Yeah, but, you know, I have no regrets. I think I was practicing very hard; I was trying very hard; that was my way.
If it didn’t happen, it didn’t happen, but I have nothing to blame myself. I was very professional and I had nothing but tennis, tennis, tennis, and I did it with passion.
So I have absolutely in regrets. I have so many things to be proud of. It was a very difficult and long way for me. So, yeah, I just have very nice and unforgettable memories.

Q. Stacey Allaster said, This is your family; please don’t go away, or don’t go away for too long. Can you imagine being involved in the WTA Tour in some way in the future?
ELENA DEMENTIEVA: Yeah, it’s so true. I know all of these people who work in WTA for so many years, and we get very close with some of them. It feels like a family. We’re all spending so much time together, traveling together. It’s very hard not to see them again.
I’m not sure if I’m going to be involved in WTA Tour, but it’s great to know that Stacey is taking care of our tour. I think she’s doing a great job. It’s not an easy job to do. We have so many great changes already.

Q. I remember asking you at the start of the week how you thought you were going to do next year, and now I know why you said you didn’t want to talk about next year.
ELENA DEMENTIEVA: It was so funny, like all the players are asking me, Oh, where you going for vacation? Where are you going tos tart next year? I’m playing Hopman Cup or Hong Kong. What’s next for you?
I was like, Well I don’t want to talk about it.

Q. But in terms of strength of the game, how strong do you think women’s tennis is and can become with some of the young players coming into the game right now, someone like Caroline Wozniacki, for instance, the new No. 1?
ELENA DEMENTIEVA: Well, it’s really great achievement for her. In the age 20 she’s reaching the No. 1 one position. I think it’s extraordinary result. It’s good to have new faces on the tour. She played an excellent year, and she really deserves to be No. 1.
You know, I just feel sorry for Williams sisters, that they are not here. With them, it’s really interesting and challenging for the rest of the players. But I think we’re going to see some more young players coming on the tour and playing in the top level, because I think this is kind of time to change.
There are a lot of 29, 27, 30 years old players that are going to retire in a year or two, so for sure we going to see some new faces coming up.

Q. Does stop playing tennis in not a big country, in Qatar, mean anything for you?
ELENA DEMENTIEVA: You know, in the beginning of every season, I always had a motivation to get to the Championships. This is the biggest event in the end of the season.
You know, I was very happy that I could play my last one here. It’s been three years that we’re playing here. Like I said, it’s been very amazing and unique experience for all of us. I will remember this. It was very special.

Q. When you came into the top part of the game, you were a major part of what was, you know, probably wrongly called at the time, the Russian Revolution. There was so many of you girls coming through at the same time. Do you see now that Russia is going to carry on producing such a number of top-class players, or do you think it’s going to be more maybe China or places like that that bring numbers of players through?
ELENA DEMENTIEVA: Well, it’s difficult for me to talk about China because I don’t know exactly how many junior players they have for the moment. I think we going to see some more very good Russian players coming on the tour.
Well, I think from my generation, the key for all of those good result was the competition. We had so many great players, and the competition really makes you work hard. It’s just an extra motivation for all of us.
So I think right now we have so many good juniors playing in the top level and trying to come to the tour, so, yeah, for sure we going to see some more Russian girls.

Q. You said that if you were a man you would play on forever, and you got some big changes in your life coming up. Can we assume you’re looking to start a family in the future?
ELENA DEMENTIEVA: I hope so, yeah.

Q. Which is the best moment in your sports career that you would never forget it?
ELENA DEMENTIEVA: Well, there are a couple of things, couple of weeks that I will never forget. I would never forget my first tournament that I won on the tour, because I was waiting for this moment for a long, long time.
I remember I won in Amelia Island, one of the very popular tournament on the tour, beating like four, you know, top 10 players. Beating Justine in the semifinals, saving match point, I still remember that. And then beating Lindsay Davenport in the final, I was so exciting to win my first event.
For sure I will remember all the experience in the Olympic Games. My first Olympic Games in Sydney with a silver medal; disaster in Athens; and for sure the gold medal in Beijing. I will never forget it. That was the best week of my career. Yeah, like I said unforgettable experience.

Q. What were the biggest disappointments in your career, that French Open against Anastasia?
ELENA DEMENTIEVA: No, I’ve not thought about that as a disappointing. I was 19 years old. It was a great experience for me.
Like I said, I have no regrets because, you know, that was my way. That’s the way I played. I was far away from being perfect, but, you know, I had a great fighting spirit. Even without good serve, I was struggling for so many matches, but I was fighting and I was never give up. I was giving 100% on the court no matter who well I was playing. This is what I like.
You don’t have to be perfect, but you have to try very hard, and I did all the time.

Enhanced by Zemanta

1 Comment

Filed under Uncategorized