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Murray de ouro, seguiu à risca o conselho olímpico de Michael Johnson

Um mês atrás, Andy Murray chorava de tristeza pela derrota na final de Wimbledon diante de Roger Federer. Neste domingo, o choro foi de emoção. Diante do seu público, na quadra central mais emblemática do tênis mundial, no maior evento esportivo do mundo, Murray derrotou o número um do mundo, por 6/2 6/1 6/4 e conquistou o ouro olímpico.  Ganhar Wimbledon ele ainda pode, mas beijar a inédita medalha de ouro, no All England Lawn Tennis & Crocquet Club, em casa, não se repetirá. Os próximos Jogos Olímpicos serão no Rio de Janeiro, em 2016. Murray fez tudo o que podia para ouvir o hino da Grã-Bretanha tocar para ele, seguindo à risca o conselho de Michael Johnson.

 

A ITF lançou há um mês um livro com alguns tenistas olímpicos e os seus heróis. Murray escolheu o americano Michael Johnson. Eles haviam se conhecido através do então técnico do escocês, Brad Gilbert e Murray nunca se esqueceu daquele momento, nem Johnson.

Alguns destes heróis olímpicos foram humildes o suficiente para agradecerem a homenagem de quem os havia escolhido e Johnson escreveu uma carta para Murray, dando conselhos para as Olimpíadas de Londres.

 

“Competir em uma olímpiada, em casa, foi a maior honra que já tive, o ponto alto da minha carreira e também fiz um pouco de história em Atlanta, em 1996. Espero que você possa fazer o mesmo em Londres – nós sabemos que será histórico se um inglês ganhar em Wimbledon. O meu conselho para você seria o de fazer tudo o que estiver ao seu alcance, para aproveitar ao máximo esta oportunidade e fazer história na frente do seu público.”

 

Pode até parecer fácil, lendo as palavras de Michael Johnson e se realmente não tivesse feito tudo o que estava ao seu alcance para chegar ao olimpo, muito provavelmente não estivesse lá.

 

Murray já tinha vivido uma experiência olímpica, em Beijing, perdendo na primeira rodada para Yen Hsun Lu, por 7/6 6/4 e depois admitiu, durante Wimbledon deste ano. “Obviamente eu aprendi muito sobre o quanto era importante para mim com a derrota nos últimos Jogos Olimpícos. Me machucou muito. Quando eu vi a reação de outros jogadores no pódio, mesmo Roger vencendo o ouro nas duplas.  Se ele ganhasse um Grand Slam em duplas eu não acredito que seria tão emotivo. Mesmo Novak vencendo o bronze e se derramando em lágrimas. Você não veria isso se ele perdesse na semi nos Grand Slams. Então significa muito para os jogadores”

 

A final perdida em Wimbledon, há 28 dias para Roger Federer, poderia ter tornado a participação olímpica difícil de administrar. Apesar de ter ganhado a admiração do povo britânico com a performance diante do suíço e a emoção demonstrada em quadra, a pressão poderia ser ainda maior pelo ouro olímpico, e foi.

Mas, Murray soube se preparar. Depois de confessar ter chorado a noite toda quando Wimbledon terminou e ter ficado mal durante alguns dias, procurou fazer coisas for a do tênis para se divertir. Até show de comédia ele foi assistir com a namorada Kim Sears e os amigos para descontrair.

Ficou uma semana sem tocar na raquete e no dia 17, 10 dias antes da cerimônia de abertura, já estava treinando no All England Club. O primeiro dia foi difícil para o tenista. Ele ficou lembrando da final, pensando no que havia acontecido, revivendo as jogadas, sem uma pessoa nas arquibancadas. Mas, quando começou a treinar focado nas suas olimpíadas, deixou a derrota para trás e com uma boa razão, como ele mesmo falou, antes da final olímpica. “Como tenistas estamos acostumados a termos uma outra chance na semana seguinte, os Jogos são apenas a cada quatro anos.”

 

Murray também soube equilibrar a euforia dos Jogos Olímpicos com a concentração para a sua própria participação. Optou por ficar em casa, onde mora, com Kim Sears, mas indo ocasionalmente à Vila Olímpica e assistindo outros esportes, como o atletismo ontem à noite. “Se me dissessem há uma semana que eu estaria aqui, não acreditaria. Sabia que eu tinha chances de ir longe no torneio, mas estava cansado depois de Wimbledon e de jogar as duplas mistas também. Mas, em quadra, não me senti nervoso e estava fresco fisicamente também. Depois de tantas derrotas difíceis na minha carreira, não há melhor maneira do que dar a volta por cima com esse ouro olímpico.” 

 

Para o medalhista de bronze, Del Potro, a medalha de bronze também teve um significado a mais. Além de ter sido a primeira medalha nas Olimpíadas de Londres para a Argentina, Del Potro confessou ter ficado arrasado após perder o jogo de mais de quatro horas para Federer (3/6 7/6 19/17), na semifinal. “Chorei durante umas quatro, cinco horas depois de perder aquele jogo. Estava arrasado. Não sei como consegui me recuperar e ainda enfrentar o Djokovic. Foi o apoio do povo argentino que ficou me mandando mensagens.”

Para uma nação fanática por esportes, que idolatra seus campeões e com uma tradição no tênis, maior do que muito esporte, a medalha de bronze teve sensação de ouro.

 

 

 

 

 

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Com Serena, Maria e Victoria medalhistas, pódio olímpico se iguala aos títulos de Grand Slam 2012

Com alegria contagiante, Serena de ouro se junta a Agassi Nadal e Graf

Só de ouvir a palavra olimpíadas, as irmãs Williams parecem tremer, tamanha a empolgação. Desde que o ano começou ambas, Venus e Serena deixaram claro que os Jogos Olímpicos de Londres eram prioridade no calendário. Do primeiro jogo até a vitória arrasadora na final, em que ganhou de Maria Sharapova por 6/0 6/1 e conquistou a sua primeira medalha de simples olímpica, e de ouro, dava para ver no olhar de Serena, a ambição dela, a vontade de ganhar e o que significava para ela colocar a medalha no pescoço.

Enquanto Sharapova sucumbia à pressão do momento, afinal Jogos Olímpicos para a Rússia tem um significado talvez ainda maior do que para os Estados Unidos, Serena elevava o seu nível ainda mais.

Não deu chances à russa que a derrotara oito anos atrás nesta mesma quadra central de Wimbledon, para vencer o Grand Slam inglês.

A alegria de Serena com a conquista era tanta, que ela pulou, dançou, como se estivesse ganhando naquelas quadras pela primeira vez. E de uma certa maneira ela estava. O cenário foi apenas uma coincidência para a inédita conquista. 

A alegria contagiou até mesmo Sharapova. Nem no pódio, Serena parava de pular.

A russa, porta-bandeira da nação onde nasceu, apesar da derrota, parecia apreciar o momento inédito. Ela também jogava pelo Golden Slam e não tinha nenhuma medalha olímpica. A tenista de bronze, Victoria Azarenka, que derrotou Maria Kirilenko e comemorou como se estivesse ganhando o ouro, ficou apagada na premiação.

Azarenka, a número um do mundo, por enquanto, está longe dos trofeus de Serena e Sharapova. Tem apenas um título de Grand Slam.

Sharapova tem quatro e Serena, 14.

E agora a americana tem o “Golden Slam,” e iguala a marca de Andre Agassi e Rafael Nadal. Eles também ganharam os quatro Grand Slams e o ouro olímpico, assim como Steffi Graf. Sim, Serena igualou Graf ganhando os quatro Grand Slams e o ouro nas olimpíadas.

Mas, o feito da esposa de Agassi, que ganhou os quatro maiores torneios do mundo e ouro olímpico, no mesmo ano, em 1988, em Seul, é difícil de imaginar sendo superado.

Neste domingo, Serena, Agassi e Nadal podem ganhar a compania de Federer, que joga pelo inédito ouro olímpico diante de Andy Murray.  A disputa do bronze é entre Del Potro e Djokovic. Dos quatro, apenas Djokovic já tem medalha de simples, a de bronze na China.

O pódio do tênis feminino, diferente de Beijing que teve domínio russo (Dementieva, Safina e Zvonareva) ficou com as três campeãs de Grand Slam deste ano:

Serena Williams – ouro / campeã em Wimbledon

Maria Sharapova – prata/ campeã em Roland Garros

Victoria Azarenka – bronze / campeã do Australian Open

 

 

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Doze anos depois do início do romance, em Sidney, Mirka Federer é o pilar da carreira do suíço

Estamos mais do que acostumados a ver a Mirka Federer no box dos jogadores em todos os torneios ao redor do mundo. Mas, chamou a atenção nestes Jogos Olímpicos, especialmente na vitória de Federer sobre Del Potro, vê-la com uniforme do time da Suíça, na quadra central de Wimbledon, se emocionando com a passagem do marido à final, em Londres. Federer garantiu a primeira medalha de simples da carreira.

 

Não é só Mirka que normalmente avistamos na torcida dos tenistas. Namoradas e esposas de jogadores estão sempre em evidência, muitas até querendo aparecer mais do que o próprio atleta. Mas, não em Jogos Olímpicos, muito menos vestindo o uniforme do time do País.

 

Federer deve ter feito questão da presença da esposa na equipe. Afinal, Mirka tem um papel muito maior do que o de esposa e mãe na carreira do número um do mundo. Não fosse essa exigência não seria fácil ter Mirka tão por perto. Claro que longe de ser um Federer, mas o indiano Mahesh Bhupathi outro dia implorava para conseguir um ingresso para que sua esposa assistisse o seu jogo. Por todas essas dificuldades de se fazer parte de uma equipe olímpica, não sendo atleta ou técnico é que não fui para as Olimpíadas com o Guga, nem em Sidney, nem em Atenas.

 

Mas, Mirka, faz parte da vida e da carreira de Federer e ele como talvez único medalhista olímpico da Suíça nestes Jogos de Londres, deve ter tido todo o aval necessário do comitê suíço.

 

Durante muito tempo foi ela que coordenou a agenda de entrevistas de Roger, cuidou da divulgação dele, dos planos de viagens e olha que viajando inúmeras semanas do ano, com um grupo de pessoas, não é tarefa fácil. Eu que tinha fama de megera, em relação a agenda do Guga aqui no Brasil, nos bastidores mundiais, era considerada muito boazinha com os jornalistas, comparada a Mirka.

Ela também cuidava dos patrocínios, relação com parceiros, produtos Roger Federer, além de opinar, sem ser invasiva, na carreira dele.

 

Com o nascimento das filhas e o aumento do número de pessoas no staff de Federer, o papel de Mirka como administradora de comunicação e negócios, diminui, mas não a afastou do dia-a-dia do marido. Por opção de ambos, eles viajam o mundo todo com as filhas. “Não queríamos ficar longe um do outro, e a Mirka é quem cuida de tudo,” contou Roger há alguns meses.

 

Para o técnico de Federer, Paul Annacone, o papel de Mirka é fundamental. “Ela já foi tenista e entende do esporte e dos negócios com uma visão global. Ela dá as opiniões dela, mas nos deixa trabalhar e encontrar esse equilíbrio não é fácil. Ela estava com ele desde o primeiro dia e sabe o que é necessário para se chegar lá. Ela tem um enorme impacto sobre o jogo dele,” disse o treinador em entrevista ao New York Times.

 

O casal começou a namorar há quatro olimpíadas (Sidney 2000), em Sidney, quando Mirka Federer ainda era Miroslava Vavrinec, uma eslovaca que jogava tênis profissional pela Suíça, para onde havia se mudado quando criança com os pais. Enquanto a carreira de Federer chegou a patamares jamais imaginados, conquistando 17 Grand Slams, a de Miroslava, três anos mais velha do que Roger, terminou dois anos depois, devido a uma lesão no pé.

 

Ela então abdicou de uma nova carreira, ou de buscar soluções para a sua lesão e resolveu apoiar a carreira do então namorado.

 

Acabei de ler ontem um livro de ficção, mas com muita informação real, o “Double Fault,” de Lionel Shriver, sobre o mundo do tênis.

O romance gira em torno de um casal de tenistas, em que a mulher, mais velha do que o marido e com ranking bem superior ao dele na época em que se conhecem, vai enlouquecendo ao ver o companheiro subindo na listagem e ela descendo.

Hoje ao ver Mirka vibrando pelo marido, fiquei pensando na história de Willy e Eric, que apesar de ser uma ficção mostra com detalhes e conhecimento o dia-a-dia de tenistas e treinadores pelo tour e a competitividade que norteia a vida dos atletas.

Durante um certo momento do livro, Willy coloca no papel as suas opções de vida, depois de uma lesão no joelho a afastar do circuito. Duas envolvem acompanhar a carreira do marido: simplesmente viajar com Eric e torcer, ou gerenciar a carreira dele, reservar hotéis, cuidar dos patrocínios, entre outros. Willy admite para ela mesma que não conseguiria fazer isso. Afinal, o que Eric estava vivendo, o estrelato no circuito profissional, era o que ela mais havia sonhado.

Mirka admite ter passado por um momento difícil, segundo relato do livro “Roger Federer, em Busca da perfeição, de Renne Stauffer.”

Quando conheceu Federer estava no auge do ranking na posição de número 76, mas com a lesão no pé chegou a ficar oito meses parade em casa, enquanto Federer competia. “Ficou um vazio na minha vida. Foi muito difícil ficar em casa e só assistir tênis pela televisão, uma coisa que era a minha vida. O Roger foi quem mais me deu apoio. Ele devolveu o tênis à minha vida”

Diferente da hsitória do livro, em vez de querer sumir, apesar do momento pessoal difícil, optou por ficar ao lado de Roger e exercer papel fundamental tanto dentro como fora das quadras.

 

“Sei que sou sortudo. Sei que não é uma situação normal, a de ter uma família feliz viajando comigo e ainda de contar com uma mulher que foi jogadora e que me entende. Aliás, foi por causa dela que comecei a tomar tanto cuidado com a minha saúde. Até hoje, mesmo depois de tantos anos, o meu corpo resiste muito mais do que o dela,” contou Roger ao New York Times.

E é com Mirka que ele vai contar como seu principal apoio, na busca pelo ouro olímpico, diante de Andy Murray e de toda uma Grã-Bretanha. “Ela é o meu pilar.”   

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Melo e Soares: Chance de entrar para a história do Brasil

Marcelo Melo escreveu mais uma vez seu nome na história de Wimbledon. Desta vez, ao lado de Bruno Soares, quebrou mais um recorde, vencendo Stepanek e Berdych, por 1/6 6/4 24/22, no 3º set mais longo dos Jogos Olímpicos. Já havia disputado e vencido também, o 5º set mais longo da história dos jogos de duplas, com André Sá, há cinco anos. Agora, já nas quartas-de-final, Melo e Soares tem chance de irem além, de entrarem para a história do Brasil.


Não há quem não conheça o trio de mineiros, Marcelo Melo, Bruno Soares e André Sá no tênis no Brasil. São eles que nos últimos anos vem erguendo trofeus de ATP para o Brasil mundo afora, ao lado apenas do jogador de simples Thomaz Bellucci. São eles que conseguem chegar longe nos Grand Slams.

A vitória desta quarta-feira em Londres, colocou a dupla Melo/Soares nas quartas-de-final da competição, significando que mais um jogo vencido os levaria a semifinal, já tendo chance de disputa de medalha.

Parece pouco, mas ainda é uma vitória que precisam e que poderia colocá-los como os primeiros medalhsitas de tênis da história do Brasil.

Fernando Meligeni, em Atlanta, foi o brasileiro que mais se aproximou da medalha. Jaime Oncins foi longe em Barcelona, mas não ganhou a medalha, assim como Guga, quadrifinalista em Sidney.

Só a repercussão que a vitória de hoje deu aos mineiros, foi uma pequena amostra do que um sucesso olímpico pode fazer para os atletas, num país em que não costumamos conquistar muitas medalhas.
Estava no carro, na hora do almoço e cada vez que mudava a estação de rádio, ouviu a notícia da vitória de Melo e Soares.

Que as vitórias continuem sendo anunciadas.
O próximo jogo é contra os cabeças-de-chave 2, os franceses Jo-Wilfried Tsonga e Michael Llodra.

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Enquanto isso, longe das Olimpíadas, Martina Hingis é eleita MVP no WTT

Depois de quase ter sido persuadida por Roger Federer, a jogar duplas mistas nas Olimpíadas de Londres, Martina Hingis, bem longe do Reino Unido, ganhou nesta terça-feira o prêmio de MVP do crescente WTT, o World Team Tennis.

Mais jovem campeã de Grand Salam de todos os tempos, ao vencer o torneio de duplas de Wimbledon, com Helena Sukova, aos 15 anos e 9 meses de idade, Hingis deixou o circuito profissional de vez em 2007, com cinco títulos de Grand Slam.

Com apenas 31 anos de idade,  só rejeitou o convite de Federer por achar que o compatriota deveria concentrar os seus esforços para conquistar a medalha de ouro de simples, que nunca ganhou.

 

Sem nunca conseguir se desligar do tênis, começou a jogar o WTT há alguns anos e nesta temporada levou o New York Sportimes à final da Conferência Leste, contra o Washington Kastles. Com .593 de porcentagem de vitória em simples e .571% nas duplas, com Harkelroad, Hingis foi escolhida a MVP. “É uma honra ser escolhida a melhor jogadora da temporada. Mas, isso foi resultado do trabalho de toda uma equipe e dos fãs de New York.”

 

A final do WTT é no dia 16, em Charleston, em  que o vencedor da conferência leste, o Orange County Breakers x Sacramento Capitals, pega o ganhador do time de Hingis e do Kastles.

Foto de – Fred Mullane  / Camera Work USA

 

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Um dia antes da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos Olímpicos de Londres, um pouco de história

Quando estive em Wimbledon, no ano passado, tive a honra de me encontrar e conversar com um dos maiores historiadores do tênis, Alan Little. Como agradecimento pela visita à biblioteca de Wimbledon e a entrega de uma série de números da Tennis View para ficarem no arquivo britânico, ele me deu um livro autografado, que havia lançado há pouco, Tennis and The Olympic Games.  Claro que não dei muita atenção ao material, até esta semana.

Comecei a ler toda a pesquisa que o Mr. Little fez e apesar de saber que não houve tênis nas Olimpíadas por 60 anos, de 1924 até 1984, não podia imaginar que as causas foram falta de estrutura, má organização, relacionamentos fracos entre o Comitê Olímpico e as organizações dos campeonatos de tênis.

 

Aparentemente, desde a inserção do tênis nos Jogos Olímpicos, desde a primeira edição em 1863, ao lado de outros 12 esportes, a edição mais bem organizada até então, foi a de 1912, na Suécia. O Rei Gustav V incentivou a disputa do tênis, a cidade de Estocolmo se envolveu com a competição e todos os jogos estavam lotados, diferente dos jogos anteriores, em Londres, praticamente esvaziado.

 

Já em 1920, em Antuérpia, o tênis participou das Olimpíadas, mas sem o mesmo incentive que teve na Suécia. Apesar do número grande de participantes, a organização foi pobre, escreveu o Sr. De Little.

 

Quatro anos mais tarde, nos Jogos de Paris, houve mais do que o dobro do número de participantes do que na edição de Antuérpia, a organização foi pior ainda.

 

Segundo o relato do pesquisador, quando os jogadores chegaram para os jogos, as arquibancadas não estavam prontas e as quadras e os vestiários eram primitivos. O vestiário feminino tinha apenas um chuveiro e o masculino ficava a 1km das quadras. O relato continua, com informações dos jogadores estressados, os juízes sofrendo com as atitudes dos atletas e o espírito olímpico longe do ideal.

 

Tentaram encontrar um culpado para a organização falha, mas as pessoas designadas pelo Comitê Olímpico Internacional para organizar o torneio, não tinham experiência e a International Lawn Tennis Federation, não podia se envolver.

A questão levou a discussões e as duas entidades se distanciaram, deixando o tênis ausente dos jogos.

 

O que ninguém imaginava é que demoraria mais 60 anos para o tênis voltar a integrar as Olimpíadas.

 

Mesmo não tendo o mesmo apelo do que um atletismo, ou uma natação, sendo um esporte tão global, é difícil mesmo pensar nos Jogos Olímpicos sem tênis.

 

Neste período de 60 anos, o Movimento Olímpico só crescia, aumentando a participação de países e competidores.

Por volta de 1963 tentaram colocar de volta o tênis nos Jogos Olímpicos. O assunto foi tema de assembleias, mas a época coincidia com a Era Aberta do Tênis e demorou mais 21 anos para o esporte voltar a fazer parte dos Jogos.

 

Com 6000 espectadores, em Los Angeles, o tênis voltou à competição criada pelo Barão de Coubertin, como um esporte exibição. Stefan Edberg e Steffi Graf saíram vencedores e já nas Olimpíadas seguintes, em Seul, tênis virava novamente esporte oficial olímpico.

 

De 1988 para cá houve uma série de mudanças nos quesitos de classificação, chaves, cabeças-de-chave, formato, entre outros.

Para mim, a mais significativa delas foi em Sidney, no ano 2000, quando a competição passou a dar pontos no ranking mundial.

 

A novidade para estes Jogos Olímpicos que começam nesta sexta, em Londres, com a cerimônia de abertura é a entrada da chave de duplas mistas.

Mas, é para apenas 16 duplas e só para os tenistas que já estão participando nas chaves de simples e / ou duplas. Ou seja, pode ser melhorada.

Como um colega observou recentemente, com apenas três jogos nessa chave de 16 duplas, dá para conquistar medalha. Muito pouco para o valor que tem uma medalha olímpica.

 

O Brasil, que quase ficou fora destes Jogos de Londres, disputa em Wimbledon, com Thomaz Bellucci, André Sá, Marcelo Melo e Bruno Soares, a sua sexta olimpíada consecutiva.

 

Abaixo reproduzo uma parte da material da jornalista Fabiana Oliveira, publicada na edição 118 da Tennis View, com a participação dos brasileiros nos Jogos Olímpicos. Até hoje, Fernando Meligeni foi quem fez a melhor campanha olímpica.

 

Meligeni, o Melhor Brasileiro Até o Momento

O brasileiro com melhor desempenho na história dos Jogos Olímpicos foi Fernando Meligeni, que ficou com a quarta colocação na disputa de Atlanta, após perder na semifinal para o espanhol Sergi Bruguera e na disputa pelo bronze para o indiano Leander Paes. Outros 15 tenistas do nosso País também marcaram seus nomes no evento: André Sá, Andréa Vieira, Cláudia Chabalgoity, Flávio Saretta, Gisele Miró, Gustavo Kuerten, Jaime Oncins, Joana Cortez, Luiz Mattar, Marcelo Melo, Miriam D’Agostini, Marcos Daniel, Ricardo Acioly, Thomaz Bellucci e Vanessa Menga.

 

Campanha dos Brasileiros

 

2008 – Pequim

–       Bellucci e Daniel perderam na estreia de simples, respectivamente para e Benneteau

–       Melo e Sá vencem Berdych e Stepanek e perdem para Bhuphati e Paes

 

2004 – Atenas

–       Guga perdeu na estreia de simples para Massu, que se tornaria campeão do evento

–       Saretta perdeu na estreia para Roddick

–       Sá, ao lado de Saretta venceram Nadal e Moyá na estreia, perdendo em seguida para Black e Ullyett

 

2000 – Sidney

–       Guga vence Pognon, Schuettler e Ljubicic, parando a um jogo da disputa de medalha diante de Kafelnikov, que mais tarde conquistaria o ouro

–       Cortez e Menga vencem chinesas N.Li e T.Li na estreia mas perdem para Marosi e Mandula na segunda rodada.

–       Guga e Oncins caíram na estreia de duplas diante dos campeões canadenses Nestor e Laureau

 

1996 – Atlanta

–       Meligeni vence Pescosolido, A. Costa, Philippoussis, Olhovskiy, perde para Bruguera na semi e disputa medalha de bronze com Paes, que acaba subindo ao pódio

–       D’Agostini e Menga perderam na estreia de duplas para Zvereva e Barabanschikova

 

1992 – Barcelona

–       Oncins vence Muskatirovic, Chang, Koevermans e para nas quartas diante de Cherkasov foi quadrifinalista em simples

–       Vieira e Chabalgoity vencem suecas na estreia e perdem para McQuillan e Provis, da Australia na segunda fase

–       Mattar caiu na primeira rodada de simples, para Haarhuis, e de duplas, ao lado de Oncins, para Sanchez e Casal

 

1988 – Seul

–       Acioly e Mattar chegaram à segunda rodada da chave de duplas, parando diante dos franceses Forget e Leconte

–       Miró venceu vence canadense Kelesi na 1ª rodada e para na sequência diante de Maleeva

–       Mattar caiu na primeira rodada de simples para Masur

 

 

 

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Um raro bate-papo com Marian Vajda, o técnico de Djokovic

A temporada já acabou, os tenistas todos já estão em plena preparação para 2012, nas suas pré-temporadas pelo mundo.

Agora é o momento de relembrar como foi 2011 e homenagear Novak Djokovic, o destaque disparado do ano.

Para isso posto aqui a entrevista que a Tennis View, com Edgar Lepri, Leonardo Stavale e Nelson Aerts, fizeram com o homem que levou Novak ao topo, o técnico Marian Vajda, em Nova York, publicada na edição 116 da revista.

Vajda, o treinador que transformou Djokovic no melhor tenista do mundo

 

Qual o trabalho por trás do tenista de Novak Djokovic? Quem é o treinador capaz de fazer o sérvio passar Roger Federer e Rafael Nadal para disparar na liderança do ranking da ATP? O nome dele é Marian Vadja, um ex-tenista profissional, que chegou ao 34º lugar no ranking e vencedor de dois torneios ATPs. Feitos que parecem pequenos quando comparado às conquistas obtidas na sua segunda carreira.

Após parar de jogar por conta de uma lesão e se afastar do circuito para curtir a família, por volta dos 30 anos Vadja foi seduzido a iniciar a carreira como técnico ao ser convidado a trabalhar com o eslovaco Domink Hrbaty, na época 320º do mundo.  Para quem estava começando na profissão, Vajda não tem do que reclamar. Hrbaty foi o 14º melhor tenista da ATP, campeão de seis torneios e uma semifinal em Roland Garros.
Depois o treinador teve ainda boas experiências com Karol Kucera e embarcou no tênis feminino até receber a proposta há cinco anos de treinar a então jovem promessa Djokovic. De lá para cá, a história ficou conhecida, e muito. A relação de Vajda com Djoko vai além das quadras. O próprio tenista já afirmou que o treinador é como um segundo pai para ele. O treinador não é nenhum mágico, aparentemente sua grande maestria e genialidade é a capacidade infinita de entender como funciona a mente de seu pupilo.

 

Nesta entrevista exclusiva à Tennis View, realizada durante o US Open, Vadja destaca o fato de ter sido jogador como um diferencial no seu dia a dia como técnino. Diz saber saber a hora de dar um descanso, puxar um treino mais forte e motivar o jogador na medida certa. O treinador afirma também que a paciência é uma de suas maiores virtudes e que passou isso para Djoko quando o tenista ansiava por chegar ao topo. Confira esses e outros segredos do homem que transformou Djokovic no melhor tenista do mundo.

Tennis View  – Quando você se envolveu com tênis?

Marian Vajda – Eu tinha 10 anos e morava na Eslováquia, em Piestany, onde eu cresci. Fui apresentado ao tênis pelo meu pai, que tinha construído uma quadra na cidadezinha e tinha muitos bons técnicos me acompanhando.

 

TV – Como você avalia sua carreira como profissional? Você acha que poderia ter ido mais longe?

MV – O tênis era minha paixão, mas eu comecei a jogar profissionalmente muito tarde, com 18 anos, quase 19. Entrei no top 100 quando tinha 20 anos e meu objetivo, obviamente, era o de todo jovem tenista: ser o melhor do mundo. Sempre via Wimbledon quando era criança e sonhava com aquele troféu. Não realizei esse sonho, mas pude ganhar dois torneios de ATP Tour, fiz outras duas finais… Quando eu olho para trás, me sinto muito satisfeito. Talvez eu pudesse ter alcançado mais coisas, mas eu fui incapaz por minha carreira ter terminado com uma lesão, então parei com 30 anos.

 

TV – Quando você começou a ser treinador?

MV – Depois dos 30 anos, fiquei um tempo cuidando da minha família e senti que gostaria de voltar para o tênis. Tive uma proposta de treinar uma boa promessa, Dominik Hrbaty, que na época era 320º do mundo. Nós fizemos um período de experiência para ver se seria bom e eu realmente passei a gostar. No início eu ficava muito cansado, porque era completamente diferente a carreira de treinador e jogador. Eu precisava focar naquilo que ele estava fazendo, e não mais em mim. Mas começamos a trabalhar juntos, eu gostei e passei a me motivar, porque ele também tinha muita vontade de crescer. Foi assim que comecei como treinador, aos 31 anos e até hoje.

 

TV – Então você já começou com um trabalho muito bom?

MV – Sim, eu tive sorte desde o começo. Ele melhorou muito, fez mais de dez finais, foi semifinalista de Roland Garros e quase um top 10. Foi muito gratificante. Eu recebi muito crédito e sei que fiz um bom trabalho, mas estava com um jogador muito bom. Depois disso eu pensei que não conseguiria mais pegar nenhum bom jogador. Ele foi 12º, isso é o melhor que a gente consegue [risos]. Mas então eu ainda treinei Karol Kucera por dois anos e meio, trabalhei para a Federação por um ano e meio, depois um pouco no feminino…

 

TV – E como surgiu a oportunidade de treinar Novak Djokovic?

MV – Em 2006, eu recebi uma grande proposta da equipe que conduzia a carreira do Novak. Eles se lembravam de mim por ter treinado Dominik, mas eu não sabia quem o Novak era, porque na época eu estava treinando meninas. Aí eu fui para Paris, conheci os pais, a família e ele. E esse foi o início. Também tivemos um período de experiência, por cinco ou seis semanas, ele ganhou o primeiro torneio… E foi assim que tudo começou, de Wimbledon em 2006 e chegou ao auge agora [risos], com uma conquista em Wimbledon, então foi muito legal. Em cinco anos, ele alcançou o número 1 do mundo, o que foi realmente inacreditável. Ele é um cara muito talentoso e tenho muito sorte de contar com esse talento.

 

TV – Qual você acha que foi a grande mudança de Djokovic no último ano?

MV – Ele mudou muito mentalmente, sabe? Mas, em cinco anos de trabalho, ele sempre teve a ambição de ser número 1 do mundo, um desejo mesmo. E ele sempre conseguiu evoluir. Ele trabalhava em todos os golpes. Por exemplo, há um ano e meio o saque dele não estava muito bom. Trabalhamos com isso, depois o forehand, tudo da base. Hoje, ele tem esses movimentos praticamente perfeitos.

 

TV – E a diferença entre passar de top 3 para número 1 do mundo, o que mudou?

MV – Foi muito duro. Acho que ele percebeu algumas coisas importantes e está mais maduro. Se ele pode bater os números 1 e 2 do mundo, se ele pode ganhar a Copa Davis, ano passado, – o que o ajudou muito -, ele percebeu que poderia ser mais agressivo, mais rápido, fisicamente ele estava muito bem no final do ano, e isso tudo se juntou neste ano.

 

TV – Quais foram as mudanças físicas?

MV – Bem, ele parou de consumir glúten e reduziu muito o açúcar. Ele perdeu alguns quilos, está mais magro e muito mais rápido em quadra.

 

TV – O que é necessário para ser um bom treinador?

MV – É preciso ser paciente, viajar muito… ser paciente [risos], e é uma carreira dura. Você não pode ser dominante. Você precisa deixar o cara dominar, precisa ouvi-lo, ser muito paciente e definir metas, como evoluções em longo ou curto prazo. Mas você precisa ser muito paciente, porque você está diariamente com o cara, 24 horas por dia, e às vezes é difícil controlar os nervos, sabe? A carreira no tênis me ajuda, porque eu passei por isso como tenista e tive muitas experiências. É importante não confundir o jogador ao falar de algo que ele não está tão bom, mas ser paciente e melhorar aquilo. Teve um tempo em que ele estava muito para baixo e eu sempre dizia: ‘Você precisa ser paciente, você vai virar número 1. É um passo de cada vez, não vai ser de um dia para outro’. O mais importante é acalmar o tenista mentalmente, o que não é fácil.

 

TV – Você acha que ajuda muito ter sido um tenista profissional?

MV – Sim, definitivamente. Ajuda muito. Porque eu conheço tudo, todos os torneios, a programação de cada dia. Com o que eu fiz, eu posso dar exatamente o programa de treinos a ele sem causar overtraining, porque há treinadores que forçam demais, sabe? Eu tive sorte de conhecer boas pessoas na minha equipe, na preparação física, alimentar, na fisioterapia e sempre nos comunicamos. E a comunicação é muito importante, especialmente com ele (Djokovic), porque ele sabe identificar as coisas, então o que ele sente, ele conta para a gente. Ele é aberto com a equipe e tem muita sensibilidade nesse aspecto.

 

TV – E ele faz muito preparo físico?

MV – Acho que ele faz o mesmo que os outros, mas ele tem uma capacidade boa e pode “sintetizar” os exercícios muito, muito, muito mais rápido. Ele consegue aprender as coisas muito rapidamente e seu estilo de jogo é muito intenso. Por exemplo, atualmente, ele fica duas semanas sem jogar, volta para o circuito e joga do mesmo jeito. Enquanto muitos tenistas precisam de uma semana ou duas para retomar o ritmo. Então, isso é um talento, um dom.

 

(Fotos de Cynthia Lum)

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Sem querer “chover no molhado,” mas US Open é vítima do “climate change”

Quem falava nesse assunto quando o Arthur Ashe Stadium começou a ser construído?

Não estou em NY mas estou acompanhando tudo sobre o US Open, na televisão, no application do torneio no Iphone, na internet, lendo jornais e sites, entre outros.  Confesso que deu um certo alívio ter cancelado a viagem quando vi toda a confusão armada pelo Hurricane Irene. Não que eu não quisesse estar em New York agora, mas teria sido uma confusão completa, porque era para eu ter chegado naquele primeiro fim de semana.

Agora, vendo dois dias seguidos de chuva na Big Apple, fico imaginando aquela sala de imprensa lotada de jornalistas sem ter muito o que fazer, procurando o que escrever, sem poder voltar para Manhattan, ou deixar de ir para o torneio, caso alguma coisa aconteça. Fica um clima de tensão no ar. Todos querem falar com o Diretor do Torneio, dependem de uma previsão do tempo, que funciona muito melhor lá do que aqui, os jogadores ficam irritados, todos agrupados no “player’s lounge,”, que mesmo crescendo ou sendo melhorado a cada ano, parece não dar conta de tanta gente.

Enfim, dias completos de chuvas em qualquer cidade já são complicados, em um torneio que tem data para começar e terminar ficam ainda mais, especialmente quando ainda estão sendo jogadas oitavas-de-final de simples no masculino, as mulheres estão nas quartas, tem torneio de duplas e duplas mistas em andamento, o juvenil, cadeira de rodas e muito mais.

A grande discussão em pauta no momento é porque o US Open, quando construiu o maior estádio de tênis do mundo, com capacidade para 23 mil pessoas, não programou um teto retrátil, como o Australian Open e Wimbledon já tem e como Roland Garros está programando nos seus planos de expansão.

Pensando nisso tudo, lembrei do ano da abertura do Arthur Ashe Stadium. Era 1997 e eu estava em Nova York. Guga havia ganhado Roland Garros poucos meses atrás e tinha sido o primeiro tenista a bater bola no gigantesco estádio. Uma cerimônia emocionante reuniu ex-campeões na primeira segunda-feira do torneio.

Há 14 anos o mundo era diferente. Quem falava em “Climate Change?”.

Quem imaginaria que o clima fosse mudar tanto?

Fui procurar dados de precipitação e temperaturas e para se ter uma ideia o National Climatic Data Center, oficial do Governo Americano, só tem dados disponíveis para consulta sobre temperaturas a partir de 1998 e fazendo uma rápida análise deu para ver que a média de chuva anual em Nova York foi aumentando praticamente todos os anos.

Claro que já havia órgãos preocupados com o clima antes disso, mas ninguém dava atenção.

O filme do ex-vice presidente dos Estados Unidos, Al Gore, “An Incovenient Truth,” curiosamente dirigido por Lucy Walker, a mesma do “Lixo Extraordinário,” que gerou a criação da “Rede Extraordinária,” foi lançado apenas em 2006. Para mim o filme é um divisor de águas na maneira como as pessoas comuns entendem o tal “Climate Change.”

Com mania de grandeza, os americanos nem titubearam em fazer um estádio gigantesco em vez de pensar em algo coberto.

Não chovia tanto em Nova York, naquela época.

O torneio começou a ter grandes problemas há três anos, quando teve que fazer a final na segunda-feira, o que se repetiu em 2009 e em 2010.

É provável que aconteça de novo em 2011.

É o US Open sendo vítima das mudanças climáticas que vem afetando o planeta.

Parece “chover no molhado,” mas é um fato. Ninguém imaginava, lá em 1997 – ou melhor, alguns anos antes, quando começaram a projetar o Arthur Ashe Stadium, que o mundo passaria por tantas mudanças climáticas, em tão pouco tempo, capazes de alterar o nosso cotidiano.

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Bernardes, a trajetória e a história da arbitragem no Brasil que abriu caminho para chegar à a final de Wimbledon.

Todo jogador de tênis tem um sonho,o de um dia disputar a final de um Grand Slam. A maioria deles sonha em estar na decisão de Wimbledon.

Foi o que Novak Djokovic afirmou ao derrotar Tsonga, chegar ao posto de número um do mundo e perceber que estava na final do mais tradicional torneio de tênis do mundo. “Wimbledon é o primeiro torneio que assisti na televisão quando era criança. Sempre sonhei em estar na final.”

Rafael Nadal, mesmo ganhando Roland Garros seis vezes, já cansou de falar que o torneio mais importante para ele é Wimbledon.

Neste domingo, quando Nadal e Djokovic estiverem jogando pelo trofeu, um brasileiro realizará seu sonho também. Carlos Bernardes estará comandando o embate entre o número um e o número dois no mundo.

Pela primeira vez na história um brasileiro sentará naquela cadeira, na final.

Será a terceira vez de Bernardes em uma final. Ele fez duas do US Open,  a entre Roddick e Federer e a entre Federer e Murray, mas nunca nenhuma na grama sagrada.

Fiquei emocionada quando recebi o email do próprio Bernardes, na sexta à noite, dizendo que tinha sido escolhido para fazer a final.

Alguns dias atrás havíamos nos encontrado pelos corredores do All England Lawn Tennis & Crocquet Club e por Bernardes ser colunista da Tennis View, há algum tempo, desenvolvemos uma relação mais próxima e de muito respeito profissional.

A cada edição ele pega o tempo livre, o pouco que tem, para escrever para os fãs de tênis do Brasil sobre regras, novidades no circuito e se dispõe a tirar dúvidas de todo mundo.

Esse post de hoje é uma homenagem ao Bernardes, que faz com que o Brasil esteja representado na final de um Grand Slam e a todos os árbitros brasileiros, principalmente aqueles que começaram com a formação da arbitragem no Brasil, anos e anos atrás.

Reproduzo aqui uma matéria muito especial que os jornalistas da Tennis View, Fabiana Oliveira e Leonardo Stavale, fizeram na edição 80, relatando como a história da arbitragem começou no País e explicando, de certa maneira, de onde veio e como Carlos Bernardes chegou lá (alguns dados estão desatualizados, mas a base da materia está superatual).

PS – reparem no Bernardes novinho na página 2

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Bjorn Borg, 30 anos depois, faz sucesso vendendo cuecas e chama McEnroe para fazer design de underwear também

Hoje em dia o tênis vive em torno do quarteto mágico formado por Nadal, Djokovic, Murray e Federer, com alguns intrusos ocasionais, como foi o caso de Tsonga neste Wimbledon. Mas há 30 anos era de Bjorn Borg e John McEnroe que se falava. Há 30 anos exatamente eles faziam a final mais comentada de Wimbledon da história, até os recentes embates entre Nadal e Federer, mas mesmo assim, ainda se fala dela e muito.

Tanto se fala que a HBO, nos EUA, lançou um documentário chamado Fire & Ice sobre a rivalidade dos dois, livros estão sendo lançados novamente e a mítica continua.

Tão diferentes quanto eram em quadra, a vida dos dois pós tênis profissional tomou rumos diferentes.

McEnroe continuou 100% envolvido com o esporte. É comentarista na maioria dos Grand Slams para grandes redes de televisão, joga ativamente o Champions Tour e o Champions Series, tem uma academia em NY, a John McEnroe Tennis Academy, participa de eventos beneficentes, encontra os jogadores mais jovens do tour, enfim, está presente com frequência. Quando é chamado para grandes eventos que possam beneficar o tênis mundo afora, também participa.

Já Borg não costuma aparecer tanto assim. Esperavam que ele estivesse em Roland Garros para ver Nadal igualar seu recorde, mas ele não apareceu. Sem alardes, estava ontem no Royal Box, em Wimbledon, assistindo as semifinais.

Joga apenas um outro torneio do circuito senior, faz poucas aparições, não tem academia de tênis e faz sucesso mesmo hoje em dia, fora das quadras, vendendo cuecas.

Eu já estava pensando em escrever um post sobre o sucesso das cuecas Bjorn Borg de tanto andar, em diferentes cidades da Europa e ver a marca em lojas próprias ou em grandes magazines.

Entrei em algumas, vi que também há roupas de tênis, o que não tinha no começo, mas é com as cuecas, com a linha de underwear que ele ganhou o mundo, ou melhor, a Europa novamente. 

São coloridas, festivas e em diferentes modelos.

Uma cueca Bjorn Borg custa mais do que uma cueca Dolce Gabbana. Confirmei isso num grande magazine da Holanda ontem, o V&D – a de Borg estava sendo vendida a 19 Euros e a D&G, a 15.

Ontem, quando vi o Borg assistindo o jogo, tive o empurrão que faltava para escrever sobre as cuecas do ex-número um do mundo.

Ao receber hoje cedo o press release com a notícia de que ele chamou o ex-rival McEnroe para fazer uma série limitada desenhada por ambos, não acreditei.

Como parte das comemorações dos 30 anos do maior jogo da história, cada um fez dois modelos de cuecas e pela primeira vez uma cueca da marca Bjorn Borg sai com o nome de uma outra pessoa – John McEnroe -escrito no elástico.

A edição que deve ser lançada mundialmente no início de agosto será limitada e parte da renda será doada para a John and Patty McEnroe Foundation.

“Adorei a ideia assim que me falaram. É uma oportunidade maravilhosa de me juntar ao John e ganhar dele em novos territórios,” disse Borg – os dois já estão competindo para ver quem vai vender mais cuecas.


Lembro há alguns anos quando estive na Hungria e vi uma loja Bjorn Borg, de cuecas, achei a coisa mais estranha. Afinal, Borg já tinha se dado mal com uma linha de roupas décadas atrás e não combinava muito.

Mas, o negócio pegou, deu certo e qual não foi a surpresa, ao ver, numa foto do Rio Champions, no ano passado, do nosso fotógrafo João Pires, o Safin vestindo cuecas Bjorn Borg – não, não vimos o Marat só de cueca, apareceu um pouco acima do shorts.

A marca Bjorn Borg existia desde essa época – anos 80 – que não deu certo, mas a partir de meados dos anos 1990 um grupo de investidores resolveu ressurgir com o nome na moda, na Suécia, mas só ganhou força a partir de dezembro de 2006 quando a empresa, the GROUP, adquiriu os direitos mundias e iniciou a expansão.

Os maiores mercados da marca, entre os 23 países em que operam, são a própria Suécia e a Holanda. Não há nenhuma loja, nem venda na América do Sul  – o mais próximo são os Estados Unidos mesmo.

Ah, e para a minha surpresa, o primeiro objetivo da empresa para o próximo ano é aumentar em 10% o uso de material orgânico na confecção. Responsabilidade social está em todos os lugares, até mesmo nas cuecas.

E quem diria, que 30 anos depois, seria uma cueca que uniria Borg e McEnroe novamente. 

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