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Little Italy no US Open

Apenas um país tem duas tenistas nas quartas-de-final do US Open e não é a Rússia, nem os Estados Unidos, nem a República Checa. A Itália, nesta segunda de labor day (dia do trabalho) em NY, colocou Sara Errani e Roberta Vinci, frente a frente, garantindo uma jogadora da Itália na semifinal do Grand Slam americano. Mas, de onde vem todo esse sucesso? Para os mais técnicos, vem dos treinamentos na Espanha e na Argentina, mas para as tenistas, tudo começou com Flávia Pennetta.

 

“Primeiro foi a Pennetta chegando nas quartas-de-final de Grand Slam, se tornando a primeira italiana a entrar para o top 10 e depois a Schiavone ganhando Roland Garros e esse ano a Sara na final em Parigi. Eu também queria ser como elas,” afirmou rapidamente Roberta Vinci, na entrevista coletiva, logo após derrotar a cabeça-de-chave 2, a polonesa Agnieszka Radwanska, por 6/1 6/4.

 

Pela primeira vez na sala principal de entrevistas do US Open, Vinci mal conseguia conter a empolgação. Teve que ser cortada pela assistente da sala, porque não parava de falar, ainda mais em italiano. “Nunca tinha dado entrevista para tantos jornalistas.”

 

Aos 29 anos, com diversos títulos em duplas, Roberta Vinci também creditou a experiência à vitória. “Eu estou com 29 anos, estou mais experiente e mais corajosa.”

 

Um pouco mais nova, com 25 anos, Sara Errani não sabia o que dizer na grande sala de entrevistas para explicar o sucesso também em quadras rápidas, depois de derrotar a alemã Angelique Kerber, cabeça-de-chave 6, por 76 63. “Claro que prefiro jogar no saibro, mas estou nas quartas do US Open.”

 

E uma delas, parceiras de duplas, estará na semi em Nova York, pela primeira vez desde 1982. A população de Little Italy, um dos bairros mais tradicionais da Big Apple, lá perto do Ground Zero, deve comparecer em peso.

 

Os jornalistas italianos, em grandíssimo número em todos os Grand Slams, dão risada com aquela cara que não acreditam muito no que estão vivenciando, vibram com as meninas e tentam encontrar a explicação para o sucesso. Nos últimos cinco anos, a Itália teve uma tenista nas quartas-de-final, mas nunca duas e nunca sendo o único pais com mais de uma jogadora entre as 8 finalistas. Claro que os jornalistas se referem ao sucesso do Pennetta, à mudança de raquete de Errani, para uma mais longa no começo deste ano, mas finalmente chegam à conclusão de que os responsáveis são os espanhóis e argentinos.

 

Logo depois de Roland Garros, com a repórter Renata Dias, na Tennis View, fizemos uma matéria tentando explicar esse sucesso e reproduzo aqui.

 

O segredo das italianas vem da Espanha e da Argentina

 

Qual é o segredo das jogadoras italianas? De onde saem tantas tenistas? Como é que nos últimos três anos elas disputaram a final de Roland Garros?

A resposta está na preparação das tenistas que há alguns anos resolveram buscar treinamento na Espanha e na Argentina e se dispuseram a trabalhar duro.

Diferente do tênis masculino, em que há seis jogadores entre os top 100, mas que não se destacam no meio de tantos nomes na ATP, o tênis vem ganhando força e se tornando referência na Itália, impulsionado pelos resultados expressivos na WTA. São quatro jogadoras entre as top 30 e por trás destes números estão experientes treinadores do circuito, principalmente da Espanha e da Argentina.

As italianas marcaram presença nas finais das últimas três edições de Roland Garros, fazendo grandes partidas e entrando para a história por conquistar este importante Grand Slam francês, como fez Francesca Schiavone que venceu em 2009 e fez a final de 2010 e este ano com Sara Errani, que conquistou o título  de duplas ao lado da compatriota Roberta Vinci e o vice-campeonato, depois de uma brilhante campanha em que venceu Ana Ivanovic, Angelique Kerber e Samantha Stosur.

Um dos motivos desta ascensão das tenistas italianas é o trabalho a longo prazo de seus técnicos, como por exemplo, Sara Errani que está há oito anos com o treinador espanhol Pablo Lozano, da academia de David Ferrer. Sem apoio da Federação Italiana, aos 17 anos foi morar na Espanha, local onde encontrou as circunstâncias ideais para se tornar uma jogadora de sucesso.

O técnico espanhol Pablo Lozano, ele acredita que asubida no ranking de Errani, foi muito rápida, já que começou este ano na 45ª e agora ocupa a 10ª, mas é resultado de um longo período de trabalho. “Estou muito orgulhoso, mesmo antes dos grandes resultados aparecerem. tenho orgulho de como Errani leva a sua vida, do seu dia-dia de luta, da pessoa humilde e batalhadora que ela é. Para mim, o mais importante não é a vitória, mas o caminho que se percorre para se chegar até lá”, reflete Lozano.

Uma das mais belas tenistas do circuito, primeira italiana a ser top 10, Flavia Pennetta, escolheu o ex-técnico de Arantxa Sanchez Vicario para levá-la a a alcançar o seu potencial máximo, o espanhol Gabriel Urpi. Com Urpi desde 2005, Pennetta chegou a nove títulos em simples e 14 em duplas, em que atingiu o posto de número um do mundo.

Italiana que ocupou o posto mais alto do ranking mundial da história, a quarta colocação em janeiro de 2011, Francesca Schiavone teve um treinador argentino, Daniel Panajotti, de 2002 a 2008, responsável por grande parte de sua evolução. Em entrevista a Respuesta Deportiva, Panajotti contou uma passagem importante na carreira de Schiavone, quando fez com que ela percebesse o comprometimento necessário para ser uma jogadora profissional de alto nível. “Disse a ela que tinha que ser a responsável por tudo que acontecesse no seu jogo, que não podia dar desculpas aos erros e sim, assumir tudo o que fizesse. Quando entendeu isso, ela conseguiu ficar mais focada no que realmente tinha que fazer e no trabalho para alcançar seu grande objetivo e sonho, que era ganhar Roland Garros”, comentou Panajotti.

Uma outra arma das italianas é o bom desempenho das tenistas em simples e em duplas, algo que pode ser comprovado na Fed Cup, em que conquistaram 3 edições, em 2006, 2009 e 2010; neste ano de 2012 acabaram sendo derrotadas pela República Checa na semifinal. Além de Sara Errani, sua parceira Roberta Vinci, quarta colocada no ranking mundial de duplas, também tem bons resultados nas simples, em que ocupa a 20ª posição; as duas juntas já conquistaram 11 títulos de torneios WTA além disso se destacam Alberta Brianti, na 75ª posição e Flavia Pennetta, atualmente na 15ª posição, a primeira tenista da Itália a chegar a liderança do ranking mundial de duplas, em 2011. (ranking de junho) – o atual tem Errani na 10ª posição, Pennetta na 18ª, Vinci na 19ª, Schiavone na 26ª e Giorgi na 87ª .

 

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11 de setembro na Costa do Sauípe

Já faz alguns dias que estava pensando se ia ou não escrever sobre o 11 de setembro, me questionando se valeria a pena escrever sobre algo que todo mundo estaria falando também. Mas, depois de pensar um pouco e relembrar o meu 11 de setembro, achei que valia a pena sim.

Há 10 anos, no dia 11 de setembro eu estava bem longe de Nova York, talvez num dos lugares mais opostos à loucura da metrópole Americana, a Costa do Sauípe, na Bahia. Onze anos atrás o complexo de resorts na Costa Verda da Bahia estava no início de suas operações, ou seja, parecia bem mais distante da realidade de uma grande cidade do que é hoje.

Havíamos ido de Nova York, onde o Guga havia feito quartas-de-final do US Open, direto para a Bahia. Quatro dias antes do 11 de setembro estávamos na Big Apple e no dia antes de ir embora eu estava lá do lado do World Trade Center, fazendo umas rápidas compras na Century 21. Tínhamos ficado quase três semanas em Nova York. Como número um do mundo o Guga teve uma série de atividades pré-US Open e indo até as fases finais do torneio, os dias passaram rápido e foram intensos na cidade.

 

Era a primeira vez que estávamos na Costa do Sauípe, para a primeira edição do Brasil Open e claro que o Guga era a principal atração do torneio.

Saiu a chave  e ele jogaria contra o Flávio Saretta. Já chegou na Bahia desgastado de um agitado verão norte-americano, com muitas vitórias e muitos jogos nas quadras rápidas e as tais dores na virilha – até então não se sabia que as dores eram causadas pelo problema no quadril.

Um dia antes da estreia era aniversário do Guga e para comemorar com o público armamos um bolo na quadra central do torneio que foi entregue pela favorita ao título feminino, Monica Seles.

Naquela época o torneio era ATP e WTA e a Monica tinha uma relação próxima com o Larri.

Depois do bolo na quadra, treinos e programamos uma festa para outro dia para o Guga, afinal tinha jogo cedo no dia seguinte. Para atender a televisão o jogo havia sido programado para o horário do almoço, no forte sol do nordeste.

Acordei cedo para acompanhar o bate-bola da manhã e me lembro de receber uma ligação da minha mãe, perguntando se eu já havia visto as imagens na internet de um avião batendo no World Trade Center. Dez anos atrás a internet não era sem fio, acredito que devia ser discada ainda então não dava simplesmente para sair da quadra, ligar o computador e ver o que estava acontecendo.

Fui até a sala de imprensa logo depois mas tinha que ver como estavam os ingressos para o jogo do Guga e tudo que envolve a preparação de uma estreia de um ATP pela primeira vez no Brasil, atender a imprensa, etc.

A cada hora alguém me ligava para falar alguma coisa e eu só pensava que dias antes a gente estava lá.

Tentava falar com alguns amigos e não conseguia.

Chegou a hora do jogo do Guga e fomos para a quadra. O sol e o desgaste dos jogos não ajudaram e o Saretta acabou ganhando. Aquela altura a derrota não importava.

Ninguém no mundo todo estava prestando atenção no ATP brasileiro.

Americanos da WTA e ATP não sabiam o que dizer aos tenistas, a imprensa perguntava para os jogadores o que eles estavam achando de tudo isso mas eles haviam sido orientados a não falar nada. Afinal, ninguém sabia do que se tratava.

Lembro da Monica bem agitada porque não conseguiu falar com ninguém e além disso os aeroportos americanos estavam fechados, ou seja, não se sabia quando poderiam voltar para casa.

Mesmo com a derrota, com tantos compromissos com patrocinadores, tivemos que ficar a semana toda no Sauípe.

Assistir daquele resort, em meio a coqueiros, caipirinhas e praia o mundo mudar para sempre foi praticamente surreal.

Naquela época o PR da ATP com quem eu trabalhava diariamente para organizar as ações do Guga era o Benito Perez Barbadillo, hoje PR do Nadal e durante algum tempo quando a gente se encontrava, comentávamos do quão estranho,de quão distante da realidade nós estávamos naquele 11 de setembro na Costa do Sauípe.

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Dá para imaginar a Dilma jogando tênis?

Podem falar o que quiserem dos americanos e da USTA, mas temos que aplaudir o que eles fizeram no US Open, ao conseguir que a Primeira Dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, fosse a Flushing Meadows, discursasse, batesse uma bolinha com John McEnroe, recebesse dicas de Serena Williams, posasse para fotos com Billie Jean King e James Blake a ainda fosse ao Arthur Ashe Stadium assistir um jogo.

Já tinha sido incrível, um ano atrás, durante o ATP de Washington, quando o casal Obama se encontrou com os irmãos Bryan, mas agora, depois que a First Lady encampou o projeto “Let’s Move,” usando o tênis como forma de esporte saudável e contra a obesidade das crianças principalmente, a promoção para o esporte é sem tamanho de tão boa que é.

Dá para imaginar a nossa Presidente Dilma Roussef com uma raquete de tênis na mão, batendo uma bolinha com Guga? Seria fantástico para o tênis no Brasil.

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Sem querer “chover no molhado,” mas US Open é vítima do “climate change”

Quem falava nesse assunto quando o Arthur Ashe Stadium começou a ser construído?

Não estou em NY mas estou acompanhando tudo sobre o US Open, na televisão, no application do torneio no Iphone, na internet, lendo jornais e sites, entre outros.  Confesso que deu um certo alívio ter cancelado a viagem quando vi toda a confusão armada pelo Hurricane Irene. Não que eu não quisesse estar em New York agora, mas teria sido uma confusão completa, porque era para eu ter chegado naquele primeiro fim de semana.

Agora, vendo dois dias seguidos de chuva na Big Apple, fico imaginando aquela sala de imprensa lotada de jornalistas sem ter muito o que fazer, procurando o que escrever, sem poder voltar para Manhattan, ou deixar de ir para o torneio, caso alguma coisa aconteça. Fica um clima de tensão no ar. Todos querem falar com o Diretor do Torneio, dependem de uma previsão do tempo, que funciona muito melhor lá do que aqui, os jogadores ficam irritados, todos agrupados no “player’s lounge,”, que mesmo crescendo ou sendo melhorado a cada ano, parece não dar conta de tanta gente.

Enfim, dias completos de chuvas em qualquer cidade já são complicados, em um torneio que tem data para começar e terminar ficam ainda mais, especialmente quando ainda estão sendo jogadas oitavas-de-final de simples no masculino, as mulheres estão nas quartas, tem torneio de duplas e duplas mistas em andamento, o juvenil, cadeira de rodas e muito mais.

A grande discussão em pauta no momento é porque o US Open, quando construiu o maior estádio de tênis do mundo, com capacidade para 23 mil pessoas, não programou um teto retrátil, como o Australian Open e Wimbledon já tem e como Roland Garros está programando nos seus planos de expansão.

Pensando nisso tudo, lembrei do ano da abertura do Arthur Ashe Stadium. Era 1997 e eu estava em Nova York. Guga havia ganhado Roland Garros poucos meses atrás e tinha sido o primeiro tenista a bater bola no gigantesco estádio. Uma cerimônia emocionante reuniu ex-campeões na primeira segunda-feira do torneio.

Há 14 anos o mundo era diferente. Quem falava em “Climate Change?”.

Quem imaginaria que o clima fosse mudar tanto?

Fui procurar dados de precipitação e temperaturas e para se ter uma ideia o National Climatic Data Center, oficial do Governo Americano, só tem dados disponíveis para consulta sobre temperaturas a partir de 1998 e fazendo uma rápida análise deu para ver que a média de chuva anual em Nova York foi aumentando praticamente todos os anos.

Claro que já havia órgãos preocupados com o clima antes disso, mas ninguém dava atenção.

O filme do ex-vice presidente dos Estados Unidos, Al Gore, “An Incovenient Truth,” curiosamente dirigido por Lucy Walker, a mesma do “Lixo Extraordinário,” que gerou a criação da “Rede Extraordinária,” foi lançado apenas em 2006. Para mim o filme é um divisor de águas na maneira como as pessoas comuns entendem o tal “Climate Change.”

Com mania de grandeza, os americanos nem titubearam em fazer um estádio gigantesco em vez de pensar em algo coberto.

Não chovia tanto em Nova York, naquela época.

O torneio começou a ter grandes problemas há três anos, quando teve que fazer a final na segunda-feira, o que se repetiu em 2009 e em 2010.

É provável que aconteça de novo em 2011.

É o US Open sendo vítima das mudanças climáticas que vem afetando o planeta.

Parece “chover no molhado,” mas é um fato. Ninguém imaginava, lá em 1997 – ou melhor, alguns anos antes, quando começaram a projetar o Arthur Ashe Stadium, que o mundo passaria por tantas mudanças climáticas, em tão pouco tempo, capazes de alterar o nosso cotidiano.

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O que eu estaria fazendo se estivesse no US Open em NY

Normalmente nesta época do ano estou em New York, para o US Open. Mas, desta vez por uma série de motivos pessoais e profissionais acabei ficando no Brasil e hoje passei o dia pensando no que eu estaria fazendo se estivesse em NY.

Eu estava com passagem aérea e hotel reservado já. A ideia era ter chegado hoje de manhã in the city.

Depois de passar aquela hora na fila da imigração teria pego um carro Carmel Limo, que sempre reservo no dia da viagem e sai mais barato do que o yellow cab e ido direto para o hotel, o Waldorf Astoria, um dos hotéis oficiais do US Open, deixar a minha mala – o quarto provavelmente não estaria pronto antes da hora do almoço – pego o meu papel confirmando o credenciamento e entrado no ônibus que sai a cada meia hora da Lexington Avenue para Flushing Meadows.

Ao descer do ônibus teria ido pegar a minha credencial da Tennis View – desde 1997 somos credenciados no US Open – na sala de credenciamento e me dirigido para a sala de imprensa, direto para a minha mesa, a 233, ao lado dos jornalistas argentinos e provavelmente do Alexandre Cossenza que já está por lá.

Computador na mesa, wifi funcionando, hora de cumprimentar os colegas, organizadores, procurar os amigos jornalistas e fotógrafos, saber como foram os dias de Hurricane Irene, pegar os media guides, programação dos jogos e partir para dar uma volta pelo complexo para “get that It Must be Love” feeling.

Já com fome teria comido aquele super cheeseburguer – sempre a melhor opção no restaurante da sala de imprensa – enquanto olhava o entra e sai de jornalistas e jogadores do corredor central do Arthur Ashe Stadium, onde fica localizado o media restaurant.

Com meu bloco na mão e a camera fotográfica teria ido para as quadras em seguida e assistido um pouco de alguns jogos e a partida do Bellucci.

A essa hora provavelmente ainda estaria na sala de imprensa, zumbi de sono – como estou agora depois de três dias de maratona no Rio de trabalho no Back2Black e no Itaú Masters Tour – torcendo para pegar o ônibus logo e ir para o hotel descansar.

Chegaria em Manhattan, pegaria um iogurte com cereal em alguma das vendinhas que lotam a Lexington Av. antes de dormir, para amanhã sim, começar com tudo o trabalho.

Essa normalmente é a minha rotina no meu 2º Grand Slam favorito e que há mais de 14 anos acompanho de perto.

Desta vez vou ver tudo pela TV, mas Tennis View estará muito bem representada em NY pelo Neco e pela estreante Renata Dias.

 

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Roland Garros, em Paris, ficará 60% maior, terá 35 quadras e quadra Philippe Chatrier coberta

Presidente da FFT afirma que vai na contra-mão do gigantismo

Foi uma alegria acordar hoje e ler as notícias de que Roland Garros permanecerá em Paris, onde está, desde 1928.

Há alguns anos se fala de uma mudança para um lugar maior e uma estrutura mais moderna, mas ninguém nunca deu muita bola, até o ano passado, quando durante o Grand Slam, foi distribuído um dossiê à imprensa com outras regiões candidatas a sediar a competição: Gonesse, Marne-la-Vallée e Versailles e a mudança, antes só no imaginário começou a se tornar uma realidade.

As três regiões, mais Paris apresentaram propostas, projetos e hoje, em eleição na Federação Francesa de Tênis, com 70% dos votos, foi decidido que Roland Garros permanecerá onde está, em Paris e que os três principais problemas apontados – cobertura da quadra central para caso de chuva; mais conforto ao público e aos jogadores; modernização geral das instalações oferecendo mais entretenimento e serviço ao público – poderão ser solucionados.

Nós brasileiros não precisamos mais nos preocupar. Os momentos de glória que Guga trouxe para o esporte nacional, nas quadras do complexo, permanecerão por lá. 

Eu não conseguia imaginar Roland Garros em outro lugar. Talvez por ter sido o Grand Slam que mais vezes frequentei e por conhecer o estádio, cada detalhe do complexo, os funcionários, etc, tão bem, não me agradava a ideia de não ir mais àquele lugar tão especial.

Mas, é uma visão pessoal e sentimental. Parece que quando Forest Hills deixou de sediar o US Open e o Grand Slam americano se mudou para Flushing Meadows, os jogadores e o público também não gostaram muito. Mas hoje, dá para imaginar o US Open em outro lugar?

Muitos franceses – em especial os jornalistas – não gostaram da decisão da FFT de ficar em Paris, achando que desta maneira não há como o Grand Slam crescer e se equiparar aos outros três – Australian Open, Wimbledon e US Open – e que foram razões como estas, de se pensar na história, que fez a capital francesa perder as Olimpíadas de 2012 para Londres.

Mas, Roland Garros não permanecerá em Porte D’Auteil sem mudanças. Para que o campeonato permanecesse onde está, também foi feito um projeto e a Federação conseguiu apoio da cidade, do prefeito Bertrand Delanoe e até 2016 toda a reestruturação do complexo estará completa.

Neste domingo, o Presidente da FFT, Jean Gachassin, concedeu uma entrevista coletiva no Museu de Roland Garros e disse que foi uma escolha “contra a corrente do gigantismo que tanto está na moda. A FFT optou por um projeto único e que continuará a nos singularizar e que permanecerá fiel aos nossos valores. É uma escolha audaciosa, ousada e altamente qualitativa. Roland Garros tem uma imagem forte, única que irradia no mundo todo porque estamos em Paris. Não levar em conta esse posicionamento, ainda mais com o apoio da prefeitura de Paris, seria ceder à facilidade e faltar com a coragem diante de um desafio.”

O que será feito:

  • Novo centro nacional de treinamento será no estádio Georges Hebert (próximo a Roland Garros) – 2013
  • Novo Centro de Imprensa (2014)
  • Nova quadra com capacidade para 5000 pessoas nos jardins de Serres D’Auteil (2014)
  • Construção de uma outra “Show Court” com capacidade para 2000 pessoas (2015)
  • Quadra Philippe Chatrier reformada, com teto retrátil (2016).
  • Melhoria da estrutura em geral para os fãs e jogadores
  • 35 quadras no total no complexo para o torneio
  • Tamanho aumentará de 8,5 para 14 hectares

Motivos que levaram a FFT a decidir ficar em Paris

  • A localização excepcional do estádio atual, no coração de Paris
  • Um torneio urbano, em um ambiente de prestígio
  • Crescimento de 60% do tamanho atual
  • Uma dimensão histórica única, no mesmo local onde o torneio começou
  • Utilização da infra-estrutura já existente
  • 35 quadras de tênis dedicadas à organização do torneio
  • Quadra central coberta, modernizada e remodelada
  • Utilização parcial de um dos pulmões verdes de Paris, o parque de Serres d’Auteil, durante o torneio
  • Uma imagem forte: Paris
  • Um investimento que se possa cumprir
  • As receitas corporativas e de patrocinadores garantidas
  • Custo muito menor do que de uma mudança de local
  • Um contrato com a prefeitura de duração muito longa (99 anos – até 2110)
  • Um aluguel moderado e razoável
  • Uma escolha altamente qualitativa, estratégica e contra a corrente do gigantismo mundial
  • Empréstimo financeiro de 50% garantido pela prefeitura de Paris
  • Subvenção de 20 milhões de euros pela prefeitura de Paris
  • Possibilidade de organizar sessões noturnas
  • Fácil acesso regional, nacional e internacional
  • Estrutura hoteleira de Paris
  • 55000 pessoas por dia poderão ir ao torneio
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Djokovic comprova evolução mental e física na conquista do Australian Open

Lembro logo que o Australian Open começou de ter ouvido uma pergunta para o Djokovic, após uma de suas vitórias, que me chamou a atenção. A questão era. Desde Roland Garros você vem melhorando de produção nos Grand Slams. Foi às quartas em Paris, à semi em Wimbledon e a à final no US Open. Vai ganhar o Australian Open?

Sim, Novak Djokovic, o “Imperador da Sérvia,” ganhou o  seu segundo título de Grand Slam, convincentemente, derrotando Federer na semifinal e Andy Murray na decisão, por 6/4 6/2 6/3, sem falar do Berdych nas quartas.

Como a comparação da evolução dos resultados nos Grand Slams, a vitória para a Sérvia na Copa Davis, no fim do ano, é notória a evolução mental, física (lembra quando ele tinha que abandonar jogos, especialmente no calor, por não aguentar fisicamente?) e técnica do seu jogo.

Para duelar de igual para igual com Federer e Nadal, teve que  fazer mudanças em todos os planos do seu jogo.

Mudanças que ele mesmo explica e que foram principalmente mentais e físicas. Como costuma dizer o colunista de preparação física e mental da Tennis View, o internacional Steve Jack, não há como separar a mente do corpo. Djokovic comprova.

Veja o que ele disse na entrevista coletiva do campeão do Australian Open 2011.

N  Djokovic – 30 01 11 1

Q.  Do you think you could play any
better than this?  Is it a perfect match that
you expected, that you dream of, or not?
NOVAK DJOKOVIC:  This was a great match.  From the start to the last point, I did what I intended of doing tactically, what I talked with my coach, what I prepared for.  Physically I was very fit. I had two days between the semifinals and finals match, which was important at this stage of the tournament.  Because I was aware of the fact that I
am going to — yeah, bring it to me.  (Laughter.)  That will have long rallies and I will have a player who doesn’t miss a lot, a very talented player who is one of the best returners in the game.  And, yeah, you know, I had to step in.  That was the key.  When I had the chance to step in and try to move him around the court, that’s what I did.  Probably the turning point was the last game of the first set where we had some incredible exchange from the baseline, long rallies, and some passing shots that turned the
match around.  You know, when you have a set advantage, it’s much different, you know, instead of getting into the match.

Q.  It’s been three years between getting one of those.  Do you feel like now that you’re older and more experienced, it
won’t be as long the next time?
NOVAK DJOKOVIC:  Yes, I feel like more experienced player.  I feel a better player
now than I was three years ago, because I think that physically I’m stronger, I’m faster, mentally I’m more motivated on the court.  I know how to react in certain moments, and I know how to play on a big stage.  It’s the best way that I could ask for to start a season.

Q.  How did you fix your serve?
NOVAK DJOKOVIC:  Well, hitting thousands and thousands of balls on the practice.  It’s all about hard work and patience, I guess, dedication to the hard work which in the end pays off.  That’s the situation.  There is no secrets.  Of course, I was aware of what I do wrong.  But once it gets into your head, it’s really hard to get it out of your habit.  Everybody was, you know, criticizing me, Why did I change my serve?  I didn’t change it intentionally.  It just came like that.  I worked hard the last 10 months, and
now it’s back.

Q.  You took a tough loss here last year, Roland Garros obviously, and then even
Wimbledon.  Did something happen in between Wimbledon and the hard courts where you regained confidence?
NOVAK DJOKOVIC:  Something switched in my head, because I am very
emotional on and off the court
.  I show my emotions.  This is the way I am.  Everybody’s
different.  The things off court were not working for me, you know.  It reflected on my game, on my
professional tennis career.  But then, you know, I settled some things in my head.  It was all on me. You know, I had to try to find the best possible solution and try to get back on the right track.  That’s what I did.

Q.  Can you talk about some of those secrets that you discovered about yourself that helped you get back on track?
NOVAK DJOKOVIC:  As I said, you know, something switched in my head.  It’s been a big mental struggle, because I was trying to separate my, of course, professional life from my
more private life.  But, you know, if somebody’s emotional — we’re all humans.  It’s not possible.  If something isn’t working off court, then it’s going to reflect on the court.  I managed to solve that problems.
This is all part of life.  Of course, everybody’s facing difficult situations in their lives.  To overcome the crisis and to stand up
and try to still dedicate yourself to the sport was a big success for me as a person.

Q.  You said you were sure Andy would win one one day.  What makes you sure?
NOVAK DJOKOVIC:  I just said.  He’s, first of all, a very talented player and he’s a hard
worker.  He’s been in finals three times, and he just needs to make that final step.
Of course, it’s not easy.  You could see his struggle and frustrations tonight, because he
felt his chances to win a first Grand Slam trophy tonight.
But, you know, it’s a learning process, I guess.  It wasn’t easy for me, as well.  I know
how he feels.  I’m sure that he knows how he feels the best.  He’s still young.  I’m sure he’s
gonna have more chances to win it, so…

Q.  Three sets to Federer and three sets to Murray.  How different were you  feeling against Federer and Murray?  When
you were more worried?
NOVAK DJOKOVIC:  You’re always worried, the semifinals and finals of Grand Slam.
You have your own worries and little pressure and expectations and things that you feel during the match.
But, you know, you work hard to be mentally prepared for these moments and physically fit to overcome the long five-setters.

You know, both of those matches were different, because I played against two different types of
players.  You know, I take always one match at a time.  I try not to look who I’m going to play, you
know, in the later stages of the tournament, even though maybe as a top player I’m expected to.
But, you know, it’s always been like that.  I always try to take one match at a time.

Q.  You have so much in common.  What’s the difference between having two Grand Slams and not having one?  What’s the
difference between you, do you feel?
NOVAK DJOKOVIC:  Well, it’s hard to say.  What do you mean?

Q.  Do you feel for him it’s a mental issue in the big matches?  You looked very confident and strong out there tonight.
NOVAK DJOKOVIC:  Well, it is in some ways a mental issue when you are facing a
situation, playing the finals of a Grand Slam, being so close to winning a title.  Every time you get it there, you know, you want to win it badly, but some things go wrong.  You’re thinking too much.  You’re worrying too much in your head.
It’s a mental battle, definitely.  Bottom line is that this is a very mental sport in the end
.  Everybody
is very fit.   I think tennis has improved so much in the last couple of years.  It’s incredible.  To compare the tennis from 2007, ‘8, to the tennis of 2010, ’11, I have the feeling the ball is traveling much faster, they’re big hitters, big servers.
So in order to keep up, you have to be always dedicated professional and consistent with your success.

Q.  There are a few people saying now that because Rafa and Roger went out before the final, the tide is turning, a changing of the guards, so to speak. Do you feel that’s the case?
NOVAK DJOKOVIC:  Still Rafa and Roger are the two best players in the world.  No question about that.  You can’t compare my
success and Murray’s success to their success.  They’re the two most dominant players in the game for a while.  All the credit to them.  It’s nice to see that there are some new players in the later stages of Grand Slams fighting for a title.  That’s all I can say.

Q.  Some of your footwork was outstanding.  At the end when you took your shoes off to throw them into the crowd, you
took out the insoles.  Do you have to have special insoles?
NOVAK DJOKOVIC:  Yes.  That’s the secret to my footwork.  You got me there
(smiling).

Q.  The Davis Cup win and now this, the last two months, has this been the best period in your life so far?
NOVAK DJOKOVIC:  On the tennis court, yes.  Yeah, Davis Cup title and another Grand Slam title.  I’m living the dream of a tennis player, definitely.

Q.  Are you more focused than ever on your game?
NOVAK DJOKOVIC:  Yeah, I’m very focused.  Yes, I have been more focused and dedicated to the sport than I have ever been before.

Q.  There are only two players but Nadal and Federer that have won two slams, you and Hewitt.  Hewitt when he did it, he
stopped.  What do you expect from yourself, to win many?
NOVAK DJOKOVIC:  I don’t want to stop here.  Definitely I want to keep my body healthy,
fit, and ready for some more challenges to come.

I feel that I have a good game for all the surfaces.  I have proven that in the past.

Q.  Which ones?
NOVAK DJOKOVIC:  Hard court.  Hard
court is my favorite surface.  Two finals in US
Open and two finals here.  It’s obvious; results
are showing everything.
But, still, I feel I can do well at French
Open and Wimbledon.

Q.  You’ve driven yourself to the point of exhaustion, overplaying, in previous seasons.  How do you avoid doing that again
this year?
NOVAK DJOKOVIC:  Well, I think you’re getting wiser by the time of being a part of this
sport.  You are more aware of the things that you should do and not do.  I was spending too much
energy on the things I shouldn’t spend on.  I mean, it’s school, a learning process.
That’s why I have a big team around me of people who are organizing my time and making me feel a bit released and making me perform the best that I can on the court.

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Djokovic, o “Imperador da Sérvia,” quer reinar de novo no Australian Open

Novak Djokovic continua impressionando neste início de 2011. Com motivação em alta e principalmente muita confiança depois de vencer a Taça Davis no final do ano, enfrentará Roger Federer por uma vaga na final do Australian Open. Desde Roland Garros do ano passado ele vem evoluindo. Alcançou as quartas em Paris, a semi em Wimbledon e foi à final do US Open. Quer agora conquistar o título.

Reproduzo neste post a matéria – editada – que escrevi sobre Djokovic para a última edição da Tennis View, falando sobre a Davis, mas principalmente como Djokovic se tornou o jogador que é hoje, desde o início da carreira e mostrando sua importância como líder muito além das quadras na Sérvia.

Tenista é o “Novo Imperador” da Nação

A Sérvia se tornou o 13º país da história a vencer a Taça Davis. Com Novak Djokovic, Victor Troicki, Nenad Zimonjic e Janko Tipsarevic, a nação venceu a França de Gael Monfils, Gilles Simon, Michael Llodra e Arnaud Clement, por 3 jogos a 2, na Arena de Belgrado, no início de dezembro.

A conquista marcou um momento histórico para o jovem País, o maior feito esportivo da República da Sérvia, nome que foi oficializado apenas em 2006, quando se separou de Montenegro.

A história, em um breve relato, explica a importância do feito para os jogadores e a população. Desde os séculos XV e XVI a região viveu mais conflitos e dissoluções, do que se pode imaginar. Foram décadas de luta com o Império Otomano, fizeram parte do Império Austro Húngaro,  do Habsburgo, do Russo, viveram a Primeira Guerra Mundial, a Guerra dos Balcãs, foram dominados pelos alemães na II Guerra, se desentenderam com os países vizinho, passaram pela Guerra da Bósnia, do Kosovo, foram chamados de Iugoslávia, Sérvia e Montenegro, até finalmente, quatro anos atrás serem oficializados República da Sérvia.

A guerra esteve presente na vida de todos os tenistas e do público presente na Arena de Belgrado, até um passado bem recente. Conquistar a Taça Davis era então prioridade para o líder da equipe Novak Djokovic.

“É o maior momento da minha carreira. Não se compara a nenhum outro. A alegria de estar aqui com os meus companheiros de equipe e de dar esse título ao meu país é imensa,” comemorou Djokovic, campeão do Australian Open em 2008.

Antes de vencer a Taça Davis, internacionalmente, como esporte coletivo, a Sérvia havia conquistado uma medalha de prata no vôlei, nos Jogos Olímpicos e vencido o campeonato europeu de basquete.

Carente de ídolos e de motivos para festejar, o País parou para celebrar os novos expoentes e o mundo entendeu a importância da competição entre nações.

DJOKOVIC, o Novo Imperador

Apesar do ponto decisivo do confronto ter sido dado por Troicki ao derrotar Llodra, foi Djokovic quem liderou a Sérvia, desde a sua primeira participação na Copa Davis, em 2004, ainda como representante de Sérvia e Montenegro, na Terceira Divisão do Zonal Europeu.

Primeiro campeão de Grand Slam do País em 2008, vencendo o Australian Open, mesmo ano em que Ana Ivanovic ganhou Roland Garros, Djokovic construiu um novo Império na República da Sérvia, o Império Novak. Através de negócios com a família e com os dirigentes governamentais, conseguiu expandir o seu sucesso no tênis, muito além do que as compatriotas Ivanovic e Jelena Jankovic vem fazendo.

Com o pai Srdjan dirigindo os negócios da família, através da Family Sports e a mãe, Djana, à frente também, Novak se tornou sinônimo de prosperidade na Sérvia e maior estrela do País. Mais popular até do que os jogadores de futebol Dejan Stankovic, da Inter de Milão e Nemanja Vidic, do Manchester United.

O tenista conseguiu, em meio a um já complexo calendário da ATP, há dois anos, trazer um torneio ATP 250 para a capital durante a temporada de saibro; abriu dois restaurantes em Belgrado, uma loja de esportes, a Novak Shop, tem um clube de tênis com spa, onde o ATP é disputado e está construindo um Centro de Treinamento, o CT Novak, com apoio do Governo, e lançamento previsto para o segundo semestre de 2011. O CT terá cinco quadras cobertas e outras 15 ao ar livre além de um hotel. A ideia é ter 50 pessoas treinando simultaneamente, com metade do espaço reservado aos jovens talentos sérvios.

“Na Sérvia nós não temos estrutura alguma. O jogador está sozinho. Se ele quiser evoluir tem que sair do País e queremos acabar com isso,” afirma o Sr. Srdjan, o pai de Novak.

É o mesmo Sr. Srdjan também quem representa as marcas patrocinadoras do filho, Head e Sergio Tacchini em toda a região dos Balcãs.

Tudo é comandado do escritório da Family Sports, empresa aberta há quatro anos e cujas instalações se assemelham a de uma corporação do mais alto padrão, com salas de reuniões, conferências e uma organizada e luxuosa sala de troféus.  Quem quiser conhecer um pouco mais é só acessar o site do tenista – http://www.novakdjokovic.rs – e assistir a apresentação dos negócios Novak, em 3D.

Um dos restaurantes Novak fica justamente no primeiro andar do Prédio da Family Sports e lá turistas e fãs podem adquirir chaveiros, canetas e mimos em geral do ídolo.

Além das propriedades e negócios, Novak é visto em outdoors pelo país, em campanhas dos patrocinadores, que inclui a Telekom Serbia, da Cruz Vermelha, de campanhas de alerta contra o câncer e do Governo. A mais atual exibe Djokovic pedindo ao povo que mantenha as cidades limpas.

A história de Djokovic com a Sérvia só não é perfeita devido a um desentendimento com a Federação de tênis do País, presidida pelo ex-top 20 Slobodan Zivojinovic.

A família de Novak acusa a Federação de não ser transparente e de não ser capaz, nem ao menos, de saber quantas pessoas jogam tênis na Sérvia e divulgar quantos são os Federados.

INÍCIO PERTO DO KOSOVO

Mas, o que é agora um conto de fadas para os Djokovics, teve momentos de história mal-assombrada.

Foi nas montanhas de Kopaonik, perto da fronteira com o Kosovo e onde fica a maior estação de esqui de Sérvia, que Novak deu as primeiras raquetadas, em três quadras de tênis construídas pelo Governo, no fim dos anos 1980, em frente à pizzaria da família.

O garoto foi logo observado pela técnica Jelena Gencic, a mesma que havia descoberto Monica Seles e Goran Ivanisevic, em Kopaonik para uma clínica, em 1993, e que no terceiro dia de treinamentos disse ao Sr. Srdjan, que o filho, então com seis anos de idade, seria um campeão.

Para progredir, Novak foi enviado a Belgrado, onde vivia com o avô e treinava no Clube Partizan. Era 1999, época dos bombardeios na região e mesmo assim, o tenista e a técnica encontravam maneiras de treinar, nos lugares bombardeados nos dias anteriores, esperando que não fossem jogar bombas novamente.
“Nós lembramos disso e nunca vamos esquecer. É algo muito forte, que está dentro da gente. Foi uma experiência traumática e claro que você fica com lembranças ruins. Ouvíamos o barulhos das sirenes, no mínimo, três vezes por dia, avisando que os aviões com bombas estavam chegando. Até hoje quando ouço algo parecido, fico assustado,” lembrou Djokovic, em uma recente entrevista ao New York Times.

Por isso, o pai Srdjan, enfatiz que “o diferencial do Novak é o mental. A força mental fez dele um campeão.” De Belgrado, logo depois de completar 12 anos de idade, Novak foi para Munique, na Alemanha, treinar com Niki Pilic, hoje o técnico da Sérvia na Copa Davis.

De acordo com relatos, a família toda, incluindo os tios, investiram tudo o que tinham para que ele pudesse treinar e ter todas as condições. “Foi um investimento,” diz o tio Goran, sócio na pizzaria inicial em Kopaonik e que continua envolvido com os negócios na Family Sports.

“E hoje o Novak se tornou o produto de exportação número um da Sérvia. Antigamente os exemplos para a juventude eram ladrões, gangsters e hoje é um tenista,” se orgulha a mãe Dijana.

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Petkovic, a tenista que quer ser política na Alemanha

Nascida na Bósnia e criada na Alemanha, Andrea Petkovic, 23 anos, vem se tornando uma das grandes sensações da WTA. Não só pelo sucesso nas quadras e pela beleza, mas por outras qualidades ainda pouco conhecidas de muita gente.

A extrovertida Petkovic avançou às oitavas-de-final do Australian Open depois de Venus Williams desistir do jogo, quando o placar marcava 1×0, sentindo uma forte lesão na virilha, surgida no jogo de segunda rodada. A próxima adversária da alemã é a russa Maria Sharapova.


Há pouco tempo não passava pela cabeça de Petkovic seguir carreira no tênis profissional. Ela tinha e ainda tem outros planos em mente: assumir um cargo politico na Alemanha.

Não fala isso da boca para fora e a ideia não é um sonho distante. Ela estuda Ciências Políticas na University of Hagen, tem um blog em alemão, e até entrar entre as tops 50 (é a 33ª na WTA), o principal objetivo era se formar e iniciar uma carreira política.

O plano está adiado temporariamente, até porque Petkovic pode começar uma carreira de artista.

Além de surpreender com a dedicação aos estudos, a alemã é divertida. Ao vencer Nadia Petrova no US Open do ano passado dançou em quadra o que chamou de “Petko Dance.”  [simfany]106333[/simfany]

A tenista anteriormente treinada pelo pai Zoran e hoje pelo ex-técnico de Ivo Karlovic, Petar Popovic, gosta de fazer videos divertidos. Há uma série deles no site dela. No último ela ensina como dançar a “Petko Dance,” e já avisou que o próximo contará com a participação de John Isner.

Entre tantos novos nomes que surgem no circuito e que temos dificuldade de guardar e acompanhar, vale a pena ficar de olho na divertida tenista politizada.

Ah, e para terminar vale a pena ler o parágrafo que extraio do site dela, em que Petkovic explica a motivação para jogar tênis:

What is it, that makes a human struggle eight hours a day in practice and cross borders that you would normally avoid? What makes an athlete with all her strengths and weaknesses confront the public just to be judged mercilessly when success is missing? Is it the money, the fame or the recognition? A little bit of everything and nothing of that really.

If you grow up playing tennis from your childhood and you compete with your opponents eyeball to eyeball all the time, these concomitants fade. The intense emotions you experience within a match cannot be compared to anything else or be found in another job. Me being bubbly and sensitive anyway, I undergo the whole spectrum from anger, grief, disappointment and distress to joy, euphoria, pride and happiness throughout a match. Some people jump out of planes, some go skiing or drive a car real fast, others change their partners and take drugs to live in extremes. I take the rollercoaster of feelings every time I go out on the court and I am extremely fortunate to be able to make a living out this way.

The competition, the pursuit of almost impossible perfection, the often underestimated mental challenge, the release after you convert a match ball – all that brings a certain something to my life, that makes it interesting, diverse and worth living.

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Tomic, o “garoto problema” da Austrália que pode enfim estar se tornando a solução. Aos 18 anos é o único australiano na 3ª rodada em Melbourne.

Por essa nem os australianos esperavam. O “garoto problema,” Bernard Tomic, fez valer o tão controverso wild card recebido para integrar a chave principal do Grand Slam, derrotou Feliciano Lopez e está na terceira rodada em Melbourne. Será o único do País a jogar no fim de semana e enfrentará o número um do mundo, Rafael Nadal.

A mídia australiana que já se preparava para escrever somente do tênis feminino, ganhou material de presente e com certeza, nos próximos dias é só dele que vai se falar daquele lado do mundo.

Aos 18 anos de idade, Tomic, com seu 1,95m de altura – e pode ser que ainda cresça mais -, e seus dois títulos de Grand Slam juvenil (ganhou o Australian Open em 2008 e o US Open em 2009), já conseguiu causar mais tumultos com a Tennis Australia do que muito jogador em toda a sua carreira.

Muito devido ao pai e técnico John Tomic.  Foi John que recusou um pedido de treinamento do clã Hewitt, em Wimbledon, há dois anos. Imagina, um juvenil recusando um convite de Hewitt para treinar o que causou de estranheza por parte dos australianos. Foi John também que brigou com juízes em um torneio Future há pouco tempo.

Há um ano, no Australian Open, com o seu segundo wild card seguido em mãos, reclamou do horário em que jogou – e perdeu em cinco sets – contra Cilic na segunda rodada. “Era muito tarde. Estou acostumado a dormir cedo.”

Foi John também que deixou o filho longe das quadras durante boa parte do segundo semestre do ano passado, colocando inúmeros pontos de interrogação na cabeça dos dirigentes do tênis australiano.

Há poucas semanas, o menino se viu envolvido em outra controvérsia quando decidiu não disputar o play-off pelo wild card no Australian Open. O pai enviou um comunicado com um comprovante medico alegando que o filho estava doente. Mas, qual não foi a surpresa dos dirigentes ao saberem que nos mesmos dias da competição “Bernie” estava treinando em casa, em Queensland. John saiu em defesa do filho e disse que o obrigou a treinar mesmo doente.

Diante destas situações só mesmo um bom resultado para provar que todo o trabalho que a Austrália, país que acolheu os Tomics – Bernard nasceu na Alemanha e a família se mudou da Croácia para a Austrália em 1996 – vem tendo, não está sendo em vão.

Sem garantia de um convite para a chave principal do Australian Open, Tomic foi jogar o qualifying do ATP de Sidney. Derrotou três top 100 na sequência – Kunitsyn, Berrer e Kubot – para perder na estreia para Dolgopolov e assim merecer enfim o convite para a chave principal em Melbourne, dado por Todd Woodbridge, chefe do tênis profissional e pelo capitão da Copa Davis, Patrick Rafter.

Bernard já entendeu que precisa melhorar a relação com os dirigentes do tênis australiano e com duas vitórias importantes no Grand Slam – derrotou Jeremy Chardy na estreia e passou por Feliciano Lopez, por 3 sets a 0 – começa a provar a que realmente veio.

Com patrocínio desde o início dos anos de juvenil, Tomic está sendo considerado um novo “Miloslav Mecir,” pelo seu jeito nada ortodoxo de jogar e a maneira de se posicionar em quadra.

Ele mesmo afirma que gosta de surpreender os adversários com suas jogadas estranhas e que um de seus pontos fortos é saber identificar rapidamente o ponto fraco do adversário.

Atualmente na 199ª posição no ranking mundial, é o adolescente mais bem colocado na ATP e se diz pronto para tentar surpreender Nadal. Diz que vai se preparar para não ficar com sono caso jogue à noite.

A Austrália agora se prepara para abraçar o novo herói que vem procurando há algum tempo para substituir Lleyton Hewitt e dar continuidade à tradição de Rosewall, Roche, Newcombe, Rafter, entre muitos outros ídolos surgidos daquele lado do mundo.

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