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Academia de McEnroe, em NY, supera expectativas e já tem lista de espera

McEnroe, na sua academia em NY
Há dois meses estive na recém-inaugurada academia de John McEnroe, em New York, no complexo Sportimes em Randall’s Island, a poucos minutos de Manhattan.

Dava para perceber no ar a empolgação dos envolvidos com o projeto e o comprometimento da família McEnroe, que tem como principal objetivo formar campeões.

Parece que esse sentimento se espalhou pela cidade. Hoje recebi um comunicado do assessor da academia, confirmando que já há lista de espera para treinar com a supervisão de John McEnroe. Já são mais de 400 alunos treinando na John McEnroe Tennis Academy, com idades entre 06 e 16 anos.

Um dos segredos do sucesso, de acordo com Mark McEnroe, irmão de John e Patrick e Diretor da academia, está na proposta de trabalho, que não prevê que as crianças deixem suas casas para treinarem e aposta na variedade de atividades para trabalhar a mente, além do tênis. Veja a declaração dele no comunicado que recebi hoje.

“Parents have told us that the balance we offer between tennis, fitness and encouraging kids to follow their educational goals, has made a big difference, and combined with a state-of-the-art facility, easy access from anywhere in the tri-state area  and our team of world class teaching professionals, we have a unique approach that we know will be successful over time.”

Bem, a minha visita, durante o US Open, virou uma matéria para Tennis View, publicada na edição 108, que reproduzo aqui e que mostra mais detalhes do complexo de John McEnroe.

John McEnroe que formar novos campeões 

Ele tem sete títulos de Grand Slam, foi número um do mundo, joga o Champions Tour, o World Team Tennis (WTT), é um dos comentaristas esportivos mais respeitados da televisão, é casado com Patty Smith, tem seis filhos e agora quer formar campeões.

Aos 51 anos de idade, John McEnroe inaugurou há dois meses a John McEnroe Tennis Academy, em Randall’s Island, a poucos minutos de Manhattan. Uma academia de tênis, em parceria com o grupo Sportimes, com o objetivo de ver o tênis renascer em Nova York, cidade onde ele nasceu, e formar campeões.

Sem um americano entre os top 10, pela primeira vez, desde 1973, a ideia de McEnroe ganha ainda mais força.

A academia não é simples, nem luxuosa. Tem 20 quadras de tênis, 10 de har-thru e 10 rápidas, espaço para montar arquibancadas provisórias, vestiários e sala de ginástica bem equipada. Há uma lanchonete, uma pro-shop e os escritórios.

As quadras todas podem ser cobertas, com o que eles chamam de “bubble,” para que os treinamentos não parem no inverno.

Há programas para todos os tipos de tenistas e idades. Desde aqueles que querem ter apenas meia hora de aula por semana, passando pelos que desejam alugar quadra, ou ter aulas em grupo. Os níveis de treinamento, excluindo o competitivo, variam do iniciante ao avançado, até o cardio tennis, com treinos específicos para adultos e para crianças com idades de 2 a 5 anos.

Para participar de qualquer um destes programas é necessário ser membro da academia e o título, individual ou familiar sai por U$ 500. O que varia são as taxas mensais que custam aproximadamente U$ 65 por pessoa. Adolescentes e jovens até 22 anos entram no programa Junior, em que o título sai por U$ 100. Os treinamentos custam entre U$ 3,6 mil e U$ 4,8mil, por 34 semanas.

Durante as férias há ainda o que eles chamam de “Summer Camps,” com clínicas semanais para diferentes grupos de crianças.

A academia fornece transporte de ida e volta do centro de Manhattan e não prevê hospedagem para os atletas.

“Não queremos transformar a academia em um centro como o do Nick Bollettieri. Não queremos que as crianças saiam de casa para treinar tão cedo. Elas devem ter uma infância e adolescência normal,” explica o Diretor Técnico, Gilad Bloom, um israelense, ex-profissional da ATP, que chegou a ser o 43º no ranking mundial e que McEnroe escolheu para implantar o sistema de treinamento.

A visão de John, que encarregou o irmão do meio, Mark, de administrar a academia, é de que as crianças e os jovens façam de tudo um pouco, até para desenvolver outras áreas da mente que depois possam ser úteis no tênis. “É uma maneira de evitar o burn-out,” diz Bloom.

“Essa academia é um sonho antigo do John,” conta o advogado Mark. “Muita gente tem dúvida se ele vai realmente estar presente, mas quando John se envolve em algo é sério e ele quer muito ver isso dar certo.”

As 728 crianças que participam do programa de treinamento da JMTA diariamente praticam algum outro esporte, podendo ser o futebol, baseball ou xadrez.  “Não queremos tenistas unilaterais. Eles tem que abrir a mente,” disse McEnroe à New Yorker, na inauguração do seu espaço.

O próprio John desenvolveu o seu tênis perto de casa, na extinta Academia de Port Washington, do australiano Harry Hopman, seu mentor e chegou a cursar um ano de tênis universitário, em Stanford, antes de optar pelo profissionalismo.

Com uma agenda atribulada, Gilad e Mark é quem tocam a academia no dia a dia. Mas, é John quem contrata os treinadores pré-selecionados por Bloom e está presente frequentemente para olhar os jogadores e bater bola com eles.

“O teste de admissão aqui é feito em quadra. O John bate-bola com os treinadores e depois joga um set com eles. Só depois decide se contrata ou não,” conta Bloom.

Entre os treinadores só há ou ex-profissionais de nível ou tenistas que jogaram tênis universitário em alguma faculdade da Divisão I da NCAA. “O nível de educação é importante,” ressalta o israelense.

“Quando John está em quadra com as crianças, nós usamos o cérebro dele. É a nossa missão, quando ele está aqui, de anotar tudo o que ele está observando e implantar nos dias que se seguirem, porque quando ele voltar, ele vai cobrar.”

Foi o próprio John que recrutou as crianças que ganharam bolsas de treinamento, em um dia inteiro de testes na JMTA.

Os grupos de treino são dividos em quadra, de acordo com o nível e idade, mas a base do método é a mesma, com ênfase na técnica, disciplina e experiência. “Não adianta você fazer 2 mil drills por dia e não jogar sets. Só jogando sets você vai fortalecer a sua mente.”

Entre tantas crianças que já estão treinando na academia, há uma que mais chama a atenção, o menino de 12 anos, Alex Kovacevic. “Os pais não queriam que ele fosse morar na Flórida ou no Texas e faziam questão que continuasse tendo uma boa educação,” relata Bloom.

“Se daqui a um tempo conseguirmos ter um top 10, estivermos encaminhando jogadores para o profissionalismo e para a universidade, teremos sucesso.”

(DG e NA)

Crédito das fotos: CameraWork e Tennis View

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Que felizardos são EUA e Austrália com os capitães da Davis Courier e Rafter

Courier, no Rio em março, na Calçada da Fama do Maracanã, ao lado de WIlander, Guga, Koch e Meligeni

Semana passada anunciaram o Patrick Rafter como capitão da Copa Davis da Austrália; Nesta quarta a USTA confirmou Jim Courier no lugar de Patrick McEnroe.

Dois ex-números um do mundo comandando os times de seus países na maior competição entre nações do tênis.

Tanto Rafter, quanto Courier já estiveram no Brasil jogando Copa Davis.

Courier, aliás foi quando o vi jogar pela primeira vez ao vivo, veio em 1997 e derrotou o Brasil em Ribeirão Preto, em um confronto que ele se lembra até hoje e não cansa de falar que foi onde se impressionou com os golpes de um então garoto brasileiro: Gustavo Kuerten.

Guga fez jogo duro com o líder da equipe americana e ao lado de Oncins ganhou um jogo daqueles históricos, de duplas contra Reneberg e O’Brien.

Aquela Copa Davis no auge do verão em Ribeirão Preto foi marcante também por ter sido o lançamento oficial da Tennis View, quando a revista ainda era um jornal, com apenas duas cores e 16 páginas.

Courier estava na capa. Guga era o entrevistado.

Poucos meses depois, nas quadras de saibro de Roland Garros, Courier lembraria bem do que havia visto no interior paulista, quando Guga surpreendeu o mundo e conquistou Roland Garros.

Rafter esteve no Brasil alguns anos depois do americano.

O australiano foi a Florianópolis enfrentar o Brasil nas quartas-de-final da Copa Davis, em 2001, depois do País ter sido derrotado na semifinal, no ano anterior, em Brisbane, na grama.

Foi armada uma das maiores arenas que o tênis do Brasil já viu para uma Copa Davis, no que é hoje a sede da Federação Catarinense de Tênis.

Rafter veio ao lado da grande estrela, Lleyton Hewitt.

Guga ganhou do amigo de circuito no primeiro dia e Hewitt venceu Meligeni.

Nas duplas, Hewitt e Rafter acabaram derrotando Guga e Oncins e no quarto jogo, Hewitt venceu Guga dando a vitória a Austrália.

Hewitt ainda joga o circuito e terá o ex-companheiro como Capitão.

Courier hoje Presidente da InsideOut Sports que organiza, entre outros eventos, o Champions Series e é parceira do Banco Cruzeiro do Sul Rio Champions, também joga a maioria das competições de ex-campeões.

Courier em ação no Rio (João Pires)

Esteve no Rio em 2009 e no início deste ano. Foi vice-campeão no ano passado perdendo para John McEnroe. Neste ano, não avançou na chave, mas deixou as mãos marcadas na Calçada da Fama do Maracanãzinho.

Tive o prazer de conviver um pouco com Jim devido ao trabalho no Rio Champions. Enquanto ele competia, talvez por seu jeito nada ortodoxo de jogar, com uma batida semelhante a de baseball, sempre gostei de vê-lo em ação. Como empresário, tem sido um prazer trabalhar com o bicampeão de Roland Garros e do Australian Open. É competente, sério, profissional ao extremo e entende do negócio.

Acho que os Estados Unidos e a Austrália deram um importante passo contando com Courier e Rafter, respectivamente, em cargos importantes no esporte. Não quer dizer que agora os dois países vão ganhar a famosa saladeira da Davis Cup, mas que certamente o tênis ganha força, credibilidade, motivação, comprometimento… e muito mais, isso ganha!

PS – só para ratificar o que escrevi sobre o Courier, coloco aqui uma declaração do Andre Agassi sobre o novo capitão dos Estados Unidos, divulgada pela USTA:

Agassi statement on Courier’s appointment as Davis Cup captain

“My deepest congratulations to Jim Courier and the USTA for the inspired choice of making Jim our Davis Cup captain.
Jim has the experience, integrity and focus needed to bring the US Davis Cup to new heights. I know first hand that a man with Jim’s credentials as a warrior and a champion will bring out the best in our players and our fans.
I wish you all the best as you take this historic step forward.”
Felizardos esses americanos e australianos!
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