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Bellucci campeão: Como é bom ver um brasileiro erguer um trofeu de ATP novamente

 Há um mês, quando nosso reporter da Tennis View, Renan Justi, entrevistou Thomaz Bellucci, em Wimbledon, a afirmação dele foi clara: “meu objetivo é marcar pontos no ranking.” O objetivo foi mais do que cumprido e corado neste domingo com o título do ATP de Gstaad, o terceiro da carreira e o segundo nas montanhas da Suíça.

 

Depois da derrota na estreia em Roland Garros e Wimbledon, Bellucci foi buscar, talvez, o que mais precisava. Aceitou o desafio de jogar um torneio Challenger, na Alemanha, em Braunschweig e saiu com o trofeu de campeão. Não ganhou de nenhum tenista top, mas venceu cinco jogos seguidos, o que só havia acontecia neste ano, em Nice, quando jogou o qualifying e foi até as quartas-de-final.

 

Sem desgastes com longas viagens, Bellucci continuou na Alemanha e foi jogar em Stuttgart,onde seu técnico Daniel Orsanic já havia sido campeão de duplas, com Jaime Oncins. Onde Guga fora bicampeão de simples e campeão de duplas com Fernando Meligeni. Alcançou a semifinal, com vitória sobre Bernard Tomic, no caminho e só parou perdendo em três sets para Janko Tipsarevic, por 6/4 2/6 6/4.

 

De Stuttgart, no sul da Alemanha, ele foi para a Suíça, jogar em Gstaad, no ATP 250, onde em 2009, como um qualifier, havia erguido o seu primeiro trofeu de campeão de um torneio ATP.

 

Venceu fácil Blaz Kavcic, na estreia, ganhou do cabeça-de-chave 4, Mikhail Youzhny na segunda rodada, de quem nunca havia vencido em três confrontos anteriores e já estava nas quartas-de-final. Ganhou do espanhol Feliciano Lopez, cabeça-de-chave 5, sem dificuldades e na semi encarou o búlgaro Grigor Dimitrov, ganhando em dois sets do tenista que vem sendo considerado um fortissimo candidato a top 10.

O adversário da final era o mesmo top 10 (8º na ATP), que o havia derrotado na semi em Stuttgart, Janko Tipsarevic.

Perdeu o primeiro set, mas não se perdeu no jogo e venceu por 6/7(6) 6/4 6/2.

 

O sorriso do triunfo e a comemoração da vitória foram diferentes daquele título de 2009. O trofeu há três anos veio de forma inesperada. Ele estava jogando o qualifying, foi indo, ganhou o torneio e foi subindo no ranking. Alguns meses depois, no início de 2010, ganhou outro ATP, em Santiago e se passaram dois anos e meio até que ele sentisse o gostinho do que é levantar um trofeu de ATP novamente e vendo seu ranking oscilar, aguentando críticas e tendo que trabalhar muito para ver o seu nome como campeão de um ATP de novo.

Critiquem, reclamem, palpitem sobre o Thomaz, gostem ou não, mas o que de fato importa é que ele foi atrás dos objetivos e deu a todos nós a satisfação, a alegria de ver um brasileiro campeão de um ATP.  E se vai sem uma preparação específica na grama para as Olimpíadas de Londres, em Wimbledon, vai em alta com um dos aspectos que mais influenciam o jogo de qualquer tenista, a confiança.

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Heptacampeão em Wimbledon, Federer é comparado a Pelé e a Muhammad Ali

Assistimos Rafael Nadal erguer o sétimo trofeu de Roland Garros, há um mês. Neste domingo, vimos Roger Federer  derrotar Andy Murray e: levantar o sétimo trofeu de Wimbledon, conquistar o 17º título de Grand Slam da carreira, voltar ao posto de número um do mundo, com a garantia de ultrapassar Pete Sampras como tenista que mais semanas ficou no topo.  Por estas razões e pela estética, pela maneira que joga tênis, com tanta beleza e precisão, Federer começa a ser comparada aos maiores nomes do esporte do mundo, como Pelé e Muhammad Ali.

 

Essa vitória em Wimbledon, aos quase 31 anos de idade, depois de mais de dois anos sem ganhar um Grand Slam e derrotando um inglês na final, começam a elevá-lo a outra categoria de ídolo.

 

O ambiente na região do All England Club hoje era de uma final de Copa do Mundo, com a Inglaterra jogando pelo título inédito. O Primeiro Ministro David Cameron estava lá; a Princesa Kate Middleton, Duquesa de Cambridge, e a irmã Pippa, também; David e Victoria Beckham; Alex Ferguson, entre as outras lendas do tênis, como Rod Laver, foram até SW19 tentar ver a história da Grã Bretanha sendo feita diante dos olhos.

 

Não viram Andy Murray se tornar o primeiro campeão desde Fred Perry, em 1936, mas viram Roger Federer no auge de sua performance, como ele mesmo falou na entrevista coletiva após o jogo. “Acho que estou jogando o melhor tênis da minha carreira.”

 

E olha que Murray foi muito, mais muito melhor do que as outras três finais de Grand Slam que disputou. Surpreendeu muita gente, inclusive eu. Não sentiu a pressão de bispo fazendo missa para ele, de máscaras sendo vendidas com a imagem de seu rosto, de ingressos sendo comprados a 15 mil libras e a 20 milhões de pessoas assistindo o jogo pela BBC. Entrou em quadra agressivo, jogando o tênis da sua vida. Mas, do outro lado da rede estava o Pelé das quadras, jogando como o Pelé do Santos dos anos 1970.

 

Depois do jogo, Murray deixou mostrar toda a emoção e os sentimentos daquele momento único. Ganhou ainda mais afago do público, ao chorar diante de todos esses espectadores e dizer “estou chegando mais perto.”

 

Wimbledon quase viu o desfecho perfeito para uma quinzena de muito tênis no All England Club. Mas, como Federer falou “Murray ainda vai ganhar muito Grand Slam.”  

 

Mas, a sensação é de que o torneio não acabou. Daqui a três semanas, Federer, Murray, Djokovic, Nadal e os outros tenistas da ATP e WTA estarão de volta em busca da medalha de ouro olímpica e o Reino Unido torcerá muito mais pelo escocês Andy Murray.

 

Fotos Cynthia Lum

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O Brasil tem outro Thiago Monteiro tenista, de mesa. E ele é atleta olímpico.

Roland Garros terminou, o tênis já está na temporada de grama que este ano é prolongada por causa das Olimpíadas de Londres – os jogos serão em Wimbledon – e cada um já está tocando sua vida depois de duas semanas em Paris. E eu encerrei minha viagem na companhia do Thiago Monteiro, do tênis de mesa.

O Thiago estava sentado ao meu lado no vôo de volta Paris – São Paulo e depois de muitas horas de viagem em um vôo diurno, quando já estamos naquele momento em que já assistimos três filmes, já lemos as revistas do avião, um pouco do livro, o jornal e até as informações de segurança e ainda faltavam duas horas para o avião pousar, começamos a conversar.

Quando ele chegou para sentar ao meu lado achei que fosse brasileiro. Mas, estava com um livro em francês na mão, falando francês fluente e ainda lendo o L’Equipe. Não, não podia ser brasileiro, ou só se fosse um brasileiro morando há muitos anos na França.

Depois de passar aquele mico de falar francês com um brasileiro, acabei perguntando se ele era do Brasil e começamos a conversar.

Contei que estava em Roland Garros e que era social e editora de uma revista de tênis, a Tennis View. Ele conhecia a Tennis View e me contou que é mesa-tenista e que assim como o Thiago Monteiro do tênis, ele também é cearense.

Achei a coincidência interessante e conversa vai, conversa vem, ele me conta que é atleta olímpico e que vai para as Olimpíadas de Londres ao lado de Hugo Hoyama e Gustavo Tsuboi.

Thiago ficou me contando da carreira de um mesa-tenista, de como funciona o calendário, a pontuação, as chaves, das outras duas Olimpíadas que participou – Atenas e Beijing -, em que lembra perfeitamente quem integrava o time de tênis, e da vida na França, onde está há uma década.

Foi na França que ele conseguiu desenvolver o seu jogo, competindo pelo clube de Angers Vaillante e chegar ao 59º posto no ranking mundial, além das medalhas de ouro por equipes nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara e do Rio, entre outras conquistadas individualmente e em duplas.

A França acolheu Thiago, que encontrou condições ideias para treinar. A preparação para as Olimpíadas será feita junto com a equipe brasileira no INSEP, o famoso Instituto Nacional do Esporte, Expertise e Performance da França, onde muitos tenistas costumam treinar.

O atleta veio ao Brasil para jogar uma etapa do campeonato mundial que está sendo disputada em Santos. Depois volta para continuar a preparação olímpica na Europa e quanto mais ele conseguir treinar e jogar antes dos Jogos começarem, melhor. Depois de uma série de lesões, sim mesa-tenista tem lesão – a mais grave dele foi no punho – quer voltar a jogar da mesma maneira que estava quando se machucou e tentar avançar na chave olímpica. Nas últimas duas vezes parou na segunda rodada e sabe que conseguiu a vaga não pelos seus resultados atuais, afinal pouco jogou no último ano, mas sim pelo histórico de evolução e capacidade de adaptação em competições deste tipo, podendo jogar dupla com qualquer um dos integrantes do time.

Não, não vou começar a escrever sobre tênis de mesa. Apenas achei uma coincidência interessante me sentar ao lado de um tenista, de mesa, depois de duas semanas em Roland Garros, que vai para as Olimpíadas e ainda com o mesmo nome do tenista Thiago Monteiro e do mesmo lugar, o Ceará. Thiago inclusive contou que já foi confundido com o jogador de tênis e que acaba recebendo e-mails ou ligações telefônicas de gente querendo entrevistá-lo, achando que está falando com o tenista da bolinha amarela.

 

 

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