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In a Harvard State of Mind..

Sei que o Brasil Open começa nesta segunda-feira e a partir de terça estarei no Ibirapuera. Mas, ainda estou num “Harvard State of Mind.”

Desembarquei agora há pouco vinda de uma das mais importantes universidades do mundo, a de Harvard.

Não fui lá para visitar a universidade e nem para fazer um curso. Pode parecer até história da carochinha, mas fui lá para palestrar. Eu e minha amiga e parceira Jackie de Botton, com quem venho trabalhando há um ano, desde a indicação do “Lixo Extraordinário” ao Oscar.

Fomos convidadas pela pesquisadora de Harvard, Carolina Larriera, economista que trabalhou durante 10 anos na ONU e em uma visita ao Rio, em setembro do ano passado, conheceu o nosso trabalho da “Rede Extraordinária.”

Fazer comparações entre Harvard e um Grand Slam seria muita discrepância. Claro que se quiseremos fazer uma associação, sempre é possível. Afinal, Jorge Paulo Lemann se formou e jogou tênis por Harvard. James Blake também estudou por lá.

Mas, uma sensação que tive por lá que me remeteu ao tênis foi a da imponência da universidade e de seus prédios grandiosos e históricos. É como entrar em Wimbledon pela primeira vez. Você fica admirado, olhando aquilo tudo, sentindo estar num lugar especial e mesmo que muito grande e com muitas pessoas, há uma espécie de paz que paira no ar. Ao caminhar e conviver com os estudantes, de graduação, pós, mestrado, doutorado, de todos os tipos, há também aquela certeza de estar entre pessoas especiais. Cada um diferente de outro, mas que assim como um em um Grand Slam, conquistou merecidamente o seu lugar para estar lá.

Foi essa sensação que eu e a Jackie tivemos ao subir no palco da Harvard University, depois da exibição do Lixo Extraordinário, num auditório completamente lotado e com Tião Santos, sermos ovacionadas.

Fomos para lá com a missão de explicar para os acadêmicos tudo o que vivenciamos nos últimos 12 meses em termos de reciclagem no Brasil.

 

Conseguimos mostrar, através do elemento humano, com fatos e números a situação da reciclagem no país, desde o catador até chegar na indústria. Acho que isso fez uma grande diferença para o sucesso da nossa apresentação em um mundo acadêmico. Não importa quantas horas, meses e anos de estudo se faça, se não houver o elemento humano. Foi isso que nos levou a Harvard, essa experiência de trabalhar com todas as pontas da reciclagem e conhecer de perto a realidade, através catador que até hoje é quem faz, com as mãos, 90% do trabalho de reciclagem.

 

Neste último ano eu e a Jackie transformamos Tião Santos no rosto da campanha “Cada Garrafa Tem Uma História,” da Coca-Cola, impactou diretamente a vida de 90 catadores e indiretamente um número extraordinariamente maior.

Com a “Rede Extraordinária,” houve o início de um trabalho de reinserção dos mesmos na sociedade, dando dignidade e crédito, enviando-os para palestras remuneradas sobre reciclagem e sustentabilidade Brasil afora; fazendo a Coleta Seletiva com os catadores, em grandes eventos; parcerias estratégicas com órgãos e instituições relevantes  e dando visibilidade ao importante trabalho que eles fazem há mais de 40 anos. Foram mais de 50 eventos e projetos em que os catadores eram o destaque.

 

Durante este período, nos aprofundamos na questão da cadeia completa da reciclagem no Brasil e após um ano trabalhando diretamente com os catadores e as empresas, compreendemos, através da experiência como funciona o mercado da reciclagem no País.

 

Foi um ano extraordinário. Intenso, de muito trabalho, em que como todos vocês sabem, não deixei o tênis, a Tennis View e os eventos esportivos de lado. Agora começa um novo ciclo pós-Harvard, com direito a um stop em São Paulo nesta semana para o Brasil Open!

 

 

 

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Parabéns Argentina

Parabéns Argentina

 

 

A essa hora a Espanha está comemorando a conquista da sua quinta Copa Davis. Estranho pensar que só é a quinta Saladeira espanhola da história e que até uma década atrás eles nunca tinham erguido a tão famosa Taça.

 

Dez, vinte anos atrás outros nomes, outras nações ainda dominavam o esporte. Estados Unidos, Grã Bretanha, Suécia cansaram de ganhar essa competição.

 

Mas, o post não é sobre o time de Rafael Nadal e sim sobre os argentinos.

Já faz tempo também que a nação vizinha deixou de ser uma força dominante no tênis como uma vez já fora, tendo quatro tenistas no top 10.

Eles ainda tem Nalbandian e Del Potro, mas nenhum dos dois está no auge. Já faz seis anos que Nalbandian ganhou o Masters em Xangai e dois que Del Potro venceu o US Open.

 

Por isso, chegar à final pela terceira vez em cinco anos e pela quarta na história e ter chances reais de vencer é para se aplaudir de pé.

 

Pelo que dizem os amigos jornalistas e há até livros escritos sobre o assunto, até hoje a Argentina não ganhou a Davis devido a brigas internas do time, o que aparentemente não aconteceu desta vez.

Como disse Nalbandian, os espanhóis ganharam porque foram melhores.

E ganhar de Nadal, no saibro, na casa dele, é missão quase impossível e Del Potro chegou perto.

 

O domingo também foi cheio de debates entre jornalistas e técnicos sobre a mudança de formato da Copa Davis, especialmente dos Americanos que depois que deixaram de chegar à final, não conseguiram fazer a competição ter destaque nos Estados Unidos.

Houve gente que falou que a Davis só importa para as nações que estão na final.

Não concordo. Quantas pessoas ao redor do mundo assistiram ao embate hoje entre Espanha e Argentina? E no ano passado entre Sérvia e França.

Depende sim da qualidade dos jogadores envolvidos e principalmente do coração que eles estão colocando em quadra.

Adoro os espanhóis e como não gostar de Rafa Nadal, mas gostaria muito de ter visto uma vitória argentina.

Com certeza uma Taça Davis chegando em Buenos Aires teria muito mais impacto no povo argentine do que ela tem nos espanhóis.

Mas mesmo assim, parabéns Argentina.

 

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Fim de semana é de Copa Davis, mas quem ganha as honras é Andre Agassi no Hall da Fama

O fim de semana é de Copa Davis e as notícias, com a derrota dos Estados Unidos por 2 a 0, no primeiro dia de confrontos com a Espanha, no Texas, onde Andy Roddick reside, tomaram conta do noticiário Americano. Mas, neste sábado, o tênis vive outro momento histórico: Andre Agassi entrará para o Hall da Fama.


Faz poucos anos todos se emocionaram e se surpreenderam com o discurso apaixonado de Agassi para a esposa Steffi Graf, quando ela entrou para o Hall.

Neste sábado é o dia de Agassi. Marcelo Melo e André Sá que estão jogando o ATP de Newport, localizado no complexo do Hall da Fama, terão a oportunidade única de assistir este momento, antes de tentarem uma vaga na final da competição.

Sempre quis ir até Newport conhecer o tal Hall da Fama. Depois de ter visitado os museus de Wimbledon e de Roland Garros, sempre fica uma vontade de querer conhecer ainda mais a história do nosso esporte. Sempre digo que vou antes ou depois do US Open, mas acaba nunca acontecendo. Até minha irmã já esteve lá em uma viagem recente pela região.

Mas, voltando ao Agassi, para mim, o que sempre me marcou do americano foi a capacidade dele de mover multidões, de emocionar as pessoas, de ser o maior embaixador do tênis mundo afora.

Não vivi a época de John McEnroe, Jimmy Connors e Bjorn Borg para saber o quanto as atitudes, vitórias e derrotas ecoavam mundo afora, mas não me lembro de ter visto uma única pessoa trazer tanto para o esporte.

O livro, “Open,” no início tão contestado – fui das primeiras a ler e a contrariar todos que não haviam lido dizendo que era uma obra prima – virou best seller mundial e através dele, Agassi continua atraindo gente para o esporte. Tenho amigos que nunca jogaram tênis, assistiram campeonatos ou conhecem o esporte, leram o livro, se encantaram e acabaram virando fãs de tênis e de tudo o que esporte pode te trazer como pessoa.

Agassi sempre disse, em inúmeras entrevistas e encontros, que o seu objetivo principal era poder mudar a vida das pessoas, seja num jogo, seja num olhar, seja numa ação, na vitória ou na derrota.


Lembro, há mais de 10 anos, em um US Open, quando estávamos vendo um treino dele e minha irmã, a outra, não a mesma, foi pedir um autógrafo para ele na saída, em uma foto que ela mesma havia tirado. Agassi estava cercado de seguranças e de pessoas pedindo o mesmo autógrafo. Ao ver a foto, parou, olhou nos olhos da minha irmã e autografou a mesma.

Já tive outros breve encontros com Agassi e ele sempre faz questão de olhar nos olhos das pessoas. E isso faz uma diferença enorme.

Longe das quadras desde 2006, Agassi se dedica hoje a conseguir não apenas verba – ele já levantou mais de U$ 30 milhões para a Andre Agassi Foundation / Andre Agassi Preparatory School, que fornece educação para crianças desfavorecidas da região de Las Vegas e já teve até uma turma encaminhada para a Universidade. Ele quer mudar o sistema educacional. Já falou até no Congresso Americano.

Agassi está em Newport com as pessoas que fizeram parte da sua carreira, como Gil Reyes, Darren Cahill, o empresário e jogará uma partida exibição ao lado de Brad Gilbert. Para ele, o principal objetivo deste fim de semana, é chamar mais ainda a atenção dos Estados Unidos para o sistema educacional e conseguir que sejam feitas reformas. Mas, como ele mesmo disse ontem, “uso esses eventos muito para isso, mas não sei o que esperar da cerimônia. Já vi muita gente vir para cá achando que não seria nada de mais, que seria mais uma homenagem e acabar se emocionando muito.”

Escrevi, escrevi e escrevi e não mencionei quantos títulos de Grand Slam Andre Agassi tem e que foi número um do mundo. Foram oito trofeus, ele completou o ciclo, o Grand Slam, ao vencer Roland Garros em 1999, mas tudo que ele fez como pessoa e esportista vão muito além dos trofeus que ele tem na estante da casa em Las Vegas.

Ah, quem for a Newport, no Hall da Fama, poderá ver imagens de Agassi, na exposição, “From Changing the Game, to Chaning Lives”

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Obama na quadra de tênis com Agassi e Graf

Será que estou atrasada e só vi isso agora? Mesmo que esteja é mais do que relevanta. A “First Lady” dos Estados Unidos, a Sra. Obama (Michelle), estimulando as crianças a jogarem tênis, ao lado de Andre Agassi e Steffi Graf, através do programa Let’s Move. Fantástico. Parabéns para a USTA.

Assista o vídeo

Obama, Agassi, Graf

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Federer e Nadal transcendem rivalidade nas quadras

Roger Federer e Rafael Nadal disputam nesta terça e quarta dois jogos, um na Suíça e outro na Espanha, com o objetivo de arrecadar fundos para as Fundações de ambos.

Desde que recebi o primeiro comunicado sobre o jogo – a princípio seria apenas em Zurich – em agosto, achei a ideia muito bacana, de ver os dois “grandes rivais” dos últimos anos no tênis, se unindo, no meio das férias e pré-temporada para fazer um jogo desses, o Match For Africa. Quando chegou a notícia de que Federer também iria a Madri para jogar com Nadal, ficou melhor ainda.

É incrível ver como profissionalmente os dois atletas se dão bem e são de altissimo nível, dentro e fora da quadra.  Não vamos dizer que sejam amigos, daqueles que se falam ao telefone diariamente, mas tem um respeito enorme um pelo outro e sabem da força que tem no esporte e o que podem trazer de benefícios para as próprias imagens, para o tênis, para as fundações, etc..

Não vamos colocar estas partidas na lista de “Encontro Diretos (Head to Head)” deles, afinal os jogos são em outro momento e uma maneira mais relaxada deles se encontrarem com o público. Esperamos muito mais um espetáculo – na Espanha haverá show de música também – do que uma final de ATP World Finals.

Fico aqui tentando lembrar que outro par de tenistas conseguiu extender a “rivalidade” em quadra para muito além do ranking e dos troféus de Grand Slam e não consigo imaginar.

Essa época do ano também é momento de muitos jogos exibição nos Estados Unidos. São inúmeros, mas nada que se compare a essas mega produções que estão sendo feitas em Zurich e em Madri.

A lista de patrocinadores é imensa, muitos são os próprios patrocinadores dos jogadores e os ingressos, para o jogo da Caja Magica, em Madri, foram vendidos em menos de seis horas. Estilo show de rock. Sem falar que os jogos serão transmitidos em muitos países, inclusive nos EUA. Aqui no Brasil, ESPN e SporTV transmitem.  Os fãs agradecem.

Vai sempre haver a discussão de que era época deles descansarem e não jogarem exibições, afinal sempre reclamam do pouco tempo para relaxar, mas Federer e Nadal viram uma oportunidade agarraram. Profissionais que são, estão aproveitando tudo. Até o piso do jogo em Madri sera vendido com renda revertida para a Fundacion Rafa Nadal.

É um prazer assistir de longe, algumas vezes de perto, tudo o que esses dois mitos do esporte fazem. Viram a foto de Federer buscando Nadal no aeroporto, em Zurich hoje cedo?

É só entrar no site de ambos para ver como aproveitam bem o nome que tem.

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Guga e Agassi no Rio. O poder de dois ídolos.

Fazia tempo que o Brasil não assistia um espetáculo de tênis com 9.000 torcedores presentes.

Mérito das estrelas do Tênis Espetacular, Gustavo Kuerten e Andre Agassi, um o maior ídolo do esporte no Brasil e o outro, talvez o tenista mais popular mundialmente de todos os tempos.


As palavras de Larri Passos, depois da vitória de Guga por 7/5 7/6(5), resumiram o que a vinda de Agassi ao Brasil e o confronto signficaram.


“Agassi, vê-lo aqui no Brasil com essa motivação é uma honra. Quando nós começamos no circuito, eu e o Guga, você era o nosso ídolo e hoje você está aqui,” disse emocionado o mestre de Guga, corajosamente improvisando no inglês e ainda lembrando do trabalho que o Americano faz com as crianças, através da Andre Agassi Foundation, nos Estados Unidos. “O trabalho que você faz com as crianças é maravilhoso e serve de inspiração para nós.”


Agassi, que não vinha ao Brasil desde que conquistou o seu primeiro título na ATP, em 1987, elogiou o Brasil, falou da esquerda de Guga e principalmente da cidade do Rio de Janeiro. “Há alguns dias eu vi a população apoiando a lei (law enforcement) e isso diz tudo sobre o povo de um lugar.”


Guga, que não conseguiu conter as lágrimas ao ver a mãe Alice, o irmão Rafael, Larri, Agassi e o promotor da Masters Cup de LIsboa, João Lagos, reunidos, para homenageá-lo, diante de imagens marcantes de sua carreira, agradeceu a presença do público, das pessoas que estiveram com ele durante toda a carreira e disse que “Quando fui campeão em Lisboa o Agassi me falou para eu aproveitar aquele momento que era muito especial. Dez ano depois eu continuo aproveitando por causa de vocês.”

  • O evento que foi uma comemoração da conquista da Masters Cup de Lisboa, no ano 2000, em que Guga venceu Agassi por triplo 6/4, chegando assim ao topo do ranking da ATP, foi um presente para o público brasileiro.


  • Eu mesma não sabia muito o que esperar da partida. Afinal fui privilegiada e havia feito parte da carreira do Guga e assistido, de camarote, para o meu trabalho, praticamente todos os confrontos dele com Agassi, incluindo este histórico de Lisboa.

Mas foi maravilhoso ver os dois ex-números um do mundo em ação de novo. Apesar de 10 anos mais velhos daquele jogo em Lisboa, que Guga considera ter sido a sua melhor performance em quadra, eles ainda conseguiram exibir muitos dos golpes e das jogadas que os consagraram.

Jogaram sério, lutaram pelos pontos, fizeram o público vibrar e da beirinha da quadra, onde estava sentada junto aos fotógrafos, dava para sentir a força da batida na bola, ver os golpes bem de perto, perceber a frustração e/ou a alegria de ambos ao fazerem uma jogada brilhante, como quando Guga conseguiu fazer uma belíssima esquerda paralela.


Mais uma vez me senti privilegiada ao assistir este espetáculo ao vivo. Claro que poderia ter visto pela televisão e a transmissão do SporTV, pelo que me disseram, também foi legal, mas nada como ver o jogo de perto e claro que eu também queria participar deste momento que consagrou a carreira do Guga. Assistir pela televisão teria sido como ver um show de rock em um DVD. É legal, mas nada se compara a assistir um daqueles shows num estádio de futebol.

  • Obrigada Guga, obrigada Agassi. Detalhes de organização a parte, tenho certeza de que o agradecimento é de todo o público brasileiro que estava saudoso de ver o seu maior ídolo em ação, em um grande momento.

Dois ídolos reunidos, em completa sintonia, conseguiram fazer o tênis brilhar mais uma vez.

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Guga é campeão do mundo

Série da Semana do Guga em Lisboa continua com a parte V, com o texto que escrevi no dia que ele derrotou Andre Agassi e chegou ao topo do ranking mundial.

GUGA É CAMPEÃO DO MUNDO

Brasileiro é o primeiro vencedor da Corrida dos Campeões

Guga acabou com a hegemonia dos norte-americanos, que desde 92, terminavam o ano como número um do mundo

Gustavo “Guga” Kuerten entrou para história mais uma vez, neste domingo, ao conquistar a Copa do Mundo de Tênis, a Masters Cup, em Lisboa, derrotando o norte-americano Andre Agassi, por 3 sets a 0, parciais de 6/4 6/4 6/4, em 2h06min de jogo. Com a vitória, Guga tornou-se o primeiro brasileiro a terminar o ano como número um do mundo, e além disso é agora o primeiro jogador da história e vencer a Corrida dos Campeões.

Tranquilo, como acordou neste domingo, Guga entrou na quadra central do Pavilhão Atlântico, sem parecer que o jogo valia o título de campeão do mundo e de número um também. Logo no primeiro game quebrou o saque de Andre Agassi, ex-número um do mundo, campeão do Grand Slam e campeão deste torneio em 1990. A vantagem foi suficiente para Guga fechar o primeiro set em 6/4, lutando muito a cada game e salvando break points inúmeras vezes, com aces e jogadas fantásticas. Na segunda série, Guga manteve a mesma calma, vibrando com seus familiares e com a torcida luso-brasileira, que lotava as arquibancadas do Pavilhão. A quebra desta vez veio no quinto game e com um ace, no 5/4 Guga fez 2 sets a 0.

No terceiro e que veio a ser o set decisivo, Guga quase perdeu seu serviço no segundo game, mas conseguiu outra vez se sair de uma situação difícil e no quinto game veio a quebra, que deixaria Guga com vantagem somente precisando controlar os nervos para vencer a partida. Na hora de sacar para o campeonato, Guga não titubeou e com uma bola fora de Agassi comemorou o seu primeiro título em quadra rápida coberta, o seu primeiro título de Campeão do Mundo e a chegada ao topo do ranking.

“Nem posso acreditar no que está acontecendo,” dizia Guga, logo após a vitória. “Se me dissessem, quando o torneio começou e depois ainda de passar aquele aperto no início, que para ser campeão eu teria que vencer o Kafelnikov, o Sampras e o Agassi, em três dias seguidos, não acreditaria. Mas fui indo aos pouquinhos, ganhando jogo por jogo, crescendo na confiança e hoje entrei com tudo na quadra,” contou Guga. “Estou realmente muito feliz. Fechei o meu ano com chave de ouro e terminei, este domingo, uma semana de sonhos.”

O técnico de Guga, Larri Passos, muito emocionado, contou que minutos antes do jogo começar, decidiu com Guga, ir para o ataque. “Optamos por ir para o ataque. Foi uma estratégia de risco, mas que felizmente deu certo. Estou muito contente e emocionado. O Guga realmente mereceu esta vitória, porque ele trabalhou muito para chegar onde chegou. Além disso, tirei um peso das minhas costas, porque fui muito cobrado no início. Agora posso desfrutar e aprendi a aproveitar os bons momentos.

Logo depois de deixar a quadra, ovacionado pela torcida, em que agradeceu a todos os fãs, familiares, técnico e dedicou o título à mãe Alice Kuerten, Guga se dirigiu ao vestiário, que em Lisboa é pessoal de cada jogador e foi recebido, por amigos mais próximos e familiares, com champagne, caipirinha e um bolo com formato de número 1. “É estranho, realmente não acreditava que poderia ser número um. Talvez isso tenha sido bom, porque não me pressionei e quando entrei em quadra, estava muito tranquilo, como se fosse um jogo estadual. Foi um ano de muito sucesso para mim, para a ATP, com todo mundo querendo ganhar e depois de vencer o Kafelnikov, o Sampras e o Agassi, acho que realmente mereci ganhar este título. Mas, também, se tivesse perdido e o Safin ficado com o número um, não teria me importado, sei que estaria em boas mãos. O Safin foi a grande estrela desta Corrida e “brigamos” até o último momento para isso acontecer.

É muito grande para mim, é uma sensação indescritível.”

Após comer o bolo, estourar champagne, abraçar os familiares, Guga passou horas na sala de entrevista, atendendo a imprensa do mundo todo, sempre sorridente e exibindo, com orgulho, os seus troféus de campeão do torneio e o de número um do mundo. “Sempre estive na frente, no jogo. Depois de conseguir o break, me soltei e fiquei super motivado. Todo mundo sabe que eu tive problemas físicos e que eu tinha que ganhar da maneira mais rápida possível. Minha cabeça estava funcionando perfeitamente hoje, tudo estava dando certo e eu fiz uma partida incrível. Acho que acordei hoje, realmente para fazer isso. Estou muito orgulhoso de mim mesmo e de ser brasileiro. Tenho certeza que fiz um domingo feliz para todos e para mim. É o dia mais feliz da minha vida,” disse Guga, na coletiva. O brasileiro continuou a entrevista, dizendo que admirava muito Pete Sampras e Andre Agassi, que eles realmente haviam dominado o tênis na última década e o jogador e que terminar o ano desta maneira é incrível, fantástico.

E o jogador, que no passado completou o Grand Slam, ao vencer Roland Garros e terminou 99 como número um do mundo, foi pessoalmente ao vestiário de Guga, cumprimentá-lo e felicitar o técnico Larri Passos, e a família do campeão. “Só queria dizer parabéns ao Guga, pelo excelente ano, pela conquista e nos vemos na Austrália,” despediu-se Agassi.

Guga (Banco do Brasi l/ Diadora/ Head/ Globo.com/ Motorola) agora entra de férias, volta a treinar dentro de duas ou três semanas e inicia a temporada 2001, no Australian Open. “Foi sem dúvida o melhor ano da minha vida. Quero agora comemorar muito com os meus amigos e a minha família. Foi muito importante ter os meus familiares comigo aqui, todos reunidos. Eles me deram muita força a semana toda.”

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Soccerex no Rio também teve participação de tenista

Voltei do Rio depois de cinco dias de Soccerex, o chamado maior evento de futebol business do mundo. Com uma arena na praia em Copacabana e uma estrutura toda montada no Forte, ambas com duas passarelas ligando aos hotéis Copacabana Palace e Sofitel, muitas ações de networking, conferências, painéis, palestras, happy hours e homenagens aos ídolos do futebol, principalmente os do passado, aconteceram por lá

Tive a grande oportunidade de passar um bom tempo com o Eusébio e ouvir riquíssimas histórias dos seus tempos de “rivalidade em campo,” com o Pelé e da vida nos Estados Unidos, quando o Rei jogava no Cosmos e ele em Boston.

A Soccerex deve ter sido o primeiro dos grandes eventos esportivos internacionais que aparecerão no Brasil até 2016.

Entre tantos jogadores de futebol, novos contatos, outros esportistas, novas formas de trabalho, etc, uma figura conhecida apareceu por lá. Fernando Meligeni, com Lars Grael e Robson Caetano, passou o dia ontem no evento com a Special Olympics.

Muito bom para o tênis ter um atleta envolvido no gigantesco mundo do futebol.

Além dele, Justine Henin, não ela não esteve por aqui, foi destaque no stand da candidatura da Bélgica e da Holanda para sediar a Copa depois do Brasil (Holland Belgium Bid 2018 – 2022), como embaixadora da candidatura.

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Uma homenagem mais do que especial ao Mestre Thomaz Koch

Koch emocionado entre Marcelino e Aerts

Ontem tive a oportunidade de acompanhar a homenagem para o Mestre Thomaz Koch, na Grande Final do Citigold Masters Tour, em Angra dos Reis e afirmar que foi emocionante ver o Mestre ser ovacionado de pé pelo público presente no Club Med.

Participei ativamente da produção da homenagem, agendando e gravando os depoimentos do Guga, Meligeni, Sá e de todos os tenistas que jogam o circuito com o Mestre e que estavam entre e Rio e São Paulo nas últimas semanas.

Ouvi inúmeras vezes os depoimentos, acompanhei a edição, o ensaio, a inserção de fotos cedidas pelo jornal  O Globo e ainda editei e vasculhei muita informação sobre Koch, para o texto da revista do Citigold Masters Tour, que faz um apanhado geral sobre a carreira do brasileiro.

Ao começar a fazer a pesquisa sobre os feitos de Koch eu mesma me surpreendi com tantas façanhas. Apesar de já conhecê-lo há anos, de ter lido sobre o que alcançou, por ter jogado parte da carreira em uma época em que o tênis não era profissional, muitos dos dados são difíceis de encontrar e pouco divulgados.

Claro que sabia que ele havia vencido o ATP de Washington, mas não me lembrava que a vitória foi sobre Arthur Ashe na final e que ele recebeu o prêmio das mãos da filha do Presidente Richard Nixon, Tricia.

Sabia que ele ainda é recordista da Copa Davis e que ganhou de Bjorn Borg, em Bastad, quando o sueco era número um do mundo? E que ele foi vice-campeão juvenil de Roland Garros duas vezes?

Muitas dessas informações foram me contagiando e aumentando ainda mais a minha admiração por Koch.

Às vezes por ele ser uma pessoa tão bacana, acessível, humilde, agradável, com aquela energia que contagia a todos, nos esquecemos tudo o que ele já fez e continua fazendo pelo esporte brasileiro. Até capitão de equipe brasileira Pan-Americana ele já foi, em Havana e ganhou medalha de ouro.

Talvez até ele se esqueça do que já conquistou ou não fique pensando nisso todos os dias. Leva uma vida como qualquer outro cidadão, com uma intensa paixão pelo esporte e carinho pelos próximos.

Por isso, ao subir ao palco e agradecer a homenagem da Try Sports, afirmou, com lágrimas nos olhos, que agora “vai começar a acreditar que realmente é tudo isso.”

Reproduzo aqui a materia escrita com Lia Benthien, sobre o mestre e o vídeo com os depoimentos da homenagem.

httpv://www.youtube.com/watch?v=rFLIXA1TLXM

O Mestre Thomaz Koch

Principal estrela do Citigold Masters Tour, desde a sua primeira edição, Thomaz Koch fez de 2010 uma de suas melhores temporadas no circuito.

Um dos maiores tenistas brasileiros de todos os tempos, viveu boa parte da sua carreira na era amadora do tênis, quando o ranking não era computado e não havia registros dos principais resultados. Mesmo assim, estima-se que esteve entre os 15 melhores do mundo. Oficialmente, depois da criação da lista, foi o 24º em 1974.

Koch venceu alguns dos maiores nomes do esporte, como Rod Laver, Arthur Ashe, Guillermo Vilas, Ion Tiriac, Andres Gimeno, Manuel Santana, Bjorn Borg, entre outros.

Começou a carreira cedo para os padrões da época. Foi à final do Orange Bowl  de 15 anos em 1960 e à semifinal de 18 por equipes. Três anos depois, além de vencer o Orange Bowl nos 18 anos, foi quadrifinalista, como profissional, do Nacional dos Estados Unidos, hoje US Open, que era jogado na grama. Koch conta que teve dois match points, mas acabou perdendo para o então campeão de Wimbledon, Chuck McKinley. Na época era proibido jogar com sapato de prego, mas McKinley reclamou que a grama estava escorregadia e trouxeram um par para ele. Koch também pediu um, mas disseram que não havia o seu número.

As histórias fazem parte da vida de Koch, um tenista que nunca teve técnico e planejou sozinho a carreira. Viajava meses pelos Estados Unidos e Caribe em troca de prêmios de US$ 25,00 por título. Na Europa não era diferente. Venceu Gstaad e ganhou um relógio como prêmio.

Em Grand Slams, além das quartas do US Open, Thomaz Koch colecionou bons resultados em Roland Garros- duas finais juvenis e como profissional , quartas de simples e duplas- além  do troféu de duplas mistas ao lado de Fiorella Bonicelli. Em Wimbledon foi quadrifinalista de simples e semifinalista de duplas. Na Austrália nunca jogou.

Ganhou torneios na Venezuela, Espanha, Estados Unidos, México, Suíça, Inglaterra e Alemanha. Em Barcelona derrotou Manoel Santana na final. Em Washington, venceu Arthur Ashe e recebeu o prêmio das mãos da filha do presidente Nixon. Para completar suas façanhas, ganhou de Bjorn Borg em pleno saibro de Bastad.

Seu estilo meio hippie, cabelos compridos e fita na cabeça rendeu alguns seguidores. Guillermo Vilas declarou em seu livro que os cabelos compridos, o jeito de andar e a bandana eram para imitar seu ídolo Thomaz Koch.

Recordes na Copa Davis que duram até hoje

Na Copa Davis, Koch é ainda o brasileiro que mais confrontos disputou (44 em 16 anos) e detém todos os recordes da competição no Brasil. É o que tem mais vitórias de simples (46), mais vitórias de duplas (28), mais anos representando o pais (16). É também o nono tenista que mais venceu em toda a história da competição entre nações (74 a 44), é o sétimo, também em toda a história, com maior número vitórias nas duplas e o quarto, ao lado de Mandarino, como melhor parceria no livro dos recordes. Com Koch, o Brasil chegou à semifinal, em 1966 e 1971.

Recordes no Pan-Americano

E também é recordista em medalhas em Pan –Americano –foi ouro em simples e duplas em 1967, em Winnipeg, prata no Brasil em 1963 na dupla mista com Maria Esther Bueno e  bronze em duplas masculino. Alem das medalhas como jogador, Koch foi campeão Pan-Americano como Capitão em Indianápolis (1987) e Havana (1991).

Destaques da Carreira

1960

Final Orange Bowl – 15 anos

1962/63

Duas vezes vice-campeão juvenil de Roland Garros. Perdeu as finais para John Newcombe e Nikola Kalogeropoulos.

Estreou na Copa Davis aos 16 anos.

1963

Campeão Orange Bowl 18 anos (juvenil)

Alcançou o topo do ranking mundial juvenil

Quartas-de-final Nacional dos EUA (atual US Open)

Vice-campeão do GP de Caracas

Vice-campeão do GP de Hilversum

Medalhista de prata nas duplas mistas (Maria Esther Bueno) e bronze nas duplas (Iarte Adams), no Pan-Americano de São Paulo

1964

Campeão do GP de Gstaad (d. Ronald Barnes)

1966

Campeão em Barcelona

Semifinalista da Copa Davis

1967

Quartas-de-final Wimbledon

Campeão Pan-Americano de Simples e Duplas (Edison Mandarino)

1968

Quartas-de-final de Roland Garros

1969

Campeão do GP de Washington com vitória sobre Arthur Ashe na final

Campeão do GP de Caracas – (d. Mark Cox)

1971

Campeão do GP de Caracas em simples (d. Manoel Orantes) e duplas, com Edison Mandarino

Campeão duplas em Macon, com Clark Graebner

Semifinalista da Copa Davis

1974

Semifinalista dos GPS de São Paulo, com vitória sobre Panatta e perdendo para Borg e dos de Teerã e New Jersey

Vice-campeão de duplas em Gstaad, com Roy Emerson

Alcançou a melhor posição no ranking de simples: 24ª

1975

Campeão de duplas mistas em Roland Garros

Campeão de duplas em Istambul com Colin Dibley

Semifinalista do GP de Bastad, com vitória sobre o no. 1 do mundo Bjorn Borg.

Semifinalista do GP de São Paulo, perdendo para Rod Laver.

1976

Vice-campeão em Nuremberg e Khartoum, no Sudão

Semifinalista dos GPS de Buenos Aires e duas vezes em São Paulo.

1979

Campeão da Copa Itaú aos 34 anos

1982

Vice-campeão de duplas do GP de Itaparica com Jose Schmidt

1981

Defendeu o Brasil pela última vez na Copa Davis, com 36 anos de idade.

1983

Vice-campeão de duplas do GP de Itaparica com Ricardo Cano

Alcançou a melhor posição no ranking mundial de duplas, a 60ª

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Clínica de Férias de Tênis – Tennis Summer Camps! Aproveite a chance de sair na Tennis View

Estamos concluíndo a próxima edição da Tennis View e esse número, quase no fim da temporada, é aquele especial com um Guia de Clínica de Férias.

As páginas sobre esse momento que se torna inesquecível, principalmente para a garotada, é um serviço que a Tennis View divulga há anos, com divulgação gratuita dos programas especiais que as academias e técnicos oferecem nos meses de férias, tanto aqui, como no exterior.

Entra ano, sai ano e fico impressionada em como essas informações demoram a chegar nas nossas caixas de email ou como as chamadas telefônicas levam dias para serem retornadas e quando são.

Com raras exceções, recebemos as informações completas de onde, como, quando, para quem, com que carga horária, valor, etc.. esses treinamentos especiais serão realizados.

Já estamos quase concluindo a matéria, temos um bom material, mas como sou persistente e gosto sempre de ter algo a mais na revista, de levar uma informação ainda mais completa para os tenistas, gostaria de pedir àqueles que tem academias, hotéis, trabalham com o esporte, são técnicos e/ou professores e ministrarão ou participarão de atividade similar e que ainda não mandaram as informações para a paciente Fabiana de Oliveira, que entrem em contato conosco.

A divulgação da informação é GRATUITA. Sim, claro que há anúncios, afinal sem os nossos anunciantes e parceiros não teríamos a revista, mas divulgar a informação é nossa obrigação.

E-mail tennisview@tennisview.com.br

Tel: (11) 55335312

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